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Autor: JLCampinas

  • Vereadores alinhados ao Prefeito de Campinas investem contra a previdência  social de trabalhadores

    Vereadores alinhados ao Prefeito de Campinas investem contra a previdência social de trabalhadores

    Em meio a crise de pandemia da Covid-19,  o prefeito Jonas Donizette (PSB)  e parte da Câmara Municipal de Campinas avançam  em medidas para precarizar a previdência dos servidores municipais.

    A Câmara de Campinas aprovou na segunda-feira (13) – em primeira votação –  o PLC 19/2020 (Projeto de Lei Complementar) de autoria do Executivo que altera regras do Camprev (Instituto de Previdência Social do Município de Campinas) promovendo o aumento no desconto no salário dos servidores  que passa 11% para 14%. E na mesma sessão remota, o Legislativo aprovou também o financiamento de débitos da Prefeitura com o RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) que pode ampliar o déficit e  fragilizar ainda mais o fundo previdenciário dos servidores.

     

    O Projeto de Lei Complementar é extremamente controverso, há questionamentos sobre o real déficit que a administração alega e  também não houve, em nenhum momento, consultas ou audiências públicas que tivessem a participação de servidores, ou  de representantes dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público.

     

    Vereadores e a vereadora que se opõem ao PLC, assim como as lideranças dos servidores municipais denunciam  a manobra por parte do Executivo.  A articulação governamental aproveitou-se para  votar  medidas extremamente impopulares em que prevalecendo-se do momento delicado da pandemia, em a cidade está isolamento o social determinado pelo município. Também parte dos servidores públicos se encontram mobilizados na linha de frente em ações contra o avanço da Covid-19,  nos enfrentamentos  ao combate a dengue  e na campanha de vacinação,  não  tiveram como se organizar para poderem se manifestar  em oposição a votação.

     

     

    Vereadores alinhados com o projeto do Prefeito Jonas Donizette (PSB) que ataca a previdência social dos trabalhadores

    Ailton da Farmácia / PSB – ailtondafarmacia@campinas.sp.leg.br,

    Antonio Flôres / PSB – verflores@campinas.sp.leg.br,

    Aurélio Cláudio / PDT – vereadoraurelio@campinas.sp.leg.br

    Carmo Luiz / PSC – carmoluiz@campinas.sp.leg.br

    Cidão Santos / PSL –  cidao.santos@campinas.sp.leg.br

    Edison Ribeiro / PSL – cidao.santos@campinas.sp.leg.br

    Fernando Mendes / REPUB – fernandomendes@campinas.sp.leg.br,

    Filipe Marchesi / PSB –  filipemarchesi@campinas.sp.leg.br

    Jorge da Farmácia / PSDB – gilbertovermelho@campinas.sp.leg.br

    Jorge Schneider / PL – jorge.schneider@campinas.sp.leg.br,

    Jota Silva / PSB –jotasilva@campinas.sp.leg.br  jota.silva@campinas.sp.leg.br 

    Juscelino da Barbarense / PL –  juscelino.barbarense@campinas.sp.leg.br

    Luiz Cirilo / PSDB – cirilo@campinas.sp.leg.br

    Luiz Rossini / PV –luizrossini@campinas.sp.leg.br,

    Paulo Galterio / PSB – paulohaddad@campinas.sp.leg.br

    Paulo Haddad / CIDAD –paulohaddad@campinas.sp.leg.br

    Permínio Monteiro / PSB – perminiomonteiro@campinas.sp.leg.br

    Pr. Elias Azevedo / PSB – pastoreliasazevedo@campinas.sp.leg.br,

    Professor Alberto / PL –  professoralberto@campinas.sp.leg.br

    Rodrigo da Farmadic / DEM – rodrigodafarmadic@campinas.sp.leg.br,

    Rubens Gás / DEM – rubensgas@campinas.sp.leg.br

    Tenente Santini / PP –  tenentesantini@campinas.sp.leg.br

    Zé Carlos / PSB – zecarlos@campinas.sp.leg.br

    Gilberto Vermelho / PSB – gilbertovermelho@campinas.sp.leg.br
    Ausente na votação do dia 13 de abril
    Pertence a base do governo que é favorável ao desconto

