Jornalistas Livres

Categoria: Mobilidade

  • VÍDEO: Ato contra o aumento da tarifa – 12/01/2016

    VÍDEO: Ato contra o aumento da tarifa – 12/01/2016

    O ato contra o aumento das tarifas de metrô, trem e ônibus da última terça-feira, 12/01, foi marcado pela dura repressão policial. A PM chegou ao local marcado antes mesmo dos manifestantes, bloqueou as vias e não permitiu que a manifestação seguisse o trajeto deliberado em assembléia. Cercadas, as pessoas foram atacadas com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.

    Infelizmente, as cenas do vídeo aqui publicado já estão se tornando cotidianas na cidade de São Paulo. Fica evidente mais uma vez o despreparo (talvez seja mais acurado dizer “má vontade”) da Polícia Militar para lidar com manifestações populares, com os direitos do povo, afinal com a democracia.

    Os Jornalistas Livres seguimos na luta contra a violência e os abusos policias, pela democracia e pelos direitos humanos.

    Imagens e reportagem: Adolfo Garroux, Eduardo Nascimento, Flávio Colombini, Flávia Gianinni, Frederico Elias, João Ramirez, Katia Passos, Laura Capriglione, Ligia Roca, Luciana Santos, Lucas Porto, Vitório Tomaz e Sato do Brasil.
    Edição de vídeo: Henrique Cartaxo.

  • #AoVivo | Manifestação contra o aumento da tarifa em São Paulo | 12/01/2016

    #AoVivo | Manifestação contra o aumento da tarifa em São Paulo | 12/01/2016

    Manifestantes lutam contra o aumento de R$3,50 para R$3,80 nas passagens de metrô, trem e ônibus em São Paulo


    20h53 – Encerramos agora nosso live-blogging, acompanhe as próximas notícias também na página do facebook.

    20h47 – Trânsito na av. Consolação está sendo retomado. Ainda há muitos policiais no local

    20h41 –  Av. Paulista continua fechada, não há mais nenhum manifestante no local.

    20h38 – Jovens estão sendo revistados na rua Sergipe e na rua Piauí.

    20h36 – Jovens são encurralados na rua Sergipe, entre as avenidas Angélica e Consolação.

    20h30 – Pessoas se protegem da polícia no Instituto Cervantes .Confira o vídeo.

    20h26 – Confira o vídeo do início do massacre na av. Paulista protagonizado pela PM.

    20h22 – Todas as estações de metrô estão abertas normalmente.

    20h15 – PM isola a praça Roosevelt, na região Central.

    20h11 – Cruzamento das av. a Ipiranga com a São Luís fechado por policiais.

    20h08 – Clima tenso no centro. Comboios de policiais chegando.

    20h02 – PM usa bombas contra manifestantes no bairro de Higienópolis.

    19h52 – Tropa de choque ainda lança algumas bombas mesmo com a avenida esvaziada e manifestantes machucados sendo socorridos.

    19h45 – Pânico para quem tentou se proteger no Instituto Cervantes, manifestantes relatam que bombas foram lançadas dentro do local.

    19h29 – Policiais ameaçam quem tentou se proteger nos prédios da região, alguns feridos.

    19h29 – Muitos correm pela avenida Consolação, sentido Centro.

    19h26 – Manifestantes correm para se defender, bombas não param de ser lançadas. Paulista completamente cinza de gás lacrimogêneo.

    19h22 – PM começa a lançar bombas contra os manifestantes.

    19h20 – Grupo tenta negociar trajeto mas PM proibiu os manifestantes seguirem para o Largo da Batata.

    19h14 – Alguns manifestantes tentou furar cerco para seguir via Rebouças mas foi impedido com cacetetes.

    19h08 – Manifestantes continuam encurralados na praça do Ciclista, cerco policial dos dois lados.

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    18h52 – Em jogral, manifestantes reclamam que a PM não permitiu que o ato seguisse o curso até o Largo da Batata pela av. Rebouças.

