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Tag: Reforma Ensino médio

  • Secundaristas contra a reforma do ensino médio

    Secundaristas contra a reforma do ensino médio

    Secundaristas contra a reforma do ensino médio

    Na manhã desta quarta-feira, 5, estudantes das escolas estaduais e escolas técnicas realizaram um ato contra a reforma do ensino médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

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    A concentração iniciou por volta das 9 horas, no vão livre do Masp. Após assembleia, os estudantes votaram o destino da marcha – Escola Estadual Caetano de Campos – e o trajeto, pela avenida 9 de Julho.

    Escoltados pela Polícia Militar e pela Força Tática, os estudantes seguiram pacificamente, com uma breve pausa no viaduto Jacareí, onde foram realizadas algumas falas sobre o ato.

    Este foi o segundo ato realizado pelos estudantes.

  • SP quer revogação da Reforma do Ensino Médio e rejeição da base curricular!

    SP quer revogação da Reforma do Ensino Médio e rejeição da base curricular!

     

    Por Agnes Cruz de Souza, socióloga e docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)

     

    A Reforma do Ensino Médio, materializada pela Lei 13.415/2017 que perfaz mais de um ano de existência, foi ilegítima, aligeirada e não dialogou com a realidade da escola brasileira. Imposta de forma violenta, interesseira, mercadológica, mesquinha e apressada, atacou o direito social hoje alijado ao estudante brasileiro: a EDUCAÇÃO comprometida com a qualidade e seu desenvolvimento pleno. Além disso, deixou de lado as contribuições vindas do cerne da escola: docentes, comunidade escolar de forma geral e especialmente o corpo discente do país, este, que figura como protagonista do NOVO ENSINO MÉDIO. O canto da sereia da escolha e flexibilidade proporcionadas ao discente para cursar esta etapa de ensino é o que de mais enganoso se propagou nesse processo.

    Abriu-se mão com a Reforma, do caráter público das políticas educacionais assumindo-se um viés privatista e tomando seus modos de gestão como modelo primordial. Jogou-se fora a experiência de formação de professores e as inúmeras pesquisas desenvolvidas nas universidades brasileiras para se comprar parcerias internacionais contestadas em seus cenários nacionais e que pouco dialogam com a nossa realidade.

    Ainda, a proposta de um novo e renovado Ensino Médio para o país menosprezou especialistas e pesquisadores da educação, não considerou a comunidade científica e fez com ela o mesmo que com os estudantes: deu-lhes invisibilidade, senão os ignorou integralmente. Do mesmo modo, em nenhum momento privilegiou ou ponderou a valorização dos profissionais e trabalhadores da educação. Tratou-se de um diálogo subalternizado, pautado pela ausência de efetiva discussão democrática, inclusiva, respeitosa e plural.

    Por esses e outros motivos, essa REFORMA DEVE SER URGENTEMENTE REVOGADA! As audiências públicas realizadas em 2016 para debater a Medida Provisória nº 746, no cenário pós-golpe parlamentar, foram o que de mais falacioso se verificou na história da viabilidade democrática na educação brasileira. O próximo passo atrás do Ministério da Educação (MEC) e Conselho Nacional de Educação (CNE) é a aprovação da terceira versão Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio: documento finalizado e orquestrado nos gabinetes técnicos do governo.

    A BNCC jamais deveria ter sido pensada e concretizada para chegar às escolas, mas sim ter saído delas. O teatro demagógico da magnitude dos números apresentados pela consulta pública (realizada entre os meses de outubro de 2016 a março de 2017) do MEC como um processo de participação social sem precedentes nas políticas públicas de educação, dissimulou escutar as escolas e consequentemente, também fingiu implementar o currículo via BNCC. Cumpre-se um discurso hipócrita de legitimação dos dizeres oficiais sobre a participação e participacionismo esdrúxulos, além de forjar uma democracia do falso consenso no processo de construção do currículo brasileiro. Por fim, o impacto das sugestões não coroa a participação social na construção da base nacional comum. O jogo de cena entre empresários e governo fingiu escutar as escolas, e estas vão aparentar implantá-la seguindo como um simulacro a BNCC nas salas de aula.