    Vinicius Gratti / PP –viniciusgratti@campinas.sp.leg.br,
    Ausente na votação do dia 13 de abril
    Votou favorável na Comissão de Legalidade que colocou o PLC 19/2020 na pauta de votação na Câmara

     

     

    Vereadores e Vereadora contrários a precarização da previdência social das servidoras e servidores públicos municipais

    Campos Filho / PODE – camposfilho@campinas.sp.leg.br,

    Carlão do PT / PT

    Gustavo Petta / PCdoB

    Marcelo Silva / PSD

    Mariana Conti / PSOL

    Nelson Hossri / PSD

    Pedro Tourinho / PT

    Os servidores tentam mobilizar,  via redes sociais, uma frente contrária a votação final. Entre as ações,  a organização dos trabalhadores e trabalhadoras está disponibilizando  a lista de  e-mails dos vereadores, para que aconteça uma pressão popular contra essas medidas que aumentam ainda mais a precarização da vida dos trabalhadores e trabalhadoras.

    ailtondafarmacia@campinas.sp.leg.br, verflores@campinas.sp.leg.br, vereadoraurelio@campinas.sp.leg.br, camposfilho@campinas.sp.leg.br, carmoluiz@campinas.sp.leg.br, cidao.santos@campinas.sp.leg.br, edisonribeiro@campinas.sp.leg.br, fernandomendes@campinas.sp.leg.br, filipemarchesi@campinas.sp.leg.br, gilbertovermelho@campinas.sp.leg.br, jorgedafarmacia@campinas.sp.leg.br, jorge.schneider@campinas.sp.leg.br, juscelino.barbarense@campinas.sp.leg.br,. luis.yabiku@campinas.sp.leg.br, cirilo@campinas.sp.leg.br, luizrossini@campinas.sp.leg.br, marcosbernardelli@campinas.sp.leg.br, paulogalterio@campinas.sp.leg.br, perminiomonteiro@campinas.sp.leg.br, pastoreliasazevedo@campinas.sp.leg.br, professoralberto@campinas.sp.leg.br, rodrigodafarmadic@campinas.sp.leg.br, rubensgas@campinas.sp.leg.br, tenentesantini@campinas.sp.leg.br, viniciusgratti@campinas.sp.leg.br, zecarlos@campinas.sp.leg.br, jotasilva@campinas.sp.leg.br  jota.silva@campinas.sp.leg.br , paulohaddad@campinas.sp.leg.br

     

     

     

  • São Paulo: A ascensão dos número relacionados ao novo coronavírus

    São Paulo: A ascensão dos número relacionados ao novo coronavírus

    O governo do São Paulo divulgou ,  nesta sexta-feira (3) os números  oficiais  da pandemia no estado. O número de óbitos  triplicou em uma semana, passou de 68  para  219 óbitos relacionados ao novo coronavírus.

    Os casos confirmados também quadruplicaram, saltando de 1.223 para 4.048.

    Os óbitos concentram-se em 25 cidades, sendo que 8 delas tiveram hoje a confirmação do primeiro óbito, sendo: Barueri, Carapicuíba, Diadema, Itapecerica da Serra, Franco da Rocha e Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo; além de Jaboticabal e Cravinhos, na região de Ribeirão Preto.

    O total de municípios com pelo menos um óbito são: São Paulo, São Bernardo do Campo, Osasco, Cotia, Guarulhos, Santo André, Sorocaba, Arujá, Barueri, Caieiras, Campinas, Carapicuíba, Cravinhos, Diadema, Embu das Artes, Franco da Rocha, Itapecerica da Serra, Jaboticabal, Mogi das Cruzes, Ribeirão Preto, São Caetano do Sul, São Sebastião, Suzano, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista.  O total soma 121 homens e 98 mulheres.

