Jornalistas Livres

Categoria: Ciência

  • Editorial: Conhecereis os fatos e a verdade aparecerá

    Editorial: Conhecereis os fatos e a verdade aparecerá

    O jornalismo, assim como a ciência, não se pretende detentor da “verdade”. Nossa matéria-prima são os fatos. E os fatos bem apresentados a leitores, ouvintes e telespectadores são fundamentais para cidadãos tomarem decisões políticas. Jornalistas sérios, como a colega Patrícia Campos Mello, apuram, documentam e relatam fatos importantes para a compreensão da realidade cotidiana. Foi exatamente isso que ela fez na premiada série de reportagens que demonstrou, com dados, fatos e documentos, a contratação de empresas de “marketing” para o ilegal e milionário disparo em massa de mensagens de WhatsApp destinadas a favorecer a candidatura de Jair Bolsonaro e outros políticos de extrema direita  nas eleições de 2018. Como atestaram entidades do porte da Organização dos Estados Americanos, o Brasil foi o primeiro caso documentado em que as fake news (MENTIRAS, em bom português) distribuídas massivamente por celulares tiveram papel decisivo nas eleições majoritárias de uma grande democracia. Mais tarde, reportagem do jornal britânico The Guardian trouxe uma pesquisa provando que 42% de mais de 11 mil mensagens virais utilizadas durante a campanha eleitoral no Brasil traziam conteúdo falso (MENTIRAS) que favoreciam o então candidato de extrema direita à presidência.

    Os fatos, portanto, são que campanhas de extrema direita por todo país, incluindo a presidencial, se utilizaram de recursos ilegais e fake news para eleger seus candidatos. Os fatos são que os órgãos de fiscalização das eleições, como o Tribunal Superior Eleitoral, viram isso acontecer e não tomaram, à época, as atitudes que deveriam tomar. Os fatos são que o homem que ocupa a presidência e seus asseclas se elegeram e governam por meio de mentiras e ilegalidades. O fato é que por meio dessas mentiras, o governo caminha rapidamente para um fascismo aberto e ataca diariamente todas as instituições democráticas brasileiras, especialmente as que trabalham com fatos, como o jornalismo. E os fatos são que, apesar de gostarem de usar um versículo bíblico associando verdade e liberdade, o que se tem são mentiras e agressões diárias contra pessoas que trabalham com fatos, como cientistas e jornalistas.

    Ontem, o Brasil viu estarrecido a escalada de um novo patamar nas mentiras, baixarias, calúnias e difamações, apoiadas e divulgadas pelo governo, contra uma jornalista e, portanto, contra toda a imprensa séria nacional. Patrícia Campos Mello foi alvo, em pleno Senado da República, não somente de mentiras sobre sua atuação profissional impecável no caso, mas também de calúnias de conteúdo sexual, o que demonstra, mais uma vez com fatos, que esse governo não apenas é fascista e mentiroso, como também machista e misógino. A Patrícia, toda a nossa solidariedade e apoio, tanto pessoal como profissional.

    É passada a hora de a imprensa brasileira dar um basta nas mentiras e agressões desse governo que tomou posse há mais de um ano num evento grotesco em que os jornalistas foram confinados longe dos políticos e ameaçados de serem baleados se tentassem se aproximar. Não é possível que os colegas da mídia hegemônica sigam aceitando as “coletivas” da porta do Palácio do Planalto em que o homem que ocupa a presidência os xinga, manda calarem a boca, destrata os veículos para os quais trabalham e foge cada vez que é feita uma pergunta diferente da que ele quer responder. É urgente que jornais, rádios, TVs e portais noticiosos PAREM de tratar esse governo como “normal” e usem as palavras corretas para designar os fatos. Mentiras são mentiras. Fascismo é fascismo. Extrema direita é extrema direita. Retirada de direitos é retirada de direitos. Autoritarismo é autoritarismo. Corrupção é corrupção. Milícia é milícia. E bandidos são bandidos.

    A sociedade e os democratas brasileiros devem exigir das autoridades que ainda não foram totalmente cooptadas por esse governo fascista que façam funcionar as instituições democráticas. Os mentirosos e caluniadores precisam ser processados. Os crimes, inclusive de morte como da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, precisam ser investigados e punidos. Os políticos que se beneficiaram de esquemas de corrupção, financiamento ilegal de campanhas e difusão em massa de mentiras precisam ser cassados, ainda que se faça necessário anular as eleições de 2018.

    Não é a mentira manipulada com o uso versículos bíblicos para enganar a população de boa fé que vai nos libertar. Nossa libertação como nação virá da VERDADE proveniente dos FATOS. E para isso, uma imprensa forte e independente é fundamental.

  • “Don’t F**k With Cats”: O que a série chocante da Netflix tem a dizer sobre as redes sociais

    “Don’t F**k With Cats”: O que a série chocante da Netflix tem a dizer sobre as redes sociais

     

    É interessante notar as reações das pessoas diante documentário da Netflix “Don’t Fuck With Cats: Hunting An Internet Killer”. Em princípio, elas parecem reagir à insensibilidade da Netflix ao exibir a matança de pobres gatinhos indefesos; além disso, algumas delas argumentam que, com essa série, a gigante do streaming aumentou a publicidade em torno de um criminoso cruel.

     

    Talvez elas tenham razão, mas certamente existe um outro motivo para a rejeição da série e que permanece inconsciente todo o tempo: evitar o mal-estar causado pela descoberta da nossa profunda credulidade diante dos simulacros e simulações que perpassam as redes sociais. A série repete duas vezes uma frase que o criminoso escreveu na parede de seu quarto: “se você não gosta do reflexo, não se olhe no espelho! Eu não estou nem aí”. Se você não admite que crê piamente em mentiras e que jamais critica esse mundo de aparências – as redes sociais -, então evite o espelho.

     

    A série começa de modo estranho: em dezembro de 2010, num post de Youtube, um desconhecido brinca com dois gatinhos em cima de uma cama para, em seguida, coloca-los em um saco plástico, acoplar um aspirador de pó numa abertura e fazer a sucção de todo o ar do saco. Os gatinhos morrem sufocados. Esse post sádico viraliza e desperta a indignação das pessoas que o assistiram e que reagiram prometendo punir o culpado.