    18h40 – O ato continua parado, manifestantes não sabem se poderão seguir em caminhada devido aos bloqueios policiais.

    18h29 – Compondo a força policial para o ato de hoje está o “Tanque Guardião” da Tropa de Choque. Veja o vídeo no link.

    18h18 – PM sai do meio da avenida e se desloca para reforçar as duas pontas de acesso à Paulista.

    18h07 – Manifestantes são impedidos de chegar a av. Paulista devido aos bloqueios policiais nas principais ruas que cortam a avenida.

    17h45 – Um manifestante foi detido e levado  para delegacia.

    17h41 – Avenidas Rebouças, Consolação e Paulista seguem fechadas.

     

    17h38 – Av. Consolação também foi fechada pela polícia.

    17h30 – Cerca de 1000 manifestantes já se encontram na concentração do ato.

    17h27 – Dois sentidos da av. Paulista fechados por policiais.

    17h00 – Início do ato marcado na Praça do Ciclista, na Av. Paulista.

    16h50 –  PMs revistam alguns manifestantes que chegam ao local.

    16h45 – Policiais da Força Tática fecham a av. Rebouças em ambos os sentidos.

    16h20 – Polícia Militar chega com antecedência à Praça do Ciclista, na Av. Paulista. Destacamentos da ROTA, Rondas Ostensivas Tobias Aguiar e Força Tática, já estão presentes em grande número.

     

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    Saiba aqui como foi o ato do dia 08/01.

  • PM forja evidência contra manifestante | Vídeo na integra

    PM forja evidência contra manifestante | Vídeo na integra

    O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que é “uma armação” o vídeo divulgado pelos Jornalistas Livres, em que um policial aparece colocando supostos explosivos na mochila de um manifestante detido no ato contra o aumento das tarifas, no dia 8 de janeiro.

    Na mesma entrevista, o secretário solicita que o vídeo divulgado pelos Jornalistas Livres seja publicado na íntegra, sem edição. Em atenção ao pedido do secretários, divulgamos o vídeo sem cortes, que contém 23 minutos de duração ininterrupta. Ouça a entrevista do secretário no link a seguir: https://goo.gl/GuU7ap e assista ao vídeo na íntegra.

     

  • Empresa de ônibus demite todos os cobradores para aumentar seu lucro

    Empresa de ônibus demite todos os cobradores para aumentar seu lucro

     

    Por Filipe Olivieri e Gabriely Araujo, especial para os Jornalistas Livres

    photo265521480059693087Percorremos diversas vezes os trajetos entre o Cemitério de Pinheiros/Móoca e Tremembé/Tatuapé e presenciamos o motorista parar em avenidas estreitas para poder receber o dinheiro e dar o troco para o passageiro, o que paralisou o trânsito. Já quem tem bilhete único passa direto pela catraca. Quando o veículo estava lotado alguns passageiros tiveram que descer para que outro pudesse dar o dinheiro para o motorista.

    “[Só] da linha da gente disseram que foi 95”, diz Maria José da Rocha, uma das demitidas que cumpriu aviso prévio até o fim de dezembro. Ela trabalhou por 20 anos na antiga Cooperativa Fênix e atual Spencer Transporte, que opera 18 linhas de grande percurso que ligam a zona Norte à zona Leste e Oeste da cidade.

    Um motorista que continua na empresa e não quis se identificar, estima um número maior: “Se juntar as duas garagens da Spencer daria em torno de 600 carros, como são dois cobradores por carro, há em torno de 1.200 demitidos”.

    Na câmara dos vereadores da cidade, foi aprovada em setembro de 2015 em primeira votação um projeto de lei que assegura a obrigatoriedade dos cobradores. Tanto o motorista quanto Maria, no entanto, confirmaram que, além dos outros funcionários, duas gestantes foram demitidas. A empresa não respondeu ao pedido de informações sobre as demissões.