    Destarte, a base apresentada é exógena à cultura escolar e alheia à docência como atividade intelectual e produtora de currículo. Ela demonstra a descontinuidade do Ensino Fundamental ao Ensino Médio promovendo a fragmentação, a verticalização, o estreitamento e a pobreza curricular, além de trazer à tona um discurso hierárquico relativo à importância das disciplinas: MENOSPREZA a MAIORIA delas em detrimento do ensino de MATEMÁTICA e PORTUGUÊS.

    Dessa maneira, se engessam os demais conhecimentos em ÁREAS, estas, pouco precisas e que desrespeitam os saberes especializados e científicos das diferentes disciplinas que circundam o universo de formação no Ensino Médio. A organização curricular por competências ignora as especificidades de cada ciência e não constrói interdisciplinaridade efetiva, pois esta prevê, preliminarmente, a existência de disciplinas para se concretizar. O currículo mínimo despreza inúmeros temas culturais e faz escolhas ideológicas, embora admita categoricamente que não. Fica patente o menosprezo de determinados conteúdos legitimado por convicções nada plurais, como deve ser a educação e o ensino segundo a ampla documentação legal que cobre o setor.

     

    A BNCC é um retrocesso sobre a apropriação do conhecimento docente. É um documento ambíguo, pois afirma que a BASE não é currículo, mas traz minuciosamente a elaboração deste, suas finalidades e objetivos de ensino. Insiste-se num modelo tradicional e não se leva em conta a cultura e seleções socialmente válidas de ensino e aprendizagem aos discentes.

    É uma BASE que dá ao mercado educacional previsibilidade e segurança econômica no que diz respeito à definição dos conteúdos educacionais a serem apreendidos. Visa tão somente melhorar os resultados do IDEB e coaduna com a visão mercantilizada de educação. Deixa-se de lado uma formação humana e integral, em detrimento de um fazer escolar imediato, flexível e instável.

    A BNCC desrespeita a educação enquanto direito constitucional, divorcia-se de diálogo com as Diretrizes Curriculares e o Plano Nacional de Educação (PNE), além de ferir gravemente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996.

    É uma base refém e com robusta afinidade ao ilegítimo Escola sem Partido (ESP). Este constrange o trabalho docente e não lhes dá espaço de autonomia e liberdade. É ainda um movimento que vê o discente como um alvo facilmente manipulável e desprovido de qualquer processo crítico na relação ensino-aprendizagem. Com isso, demonstra-se que nunca estiveram no chão da escola, de fato.

    Por fim, a BNCC é um ataque ao ensino de qualidade, à formação integral do ser humano, à autonomia escolar discente e docente, à valorização dos profissionais / trabalhadores da educação para além de concretizar mais um capítulo do constante estado de GOLPE parlamentar que vivemos no país. Deve ser por nós, professores e comunidade escolar rechaçada, pois agregamos conhecimento teórico e prático suficiente para efetivar uma escola e educação de fato, afinal, projeto coletivo e preocupação por aqui não há.

    No dia 08 de junho, data da audiência da região sudeste, os representantes do CNE não contavam com o formato que a mesma protagonizaria, contrariando as intenções de “diálogo” com a sociedade dos representantes do MEC: ela ocorreu com a manifestação de estudantes e docentes das escolas públicas de São Paulo, avessos a um projeto de destruição do Ensino Médio do país, reflexo do processo antidemocrático de condução da Reforma do Ensino Médio e aprovação da base nacional. Com a ocupação do Auditório da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, no Memorial da América Latina (Barra Funda), por volta das 10 horas da manhã o presidente da Comissão Bilateral da BNCC, César Callegari, foi ao microfone para anunciar que a audiência pública da região estava cancelada. Em nota, na página dedicada às audiências da BNCC (http://cnebncc.mec.gov.br/), o CNE comunica: “Informamos que a Audiência Pública que seria realizada hoje, dia 08/06/2018, na região sudeste, em São Paulo, foi cancelada, pois grupos de manifestantes impediram que o tema pudesse ser discutido com a devida profundidade. Continue acompanhando as informações sobre as audiências por este site”.