    Entre as 219 mortes, 24 tinham mais de 90 anos; 57 na faixa de 80-89 anos; 66 entre 70-79; 45 de 60-69 anos. As demais vítimas incluem pessoas com menos de 60 com comorbidades que, assim como os idosos, representam grupo mais vulnerável a complicações da COVID-19.

     

    Força-tarefa

    O Instituto Adolfo Lutz realizou nas últimas 24h uma força-tarefa para diagnosticar todos os óbitos considerados suspeitos que estavam no Instituto Adolfo Lutz.  Das 201 amostras que estavam aguardando resultado, 32 testaram positivo para COVID-19, 132 negativo e 37 foram consideradas inadequadas, ou seja, a unidade que realizou a coleta não manteve a amostras em temperatura adequada ou não havia amostras suficiente para análise. Estes resultados estão sendo comunicados para as unidades e municípios notificantes e sendo inseridos em sistema oficial.

     

    Casos no país

    O Brasil contabiliza  359  óbitos e  9205  casos até o dia de hoje.

     

  • Em plena crise causada pelo coronavírus prefeito de Campinas ataca o sistema previdenciário dos Servidores Públicos

    Em plena crise causada pelo coronavírus prefeito de Campinas ataca o sistema previdenciário dos Servidores Públicos

    Em um momento extremamente delicado que são necessários todos os recursos humanos necessários o prefeito Jonas Donizette (PSB) golpeia os trabalhadores do serviço público com uma manobra política na Câmara Municipal de Campinas. A proposta  impacta  na renda e diminuí o salário do servidor público, ao promover o aumento no desconto previdenciário que passará a ser de  14% , segundo a proposta apresentada pelo prefeito Jonas Donizette (PSB)

    A manobra foi realiza hoje, 18/03/2020, a comissão de justiça e legalidade da Câmara Municipal reuniu-se, e, de última hora,  inseriu na pauta o Projeto de Lei 19/2020, de autoria do Prefeito Jonas Donizette que trata da reforma do Camprev ( Instituto de Previdência Social do Município de Campinas).

    De  forma sorrateira os vereadores  VINICIUS GRATTI (PSB), LUIZ CIRILO (PSDB), TENENTE SANTINI(PSB), ZÉ CARLOS(PSB) e LUIZ CARLOS ROSSINI(PV) aliados ao prefeito, propuseram  a votação no dia 23/03/2020 mesmo diante ao isolamento social por conta da crise do Coronavírus.  Diante a momento de enfrentamento muitos servidores estão na linha de frente  contra o avanço da epidemia na cidade. A entrada na Câmara está proibida e restrita nesse período  assim como todas as atenções estão (ou deveriam estar em cuidar da população) .

    Audiência pública
    Havia uma audiência pública agendada para o dia 13/03/2020, que foi cancelada em virtude da pandemia mundial do Coronavírus.

    A crise sanitária  e  a soma de esforços conjuntos deveriam ser priorizados mas a base aliada pretende retirar direitos

    Parte da Câmara preocupada com a população  e com a crise social, econômica e sanitária conseguiu o adiamento, portanto não será mais  votado  no dia 23 como  o base governamental queria.  Mas  poderá ser votado em breve, segundo o vereador Rossini,  o PL (Projeto Lei) que ataca o trabalhador em um momento tão fragilizado, poderá ser votado durante o período de contingenciamento.
    Não haverá audiência pública, lembrando que algumas áreas do serviço público não terão condições de mobilização, pois estarão ocupadas com a epidemia, com a população e como atender as demandas da cidade.
    Um momento de extrema fragilidade e que qualquer mudança previdenciária não pode acontecer sem o mínimo de discussão. A fragilidade dos desmontes das políticas públicas,  da seguridade social e dos serviços públicos têm impactado diretamente na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiras.

  • Extinção de fundos públicos é aprovada e ameaça a produção cultural fora dos grandes centros econômicos

    Extinção de fundos públicos é aprovada e ameaça a produção cultural fora dos grandes centros econômicos

    O Senado aprovou no dia 04 de março , na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a extinção de muitos fundos, inclusive o de cultura. Foram poupados os fundos de ciência e tecnologia, segurança pública, penitenciário, combate às drogas, do café o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e um fundo de garantias ao financiamento de exportações.

    Todos os especialistas em financiamento cultural do mundo, reconhecem que o financiamento público tem um papel fundamental na construção de um panorama diversificado de arte e cultura.

    Há algumas décadas, fóruns internacionais e documentos intergovernamentais sobre políticas culturais recomendam de forma reiterada sua criação e manutenção: a 16ª reunião da Conferência Geral da UNESCO (1970), a Conferência Intergovernamental da Ásia (1973), a Conferência da África (1975), a Carta Cultural da África (1976), a Conferência Intergovernamental sobre Políticas Culturais na América Latina e Caribe – Americacult (1978) e a Conferência Mundial sobre Políticas Culturais – Mondiacult (1982), são alguns desses. Em 2005, durante a 33º Conferência Geral da UNESCO, realizada em Paris, a organização criou o seu próprio mecanismo de fomento à cultura, o Fundo Internacional para a Diversidade Cultural.

    Até países de tradições mais liberais, como os EUA (tão adulado por este governo), tem seu fundo para as artes, mantido de forma suprapartidária há décadas.

    O mercado (via consumo ou via patrocínio privado) achata as possibilidades e na prática dificulta enormemente o surgimento de novos talentos, a experimentação e pesquisa artística, instituições culturais que realizam trabalho fora dos grandes centros econômicos.

    É verdade que o FNC (Fundo Nacional de Cultura) vem num processo de diminuição gradativa. Mas sua existência dá as bases para a reconstituição de um sistema mais harmônico e completo. Sem sua previsão legal, voltaríamos à estaca zero.

    De quebra, joga o grande pilar da política para o audiovisual: o FSA  – Fundo Setorial do Audiovisual – (abrigado dentro do FNC). Para os que admiraram “Parasita”, também fruto do mix talento + políticas públicas, corre o risco do Brasil voltar em breve ao início da década de 1990, com menos de um punhado de filmes lançados ao ano, e não seguir a trajetória atual, onde nosso cinema tem reconhecimento de crítica e de público.

    Se a PEC (Proposta de Emenda Constitucional ) prosperar, na prática estamos enterrando todos os sonhos de uma política cultural plural e diversa. O Brasil está com muitos desafios sérios, em todos os campos. A cultura, tem uma lista imensa. Para quem atua no campo da cultura, ou para quem preza pela cultura brasileira, a hora de se mobilizar é agora. O que está em jogo é se o processo de reconstrução (que virá) levará anos ou será necessário décadas.

    A PEC extingue os fundos estaduais e municipais de cultura, exigindo que sejam recriados nos respectivos entes. Com o SNC ( Sistema Nacional de Cultura) congelado e a economia parada (pressionando a situação fiscal do estados), essa recriação de fundos nos estados e municípios será muito difícil.

     

    Emenda que tenda preserva o FNC (Fundo Nacional de Cultura) e o FSA (Fundo Setorial do Audiovisual)

    A bancada do PT no Senado protocolou  no dia 10 de março, a Emenda nº 58 – PLEN (  que retira os fundos públicos de cultura (FNC/FSA e Fundos Municipais, Estaduais e Distrital  de Cultura) da PEC 187/2019, a PEC que extingue os fundos públicos.

