Jornalistas Livres

Categoria: Brasília

  • Lição de coragem e Democracia: dois alunos do Colégio Bandeirantes exigem Lula Livre bem ao lado de Bolsonaro

    Lição de coragem e Democracia: dois alunos do Colégio Bandeirantes exigem Lula Livre bem ao lado de Bolsonaro

    Por Laura Capriglione e Lina Marinelli, dos Jornalistas Livres

     

    “E este movimento do pessoalzinho aí que eu cortei verba, o que vocês acharam?”, indagou Jair Bolsonaro a um grupo de 36 alunos do Colégio Bandeirantes, o Band, como a escola é carinhosamente chamada, que faziam uma excursão pela Capital Federal neste sábado (18).

    “Um lixo. A gente é estudante de verdade. A gente estuda”, respondeu um dos alunos.

    A imprensa deu destaque para a frase do aluno chamando seus colegas das escolas públicas e de várias particulares de “lixo”. Deu voz para os estudantes gritando “Ô Bolsonaroooo, cadê você, eu vim aqui só pra te ver”.

    Seria a prova de que, ali, onde se pratica um ensino hiper-competitivo, todos os alunos e professores endossam os cortes de 30% nos orçamentos das universidades e institutos federais de ensino. Só que não.

    O que não se mostrou, o que a assessoria de imprensa de Bolsonaro escondeu e o Colégio Bandeirantes convenientemente deletou foi a “foto pra posteridade” do encontro de Bolsonaro com os alunos. Por quê?

    Porque ali, no meio de tanta festa, de tanta balbúrdia, de tantos sorrisos perfeitos de estudantes brancos, 15-16 anos, frequentadores de uma escola de elite, que cobra mensalidades de R$ 4.000… Ali, bem pertinho de um Bolsonaro “simplão” na medida certa, de sandália, short amarelo e a camisa do segundo uniforme da Seleção Brasileira, feliz por ainda receber algum apoio quando até mesmo os entusiastas de sua candidatura pulam do barco… Bem, ali, no meio da festa, dois estudantes tiveram a coragem de destoar da farra, conscientes de que não há o que comemorar no Brasil dos nossos dias.

    Trata-se de Ivan, de 15 anos, e G., de 16 anos, que corajosamente, no meio da euforia juvenil do presidente e seus fãs, ousaram desafinar o coro dos contentes e fazer um “L” perfeito, “L” de Lula Livre, contra o desmanche da Educação e a destruição de direitos, que Bolsonaro representa.

    Tem mais: quatro alunas não quiseram sair na foto-felicidade e retiraram-se, chorando.

    Mauro de Salles Aguiar, diretor presidente do Colégio Bandeirantes, apoiou o presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições (fez campanha contra Fernando Haddad e o PT), além de explicitamente endossar a candidatura da atual senadora Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, enviando propaganda aos pais.

    Para ele, os Jornalistas Livres enviaram o seguinte questionamento:

    Prezado professor Mauro Aguiar,

    Estamos escrevendo uma reportagem sobre o encontro do presidente Jair Bolsonaro com os estudantes do Colégio Bandeirantes, neste sábado (18).

    Segundo uma mãe de aluno essa atividade de visita a Brasília é realizada todos os anos. Havia outros colégios visitando o palácio no mesmo momento, mas o presidente resolveu conversar apenas com os seus alunos. Por quê?

    O senhor apoiou o presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições (fez campanha contra Fernando Haddad e o PT), além de apoiar a candidatura da atual senadora Mara Gabrilli, do PSDB. Qual a sua opinião sobre a Escola Sem Partido, projeto tão caro ao presidente Jair Bolsonaro?

    Gostaríamos de entrevistar o estudante que trava o diálogo a seguir com o presidente. Claro que isso seria feito com a anuência dos pais ou responsáveis. O senhor poderia intermediar esse contato?

    Aqui o diálogo:

    “E este movimento do pessoalzinho aí que eu cortei verba, o que vocês acharam?”, indagou Jair Bolsonaro a um grupo de 36 alunos do Colégio Bandeirantes, uma das escolas mais caras de São Paulo, que faziam uma excursão pela Capital Federal neste sábado (18).
    “Um lixo. A gente é estudante de verdade. A gente estuda”, respondeu um dos alunos.”