    É importante demarcar que o caráter deliberativo e de consulta das audiências públicas da BNCC são mais um típico artifício discursivo desta gestão governamental, no entanto, deixa claro o personagem central que elaborará e dará a cartada final na BNCC: o reduto do Ministério da Educação (MEC) e o imperialista Conselho Nacional de Educação (CNE). Abre-se o espaço para ouvir a comunidade escolar, porém trata-se de estratégia retórico-publicitária (que custa milhões, pagos pelo contribuinte brasileiro) para promover os gestores da “defesa” pela educação pública. O recado de São Paulo foi dado, resta saber se compreendido, pois os personagens principais das mudanças sequer foram consultados: não à Reforma do Ensino Médio e abaixo a BNCC!

     

    Mais informações sobre a consulta pública (realizada entre os meses de outubro de 2016 a março de 2017) pelo MEC, no artigo “Participação e participacionismo na construção da base nacional comum curricular”, de Fernando Cássio, no seguinte link

  • E a reforma do ensino médio?

    E a reforma do ensino médio?

    por Breno Ribeiro

    A cinco dias do Natal, a página das Nações Unidas¹ anunciava o presente do Banco Mundial ao Brasil, 250 milhões de dólares como contrapartida para “auxiliar” o governo a implementar a reforma do ensino médio. Sufocados pelo debate da reforma da previdência, deixamos passar desapercebidamente mais um capítulo deste acordo de cúpulas que vêm transformando as estruturas do país. Neste trabalho, portanto, vamos abordar algumas nuances da reforma do ensino médio e da disputa no entorno do projeto de educação e de nação no qual ela se insere.

    Embora o cenário político atual seja marcado por uma suposta polarização, ambas as forças políticas nacionais reverberam em seus discursos a defesa de uma educação de qualidade. A aparente disputa no interior do sistema educacional brasileiro, expressa, portanto, sobretudo, uma disputa pelo significado de qualidade atribuído ao processo educacional; tal disputa, que compreende, de forma mais incisiva, desde a expressão de setores progressistas referenciados em um modelo de educação laica, histórica e socialmente referenciada, até nichos conservadores, que se visibilizam através de projetos como escola “sem” partido, ganha recentemente novos capítulos que acentuam a educação através de um viés tecnicista, aprofundando o fosso educacional entre distintas classes sociais, a partir da adoção de reformas no sistema educacional, como a reforma do ensino médio.

    Tais reformas se referenciam em padrões genéricos de aferição de qualidade estipulados por organizações internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), e a nível nacional, tais como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), ambos referenciados, por sua vez, nas diretrizes de qualidade estipuladas pela Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    Seguindo a corrente de pensamento Marxista clássico, que trata da configuração do ambiente escolar enquanto uma instituição voltada para a cristalização e reprodução do modelo sistêmico vigente, teremos algumas brechas de análise no que se refere às estratificações das perspectivas de construção de sujeitos, que se expressam de formas diferenciadas de acordo com o modelo de escola e o perfil socioeconômico; segundo Mariano Enguita(1989), em A Face Oculta da Escola, esta seleção se configura na seguinte forma:

    Através da imersão sistêmica em algumas relações sociais educacionais isomorfas com as relações sociais de produção dominantes, a escola seleciona nos indivíduos que constituem seu público aqueles traços que mais convém a estas e, se não existem previamente de forma potencial, utiliza todos os recursos ao seu alcance para gerá-los. De certo modo, estes traços de personalidade podem ser considerados como o resultado da interação entre o indivíduo e seu ambiente, isto é, como produto da interiorização das relações sociais. (pág.187)

    Levando em consideração as diferenças sociais, econômicas e culturais expressas nos públicos alvos dos diferentes modelos de escolas, privadas e públicas, ou mesmo no interior destes dois segmentos, e a forma como estas diferenças são abordadas e reforçadas, ou não, pelo ambiente escolar, nos dão possibilidade de avaliar os desafios educacionais, para conformação de educação de qualidade, muito além de uma questão meramente financeira e/ou avaliativa-produtivista. Inevitavelmente, estas disparidades no conjunto do ambiente escolar, que expressam exatamente todo o conjunto das estratificações sociais desejadas pelo sistema liberal, se resumem de forma matemática ao analisarmos os resultados de uma prova homogênea, aplicada de forma ampla nos diferentes estratos sociais, culturais, econômicos e nas diferentes regiões geográficas, sem levar em consideração as especificidades, peculiaridades e necessidades diferenciadas de cada uma delas.

