Jornalistas Livres

Autor: Katia Passos

  • EM LUTO, CUT-SP LAMENTA A MORTE DO PRODUTOR AUDIOVISUAL LEANDRO CAPRONI

    EM LUTO, CUT-SP LAMENTA A MORTE DO PRODUTOR AUDIOVISUAL LEANDRO CAPRONI

    É com pesar que a Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo (CUT-SP) lamenta a morte do produtor audiovisual Leandro Caproni, aos 27 anos, que trabalhou ao nosso lado em momentos importantes de luta popular.

    Às 22h33 de terça-feira (22), o motorista Gustavo Amaro Silva, de 18 anos, dirigia sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a BMW de seu pai, em direção ao centro da cidade de São Paulo quando perdeu o controle, invadiu o canteiro central, entrou na pista contrária e colidiu com dois veículos e a motocicleta de Leandro, que foi morto na hora.

    O acidente aconteceu próximo à Rua da Figueira, altura do número 831, início da Radial Leste, no centro da capital.

    Sua vida interrompida neste momento nos deixou desacreditados e surpresos. Leandro era um sonhador incansável do mundo, viveu seus sonhos intensamente e plantou lindos projetos em sua jovem caminhada de vida como criador do Sem Cortes Filmes e da série “Nós de Nova York”. Era um defensor das causas do movimento negro, da cultura, dos movimentos populares.

    Entre tantos projetos dos quais participava, Leandro era filmmaker da Contraf-CUT e do coletivo Batekoo em São Paulo, um importante movimento da “geração tombamento” que se manifesta por meio da dança e da música para empoderar negros e negras e pessoas LGBTQ+.

    Nosso coração está em luto. Nos solidarizamos neste momento de dor com seus familiares e amigos.

     

    São Paulo, 23 de outubro de 2019
    Direção e funcionários da CUT-SP

  • O encontro entre dois treinadores negros de times de futebol brasileiro

    O encontro entre dois treinadores negros de times de futebol brasileiro

    Texto: Sato do Brasil, dos Jornalistas Livres/Fotos: Frente 3 de Fevereiro e Peetssa

    No sábado, 12 de outubro, aconteceu o encontro entre os dois únicos treinadores negros na série A do Campeonato Brasileiro de Futebol, no jogo entre Bahia e Fluminense.

    É inacreditável num país que vive como nunca seus heróis negros dentro do campo, de Pelé a Romário, passando por Leônidas da Silva, Ronaldinho Gaúcho, Domingos da Guia, Didi, Nilton Santos, Garrincha, e até Neymar, quando se fala da beira do campo, dos técnicos que comandam esses times milionários, apenas Roger Machado, técnico do Bahia e Marcão, técnico interino do Fluminense, sejam os únicos representantes negros na principal série do nosso futebol.

    A coisa piora quando você sabe que Marcão, só estava nesse jogo porque está temporariamente tomando conta de um time à espera de seu próximo técnico branco.

    Roger Machado, na entrevista pós-jogo, indagado sobre esse fato, deu uma aula sobre racismo estrutural e racismo internalizado no Brasil. Desconstrói a tal democracia racial nos estádios brasileiros, tão usada como símbolo de um país cordial, que infelizmente não existe.

    Roger mete o dedo na ferida, com as perguntas mais simples para ratificar o racismo institucional em que vivemos desde sempre: “porque a população carcerária é 70% negra, porque os negros tem nível de escolaridade menor que os brancos, porque quem mais morre são os jovens negros, porque os menores salários entre homens brancos e negros são dos negros, entre mulheres brancas e negras, são das mulheres negras, porque quem mais morre entre as mulheres são as mulheres negras…”. Por que?

    Ele termina suas perguntas com outra pergunta: “se isso não se chama racismo, que nome damos a isso?”

    Roger aponta para o racismo institucional de 500 anos de história. Ponto por ponto. E também fala sobre um passo que pode abrir as brechas desse preconceito. Sair da fase da negação.

    Somos um país racista, machista, lgbtfóbico, com os preconceitos enraizados dentro de nossa sociedade, na escola, nas ruas, no trabalho, nos estádios, na ação da polícia, na política escancarada de encarceramento em massa, na criminalização dos movimentos sociais. E principalmente, no silêncio. Gritos preconceituosos de “macaco” ainda são comuns nos campos, como o grito de “bicha” quando o goleiro chuta o tiro de meta, bananas são jogadas nos jogadores negros, xingamentos entre jogadores acontecem de tempos em tempos, enfim, muita coisa acontece e nada é discutido, resolvido.

    Poucos foram punidos, sendo que há lei clara que criminaliza atos racistas.

    Roger Machado, ainda aponta a culpa para o Estado e das instituições no aumento dos preconceitos e do racismo, desde o Brasil Colônia até a Nova República. Roger, termina mostrando os “sintomas” diários do racismo estrutural que enche nossa história e nosso dia a dia: “o maior preconceito que eu sofri não foi nenhuma injúria racial, eu sinto preconceito quando vou num restaurante e só tem eu de negro, na faculdade que eu fiz, só tinha eu de negro. Isso é a prova pra mim. Mas mesmo assim, quando a gente fala disso, dizem que nao há racismo, tá vendo, você está aqui! Você é a prova que não existe racismo. NÃO! Eu sou a prova que existe racismo, porque eu estou aqui.”

    A HISTÓRIA DAS FOTOS DESTA MATÉRIA

    Bandeiras abertas nos estádios de futebol entre 2005 e 2006, pelo coletivo de arte-política Frente 3 de Fevereiro, para discutir o racismo, a democracia racial, a internalização do racismo.

    A bandeira “Onde estão os negros?” foi aberta no jogo Ponte Preta x Fluminense, no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, em 2006. A Ponte Preta era chamada de “Macaca”, inicialmente pejorativamente e depois absorvida pela própria torcida. Esse apelido foi cunhado pelos adversários porque a Ponte Preta foi o primeiro time paulista a aceitar negros no seu time.

    A bandeira “Brasil negro salve” foi aberta na final da Taça Libertadores da América, no Morumbi no final de 2005, no jogo entre Sã Paulo e Atlético Paranaense.

    A bandeira “Zumbi somos nós”, foi aberta em 2006 no Pacaembu, durante o Campeonato Brasileiro, na partida entre Corinthians x Internacional de Porto Alegre. Esses trabalhos de intervenção urbana foram criados a partir dos acontecimentos durante outro jogo da Libertadores de 2005, quando o jogador Grafite foi xingado pelo jogador argentino do Racing, Desábato, o que ocasionou a prisão dele por injúria racial.

    Todos os desdobramentos desse caso serviram como fonte para a discussão sobre o racismo estrutural, em várias ações da Frente 3 de Fevereiro, entre elas, essas bandeiras gigantes, culminando com o espetáculo audiovisual “Futebol”, exibido na abertura do Festival Videobrasil, de 2006, além do livro e do documentário “Zumbi somos nós”.

     

  • Mulheres Petistas visitam Ednalva Franco, uma presa política dos movimentos de moradia

    Mulheres Petistas visitam Ednalva Franco, uma presa política dos movimentos de moradia

    Das redes sociais da ex-ministra de Política para Mulheres do governo Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci: “Hoje fomos, Denise Dau, Vivian Mendes, Débora Pereira, Juliana Cardoso e eu visitar a companheira Ednalva na penitenciária de Santana. Vários filmes passaram em minha cabeça , lembrando dos quase 3 anos que fiquei presa durante a Ditadura de 64. Ednalva estava serena, determinada , viscerando coragem e inocência. Chorou ao contar que no ato brutal da prisão, lhe foi tirado seu filho de 14 anos. Peguei fortemente em sua mão e contei: minha companheira, eu sei o tamanho de sua dor, pois já a senti quando tinha 26 anos e no ato brutal de minha prisão em 1971 arrancaram de meus braços, minha filha de 1 ano e 10 meses, a Maria.”

    Essa dor não acaba, se transforma, resignifica ao longo do tempo.
    Se transforma em força para lutarmos pelos direitos humanos das mulheres e de todo o povo brasileiro.
    Hoje sai de lá com mais força e mais certeza que estou do lado certo da História!

     

    Liberdade para Ednalva
    Lula livre
    Nenhuma mulher a menos! 

  • Precisando de vitamina para a luta?

    Precisando de vitamina para a luta?

    Foto: Mais Um Coletivo

    Lembram das ocupações organizadas em escolas estaduais por estudantes não ligados aos movimentos estudantis, contra o projeto de “reorganização” escolar do ex-governador de são Paulo, Geraldo Alckmin?