     

    Hoje, domingo (19), os meninos e meninas do Band chegarão a São Paulo, vindos de avião de Brasília. No saguão do desembarque, a mãe de Ivan, Fabiana Kelly, estará com outras mães, para levar uma mensagem de tolerância e amor a todos os alunos, e de solidariedade a Ivan e aos demais membros da comunidade escolar que se sentiram usados e ultrajados pela propaganda pró-Bolsonaro.

    “Eles não autorizaram que tivessem suas imagens juvenis usurpadas pela máquina de campanha do presidente.”

    “Mas nossos cartazes são de amor e de ênfase no diálogo. O bullying com quem pensa diferente de nós é um caminho sem volta para a barbárie”, diz Fabiana.

     

    Nesta segunda-feira (20), o Colégio Bandeirantes enviou à imprensa a seguinte nota, que reproduzimos na íntegra:

    “Há 6 anos, os estudantes do ensino médio do Colégio Bandeirantes fazem uma viagem para Brasília. Acompanhados de professores de história e geografia, os alunos têm a oportunidade de conhecer o Palácio da Alvorada, o Senado, a Catedral Metropolitana de Brasília, entre outros espaços. A proposta é promover uma vivência em lugares onde a política brasileira acontece, saber mais sobre personagens da história do Brasil e, ainda, desfrutar da arquitetura e da arte presentes na capital. Para a surpresa da equipe pedagógica e dos próprios jovens, pela primeira vez, um Presidente da República  recepcionou-os de forma não programada e casual. Sem restrição ideológica, a instituição valoriza a pluralidade, o pensamento crítico e a liberdade de expressão de sua comunidade de estudantes.”

     

     

  • A militarização das escolas públicas no DF e o ataque generalizado da extrema direita ao pensamento crítico.

    A militarização das escolas públicas no DF e o ataque generalizado da extrema direita ao pensamento crítico.

    Uniformes militares, cabelos curtos para meninos, meninas de coque, hasteamento da bandeira e execução do hino nacional, aulas de educação moral e cívica sob a orientação de policiais e bombeiros responsáveis pelo comando disciplinar das escolas. Esse é o projeto piloto que está sendo implementado em quatro escolas públicas do DF desde as volta às aulas, no dia 11 de fevereiro.

    “Vocês vão aprender alguns aspectos da doutrina militar, a prestar continência, a marchar”, adiantou o major Edney Freire, responsável pela administração e disciplina do colégio Centro Educacional (CED) 7, em Ceilândia (que agora passará a se chamar Colégio da Polícia Militar de Ceilândia).

    Ao contrário do que vem sendo dito pela Secretaria de Estado de Educação  do DF (SEEDF), e divulgado amplamente pela mídia (Rede Globo), a Gestão Compartilhada (nome dado à militarização das escolas) não está sendo um processo democrático e, segundo relatos de professores e do Sindicato dos Professores (SINPRO), está em curso um golpe contra professores, estudantes e as comunidades escolares. As assembléias que votaram pela militarização (em 3 das 4 escolas a “comunidade escolar” votou “sim” para a militarização”, mas o SIMPRO alega que tais votações não foram legítimas.

    Segundo o regimento que trata dos critérios para a realização e convocação de assembleias extraordinárias,  qualquer convocação precisaria garantir no mínimo 15 dias de ampla divulgação. Somente por esse critério as assembleias já estariam completamente deslegitimadas. A ampla divulgação não foi realizada, as assembléias foram “convocadas” com cinco dias de antecedência e em período de férias escolares, quando muitas famílias, professores e alunos não se encontram na cidade.

    Alunos de escola pública no primeiro dia de aula no DF
    Policiais recebem alunos no primeiro dia de aula no DF

    A iniciativa golpista dos setores que apoiam a intervenção militar nas escolas do DF teria se dado diante da firme oposição do corpo de professores que compõem essas escolas. “Precisaram descumprir as normas do regimento de convocação das assembléias pois, diante de um debate amplo com a comunidade escolar, a falácia da Gestão Compartilhada cairia por terra, não só nas quatro escolas escolhidas inicialmente, mas também nas outras 187 escolas do DF, como prevê o governo bolsonarista de Ibaneis”, dizem os professores.

    Assembléia controlada pela PM

    O golpe das assembleias, nas férias escolares, teve seu primeiro capítulo no CED 308 do Recanto das Emas, quarta escola vítima da militarização. No dia 30/1, o diretor Márcio Jesus Faria, teria convocado uma “assembleia” apenas com uma parte da comunidade escolar, selecionada a dedo as pessoas favoráveis à militarização, e chamou a Rede Globo para cobrir a votação e pegar depoimentos. As pessoas favoráveis a militarização chegaram, no dia da voltação, carregando faixas de apoio à polícia militar, o que é, segundo relatos de professores, incomum. A Polícia Militar também foi chamada, para dar “segurança” para as pessoas que iriam votar. e para tentar inibir qualquer oposição à assembléia. Os professores do CED 308 contrários à militarização não foram convocados, tampouco o sindicato da categoria, o SINPRO.

     

    Ditadura militar no MEC

    Para levar a frente a militarização de escolas públicas, duas medidas foram essenciais: a criação da Secretaria Nacional pela Militarização das Escolas e a Militarização do Ministério do MEC (Ministério da Educação), por meio da nomeação de militares para a pasta. Veja a lista abaixo:

    • General Francisco Mamede de Brito Filho – chefe de gabinete do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
    • Coronel Robson Santos da Silva – assessor especial do ministro da Educação.
    • Tenente-coronel Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior – diretor de política regulatória da Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior.
    • Coronel-aviador Ricardo Wagner Roquetti – Secretaria-executiva do MEC.
    • Miranda Freire de Melo – Oficial da reserva não remunerada da Marinha Eduardo  – Secretário-executivo adjunto.
    • Luiz Tadeu Vilela Blumm – Coronel da reserva remunerada dos bombeiros – Diretor de gestão de fundos e benefícios do FNDE, Coordenador do financiamento estudantil oferecido pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
    • Coronel da reserva Sebastião Vitalino da Silva– Coordenação-geral de materiais didáticos da SEB (Secretaria de Educação Básica). (Expectativa)

    General Oswaldo de Jesus Ferreira – Presidência da Ebserh, responsável pelo gerenciamento dos hospitais universitários federais de todo o país.

    A intervenção militar nas escolas faz parte de uma estratégia maior – liderada pelo governo Bolsonaro -de ataque à educação pública, como já foi anunciado pelo governo federal, a ideia é acabar com a alfabetização escolar, implementar a educação à distância e privatizar universidades públicas.

    Deputado Distrital da REDE elaborou um Projeto de Decreto que tentará impedir a militarização das escolas do DF

    Para impedir a continuidade do projeto  que militariza 4 escolas do DF, o Deputado Distrital Leandro Grass (REDE-DF), elaborou um Projeto de Decreto que foi levado, na tarde desta terça-feira (12), à CCJ (Comissão de Constituição e justiça) e CESC (Comissão de Educação Saúde e Cultura) da CLDF (Câmara Legislativa do DF). O projeto de Grass foi recusado pela Câmara Legislativa. Alguns professores manifestaram indignação e foram retirados da Câmara. 

    E segue o ataque da extrema direita ao pensamento crítico!

    Saiba mais no site do SIMPRO-DF: www.sinprodf.org.br

  • Galeria: posse de Jair Bolsonaro como presidente

    Galeria: posse de Jair Bolsonaro como presidente

    Os Jornalistas Livres acompanharam a posse de Jair Messias Bolsonaro em Brasília no dia 01/01/2019. Os fotógrafos Matheus Alves, Leonardo Milano e Lucas Martins capturaram algumas cenas das pessoas que acompanhavam o cerimonial que aconteceu no Congresso e no Palácio do Planalto.

    A cerimônia começou as 08:00h quando as diversas barreiras de revista, instaladas ao longo de toda a Esplanada, foram abertas e durou até cerca das 19:00h.