    Com 28 assinaturas conseguidas rapidamente,  muitos dos senadores abordados sinalizaram que já havia pressão em seus Estados por esta emenda.

    Deverão acontecer  5 sessões de debates em plenário, em sessões deliberativas antes da votação em primeiro turno, e nesta semana só deverá acontecer uma.  A partir da próxima  semana dependerá  da quantidade de sessões deliberativas  para  poder entrar em votação, a probabilidade é  que só aconteça na semana posterior.

    Além disso, em função da apresentação da Emenda, a PEC deverá voltar pra CCJ para a emenda apresentada receber parecer que deverá ser rápido cerca de dois dias no máximo.  O relator da Emenda 58-PLEN é o próprio relator da PEC, ou seja, Senador Otto Alencar.
    É importante, portanto, haver  que haja pressão e ações de convencimento  direcionadas ao Senador  Otto Alencar para  que ele emita um parecer favorável facilitando a a aprovação.

     

     

     

    A Emenda: https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=8074350&ts=1583880413021&disposition=inline

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    por

    Carlos Paiva

    Formado em produção cultural pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), especialista em Educação Estética, Semiótica e Cultura, Políticas Públicas e Gestão Governamental. Atua desde 1997 em gestão cultural, com trabalhos como coordenador de produção nas áreas de música, artes cênicas, artes visuais e cinema. Foi ex-Secretário de  Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic) do Ministério da Cultura

     

     

    foto:

    Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres

  • Suspensa em Campinas votação para implantar escola cívico-militar

    Suspensa em Campinas votação para implantar escola cívico-militar

    A juíza 2ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, Fernanda Silva Gonçalves,    suspendeu o processo de implantação do projeto escola cívico-militar, ao acatar o pedido de liminar do promotor de Justiça da Infância e Juventude,m Rodrigo Oliveira. Ele alegou “incompatibilidade de projeto municipal com os princípios que regem o sistema constitucional de educação, no sentido de instalar escolas cívico-militares na rede escolar municipal, com possível desvio de funções de militares”.

    A suspensão ocorreu momentos antes do início da audiência de consulta em que a comunidade decidiria, em votação, sobre a implantação ou não do modelo de projeto escola cívico-militar na Escola Municipal Odila Maia Rocha Brito, no bairro Jardim São Domingos, em Campinas. A irregularidade  no processo de consulta à comunidade também foi abordada pela promotoria.

    Todo o processo era marcado pela falta de debate amplo com a comunidade, ausência de informações, muitas delas equivocadas, que causaram ainda mais confusão na população.  Cerceamento às pessoas contrárias ao programa prejudicou a discussão (a CUT chegou a emitir uma nota em repúdio, confira abaixo). 

     A administração do prefeito Jonas Donizette  (PSB) aderiu ao projeto escola cívico-militar de forma equivocada, não consultando a Secretaria de Educação, o Conselho Municipal de Educação, o Conselho das Escolas, o Fórum Municipal da Educação e a própria escola de forma antidemocrática,  pois desrespeitou todas as instâncias previstas pela legislação.

     A ausência de um papel efetivo, transparente e informativo da Secretaria de Educação colaborou para transformar o processo em caótico, confuso. Em alguns debates participaram pessoas de viés político que não tinham o mínimo embasamento técnico do processo pedagógico e de funcionamento da rotina escolar.

     A votação, na qual participariam funcionários, professores e pais de alunos e alunos  com mais de 16 anos, chegou a ser iniciada, mas foi suspensa cerca de meia hora depois, após a notificação pela suspensão sua votação.

     

    A Guarda Municipal foi acionada, devido aos tumultos provocados por um movimento a favor da implantação, ocorrendo tentativas invasão da escola à força, ameaças a educadores, professores, alunos e ex-alunos da escola. Vários participantes do movimento pró-militarização não pertenciam à comunidade local e nem eram ligados a área de educação. Eles tentaram coagir professores, educadores, alunos e ex-alunos da escola Odila Maia Rocha Brito que eram contrários ao projeto de militarização da escola pública. O vereador Gustavo Petta (PcdoB), presidente da Comissão de Educação e Esporte da Câmara Municipal, também foi ameaçado fisicamente por integrantes pró-militarização.

     

     

    Entenda o processo em Campinas pelas palavras de uma educadora

    Por Guida Calixto

     

    O pronunciamento feito pelo prefeito de Campinas Jonas Donizette, ocorrido no 9/10, de que Campinas irá aderir ao projeto do Governo Federal das escolas cívico-militar me motivou a destacar alguns pontos sobre o que está por trás desse modelo de governança. 

    Primeiro ponto que destaco é que esse projeto político de entregar a gestão do ensino municipal de Campinas a setores que não se pautam pela defesa da educação pública, não é novo. 

    Há pouco tempo, mais precisamente em 2013, o mesmo prefeito firmou convênio com a empresa COMUNITAS, que é uma organização social, criada em 2000 por Ruth Cardoso e que atua como articuladora de institutos e empresas e, no caso de Campinas, essa articulação contou também com a empresa de consultoria FALCONI. 

    Segundo ponto importante a ser lembrado é que esse contrato de 2013 foi firmado sem nenhum debate, seja com a sociedade ou com os profissionais da educação, da mesma forma como ocorre agora com o anúncio da adesão às escolas cívico-militares.

    A mesma falácia utilizada em 2013 quando a SME firmou o convênio com as empresas para ocuparem a gestão das escolas municipais, foi utilizada agora; “melhoria no ensino público”. Porém, sabemos bem que o real motivo é privilegiar setores que têm interesses em transformar a educação pública em mercadoria e por isso defende a sua privatização para assim lucrar vultosos recursos através desses convênios com as administrações públicas. Essas empresas têm “apetites insaciáveis” na constante tentativa de transformar o ensino público como algo rentável. Agora, mais uma vez nós educadores somos ameaçados com a invasão de setores que não tem comprometimento com a escola pública, mas querem se utilizar desse espaço para interesses particulares. 

    Temos que diferenciar as escolas militares atuais que são geridas pelas Forças Armadas e com recursos próprios, das escolas cívico-militares (do atual governo federal) que são escolas públicas, de ensino fundamental e médio que terão as gestões transferidas para instituições militares, como a Polícia Militar. Porém, os recursos ali investidos serão aqueles oriundos do orçamento público para a educação pública. 

    Em terceiro destaco o que está preconizado no artigo 206 da Constituição Federal Brasileira que são os princípios basilares do ensino, a saber: 

    1. I) Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. 
    2. II) Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. 

    III) Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino

    1. IV) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais
    2. V)  Valorização dos profissionais do ensino garantidos na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos.
    3. VI)  Gestão democrática do ensino público na forma da lei.

    VII)  Garantia de padrão de qualidade. 

    Com a transformação da escola pública em um espaço militar, tendo a presença de um gestor fardado teremos o rompimento desses princípios basilares constitucionais acima citados. Será a destruição do espaço democrático, público, laico, plural, de respeito às liberdades, às diferenças e ao pensamento crítico. Estaremos submetidos a um processo de domesticação, de pensamento único, de submissão de ideias e de rompimento com a democracia. 

    Por último, um projeto que se pauta no rompimento com o debate democrático, que reafirma a ideia de homogeneidade e de uniformização, traz consigo a negação das manifestações culturais e da diversidade presente no ambiente escolar. Podemos assim definir que o projeto da escola cívico-militar se contrapõe à luta que o movimento negro brasileiro, bem como a dos educadores que trabalham contra a invisibilidade e o apagamento dos negros e negras no Brasil. Um exemplo disso é a padronização do corte de cabelos para meninos, cabelos presos e domados para as meninas e a obrigatoriedade do uso de fardas para todos (as). Regras como essas rompem principalmente com um elemento de extrema importância na luta antirracista que é a construção e valorização da identidade dos (as) alunos (as) negros (as). 