    Pois é.

    Daquele movimento, uma semente que germinou foi a união de um grupo de jovens que continuou inspirado na arte e na luta e daí nasce a ColetivA Ocupação.

    A ColetivA – com A maiúsculo no final da palavra – é uma “resposta ao projeto de Alckmin, após secundaristas de todas as regiões de São Paulo e em seguida do País terem ocupado suas escolas e barrarem a proposta de sucateamento da educação. Um encontro raro entre estudantes, artistas e performers de diferentes regiões de São Paulo, que se conheceram durante as ocupações. Dessa aproximação com o teatro, performance e luta nasceu o grupo que tem um trabalho contínuo de convivência e criação desde 2016. No dia a dia de encontro e investigação, buscam tecer outras e novas relações, na vida interna do grupo e com o mundo.” (Segundo release do grupo)

    Mas a Coletiva Ocupação não é só isso. Então, em breve, os Jornalistas Livres conversarão com o grupo e para isso, vamos esperar primeiro que vocês assistam a montagem que estará em São Paulo nas próximas duas semanas.

    A montagem Quando Quebra Queima tem rodado o mundo e antes que vá novamente desbravar os mares do planeta é bom que você aproveite a oportunidade.

    Imagem de Danilo Galvão, registro de uma apresentação do grupo em Portugal, em setembro deste ano.

    SERVIÇO

    QUANDO QUEBRA QUEIMA, da coletivA ocupação em São Paulo!

    A partir do dia 18 até 26 de Outubro a coletivA ocupação vai ocupar a Sala de Espetáculos do Sesc Belenzinho, com 5 apresentações de Quando Quebra Queima. Vai perder?

    QUANDO? Sextas e sábados às 20h, e domingo às 17h!
    COMO? Ingressos online à venda
    https://bit.ly/2VDzAGQ e nas unidades @sescsp também, e no dia do espetáculo a bilheteria do @sescbelenzinho também fica a venda.
    ONDE? O @sescbelenzinho fica ao lado da estação Belém do metrô, linha vermelha.
    End: Rua Padre Adelino, 1000- São Paulo

    Confirme presença no evento! https://bit.ly/2MICZjl
    Mais informações: coletivaocupacia@gmail.com

     

    Aqui um video para você se emocionar!

     

     

     

  • Entenda porque o semiaberto é mais uma armação da Lava Jato contra Lula

    Entenda porque o semiaberto é mais uma armação da Lava Jato contra Lula

    “`Da Redação da Agência PT de Notícias

    perseguição política a Lula ganhou mais um capítulo no fim da semana passada. Encurralados pelas denúncias do The Intercept e outros veículos de imprensa, Deltan Dallagnol e os outros procuradores da Lava Jato em Curitiba resolveram fazer uma armação contra o ex-presidente. Em uma ação inusitada, os integrantes do Ministério Público Federal (MPF) pediram para que a juíza Carolina Lebbos estabeleça o regime semiaberto para o cumprimento da pena arbitrária de Lula.

    Se o pedido da Lava Jato, num primeiro momento, parece ser algo positivo para o ex-presidente, que há 542 dias cumpre pena por uma condenação sem provas e portanto sem crime, na prática ele esconde mais uma tramoia de Dallagnol e sua turma. Ciente de que o Supremo Tribunal Federal (STF) está na iminência de julgar os recursos da defesa de Lula, sobretudo o que trata da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, o procurador mais uma vez usa o Poder Judiciário para alcançar seus objetivos políticos.

    O que Dallagnol e seus colegas de MPF não explicam para o povo, a quem devem satisfação por rasgarem a Constituição Federal, é que conceder a progressão de regime para um preso cuja condenação não se sustenta significa roubar-lhe o direito à liberdade plena. Os agentes da Lava Jato querem, com essa armação, pressionar e influenciar os ministros do STF, algo que já foi revelado pelas reportagens do The Intercept e seus veículos parceiros.

    Entenda os pontos da armação de Dallagnol

     

    – Do Power Point a garantista? – Dallagnol será lembrado na história como o procurador que protagonizou o patético episódio do Power Point ao apresentar a denúncia vazia contra Lula, rasgando a Constituição. Os mesmos procuradores que fizeram um espetáculo vergonhoso com a Justiça, ao propor uma ação sem provas e sem fundamentos jurídicos, agora querem garantir direitos de Lula? Está cristalino que os procuradores estão com medo do desmonte da farsa judicial, feito pela Vaza Jato.