    A escola, portanto, por estar inserida em um modelo meritocrático de sociedade, cria suas bases de desigualdades nos processos seletivos, fundados nesta meritocracia, que não consideram as especificidades de cada aluno, os contextos diferenciados nos quais os diferentes tipos de estudantes estão inseridos, sejam eles sociais, culturais, etc. E instrumentalizam a prática docente ceifando-a de mecanismos de formação ampla, de subsistência adequada e da possibilidade de construção de pertencimento dos sujeitos em aprendizagem. No entanto, embora este já seja um mecanismo intrínseco ao sistema educacional, sua operacionalização está vulnerável às mudanças de contextos econômicos e políticos que ditam, em última instância, as prioridades de investimento no setor; os mecanismos gerenciais e, em grande medida as políticas de médio e longo prazo, daí as reformas educacionais em tramitação no país. Para MOTTA e FRIGOTTO(2017) essa reestruturação tem por objetivo – ao contrário do que anuncia oficialmente o governo – maximizar a formação da força de trabalho precarizada para os postos de trabalhos característicos de uma economia capitalista dependente – portanto, postos precarizados, de baixa complexidade – e se dirige de forma mais contundente às classes populares, por serem, dentre outros fatores, mais dependentes da rede pública de ensino.

    Este processo de “moldagem” dos indivíduos aos processos sociais já antevê, em certa medida, uma outra camada seletiva interna, muito mais sutil que as avaliações e provões genéricos; Seguindo o raciocínio do interacionismo simbólico, que trata das microrrelações no ambiente escolar, podemos analisar as diferenciações na construção do modelo, ou tipo ideal de sujeitos requeridos e construídos na escola, e em qual perfil de estudante os processos seletivos meritocráticos encontram maior vasão e aceitação. Esses traços de diferenciação expressam-se, não mais, pura e simplesmente pelas aplicações de uma meritocracia formal dos modelos de exame, mas também pelo trato diário entre docentes e discentes, e/ou entre discentes e o conjunto dos trabalhadores em educação, como explicita Bourdieu(1998). Os adjetivos analisados pelo autor no capítulo As categorias do juízo professoral, dão conta de uma cristalização, muitas vezes inconsciente, dos discursos dos(das) docentes em relação aos estudantes, e como esses adjetivos se transfiguram na mesma medida em que se modificam as classes sociais e culturais de seus estudantes.

    Tais objetos de análise microssociológica, que a longo prazo concorrem para a construção da subjetividade dos sujeitos, e para com as suas idealizações de futuro, determinam no inconsciente aqueles que cumprem os estereótipos de sucesso profissional, social e econômico; e aqueles que já são previamente classificados como postulantes a cargos e estratificações sociais “subalternos”. Em países como o Brasil (de capitalismo dependente, e de economia baseada em commodities), o incentivo à produção de mão de obra barata e com qualificação específica, torna ainda mais dramático esse quadro, na medida em que transferirá a “escolha” do segmento escolar – técnico-profissionalizante e/ou regular – para um período escolar ainda mais cedo, deixando esta escolha, muito provavelmente, ainda mais dependente das influências do ambiente escolar onde estes jovens estejam inseridos.

    No entanto, obviamente, o caráter estrutural das reformas e medidas econômicas de restrição de investimentos públicos são muito mais decisivos para o processo de seleção educacional, é o que aponta, por exemplo, dossiê produzido por MOTTA e FRIGOTTO (ibid), para os quais medidas como a reforma do ensino médio visam, estruturalmente, interferir no que classifica como questão social, reorientando a perspectiva educacional das classes sociais mais baixas, e sedimentando uma inserção, no interior do próprio ensino médio formal, do direcionamento formativo para o preenchimento de postos de trabalhos condizentes com uma posição nacional de capitalismo dependente, que demandaria mão de obra qualificada em segmentos extremamente específicos e de baixa complexidade.