    O convênio assinado em 2013 pelo prefeito Jonas Donizette foi derrotado pelos valorosos educadores do município, que mais uma vez estão sendo convocados a defender a educação pública, laica, de qualidade e democrática em nosso município.

     

    (*) Guida Calixto é monitora de educação infantil na SME em Campinas e também advogada.

     

     

     

    Nota da CUT

    DENÚNCIA GRAVE

     

    No dia 18/12 será votada a proposta de Militarização da Escola Pública em Campinas. Nessa segunda feira dia 16/12, ocorreu uma audiência pública na câmara, onde a truculência na defesa das opiniões favoráveis à proposta fica evidente. Mas o mais grave não é isso. Os tempos sombrios de um governo federal fascista tem seu braço nas ruas de Campinas também. Com esses, de terno e gravata no púlpito das casas do povo a gente vem lidando desde 2016.

    Também nessa segunda feira, o carro de som do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil começou a rodar  os bairros com o informe (que é de interesse público e de direito da população o conhecimento) sobre essa pauta e nesse mesmo dia, por volta de 13h, no bairro São Domingos, o carro foi abordado de forma truculenta por policiais, sob a alegação de estar divulgando inverdades, sendo convidado a se retirar de circulação. Este convite foi feito acompanhado de arma em punho ameaçando o motorista.

    Vale ressaltar que essa ação ocorreu dentro de um período de no máximo uma hora do início do seu percurso, sendo que os autores desse projeto estão com os seus carros de som desde de domingo levando suas inverdades a toda a população da região.

    Esta denúncia é grave e precisa de respostas.  Não podemos aceitar a violência gratuita daqueles que tem interesse nesse modelo de Estado que cerceia as liberdades democráticas e o direito do povo de liberdade de manifestação e do direito a educação crítica e livre. As comunidade locais, as famílias e aqueles que mais serão atingidos por mais este desastre político, devem se manter mobilizadas e se somar a esta luta  que é de todos que defendem um ensino público de qualidade com senso crítico e democrático. O que ocorreu com o carro de som e o motorista, trás a luz o principal objetivo desse projeto que é censurar e oprimir o seu direito de se expressar.

    Vamos resistir para barrar mais este desmando pra nossa cidade, denunciando e combatendo todo e qualquer abuso que tente nos calar.

     

    Campinas, 17 de dezembro de 2019

    Subsede CUT Campinas”

  • Guilherme Estrella fala sobre o Pré-sal em palestra na Unicamp

    Guilherme Estrella fala sobre o Pré-sal em palestra na Unicamp

    ” Energia é questão de soberania ou dependência. O que estão fazendo com a Petrobras não é privatizar; é desnacionalizar o que nos garante a soberania, de forma a nos colocar de volta na condição de colônia”, apontou o geólogo e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, em palestra realizada no Instituto de Geografia da Unicamp, em Campinas/SP.

     

    Na última terça-feira (5), a UNICAMP recebeu o Guilherme Estrella, geólogo e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras entre os anos de 2003 e 2012, é considerado o “Pai do Pré-Sal”, rótulo que rejeita, exaltando a equipe superqualificada com quem ele trabalhava. “Era como ser o técnico da seleção brasileira de 58. Só precisava fazer um pedido: ganhem o jogo”, disse.

    Estrella começou sua fala exaltando as qualidades naturais do Brasil: “Temos a maior floresta tropical do mundo. Somos o país mais bem servido de recursos hídricos. Os dois maiores aquíferos do mundo estão no Brasil. Temos uma produção agrícola que nos coloca como segundo maior produtor de alimentos do mundo. E também somos muito ricos em minérios, sendo a maior província mineral do planeta”.