     

    SEGURANÇA

    Clarisse Ortigosa, bióloga, sofreu uma tentativa de assalto dentro de um ônibus da empresa. Ela diz que a presença do cobrador coibiria eventuais assaltos “desde que não estivessem armados, porque aí teria uma pessoa a mais olhando”.

    Sua maior preocupação, porém, é com o acúmulo das duas funções pelo motorista: “O trabalho a mais que o motorista vai ter de cobrar passagem, dar troco, passar bilhete único, isso pode até causar acidente”.

    CONSÓRCIO

    A Spencer faz parte do Consórcio Transnoroeste junto com a empresa Nortebuss, que opera mais 80 linhas e transporta cerca de 60 mil pessoas por dia, segundo o site da empresa. Embora ainda não tenha demitido os cobradores, a Nortebuss já equipou todos os ônibus com validadores ao lado do motorista.

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    O consórcio foi contratado pela prefeitura em julho de 2015 com dispensa de licitação. A prefeitura de São Paulo não permitiu dar vistas no processo licitatório na última sexta-feira (8) e justificou que ele estaria em trânsito entre a SMT e SPTrans, mas ainda não havia registro que já teria sido recebido pelo outro órgão.​

  • Povo contra o aumento. Polícia contra o povo

    Povo contra o aumento. Polícia contra o povo

    Por Oscar Neto, especial para os Jornalistas Livres

    Foto: Lucas Martins
    Foto: Lucas Martins

    “O maior astral”. Assim começou o primeiro ato do ano contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trem em São Paulo. Alguns milhares de pessoas partiram da frente do Theatro Municipal pelas ruas do centro com bandeiras, faixas, baterias e muita disposição para questionar mais um revés para a população, já cansada – e infelizmente acostumada – com tantos reajustes.

    E eles foram. Desceram a rua Conselheiro Crispiniano, contornaram o Largo do Paissandu, desceram o início da avenida São João e, finalmente alcançaram o Vale do Anhangabaú. Palco de tantas manifestações populares históricas, a grande calçada do Vale já estava tomada pelo povo.

    Segundo o MPL (Movimento Passe Livre), que convocou a passeata, 30 mil pessoas. Segundo a PM (Polícia Militar), cerca de três mil. Na opinião de outros manifestantes ali presentes, não mais do que dez mil.

    Foto: Alex Terto
    Foto: Alex Terto

    Além do MPL, estavam presentes movimentos populares, algumas frentes de partidos políticos, organizações feministas, estudantes universitários e secundaristas, associações de trabalhadores.

    A paz era plena. O Gapp (Grupo de Apoio ao Protesto Popular), que desde 2013 presta primeiros socorros a manifestantes feridos, estava presente. Mas a única ocorrência até aquele momento foi a de um morador de rua com um profundo corte no pé por um motivo que nada tinha a ver com as pessoas que ali se manifestavam.

    Foto: Ligia Roca
    Foto: Ligia Roca

    Com cerca de meia hora de passeata, a linha de frente começava a entrar na avenida 23 de maio, sentido à zona sul, que estava bloqueada ao trânsito dos veículos para que o ato pudesse passar. Neste momento, tudo mudou. O objetivo do movimento era “trancar” a 23, tática conhecida como “trancaço”, amplamente usada pelos estudantes das escolas ocupadas. Parte das pessoas entrou na pista sentido zona norte, em meio aos carros, e imediatamente a pancadaria começou.

    A violência policial veio com tudo. Dezenas de bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas, primeiramente contra um grupo mais animado de manifestantes e, em seguida, a esmo, para cima, para os lados, na imprensa, em quem passasse na rua. Muita gente passou mal, vomitando.

    A polícia atuou em frentes para dispersar qualquer possibilidade de reorganização do protesto. Muitas pedras eram arremessadas contra os oficiais. Na verdade, a confusão era tanta que jornalistas e fotógrafos precisaram se esconder para não serem atingidos pelos objetos lançados.