    A ideia de investimento em capital humano como motor de desenvolvimento econômico é uma determinada concepção de formação humana nos restritos marcos das necessidades de mercado. Enfatiza os conhecimentos úteis que o estudante deve adquirir para impulsionar a produtividade dos setores econômicos, a fim de potencializar competitividade no mercado local e internacional, ou para criar condições de empregabilidade, isto é, desenvolver habilidades e competências que potencializem a inserção do indivíduo no mercado de trabalho […] No caso brasileiro, no período nacionaldesenvolvimentista, difundia-se a necessidade de investir no capital humano articulado ao projeto de modernização da nação, como mecanismo de avançar etapas de desenvolvimento econômico e social; no atual ciclo de globalização neoliberal, justifica-se pelo aumento da competitividade no mercado internacional e para gerar condições de empregabilidade.(MOTTA e FRIGOTTO (ibid))

    Os autores buscam dialogar e confrontar os argumentos de um setor específico da intelectualidade, que busca fundamentação científica para o alargamento das reformulações e controle do processo educacional em uma suposta correlação entre aumento do PIB e nível de escolaridade, é o que propõe o economista norte-americano Eric Hanushek. No entanto, embora suas argumentações demonstrem uma suposta intencionalidade em expansão educacional, esta se restringe a um modelo atrofiado de difusão e compartilhamento de saberes, não se funda nem tem por objetivo propiciar aos sujeitos, objetos deste ensino, ferramentas para leitura de mundo.

    Essa visão ganha eco no cenário nacional. Em artigo publicado em maio deste ano, a colunista do jornal Folha de São Paulo, Érica Fraga,² defende uma reformulação educacional baseada nos pressupostos defendidos por Hanushek, e por organizações como o Todos pela educação – movimento que congrega setores estratégicos da burguesia nacional em torno da disputa pelo projeto nacional de educação –, e que podem ser claramente identificados como propulsores das reformas, tais como a medida provisória nº 746/2016, transformada na Lei nº 13.415/2017, popularmente conhecida como reforma do ensino médio.

    Por fim, como cereja do bolo, no dia vinte de dezembro de 2017, a página das Nações Unidas anunciou em matéria o investimento de 250 milhões de dólares como parte do “primeiro programa para resultados do Banco Mundial em parceria com o governo do Brasil” como contrapartida pela implementação da reforma do ensino médio. Na matéria, corroborando com a análise empreendida aqui, destaca-se como objetivos: “promover a diversificação do currículo e o desenvolvimento de competências chaves[…]” para que se garanta a “maior produtividade em prol do desenvolvimento sustentável”. Conclui-se, portanto, que a reforma é estrutural e atende prontamente à concepção estratégica de país que vêm sendo implementada, mais incisivamente, após o golpe parlamentar, mas, principalmente, atinge o futuro de milhões de brasileiros que já nascem, e continuarão a nascer mais ainda, com os grilhões, mordaças e a marca do brasão de nossa elite financeira escravocrata e eternamente colonizada

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    Notas

    1 Esse texto foi publicado originalmente em https://potlatchbrasil.blogspot.com.br

    2 Breno Ribeiro é cientista social pela UFRJ e mestrando pela UFF

     

    Referências Bibliográficas

    ENGUITA. Mariano F. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo. Ed. Artes médicas. Porto Alegre, 1989.
    MOTTA, Vânia C. FRIGOTTO, Gaudêncio. O por quê da urgência da reforma do ensino médio? Medida provisória nº 746/2016 (LEI Nº 13.415/2017). Educação & Sociedade, v.38,n.139. (2017)
    BOURDIEU, Pierre. Escritos em Educação. NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio.(Orgs). Petrópolis- RJ. Ed. Vozes, 1998.
    ¹ Disponível em: <https://nacoesunidas.org/banco-mundial-liberara-us-250-mi-para-brasil-fazer-reforma-do-ensino-medio/> acesso em 20 de dez. 2017.
    ² Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ericafraga/2017/05/1882657-educacao-de-qualidade-e-crescimento-economico-na-veia.shtml> acesso em 17 jun. 2017.