    Impressões

     

    Matheus deixou o seguinte relato:
    “Às vezes eu olho as fotos que fiz e me pergunto: por que diabos eu fui num lugar desse? É, ainda não sei.
    O momento que representaria a festa da democracia que é a posse de um presidente eleito, foi marcado pelas mensagens mais antidemocráticas que já pude ver por metro quadrado. Para eu, um homem negro, que se desafiou a fotografar o momento mais bizarro da democracia brasileira, com exceto a eleição de Jair Bolsonaro, alguns desses símbolos doeram no coração.
    Pra começar a primeira imagem que apareceu na minha frente era aquele padrão kit meme madame + poodle andando pela rua, com uma regata de cores camufladas, como as do exército. Por um momento quis rir com uma amiga fotógrafa que estava ao lado e me acompanhou durante toda a cerimônia de posse, mas logo veio em mente o quão preocupante é essa situação toda. Ao entrar na Esplanada dos Ministérios, me deparei com duas filas quase quilométricas de pessoas esperando por uma revista policial ‘atípica’ pra quem estreava na capital federal. Sem paciência pra ‘isso daí’, muita gente ficou indignada (“porra, tá achando que eu sou petista? tira essa revista aí, pô”) e desistiu de esperar, voltando para a rodoviária e possivelmente comendo o tal “Pastel Bolsonaro”, ofertado pela pastelaria Viçosa, também acusada de transfobia em seus dois pontos na rodoviária.  Mais a frente, rumo a segunda barreira policial, vejo um casal feliz fazendo uma selfie. O homem, com uma bandeira do Brasil monarquico estampada em suas costas como uma ‘capa de super homem’, contrastava com as cores da grama e o azul dialogava com duas placas logo atrás, que celebravam os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mostrando a contradição grandiosa que esse tempo representa para o povo brasileiro.
    A esquizofrenia de um público que se diz nacionalista e cheio de saliva ácida que destilava todo seu cuspe para falar das políticas de relações internacionais dos governos anteriores, colocou as bandeiras dos países vizinhos no lixo, exaltando a bandeira dos EUA, o país símbolo do imperialismo mundial. As camisetas com “meu partido é o Brasil”, frase tão comum entre as ornamentações feitas pelos fanáticos, destoava quando misturada com as cores vermelha, azul e branca, fazendo que eu me perguntasse:
    “cadê a bandeira do Brasil?”
    O show de horrores continuava a mil: Bolsonaro desfilava rumo ao Palácio do Planalto aos gritos de “mito!, mito!” enquanto passara por uma frase escrita “Lula Livre” no asfalto, também reforçada de forma engraçada por um dos cavalos que se revoltou e chegou a trombar com o carro que carregava o ~capitão~, que ficou assustado e logo disfarçou. Segurei o riso, afinal, era eu contra uns 90 mil deles.
    Chegando no palácio, Temer aparece posicionado esperando por Bolsonaro na porta do Planalto através de um grande telão de led. O público vaiava… vish! “Fora Temer!” “Ladrão!” “Sanguessuga!” era o que mais se ouvia dali, que logo em seguida mudava seus gritos e comemorava quando seu presidente aparecia meio segundo depois.
    Passando o rito do planalto, o público saia da praça dos três poderes. O sol quente, o céu médio nublado e a falta de vento, provocaram uma série de desitratações que fizeram os desabituados ao cerrado passarem mal. O fluxo de gente era grande o suficiente para as filas dos tanques de água potável serem furadas pelos ‘cidadãos de bem’, que pouco se importavam com a necessidade do próximo de beber um copo d’água. No geral, a posse que vi foi uma verdadeira mistura de inconsciência, caricatices e a demonstração de que o ‘zap zap’ fez um ótimo trabalho de lavagem cerebral naqueles que, por exemplo, desfilaram com uma bandeira LGBT estampada com o rosto de Jair Bolsonaro. No fim da tarde, a vestimenta em verde e amarelo, se misturou com o vermelho – não da bandeira, mas da pele daquelas pessoas tão brancas que de tanto sol, ficaram tão vermelhas quanto; da maquiagem borrada e do sapato nas mãos como o fim de uma grande (e bizarra) festa.”.
    Leonardo Milano deixou o seguinte relato:

    Bandeiras dos EUA e de Israel em todas as partes, pessoas fantasiadas de militares, muita gente branca (e algumas negas), camisetas da CBF, Nike, Faustão, apoio à ditadura, Moro e Cia. Gritos de “mito, mito, mito” durante a fala do Eleito. Eleito em nome do combate aos privilégios (aqueles que ele faz questão de manter para sua família e apoiadores), aos comunistas e terroristas imaginários, que parecem ter saído de algum filme Hollywoodano de ação do período da guerra fria (não por acaso, muitas camisetas do Batman, e do Capitão América durante a Posse) . Em seu discurso vazio, mas cheio de ódio às diferenças e ao pensamento crítico, Bolsonaro deixou muito claras as suas intenções: perseguir incansavelmente os movimentos sociais, culturais indígenas, e a tudo represente uma ameaça aos ditos “de bem”, defensores da família tradicional, dos bons costumes e da civilidade (curiosamente, nas enormes filas para água potável, foram inúmeros os bolsonaristas que fumaram fila). Aliás, o mesmo tipo de pensamento que habitava as mentes dos apoiadores do nazismo na Alemanha. A tradicional família brasileira quer acabar com o que chamam de privilégios (mas que não são) das minorias, daqueles que secularmente foram oprimidos e esquecidos pelo estado e pelo patriarcado. Desse Brasil, que agora tem voz num presidente que frequentemente ataca
    LGBTs, quilombolas, indígenas, mulheres, ambientalistas e pessoas que lutam por igualdade e justiça, não quero fazer parte. Meu lugar é nas ruas, no campo, na floresta, ao lado daqueles que lutam por um país sem desigualdades.

    Veja as fotos na galeria abaixo:

     

  • #AgoraÉOficial #LulaÉCandidato

    #AgoraÉOficial #LulaÉCandidato

    #AgoraÉOficial #LulaÉCandidato

    “Em 15/08/2018 às 17:12:03 foi recebido pela Justiça Eleitoral em conformidade com o art. 22 da Resolução TSE nº 23.548 de 2017, o arquivo digital 403OBR99999CLVCLG20180814H221618.cif, gerado pelo Sistema de Candidaturas Módulo Externo – CandeEx, contendo os dados biográficos, fotos e documentos dos candidatos constantes dos Requerimentos do Registro de Candidaturas – RRC,, assim como o respectivo Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários – DRAP.

    Tipo de pedido: COLETIVO

    Requerente:
    O Povo Feliz de Novo
    13 – Luiz Inácio Lula da Silva
    13 – Fernando Haddad”

     

     

    Veja aqui o momento exato em que os representantes da chapa, incluindo Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, assinam a ficha de registro da candidatura: https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/1098521370297541/

     

  • Coluna Tereza de Benguela, do Centro Oeste e Região Amazônica, chega a Brasília

    Coluna Tereza de Benguela, do Centro Oeste e Região Amazônica, chega a Brasília

    #MarchaParaBrasília

    #MST

    #LulaLivre

    #EleiçãoSemLulaÉFraude

    Mais de cinco mil trabalhadores rurais sem terra e outros milhares de militantes, ativistas e trabalhadores de diversas áreas estão a caminho de Brasília para apoiarem e testemunharem o registro da candidatura à Presidência da República do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no Tribunal Superior Eleitoral. Nunca na história desse país houve uma movimentação desse nível para o registro de uma candidatura. As manifestações, no entanto, são indispensáveis nesse momento em que a democracia está sob ataque, em que um golpe jurídico/midiático/parlamentar retirou ilegalmente do governo uma presidenta sobre quem não pesam sequer suspeitas de crimes e no qual o candidato melhor posicionado nas pesquisas de intenção de voto se encontra preso, também ilegalmente, por uma condenação injusta sem crime ou provas. As fotos a seguir, de Francisco Alves, mostram a chegada a Brasília da coluna Tereza de Benguela, que seguiu à pé e de ônibus de várias cidades das regiões Amazônica e Centro-Oeste.

     

     

    🚩 NÓS, QUE AMAMOS A REVOLUÇÃO, RESISTIREMOS EM MARCHA! ✊🏿

    Retomando a frase “marchar novamente é preciso”, o MST revive momentos históricos. Entendendo as eleições como um momento tático de tensionar o debate político, a #MarchaLulaLivre chega ao Distrito Federal com quatro grandes temas: o trabalho de base, o povo como sujeito que constrói a sua história e eleva a sua consciência, o poder popular, e os nossos direitos à terra, moradia e trabalho.

    ▶ Leia a matéria completa aqui: https://bit.ly/2BacPDJ

    📲 MULTIPLIQUE A MARCHA! Acompanhe e compartilhe os conteúdos da Marcha Nacional Lula Livre:
    Especial no site: http://www.mst.org.br/marcha-nacional-lula-livre/
    Face: https://www.facebook.com/MovimentoSemTerra/
    Twitter: https://twitter.com/MST_Oficial
    Instagram: https://www.instagram.com/movimentosemterra

  • Concurseiros decidem os destinos da Nação

    Concurseiros decidem os destinos da Nação

    Artigo de Rodrigo Perez Oliveira, professor de Teoria da História da Universidade Federal da Bahia

    Durante cinco anos, trabalhei em uma das maiores universidades particulares do Brasil. Aquela onda operário, professor horista, salário dependendo da quantidade de turmas.

    Lecionei para tudo quanto foi curso: moda, administração, pedagogia, história, direito.

    O curso de direito é o grande filão de mercado desse tipo de empresa. Duas coisas sempre me impressionaram, desde a primeira vez em que atuei no curso de direito: as expectativas dos alunos e o perfil dos professores.

    A grande maioria dos alunos não buscava os estudos jurídicos movida pela ideia de vocação ou pela vontade de estudar as leis como um exercício de compreensão da realidade. Quase todos viam a universidade como um tipo de curso preparatório para concursos públicos.

    O concurso público era visto como um fim em si, e não como uma forma de ter acesso ao emprego público e colaborar com a sociedade. O objetivo era o emprego público, pouco importando qual fosse o cargo ou a natureza do trabalho.

    Não havia muito interesse em discutir, em ler nenhum assunto que não fosse considerado algo absolutamente necessário para o sucesso no concurso público. O curso de direito naquela universidade particular era pouco mais que isso: fábrica de concurseiros.

    O pior é que a mentalidade dos professores, dos meus colegas, não era muito diferente. Não era mesmo.

    Convivi com Delegados, Juízes, Advogados, Procuradores, Desembargadores. Uma gente bem vestida, os homens trajando terno e gravata, as mulheres com saia social, saltão.

    Alguns eram um tanto cafonas: relógios grandes e dourados, bolsa com estampa de vaquinha, de oncinha. Confesso que de vez em quando eu debochava mentalmente. Ora ou outra nem tão mentalmente assim. Acho que por isso a galera não gostava muito de mim.

    Enfim.

    Fato é que a convivência sempre foi tensa, agônica, conflituosa, principalmente depois de 2014, quando a crise institucional ficou mais aguda. A sala dos professores se tornou um verdadeiro círco de horrores.

    Colegas, professores, que não cultivavam hábitos intelectuais, que não tinham interesse em nada que não tivesse diretamente relacionado ao seu cotidiano de trabalho: não liam literatura, não visitavam exposições de museus, não consumiam cinema, não frequentavam teatros.

    Sempre aqueles códigos criminais pesadíssimos na mão, só os códigos. Nenhum Gabriel Garcia Marques, nada de Clarice ou Guimarães Rosa. De Machado de Assis só ouviram falar.

    Vivem nomalmente sem conhecer os filmes de Woddy Allen, Almodóvar, Scorsese, sem ter quase contato com os grandes empreendimentos da inteligêngia humana.

    Os profissionais mais importantes para a manutenção do contrato social não têm formação humanista, nenhuma formação humanista.

    A maior parte dos meus colegas, que tem a função de arbitrar o conflito social, de zelar pelo bem comum, trata a lei como um manual, como uma receita de bolo.

    E aí vocês podem imaginar, né? O círculo vicioso se completa: os alunos chegam com mentalidade de concurseiro e isso é alimentado pelos professores.

    Resultado: todo semestre a universidade não diploma operadores do direito, pessoas sensíveis às questões sociais, capazes de tratar a lei como aquilo que ela é: um complexo experimento sociológico. A universidade forma concurseiros.

    Concurseiros formando concurseiros. Todos preocupados em marcar o “X” no lugar certo e assim garantir um emprego estável e os privilégios que o Poder Judiciário entrega numa bandeja aos seus servidores.

    São essas pessoas que estão decidindo os destinos da nação. Somos a República dos Concurseiros.