     

    Elas imediatamente criaram, no Facebook, o grupo Find the Vacuum Kitten Killer for Great Justice com 4000 inscritos, ao mesmo tempo em que um grupo de proteção animal oferecia um prêmio de 5000 dólares para quem identificasse o responsável pelo delito. Mas a série é muito mais do que um discurso do “politicamente correto” típico da classe média instruída de países ricos. Tanta preocupação tinha a ver com o temor de que o autor dos vídeos viesse a matar um ser humano

     

    Mark Lewis é o diretor e roteirista desse documentário, dividido em três capítulos de 1 hora cada, sobre um psicopata digital, um sujeito narcisista e egocêntrico cuja principal aspiração era a fama a qualquer custo e que chegou ao homicídio em nome dessa pretensão. Lewis mostra que o criminoso conseguiu criar um elaborado mundo virtual, com muitos perfis falsos de seguidores, ao mesmo tempo em que, no mundo real, era praticamente um fantasma. Insinuava ser muito rico, um viajante constante pelas principais cidades do mundo; na realidade, ele sequer tinha cartões de crédito nem endereço certo e usava vários nomes falsos.

     

     

    Don’t F**k With Cats: Hunting an Internet Killer | Official Trailer | Netflix

     

     

    Como um garoto de programa aspirante a modelo, ele adotou, entre outros, o nome de Luka Magnotta, atribuindo-se nobre ascendência russa. Na verdade, como escreve Carter, ele padecia da Desordem Fronteiriça de Personalidade e da Desordem de Personalidade Histriônica, além de sofrer de esquizofrenia paranoide e de psicose (1). Pouco tempo depois, Magnotta, radicalizando os seus delírios, veio a matar e a esquartejar um jovem, tendo filmado tudo e postado no Youtube.

     

    O filme de Lewis é um belo estudo semiótico dos simulacros e da simulação presentes nas redes sociais. Baudrillard já advertia que o simulacro é o ponto onde a cópia deixa de ser uma cópia para se tornar o Real (2). Referindo-se a uma fábula de Borges, Baudrillard afirmava que, com o simulacro, o mapa precede o território, ou seja, que os simuladores atuais tentam fazer coincidir o real, todo o real, com os seus modelos de simulação.

     

    Assim, a diferença soberana entre o mapa e o território desaparece, toda a metafísica desaparece e já não existe o espelho do ser e das aparências. A imagem gerada pelo simulacro apenas conserva a forma de uma outra coisa inteiramente despida de sua substância ontológica originária (e que costumávamos chamar de “realidade”).

     

    O simulacro se transforma em uma ilusão do real. A verdade e a fraude são os dois limites epistemológicos entre os quais oscilam a simulação e o simulacro. No lado da verdade, por exemplo, um simulador de voo é útil para treinar um piloto; do lado da fraude, a simular uma doença é útil para alguém que deseja faltar ao emprego ou à prova. Ainda segundo Baudrillard, dissimular é fingir que não ter o que se tem e simular é fingir ter o que não se tem. Umberto Eco escreveu que “aquilo que não serve para mentir tampouco serve para dizer a verdade” e acrescenta, ironicamente, que a semiótica é uma “teoria da mentira”, ou seja, que ela estuda não aquilo que faz sentido como a Física ou a Biologia, mas sim aquilo que parece fazer sentido (3). Para Luka Magnotta, bastava “parecer ser”!

     

    Jean Baudrillard

     

    Outro aspecto interessante da série é a sua forma narrativa, utilizando as entrevistas com os ativistas, a mãe de Luka, os advogados e os policiais. Lewis também mostrou o criativo trabalho dos detetives amadores do Facebook que, mesmo sem saber, seguiram o princípio de Locard, base das ciências forenses: “todo contato deixa vestígios”. O princípio afirma que o criminoso sempre deixa algo na cena do crime ou leva consigo algum rastro ou prova que sirva para indiciá-lo futuramente.

     

    A partir das imagens do local dos crimes com vestígios reveladores e usando programas de reconhecimento facial (apesar de Luke tentar esconder o rosto), o grupo conseguiu chegar ao país, à cidade, ao endereço e à identidade do matador de gatinhos e homicida. Magnotta era um mestre da simulação! Nunca existiu o território cujo mapa ele desenhou minunciosamente. Com um nome falso, falsa profissão e perfis falsos de seguidores nas redes sociais, Luka Magnotta produziu um mapa sem território, ou melhor, um mapa na escala 1:1, no qual o “todo verdadeiro” se identifica com o “todo falso”.

    Alexandre Costa é professor, doutor em filosofia e cinéfilo

     

    REFERÊNCIAS:
    BAUDRILLARD, Jean: Simulacros e Simulação, Lisboa: Relógio D’Água, 1991.
    CARTER, Cara L.: Canadian Psycho – The True Story of Luka Magnotta, Toronto: RJ Parker P. I., 2015.
    ECO, Umberto: Tratado de Semiótica General, Barcelona: Lumen, 2000.

  • USP publica nota sobre criacionismo defendido por novo Presidente da CAPES

    USP publica nota sobre criacionismo defendido por novo Presidente da CAPES

    O Núcleo de Apoio à Pesquisa em Educação, Divulgação e Epistemologia da Evolução “Charles Darwin” (NAP EDEVO-Darwin), ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo, que reúne diversos cientistas atuantes na área da evolução biológica, diante de matéria divulgada no site do jornal Folha de São Paulo de hoje (24/01/2020), sobre opinião emitida por pessoa que será encarregada de dirigir a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES), ligada ao Ministério da Educação (MEC), vem a público esclarecer que:

    1- O chamado “criacionismo científico” não é reconhecido pela comunidade científica de nenhum país, reunida em associação científica com membros acreditados junto a instituições acadêmicas desvinculadas de organizações religiosas ou por elas financiadas;

    2- Literalmente todas as evidências disponíveis, corroboram a explicação da diversidade e estrutura da vida na Terra por meio de processos de descendência com modificação e que todos os seres vivos são conectados por relações de ancestralidade comum. Novas áreas da ciência, como a Genômica, continuamente fortalecem este paradigma. Não existem dúvidas plausíveis de que o processo evolutivo seja a melhor explicação para os fenômenos da vida, uma conclusão aceita há mais de um século e atualmente endossada inclusive por muitas instituições religiosas, como o Vaticano;