    Em seguida, ele começa a demonstrar a relação do acesso a fontes de energia e desenvolvimento de Estados ao longo da história. Começando com a revolução industrial na Inglaterra, propiciada pelo acesso ao carvão mineral. Num segundo momento os EUA descobrem petróleo e em seguida se tornam potência mundial. Enquanto que a primeira fonte de energia do Brasil foi a eletricidade. Então já percebemos que nosso desenvolvimento foi tardio em relação a essas grandes nações.

    Então, devido a muita luta política chegou o fim a política café com leite com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Com ele construímos a Companhia Siderúrgica Nacional, a Eletrobrás e a Petrobrás, além de diversas outras empresas estatais. A partir de então, com um esforço 100% do Estado brasileiro, começamos a desenvolver tecnologias e entender a geologia do nosso país, o que muitos anos depois resultou no descobrimento do pré-sal, em 2006.

    No momento do descobrimento do pré-sal, nenhuma empresa queria assumir o risco exploratório de desenvolver estas áreas tão desafiadores. Quem assumiu esse risco foi a Petrobras. Foram instituídas duas formas de explorar e produzir o pré-sal: o regime de partilha, onde nas licitações promovidas pela ANP, a empresa vencedora será aquela que oferecer ao Estado brasileiro a maior parcela de petróleo e gás natural (ou seja, a maior parcela do excedente em óleo), e a Cessão Onerosa que é um contrato celebrado entre a Petrobrás e a União através do qual a empresa adquiriu pelo montante total de R$ 75 bilhões o direito de produzir um volume total de 5 bilhões de barris de petróleo equivalente a partir de seis áreas onde a estatal já havia conduzido estudos exploratórios.

    Na quarta-feira (6) aconteceu o leilão do excedente da cessão onerosa. Considerando a descoberta posterior de volumes superiores ao limite do contrato, de cinco bilhões de barris, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a ANP a licitar esse excedente, no regime de partilha da produção, na Rodada de Licitações do Excedente da Cessão Onerosa.

    O valor de R$ 106 bilhões inicialmente apresentado pelo governo como sendo algo maravilhoso não é bem assim. A rodada do “excedente da Cessão Onerosa” leiloará uma área que possui um volume de 6 a 15 bilhões de reservas provadas, ou seja, reservas com uma probabilidade de 90% de que serem produzidas. Nesse caso, praticamente não há risco exploratório. Portanto, estão entregando praticamente de graça uma das maiores riquezas do mundo. Enfático, Estrella disse que a energia não é mercadoria, é questão de soberania ou dependência. E o que estão fazendo com a Petrobras não é privatizar; é desnacionalizar o que nos garante a soberania, de forma a nos colocar de volta na condição de colônia.

    Das quatro áreas, duas foram concedidas, e pelo lance mínimo. Quem levou foi a própria Petrobrás, com a arrecadação de R$ 69,9 bilhões dos R$ 106 bil que o governo esperava arrecadar. Ontem (7), a Petrobras, também em sociedade com uma estatal chinesa, fechou o contrato por R$ 5,05 bilhões dos R$ 7,8 bi previstos.

    Para concluir a palestra, Estrella afirmou: “Nós, petroleiros, sozinhos, dificilmente enfrentaremos essa parada com perspectiva de êxito. Nós temos que ter a sociedade ao nosso lado. Temos que convencer o cidadão brasileiro que ele é proprietário disso. Quando você entrega o pré-sal, quando você vende uma refinaria brasileira, nós estamos vendendo uma riqueza que pertence ao cidadão brasileiro”.

     

    Assista à palestra “Território e energia: geologia do pré-sal e geopolítica do petróleo”, com Guilherme Estrella realizada no Instituto de Geografia da Unicamp, em Campinas/SP

    https://youtu.be/8J3Z4uGW-RU

     

    Com informações:

    Geopetro – Coletivo de Geopolítica do Petróleo da Unicamp.

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