    – Da criminosa transferência ao semiaberto – Ao lembrarmos todas as perseguições a Lula, nesses 542 dias, fica claro que Dallagnol e eventualmente Lebbos fazem um jogo marcado contra o ex-presidente, usando o Poder Judiciário. É válido lembrar que foram os procuradores e a juíza que tentaram transferir Lula para um presídio comum, colocando em risco a segurança dele. Portanto, é evidente que não há nenhuma preocupação com os direitos do ex-presidente por parte dos procuradores, ao pedirem a progressão de regime.

    – Progressão sem multa evidencia armação – O pedido dos procuradores e tão anormal que eles abriram a possibilidade de saída da prisão mesmo sem o pagamento de multa para reparar os supostos danos aos cofres públicos, que eles mesmo dizem ter ocorrido na denúncia vazia de provas. Algo, inclusive, que não ocorreu com nenhum outro réu na Lava Jato. Obviamente, como apontou Cristiano Zanin, advogado de Lula, a progressão tem como objetivo “impor uma nova humilhação ao ex-presidente” ao forçar o uso de uma tornozeleira.

    – Direitos Políticos – Ao progredir de regime de cumprimento de pena, Lula não terá seus direitos políticos restituídos. Em outras palavras, essa prerrogativa constitucional, que lhe foi roubada desde a prisão arbitrária e da cassação de sua candidatura, não será garantida ao ex-presidente, portanto, em nada elimina a perseguição política a ele.

     

    Lula não negocia sua dignidade e aguarda STF

    Diante dos pontos elencados e da clara perseguição política que sofre, Lula deixou claro aos brasileiros, em carta publicada neste segunda-feira (30), o que vem dizendo desde o início da farsa judicial: jamais vai negociar sua dignidade pela liberdade.  O ex-presidente acredita que a Justiça será feita, uma vez que é inocente e jamais cometeu algum crime. Lula também reafirmou que acredita que o STF vai corrigir as graves injustiças cometidas contra ele e assim restabelecer a ordem jurídica brasileira.

    A Suprema Corte, por sua vez, tem em mãos um pedido de Habeas Corpus do ex-presidente por conta da flagrante suspeição do então juiz Moro ao julgá-lo. Conforme ficou claro com as denúncias da Vaza Jato, o hoje ministro da Justiça jamais atuou como um magistrado imparcial. Por isso, a defesa do ex-presidente aguarda o julgamento da Segunda Turma do STF. Em junho, os ministros negaram liberdade liminar ao ex-presidente. O ministro Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski acataram o pedido. Edson Fachin, Cármen Lúcia e Celso de Mello, no entanto, negaram a liberdade.

    Na ocasião, inclusive, Mello destacou que sua decisão liminar não antecipava sua avaliação da questão como um todo e declarou que já poderia julgar mérito, o que também foi afirmado por Lewandowski. Ainda não há uma data para a retomada do julgamento que analisa a flagrante parcialidade de Moro, que se aceita, anula a sentença arbitrária do caso do tríplex e Lula sairia da prisão com todos os seus direitos restabelecidos.

    Outra decisão do STF que pode impactar na liberdade do ex-presidente é a análise da constitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância. O julgamento pelos 11 ministros deve decidir, de forma definitiva, a questão. O julgamento estava previsto para abril, mas foi adiado pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli.

     

  • Prevenção ao suicídio leva debate para a Alesp

    Prevenção ao suicídio leva debate para a Alesp

    A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sedia nesta sexta-feira (27), a partir das 09h30, um evento sobre o Setembro Amarelo. Organizado pelo mandato da deputada estadual Beth Sahão (PT), o debate “Vamos falar sobre suicídio? É possível prevenir?”, reunirá gestores, profissionais de saúde mental, professores, um representante do Centro de Valorização da Vida (CVV) e a assessora técnica de saúde mental da Secretaria de saúde de São Paulo, Rosangela Elias.

    Entre os temas debatidos, o aumento de suicídio entre mulheres, crianças e adolescente, a relação entre suicídio e trabalho e as estratégias e políticas públicas de prevenção.

    Mais informações: https://www.facebook.com/events/2215552811884171/