    3- É amplamente reconhecido que o chamado “design inteligente” é simples eufemismo do dito “criacionismo científico”, sendo que o mesmo exato termo (“intelligent design”) já era usado com o mesmo sentido no século dezoito por teólogos protestantes, como Joseph Butler (1692-1752 ). A expressão foi utilizada originalmente naquele contexto para retomar as teses de Tomás de Aquino a fim de comprovar a existência de uma divindade criadora do universo, o que deixa claro como as expressões têm exatamente o mesmo sentido conceitual;

    4- Apenas algumas denominações religiosas têm no criacionismo científico um de seus dogmas centrais, em especial as de maior expressão no chamado “cinturão evangélico” dos Estados Unidos, com tentativas de se introduzir o ensino do chamado “design inteligente” nos currículos escolares. O ensino religioso é permitido no Brasil, mas deve ser restrito à disciplina de ensino NAP EDEVO/Darwin – Av. da Universidade 308, sala 59 – Bl B – São Paulo – SP – Brasil – 05508-040 religioso, que não é de frequência obrigatória, e não pode incluir proselitismo religioso (Lei 9394/1996, Art 33). A última manifestação do Supremo Tribunal Federal examinou o conteúdo do ensino religioso definido nesse artigo, não abordando a inclusão de dogmas religiosos nas disciplinas científicas;

    5- Ao impor aulas de “criacionismo científico” desde os anos iniciais do ensino fundamental a todas as crianças, em disciplina de frequência obrigatória, configura-se uma afronta ao regramento legal brasileiro, por obrigar os filhos de todas as famílias a aprender o que algumas denominações religiosas estadunidenses conservadoras elegeram como dogmas centrais obrigatórios para seus seguidores. Trata-se, portanto, de proselitismo religioso estatal compulsório, vedado expressamente por lei federal. Lembre-se que essa prática também é proibida nas escolas públicas estadunidenses.

    6- Além de afrontar uma lei federal infraconstitucional, essa prática, se consumada, afrontará a própria Constituição Federal, ao colocar o estado brasileiro a favorecer certas denominações religiosas, em detrimento de outras. E ainda condenará o Brasil a caminhar de maneira cada vez mais lenta na trilha da melhoria da educação pública, comprometendo irremediavelmente a qualidade da educação, o que, aliás, contraria outro ditame constitucional;

    7- Não bastassem as afrontas às leis e à própria Constituição Federal, essa imposição, se implementada, condenará a juventude do país a não compreender questões científicas básicas acerca da vida no planeta, como a origem e a importância da conservação da biodiversidade, o desenvolvimento de resistência a antibióticos por parte de certas bactérias, e tantas outras questões que o mundo moderno veio a entender graças à teoria da evolução.

    8- O desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro estará ainda mais comprometido se a anunciada iniciativa vier a ser consumada nas escolas brasileiras de educação básica.

    Universidade de São Paulo, 24 de Janeiro de 2020.

    Núcleo de Apoio à Pesquisa em Educação, Divulgação e Epistemologia da Evolução “Charles Darwin” (EDEVO-Dawin/USP)

  • Corte de R$ 3,5 bilhões no ministério da Ciência

    Corte de R$ 3,5 bilhões no ministério da Ciência

    A coluna dia a dia do desgoverno aponta os problemas políticos da dívida de R$ 319 mil devido a não comprovação de pagamentos da lei Rouanet pela atriz Regina Duarte.

    E as brigas entre o ministro da injustiça e o des-presidente. Mas não o des-presidente que falou que ia cortar ministérios?

    A confirmação das denúncias contra o número dois da Secom, que tem empresas com pendência judicial e bloqueio de cotas. Samy Liberman, número dois da Secom, é acusado pela justiça federal criação de empresas fantasmas, simulação de contratos, sonegação de impostos em 2014 e 2015 e a Justiça Federal aplicou uma multa de R$ 55 milhões.

    Veja link da matéria com as empresas bloqueadas e com pendência publicada a seis dias atrás:

    https://jornalistaslivres.org/as-empresas-com-pendencia-judicial-da-turma-da-comunicacao-da-presidencia/

    Nas redes sociais estudantes apontam problemas nas notas de cortes do Enem e que os alunos estão sendo aprovados ilegalmente em dois cursos ao mesmo tempo. E o Ministério Público acaba de entrar na justiça para suspender o Enem, Sisu e Prouni. E a total incompetência do ministro da “Educassão”.

    O resultado da incompetência no  Enem  e as inscrições no Sisu e Prouni foram suspensas por decisão judicial.

    Por ultimo, o corte de R$ 3,5 bilhões no ministério da Ciência, Tecnologia,  Inovação e comunicação .

    Os cortes praticamente se espraiam em todos os grupos com destaque para corte de pessoal de R$ 1,49 bilhão, custeio do Ministério em R$ 380,9 milhões, investimentos em R$ 275 milhões e repasses para empresas públicas investirem da ordem de R$ 1,35 bilhão.

    2019 2020 variação variação
    Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e 15.339.075.530 11.810.348.278 -3.528.727.252 -23,00%
    Pessoal e Encargos Sociais 4.416.030.905 2.923.720.800 -1.492.310.105 -33,79%
    Juros e Encargos da Dívida 11.395.795 11.395.795 #DIV/0!
    Outras Despesas Correntes 3.681.125.836 3.300.134.636 -380.991.200 -10,35%
    Investimentos 681.006.513 405.757.062 -275.249.451 -40,42%
    Inversões Financeiras 1.351.007.842 50.000 -1.350.957.842 -100,00%
    Amortização da Dívida 29.341.095 29.341.095 #DIV/0!

     

    Por Unidade Orçamentária, uma subdivisão administrativa do Ministério,  destaco cortes na administração direta do Ministério Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações da ordem de R$ 2,5 bilhões, de R$ 156 milhões na Comissão Nacional de Energia Nuclear, de 57 milhões na Comissão Nacional de Energia Nuclear e do R$ 18 milhões no Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada – S.A. – CEITEC.

    Unidade Orçamentária Orçamento 2019 Orçamento 2020 Variação Variação
    24101 – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – Administração Direta 4.929.202.645 2.416.747.684 -2.512.454.961 -50,97%
    24201 – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 1.228.359.684 1.309.931.661 81.571.977 6,64%
    24204 – Comissão Nacional de Energia Nuclear 1.035.935.126 878.964.240 -156.970.886 -15,15%
    24205 – Comissão Nacional de Energia Nuclear 181.935.126 124.194.156 -57.740.970 -31,74%
    24209 – Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada – S.A. – CEITEC 89.535.407 71.495.982 -18.039.425 -20,15%
    24211 – Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL 593.652.324 607.894.650 14.242.326 2,40%
    24901 – Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 4.238.112.323 4.891.707.968 653.595.645 15,42%
    24906 – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – FUST 1.145.574.925 756.568.567 -389.006.358 -33,96%
    24907 – Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações – FUNTTEL 204.488.099 18.101.568 -186.386.531 -91,15%

     

    Por ação verificamos que o governo dos terraplanistas corta recursos da SBPC (-R$ 1,4 milhões ou -23,5%) da implantação do Centro espacial da base de Alcântara em -R$ 5,5 milhões ou -76%,  de monitoramento e alertas naturais em -R$ 8 milhões ou -43%, monitoramento da cobertura da terra e riscos de queimadas e incêndios florestais (INPE)  com redução de- R$ 1,3 milhões ou -42% projetos sobre mudança no clima com corte de 35%.

    Ainda destaco cortes para fomento e pesquisa para áreas básicas e estratégicas em -R$ 167 milhões ou -67%, fomento a pesquisa para geração de conhecimento e inovação em -R$ 121 milhões ou -75%. E em outras áreas de pesquisa como Semicondutores (-12,8 milhões), para pesquisa, Desenvolvimento e Supercomputação para Previsão de Tempo e Clima com redução de 43,6%, Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias para o Setor Espacial com -55%, para ampliação e Modernização da Infraestrutura para o Estudo da Biodiversidade, Inovação Tecnológica e Sustentabilidade dos Ecossistemas Amazônicos frente às Mudanças Globais com redução de 38,6%, Construção de Fonte de Luz Síncrotron de 4ª geração – SIRIU com corte de R$ 172 milhões e Expansão das Instalações Física e Laboratorial do LNNano em 45%.

     

    24000 – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
    Ação Orçado 2019 Orçado 2020 Variação Variação
    0A29 – Subvenção Econômica a Projetos de Desenvolvimento Tecnológico (Lei nº 10.973, de 2004) 70.557.222 52.960.225 -17.596.997 -24,94%
    00F7 – Contribuição à Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica – ABIPTI 1.850.000 2.042.352 192.352 10,40%
    00F8 – Contribuição à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC 5.950.000 4.549.808 -1.400.192 -23,53%
    00LV – Formação, Capacitação e Expansão de Pessoal Qualificado em Ciência, Tecnologia e Inovação 784.787.619 1.011.325.963 226.538.344 28,87%
    00NQ – Contribuição à Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro – SOFTEX 5.700.000 1.299.150 -4.400.850 -77,21%
    00OQ – Contribuições a Organismos Internacionais sem Exigência de Programação Específica 778.200 414.930 -363.270 -46,68%
    00P8 – Participação da União no Capital – Telecomunicações Brasileiras S.A – TELEBRÁS – Desenvolvimento e Lançamento de Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica – SGDC 148.000.000 -148.000.000 -100,00%
    00PA – Participação da União no Capital – Telecomunicações Brasileiras S.A – TELEBRÁS – Implementação da Infraestrutura para a Prestação de Serviços de Comunicação de Dados 852.000.000 -852.000.000 -100,00%
    00PN – Participação do Brasil, como País não Membro, em Atividades de Cooperação Econômica junto à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE 70.000 43.966 -26.034 -37,19%
    00PW – Contribuições a Entidades Nacionais sem Exigência de Programação Específica 22.350 261.408 239.058 1069,61%
    00R1 – Participação da União no Capital – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – Implantação de Projetos de Investimentos Referentes à Etapa “Adequação do Modelo Operacional dos Correios” Pertencente ao Programa DEZ em 1 350.000.000 -350.000.000 -100,00%
    00R6 – Encargos Decorrentes da Extinção de Entidades Vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC 4.750.000 3.572.237 -1.177.763 -24,80%
    00RL – Formação e Expansão da Capacitação de Pessoal Qualificado em Atividades de Pesquisa Tecnológica, Empreendedorismo e Inovação 40.991.496 40.991.496 #DIV/0!
    0Z00 – Reserva de Contingência – Financeira 4.767.810.278 5.120.522.744 352.712.466 7,40%
    0Z01 – Reserva de Contingência Fiscal – Primária 19.426.146 19.426.146 #DIV/0!
    2B32 – Formação Especializada para o Setor Nuclear 5.000.000 3.022.662 -1.977.338 -39,55%
    2B68 – Relações com os Usuários de Serviços de Telecomunicações 23.880.409 32.209.920 8.329.511 34,88%
    2E94 – Fomento à Pesquisa Voltada para a Geração de Conhecimento, Novas Tecnologias, Produtos e Processos Inovadores no Setor Agropecuário 18.000.000 18.000.000 #DIV/0!
    2C67 – Pesquisa e Desenvolvimento no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste – CETENE 791.229 -791.229 -100,00%
    0005 – Sentenças Judiciais Transitadas em Julgado (Precatórios) 29.914.824 3.000 -29.911.824 -99,99%
    7F40 – Implantação do Centro Espacial de Alcântara – CEA 7.300.000 1.742.669 -5.557.331 -76,13%
    008A – Contribuição à Academia Brasileira de Ciências – ABC 4.750.000 3.554.524 -1.195.476 -25,17%
    09HB – Contribuição da União, de suas Autarquias e Fundações para o Custeio do Regime de Previdência dos Servidores Públicos Federais 252.040.009 221.461.071 -30.578.938 -12,13%
    12EA – Reforma do Edifício-Sede do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações 593.666 4.768.677 4.175.011 703,26%
    12P1 – Implantação do Reator Multipropósito Brasileiro 11.180.962 532.495 -10.648.467 -95,24%
    12QB – Implantação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – CEMADEN 100.000 -100.000 -100,00%
    13CL – Construção de Fonte de Luz Síncrotron de 4ª geração – SIRIUS, por Organização Social (Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998) 255.150.000 82.491.173 -172.658.827 -67,67%
    13CM – Implantação do Repositório de Rejeitos de Baixo e Médio Nível – RBMN 1.020.000 563.597 -456.403 -44,75%
    13CN – Implantação do Laboratório de Fusão Nuclear 100.000 73.896 -26.104 -26,10%
    14XT – Expansão das Instalações Física e Laboratorial do LNNano, por Organização Social (Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998) 8.985.674 4.938.301 -4.047.373 -45,04%
    15P6 – Ampliação e Modernização da Infraestrutura para o Estudo da Biodiversidade, Inovação Tecnológica e Sustentabilidade dos Ecossistemas Amazônicos frente às Mudanças Globais 4.501.861 2.761.579 -1.740.282 -38,66%
    15UI – Implantação da Infraestrutura para a Prestação de Serviço de Comunicação de Dados – PNBL 254.267.273 254.267.273 #DIV/0!
    15UJ – Desenvolvimento e Lançamento de Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica – SGDC 93.981.727 93.981.727 #DIV/0!
    15UK – Implementação de Projetos de Cidades Digitais e Inteligentes 54.958 54.958 #DIV/0!
    15UL – Implantação de Infraestrutura para os Projetos Norte e Nordeste Conectados 35.663.773 35.663.773 #DIV/0!
    20GB – Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – CEMADEN 18.460.570 10.427.678 -8.032.892 -43,51%
    20I4 – Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento em Áreas Básicas e Estratégicas 206.075.771 66.402.012 -139.673.759 -67,78%
    20TP – Ativos Civis da União 1.509.500.355 1.483.378.607 -26.121.748 -1,73%
    20UI – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE 5.655.000 -5.655.000 -100,00%
    20UJ – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional do Semiárido – INSA 1.753.489 -1.753.489 -100,00%
    20UK – Ciência, Tecnologia e Inovação no Observatório Nacional – ON 6.743.144 -6.743.144 -100,00%
    20UL – Ciência, Tecnologia e Inovação no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer – CTI 2.090.000 -2.090.000 -100,00%
    20UM – Ciência, Tecnologia e Inovação no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF 2.932.222 -2.932.222 -100,00%
    20UN – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional de Tecnologia – INT 5.440.903 -5.440.903 -100,00%
    20UO – Ciência, Tecnologia e Inovação no Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST 785.000 -785.000 -100,00%
    20UQ – Apoio a Projetos de P&D para Tecnologias Sociais, Assistivas, Extensão Tecnológica e de Inovação para Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável 2.550.000 9.811.096 7.261.096 284,75%
    20UR – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA 7.996.666 -7.996.666 -100,00%
    20US – Fomento à Pesquisa Voltada para a Geração de Conhecimento, Novas Tecnologias, Produtos e Processos Inovadores 160.085.663 39.075.715 -121.009.948 -75,59%
    20UT – Promoção da Pesquisa, do Desenvolvimento e da Inovação em Tecnologias Digitais, Componentes e Dispositivos Eletrônicos e Gestão das Obrigações de Contrapartida Relacionadas a Incentivos Fiscais 12.508.766 10.476.867 -2.031.899 -16,24%
    20UV – Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia do Mar, Oceanos e Clima 2.400.000 1.058.489 -1.341.511 -55,90%
    20UW – Segurança Nuclear e Controle de Material Nuclear e Proteção Física de Instalações Nucleares e Radiativas 14.796.000 6.375.768 -8.420.232 -56,91%
    20UX – Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia Nucleares 62.540.552 49.410.589 -13.129.963 -20,99%
    20V0 – Desenvolvimento e Lançamento de Foguetes Suborbitais e de Veículos Lançadores de Satélites, com a Infraestrutura Associada 41.934.815 -41.934.815 -100,00%
    20V6 – Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento Voltados à Inovação e ao Processo Produtivo 18.016.245 36.815.701 18.799.456 104,35%
    20V7 – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas Unidades de Pesquisa do MCTIC 12.131.226 37.813.720 25.682.494 211,71%
    20V8 – Apoio a Iniciativas e Projetos de Inclusão Digital 67.324.176 60.864.538 -6.459.638 -9,59%
    20V9 – Monitoramento da Cobertura da Terra e do Risco de Queimadas e Incêndios Florestais (INPE) 3.220.000 1.865.080 -1.354.920 -42,08%
    20VA – Apoio a Estudos e Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Relacionados à Mudança do Clima 4.205.000 2.712.376 -1.492.624 -35,50%
    20VB – Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias para o Setor Espacial 22.048.636 9.804.844 -12.243.792 -55,53%
    20VC – Desenvolvimento, Lançamento e Operação de Satélites, com a Infraestrutura Associada 69.085.456 -69.085.456 -100,00%
    20ZD – Regulação dos Serviços de Telecomunicações 6.600.000 13.556.633 6.956.633 105,40%
    20ZE – Universalização e Massificação dos Serviços de Telecomunicações 61.281 61.281 0 0,00%
    20ZR – Política Produtiva e Inovação Tecnológica 16.500.000 18.000.000 1.500.000 9,09%
    21AC – Encomendas Tecnológicas e Fomento a Tecnologias Aplicadas em Setores Estratégicos 1.868.554 1.868.554 #DIV/0!
    21AD – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas Unidades de Pesquisa do MCTIC 9.211.750 9.211.750 #DIV/0!
    21AE – Evolução dos Serviços de Radiodifusão 318.754 318.754 #DIV/0!
    21AG – Desenvolvimento de Sistemas Espaciais 54.815.595 54.815.595 #DIV/0!
    21AH – Governança e Regulação de Atividades Espaciais 178.664 178.664 #DIV/0!
    21AI – Infraestrutura e Aplicações Espaciais 20.850.457 20.850.457 #DIV/0!
    0022 – Sentenças Judiciais Devidas por Empresas Estatais 3.100.000 28.901.804 25.801.804 832,32%
    154K – Construção da Infraestrutura do Instituto Nacional do Semi-Árido – INSA 500.000 150.020 -349.980 -70,00%
    154L – Implementação do Plano de Absorção e Transferência de Tecnologia no Âmbito do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – SGDC 4.164.800 3.297.449 -867.351 -20,83%
    0181 – Aposentadorias e Pensões Civis da União 1.885.843.193 1.215.828.122 -670.015.071 -35,53%
    200D – Participação Brasileira na Utilização de Telescópios Internacionais 10.530.000 -10.530.000 -100,00%
    210D – Fomento à Inovação e às Tecnologias Inovadoras 1.525.000 -1.525.000 -100,00%
    212B – Benefícios Obrigatórios aos Servidores Civis, Empregados, Militares e seus Dependentes 60.050.583 45.239.187 -14.811.396 -24,66%
    212H – Manutenção de Contrato de Gestão com Organizações Sociais (Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998) 279.572.325 210.845.422 -68.726.903 -24,58%
    212N – Implementação de Projetos de Cidades Digitais 93.383.992 -93.383.992 -100,00%
    215L – Fomento à Pesquisa e ao Desenvolvimento em Áreas Estratégicas e Tecnologia Social, e à Extensão Tecnológica para Inclusão Social 33.127.567 17.914.361 -15.213.206 -45,92%
    215N – Prestação de Serviços Tecnológicos 702.257 461.111 -241.146 -34,34%
    216H – Ajuda de Custo para Moradia ou Auxílio-Moradia a Agentes Públicos 2.109.388 1.727.301 -382.087 -18,11%
    216V – Gestão de Infraestrutura de Pesquisa nos Laboratórios Nacionais Embarcados 200.000 98.924 -101.076 -50,54%
    216W – Pesquisa, Desenvolvimento e Supercomputação para Previsão de Tempo e Clima 13.700.000 7.715.899 -5.984.101 -43,68%
    217J – Gestão de Órgãos Colegiados Vinculados ao MCTIC 1.710.163 991.876 -718.287 -42,00%
    218D – Ciência, Tecnologia e Inovação no Instituto Nacional da Mata Atlântica – INMA 610.000 -610.000 -100,00%
    218E – Armazenamento de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação 715.335 2.207.568 1.492.233 208,61%
    0283 – Amortização e Encargos de Financiamento da Dívida Contratual Interna 40.736.890 40.736.890 #DIV/0!
    0536 – Benefícios e Pensões Indenizatórias Decorrentes de Legislação Especial e/ou Decisões Judiciais 50.112 51.896 1.784 3,56%
    0741 – Equalização de Taxa de Juros em Financiamento à Inovação Tecnológica (Lei nº 10.332, de 2001) 346.307.998 297.330.423 -48.977.575 -14,14%
    0745 – Investimento em Empresas Inovadoras 1.007.842 50.000 -957.842 -95,04%
    2000 – Administração da Unidade 533.919.523 585.380.141 51.460.618 9,64%
    2004 – Assistência Médica e Odontológica aos Servidores Civis, Empregados, Militares e seus Dependentes 33.268.764 24.964.640 -8.304.124 -24,96%
    2095 – Fomento a Projetos de Implantação, Recuperação e Modernização da Infraestrutura de Pesquisa das Instituições Públicas (CT-Infra) 172.832.375 113.616.020 -59.216.355 -34,26%
    2113 – Fomento à Pesquisa e à Inovação Tecnológica (CT-Verde Amarelo) 7.256.145 9.000.000 1.743.855 24,03%
    2119 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor Mineral (CT-Mineral) 57.907 50.000 -7.907 -13,65%
    2189 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Energia Elétrica (CT-Energ) 3.470.866 50.000 -3.420.866 -98,56%
    2191 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Transportes Terrestres e Hidroviários (CT-Transporte) 23.163 50.000 26.837 115,86%
    2223 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Recursos Hídricos (CT-Hidro) 1.081.901 50.000 -1.031.901 -95,38%
    2357 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor Espacial (CT-Espacial) 603.419 50.000 -553.419 -91,71%
    2424 – Fiscalização em Telecomunicações 31.510.570 37.933.641 6.423.071 20,38%
    2478 – Produção e Fornecimento de Radiofármacos no País 103.987.256 85.438.530 -18.548.726 -17,84%
    2495 – Controle de Bens Sensíveis 458.229 252.805 -205.424 -44,83%
    2997 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Saúde (CT-Saúde) 13.981.360 50.000 -13.931.360 -99,64%
    4031 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Biotecnologia (CT-Biotecnologia) 347.444 50.000 -297.444 -85,61%
    4043 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Agronegócio (CT-Agronegócio) 1.677.681 50.000 -1.627.681 -97,02%
    4053 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor Aeronáutico (CT-Aeronáutico) 1.676.784 600.000 -1.076.784 -64,22%
    4125 – Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Ciências Sociais e Naturais no Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG 8.691.890 -8.691.890 -100,00%
    4126 – Pesquisa e Desenvolvimento em Astrofísica e Astronomia no Laboratório Nacional de Astrofísica – LNA 1.876.563 -1.876.563 -100,00%
    4128 – Pesquisa e Desenvolvimento no Centro de Tecnologia Mineral – CETEM 1.957.800 -1.957.800 -100,00%
    4132 – Pesquisa e Desenvolvimento no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT 2.100.000 -2.100.000 -100,00%
    4139 – Pesquisa e Desenvolvimento no Laboratório Nacional de Computação Científica – LNCC 9.091.228 -9.091.228 -100,00%
    4148 – Apoio a Entidades para Promoção de Eventos Científicos e Tecnológicos 2.383.194 50.000 -2.333.194 -97,90%
    4156 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Petróleo e Gás Natural (CT-Petro) 8.619.744 245.000 -8.374.744 -97,16%
    4185 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Tecnologia da Informação (CT-Info) 162.141 50.000 -112.141 -69,16%
    4210 – Formulação e Gestão da Política Nacional de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações 10.000.000 5.296.336 -4.703.664 -47,04%
    4641 – Publicidade de Utilidade Pública 3.000.000 1.978.754 -1.021.246 -34,04%
    4947 – Fomento a Projetos Institucionais de Ciência e Tecnologia 778.645 68.966.320 68.187.675 8757,22%
    4949 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa na Região Amazônica (CT-Amazônia) 304.722 50.000 -254.722 -83,59%
    6147 – Cooperação Internacional em Ciência, Tecnologia e Inovação 6.123.313 2.639.356 -3.483.957 -56,90%
    6432 – Pesquisa, Desenvolvimento, Fabricação e Comercialização de Componentes Semicondutores 38.316.104 25.436.283 -12.879.821 -33,61%
    6702 – Apoio a Projetos e Eventos de Educação, Divulgação e Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação 24.976.522 11.795.711 -13.180.811 -52,77%
    8563 – Fomento a Projetos Institucionais para Pesquisa no Setor de Transporte Aquaviário e de Construção Naval (CT-Aquaviário) 1.962.916 50.000 -1.912.916 -97,45%

  • Que mico: “o peixe é um bicho inteligente, quando ele vê uma manta de óleo, ele foge”

    Que mico: “o peixe é um bicho inteligente, quando ele vê uma manta de óleo, ele foge”

    Rodrigo Pires, dos Jornalistas Livres

    O Presidente Bolsonaro fez uma live onde apenas tosse na hora de falar, vai ver que o inconsciente tá mandando ele calar a boca. No vídeo, ele tenta passar ao público a “normalidade” com os frutos do mar, ou seja, que as pessoas podem continuar consumindo peixes e crustáceos. Seria mais verossímil o presidente fazer uma moqueca com dendê e almoçar em uma live, para passar toda essa segurança que ele afirma, no consumo dos animais marinhos.

    Para rebater essa narrativa, pesquisadores da Universidade Federal da Bahia recolheram 38 espécies no litoral baiano, incluindo moluscos e crustáceos e em todos foram encontrados óleo no corpo, inclusive, no sistema digestivo dos animais. Os dados foram divulgados na quinta-feira (24) pelo pesquisador e professor Francisco Kelmo, que é diretor do Instituto de Biologia da UFBA.

    Veja as frases do des-governo do Mico:

    “O peixe é um bicho inteligente. Quando ele vê uma manta de óleo ali, capitão, ele foge, ele tem medo. Então, obviamente que você pode consumir o seu peixinho sem problema nenhum. Lagosta, camarão, tudo perfeitamente sano.”
    Jorge Seif Júnior, secretário de Aquicultura e Pesca do Governo Federal.

    “Obviamente, de vez em quando, fica uma tartaruga ali na mancha de óleo. Pra não falar que ninguém fica, né. Um peixe, um golfinho pode ficar. Mas tudo bem.”
    Jair Bolsonaro, presidente da República.

     

  • Alcântara e o acordo indigno com os EUA

    Alcântara e o acordo indigno com os EUA

    Por Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia durante o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva

     

     

    O governo Temer assinou, à socapa, um acordo chamado de “Salvaguardas Tecnológicas” com o governo dos EUA, mediante o qual cedemos nossa Base de Lançamentos de Alcântara, de localização privilegiada, e assumimos compromissos que alienam nossa soberania. O texto reproduz, quase ipsis litteris, aquele negociado pelo governo FHC e rejeitado pelo governo Lula e pelo Congresso Nacional. A assinatura de agora se fez e a tramitação no Congresso se faz, mais uma vez, sem debate com a sociedade ou audiência à comunidade científica. A grande imprensa não se motivou. E o governo do capitão tem pressa em sua aprovação, pois pretende apresentá-lo como oferenda a Trump, antes de seu filho Eduardo assumir a prometida embaixada em Washington – cargo para o qual suas qualificações são um mistério. Com o acordo o Brasil terá jogado a última pá de cal no seu programa espacial, com graves e irrecuperáveis prejuízos para sua soberania, sua economia, seu desenvolvimento e suas responsabilidades diante do Atlântico Sul.

    Após três décadas de investimentos e muitas perdas humanas, o Brasil se prepara para o réquiem de seu programa espacial, no qual investe desde 1961. Sem falar nas grandes potências espaciais, fomos seguidamente superados por países emergentes que iniciaram seus projetos em tempos contemporâneos ao nosso, como China, Índia, Israel, Coreia do Sul, Coreia do Norte e Irã.

    O Brasil não tem programa espacial completo: não domina as tecnologias nem de fabricação de satélites estacionários nem de foguetes de lançamento, e a rigor não tem base de lançamento. Na verdade, o que nos resta é uma área favorecida geograficamente que, ao preço de banana, cedemos aos interesses estratégicos dos EUA.

    Diferentemente do que crê o senso comum, mantido desinformado, programa espacial não é sinônimo de ficção científica, tampouco necessidade exclusiva de um restrito grupo de nações endinheiradas: as comunicações civis e militares, a vigilância das fronteiras terrestres e marítimas, o sensoriamento geral do território, a pesquisa do subsolo, a vigilância ambiental, a previsão do tempo, tudo isso hoje depende de programa espacial. Quem não o tem, é obrigado a alugar os serviços de terceiros e assim pagar pela espionagem de si mesmo. Hoje nosso programa de satélites é desenvolvido em parceria com a China, sem notícia de transferência de tecnologia. Os satélites (programa CBERS) partem de base de lançamento chinesa e levados ao espaço por foguete chinês. A China, que iniciou seu programa em 1956, já em 2002 levava o homem ao espaço.

    O objetivo dos EUA, nesse acordo, dito simplesmente de “Salvaguardas Tecnológicas”, mais do que dispor de uma base de lançamentos (de que não carecem), é impedir que o Brasil tenha seu próprio programa espacial, pois isso não é permitido em seu “quintal”, e somos seu “quintal” hoje, também por decisão do atual governo, subalterno aos seus interesses.

    As razões para o veto ao nosso programa são de ordem geopolítica. Faça-se justiça às autoridades americanas: elas jamais negaram esse intento. Quando das negociações do Brasil com a República da Ucrânia, visando à criação da Alcântara Cyclone Space – binacional destinada à produção conjunta de um foguete lançador, o Cyclone-4 – e seu lançamento a partir de Alcântara, os EUA informaram àquele país que não se opunham ao projeto, desde que não houvesse transferência de tecnologia, mas que continuavam entendendo que o Brasil não deveria ter programa espacial. Era um veto explícito, com todas as consequências óbvias. Quando a binacional Alcântara Cyclone Space – ACS, da qual fui diretor brasileiro, se instala e começa a funcionar, o Departamento de Estado comunica a prévia proibição de lançamento, de nossa base, de satélite (e este era o objetivo da joint venture) contendo qualquer sorte de equipamento de origem estadunidense, o que, de saída, nos afastava de algo como 60% do mercado internacional de lançamentos.

    Pelo acordo, ao fim e ao cabo, o Brasil não adquirirá tecnologia, não produzirá tecnologia e não disporá seja de veículos lançadores, seja de satélites. Sua única riqueza é a localização privilegiada de Alcântara, cedida.

    Tudo isso está documentado em telegramas que o Departamento de Estado enviou à sua embaixada em janeiro de 2009 e vazados pelo WikiLeaks em 2011.

     

    Sem transferência de tecnologia

    O objetivo do acordo é impedir que o Brasil tenho acesso à tecnologia de lançamentos – de que tanto necessita, como demonstra a frustração do projeto do VLS – e, assim, desenvolva seu próprio programa, limitadamente comercial. O acordo, que o Congresso está prestes a aprovar, não só proíbe o Brasil de ter acesso à tecnologia dos EUA, como à de qualquer país com o qual venha a estabelecer acordo. O texto que está no Congresso estabelece que o Brasil firmará (o teor é imperativo) acordos com outros países nos mesmos termos do firmado com os EUA, ou seja, impeditivos de transferência de tecnologia. Proíbe mesmo que o Brasil venha a utilizar em seu Programa recursos provenientes de acordos semelhantes. O item 2 do Artigo III determina que “O Brasil (…) não poderá usar tais recursos [provenientes da cessão da base] para aquisição, desenvolvimento, produção, teste, emprego ou utilização de sistemas da Categoria I do MTCR (…)”, ou seja, mísseis capazes de carregar carga útil de 500 quilos a uma distância de mais de 300 quilômetros. MTRC é a sigla inglesa de Regime de Controle de Mísseis, ou, Missels Tecnhology Central Regime.

    O rol de restrições unilaterais – e eis a grande característica do Acordo, a unilateralidade de direitos norte-americanos contra obrigações, e só obrigações brasileiras – nos impede de firmar outros acordos (Artigo III) com países que uma das partes tenha designado como terrorista. Ficamos, assim, à mercê das conveniências estratégico-militares dos EUA que podem considerar quem quiser e a qualquer tempo como “terrorista”, como já consideraram o Iraque e podem amanhã considerar a China. Não param aí as restrições, e aqui não é possível arrolá-las todas. Assim, pela Alínea B do mesmo Artigo III, o Brasil se compromete a não permitir o ingresso de “equipamentos, tecnologias, mão de obra ou recursos financeiros no Centro Espacial de Alcântara oriundos de países que não sejam parceiros membros do MTCR”. Entre os muitos países ausentes do MTRC estão a China, com quem partilhamos o programa CBERS de desenvolvimento de satélites, e Israel.

    Os negociadores brasileiros, que tudo aceitam, não nos resguardam do mau uso da Base pelos EUA – notoriamente, a nação mais belicosa que a humanidade já conheceu. O acordo não faz referência a prévio licenciamento ambiental, nem a salvaguardas brasileiras quanto ao conteúdo importado e embarcado pelos EUA. Não há proibição de uso militar, de transporte de ogivas nucleares ou de lançamento de gases tóxicos ou nocivos à saúde humana ou ao meio ambiente.

     

    Diga adeus à Soberania

    O Brasil não poderá inspecionar, visualmente, as cargas destinadas aos veículos lançadores dos EUA. O Artigo VII dispõe que os equipamentos lançadores dos EUA serão transportados e ingressarão no Brasil em containers fechados e lacrados; de seu conteúdo as autoridades brasileiras receberão, tão só, declaração das autoridades americanas. Caso requerido pelo Brasil, esses containers somente poderão ser abertos por participantes norte-americanos (cujo numero não é limitado) que não podem autorizar exame técnico ou inspeção visual. Que resta às nossas autoridades além de nada – nem mesmo autoridade?

    Há mais limitações ao exercício da soberania brasileira em Alcântara.

    São criadas as “Áreas restritas” (item 14 do Artigo II) “às quais o governo do Brasil (…) somente permitirá acesso a pessoas autorizadas pelo governo dos EUA, a fim de assegurar que de maneira ininterrupta possam monitorar, inspecionar e controlar o acesso”. O item VI ordena: “O acesso a áreas restritas deverá ser controlado pelo governo dos EUA (…) pelos licenciados norte-americanas, por meio de crachás a serem elaborados pelo governo dos EUA”.

    O item 3 do Artigo VI diz que “O Brasil deverá (sempre o caráter impositivo) permitir que servidores do governo dos EUA (…) tenham acesso, a qualquer tempo, para inspecionar nas áreas Controladas, nas áreas Restritas ou em outros locais (…); tais inspeções ou verificações poderão ocorrer sem aviso ao governo do Brasil ou da representação brasileira”.

    Trata-se, pois, de acordo leonino, que só interessa a uma das partes pois apenas uma assegura direitos que são exercidos sobre a renúncia da outra parte. O país é posto de cócoras. O acordo, além de humilhante, é o atestado de óbito de nosso Programa Espacial. Fiquem claras, para o registro das responsabilidades históricas, as consequências da aprovação, iminente, desse mostrengo que a diplomacia brasileira, em sua hora mais triste, acaba de ressuscitar. E fique claro o comprometimento de nossas forças armadas, com seu silêncio aprovador. O Brasil será o único país em suas dimensões e sua importância política a renunciar a ter um programa espacial.

    E Continua a razia Em mais uma ação lesiva ao funcionamento do já abalado Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, o governo prossegue em seu projeto de fundir a CAPES e o CNPq em uma só autarquia vinculada ao MEC, além de transformar a FINEP em uma carteira do BNDES. Os dois absurdos são defendidos pelo estapafúrdio ministro da Educação e contam com a aquiescência do MCTI.

    Alcântara, Maranhão, será entregue para os americanos
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