    Foto: Sato do Brasil
    Foto: Sato do Brasil

    No meio do campo de guerra, um grupo de PMs ficou “esquecido” na avenida, exatamente abaixo do acesso que conecta o Terminal Bandeira ao metrô Anhangabaú. Acuados, eles foram apedrejados por transeuntes comuns, que não participavam da passeata, mas não escondiam a raiva anti-PM. Muitas pedras foram lançadas contra o pelotão, que só se protegeu. Um policial saiu com o rosto sangrando.

    Foto: Oscar Neto
    Foto: Oscar Neto

    A resposta foi, como sempre, totalmente desequilibrada. A tropa de choque disparou mais bombas para o alto e algumas delas tinham como alvo o acesso ao Terminal. Centenas de pessoas que nada tinham a ver com a guerra sofreram com a cegueira e com os efeitos sufocantes e nauseantes do gás lacrimogêneo. Também era possível escutar o som dos tiros das perigosas balas de borracha.

    Foto: Sato do Brasil
    Foto: Sato do Brasil

    A partir daí, outros pontos de ataque policial ocorreram em locais diferentes do centro, chegando inclusive à avenida paulista. Algumas agências bancárias foram depredadas e muito lixo foi incendiado e jogado ao meio da rua.

    Rescaldo
    No rescaldo da noite de guerra, a cidade cheirava a pólvora, as pessoas estavam apavoradas, havia muita reclamação dos transeuntes quanto à ação policial desmedida. Sonoras vaias e xingamentos eram escutados a cada vez que uma viatura passava.

    A SSP (Secretaria de Segurança Pública) divulgou que 17 pessoas foram presas “por práticas criminosas” que incluíam o porte de explosivos. Eles foram encaminhados para o 2º e 78º distrito policial. No entanto, os Jornalistas Livres gravaram com exclusividade o momento em que policiais colocam supostos artefatos explosivos dentro da mochila de um manifestante detido perto da Praça Roosevelt.

    Amanhã vai ser maior
    Assim como tem sido de costume, o começo do ano promete ser mais violento nos próximos dias. Para quem pretende comparecer aos protestos que deverão ser convocados nos próximos dias (já se fala no dia 12), recomenda-se todo cuidado. Depois que a primeira bomba é disparada, não importa quem você é e o que está fazendo ali. Você também se torna um alvo.

    #TarifaZero
    #AumentodaPassagem
    #3e80NAO

  • Juíza manda soltar Matheus Machado Xavier

    Juíza manda soltar Matheus Machado Xavier

    São Paulo, 9 de janeiro – A juíza de Direito Tonia Yuka Koroku decidiu há pouco relaxar a prisão em flagrante, e expedir alvará de soltura em favor de Matheus Machado Xavier, 19 anos, ativista do Movimento Passe Livre (MPL).

    Segundo a juíza, a prisão merecia ser relaxada porque “há dúvidas quanto a se o indiciado realmente portava os explosivos” de que a Polícia Militar o acusa.

     

    Lembramos que os Jornalistas Livres publicaram na noite de sexta-feira (8/1) vídeo mostrando um PM colocando na mochila de Matheus um material suspeito, tido como explosivo, que havia sido encontrado junto a um poste.
    A PM, por seu lado, apresentou à juíza um outro vídeo, em que aparece um jovem jogando coquetéis molotov. Mas a doutora Tonia disse que “as imagens não são conclusivas” no sentido de permitir “o reconhecimento de um verdadeiro flagrante”.

    E ela conclui dizendo que “nada impede que a autoridade policial, prosseguindo nas investigações, obtenha indícios ou provas de delitos praticados pelo indiciando, mas a prisão em flagrante não pode prevalecer, eis que ausentes os requisitos do artigo 302 do Código de Processo Penal.”
    Em entrevista aos Jornalistas Livres, a advogada Nina Cappello Marcondes, do Movimento Passe Livre, disse:

    “Foi fundamental a publicação do vídeo dos Jornalistas Livres, para impedir o prosseguimento de uma terrível injustiça.”

    Confira o vídeo: