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Tag: Reforma da Previdência

  • Contra destruição do Brasil, o povo vai ocupar às ruas no dia 20 de setembro

    Contra destruição do Brasil, o povo vai ocupar às ruas no dia 20 de setembro

    Por Érika Aragão, via CUT

    No próximo dia 20 de setembro, os trabalhadores e as trabalhadoras voltarão às ruas para realizar um ato em defesa dos direitos e do meio ambiente e contra a destruição do Brasil que vem sendo promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) que, em oito meses não apresentou uma única proposta de desenvolvimento com justiça social e geração de emprego e renda, muito menos de combate efetivo as queimadas na Região Amazônica.

    Até agora, Bolsonaro e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, só apresentaram medidas que beneficiam empresários, em especial do agronegócio que ajudaram a eleger o capitão, ou que representam o extermínio de programas sociais fundamentais como o Minha Casa, Minha Vida, redução do funcionalismo público, desregulamentação e auto fiscalização pelas empresas, privatizações de estatais como Petrobras, bancos do Brasil e Caixa e mais onze empresas públicas, além de regras mais rígidas para aposentadoria.

    Dia 20 tem luta

    A escolha da data da próxima mobilização da classe trabalhadora foi estratégica. O objetivo é convergir com o dia de mobilização internacional Greve Global pelo Clima, em 20 de setembro, organizado pela Coalização pelo Clima, uma articulação composta por diversos coletivos que debatem e promovem ações de informações e combate às mudanças climáticas.

    Além da defesa da Amazônia, a pauta da CUT, demais centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo terá lutas por direitos, educação,  empregos, soberania e contra a reforma da Previdência, que está tramitando no Senado e pode ser votada nesta quarta-feira (11) depois de manobras do presidente da casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tentar acelerar a aprovação das mudanças de regras da aposentadoria e outros benefícios previdenciários.

    As mobilizações do Dia Nacional de Paralisações e Manifestações em Defesa do Meio Ambiente, Direitos, Educação, Empregos e Contra a Reforma da Previdência, em 20 de setembro, serão realizados no local de trabalho, na parte da manhã, e na parte da tarde serão ser realizados atos em todas as capitais. Uma grande parte dos trabalhadores e das trabalhadoras do setor público já aprovou paralisação neste dia.

    “Os que queimam e derrubam a Amazônia são os mesmos que querem acabar com nosso direito à Previdência Social, querem destruir os direitos trabalhistas e sociais e privatizar as empresas públicas, destruindo também a soberania do nosso povo e do nosso país”, afirmou o Secretário-Geral da CUT, Sergio Nobre, explicando porque no dia 20 todos estarão juntos para defender o clima, os direitos, as estatais e a soberania.

    Estão destruindo o Brasil, acabando com a floresta amazônica, desmontando o sistema da Previdência Social, estão acabando com nossos direitos, com as políticas sociais e ainda querem acabar com as empresas públicas, enquanto a pobreza e o desemprego só crescem. Se você está indignado com tudo que está acontecendo venha para luta, venha para rua no dia 20

    – Sérgio Nobre
  • O tempo da reforma não é o tempo da vida

    O tempo da reforma não é o tempo da vida

     

    ARTIGO

    Alexandre Santos de Moraes, professor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense

     

    Tempo é uma das palavras mais usadas para a defesa da Reforma da Previdência. Os especialistas em números, em acordes apocalípticos, insistem que o colapso econômico do país seria uma questão de tempo. Explicam que o tempo de vida dos brasileiros e brasileiras aumentou, uma conquista que não pode passar impune. Viver mais é o crime que exige reparação: é preciso aumentar o tempo de trabalho, até porque a aposentadoria por tempo de vida será extinta. E, sob a pecha de evitar que o governo não fique, em curto ou médio prazos, sem dinheiro para pagar a aposentadoria e deixe milhões de aposentados na miséria, regulamentam o pagamento de aposentadorias miseráveis para os poucos que dela serão capazes de desfrutar.

    Seria tentador usar os números para questionar essas contas, e muitos o fizeram com garbo e elegância. Poderíamos argumentar que outras fontes de recursos poderiam ser utilizadas para suprir o déficit atual da Previdência, que é de aproximadamente R$ 150 bilhões. No último parcelamento de débitos tributários, o governo Temer perdoou uma dívida de R$ 62 bilhões. Há pouco, voltou a circular o debate sobre o perdão de 17 bilhões de reais que o governo Bolsonaro pretende conceder a empresários rurais que sonegaram impostos. Com maior inteligência nas desonerações fiscais e com políticas públicas para estimular a geração de empregos formais, não seria tarefa demasiado árdua cobrir esse rombo que a tantos causa arrepio.

    Ainda em respeito aos números, seria digno considerar, em conformidade com o que se pratica na maioria absoluta dos países, melhores práticas em relação à taxação de dividendos, grandes fortunas e heranças. Também seria possível auditar a dívida pública que hoje está na casa de R$ 3 trilhões, remunerada a uma taxa de juros indecente que só beneficia uma pequena elite de rentistas. Mas tudo isso são números, e quando se discute tempo, estamos falando não de números, mas de gente.

    As discussões políticas podem ser comparadas a uma fotografia. Quem toma uma foto em suas mãos parece estar diante de um momento “congelado” da realidade, e fica com a impressão de que o motivo fotografado não poderia ter sido feito de outra maneira. O problema é que mesmo a mais simples fotografia é tirada a partir de escolhas que envolvem não apenas o ângulo, a luminosidade e os equipamentos utilizados pelo fotógrafo, mas também o seu desejo de tornar aquele instante, e não outro, alvo e objeto de um “clique”.

    As discussões sobre a Reforma da Previdência estão sendo feitas assim, sob o signo de um discurso único, produzido pelo Império dos Números em que até mesmo o tempo não é mais o tempo da vida, o tempo das realizações, dos afetos, das vitórias e derrotas, em suma, das experiências, mas o tempo de vida, o tempo em que investimos o sacrifício diário da labuta, o tempo que dispendemos para gerar riquezas que quase nunca são nossas, o tempo em que trabalhamos apenas para garantir as condições materiais de existência, mas também a sanidade das contas públicas de um Estado que vive para servir quem menos precisa dele.

    Não foi inocente que, ao longo de todo esse tempo, o debate tenha se concentrado nas contas públicas, e não na vida das pessoas. Não há aqui, obviamente, a ilusão de que um Estado endividado, incapaz de saldar seus compromissos, possa fazer de forma adequada o trabalho que deveria justificar sua razão de ser. Mas, nesse caso, a ordem dos fatores altera, sim, o produto. Diante de um suposto colapso econômico – em parte estimulado pelos que defendem a própria Reforma – não há como naturalizar que a usurpação do tempo de vida das pessoas seja a saída razoável para remediar problemas que teriam sido supostamente causados pela longevidade.

    Não menos vil é postular que o tempo de vida é sempre o tempo do trabalho, recorrendo, nesse caso, ao discurso moralizante do caráter supostamente redentor dos esforços laborais, meios privilegiados de produção de virtudes que outros não promoveriam. O compromisso segue sendo exclusivamente com a produtividade irrefreada, da brutalidade capitalista que, como alertava o mestre Antônio Cândido, age como se o capitalismo fosse o senhor do tempo.

    O tempo da Reforma não é o tempo da vida, tanto que a condenação a uma vida inteira de trabalho foi feita sem que se cogitasse qualquer medida compensatória, como diminuição das jornadas semanais ou aumento das semanas de férias. Não ousaram sequer escovar os dentes da besta para torná-la menos assustadora: deixaram-nos amarelados, com nacos de carne presos à gengiva e com aquele hálito de morte necessário para causar assombro. A Reforma foi proposta em favor dos números, e números não precisam de cuidados. Quem precisa de cuidados é gente.

    Diz um ditado mexicano que “a morte está tão segura de sua vitória que nos dá toda uma vida de vantagem”. Somos feito de carne, osso, paixões e tempo. O tempo não é o que temos, mas o que somos, e não somos números para que nosso tempo seja apenas o tempo do trabalho.

    O debate sobre a Reforma da Previdência envolve muito mais do que as formas de financiamento da seguridade social, os déficits malversados ou superávits desejados: ele tem a ver com a vida das pessoas que acordam todos os dias e vêem o tempo morrer diante de si, seja nos engarrafamentos em direção ao trabalho, seja na rotina sórdida que torna a chegada do fim de semana tão desejado. Essa deve ser uma discussão permanente, independentemente do resultado das futuras votações, pois uma hora será preciso recuperar a humanidade e devolver a política às pessoas, essa variável sordidamente ignorada na equação.

  • Eles venceram, mas o sinal não está fechado pra nós

    Eles venceram, mas o sinal não está fechado pra nós

    Alexandre Santos de Moraes, professor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense

    A Reforma da Previdência foi aprovada na Câmara dos Deputados. Em 10 de julho de 2019, 379 deputados votaram “sim” para o texto-base que altera as regras de aposentadoria. A esquerda, praticamente em uníssono, votou “não”, mas foram apenas 131 votos.

    Foi uma vitória de Rodrigo Maia (DEM), que assumiu as rédeas do jogo e definiu um “Parlamentarismo de ocasião” quando percebeu que Bolsonaro é incapaz de negociar qualquer coisa. No entanto, não vamos tirar essa vitória do colo do presidente: ele jogou com as cartas que tinha e que não tinha, liberando verbas indecentes para comprar a convicção daqueles que se recusavam a empunhar seus nomes nessa medida impopular. Maia e Bolsonaro venceram, e não vamos privá-los desse gostinho de vitória. Negar esse fato é jogar fora a verdade cruel que eles lutam para esconder: quando a direita vence, o povo perde.

    Mas não basta lembrar a vitória, é preciso recordar seu custo. Não me refiro apenas aos milhões de reais liberados estrategicamente para financiar essa jogatina. É preciso colocar na conta o volume indecente de verba publicitária que o governo reservou para convencer as pessoas de que o veneno funcionava como remédio. Também não há como esquecer os custos do discurso apocalíptico de que o “país iria quebrar” caso a PEC não fosse aprovada.

    O governo e os deputados governistas também cobraram um preço alto da democracia: fecharam as portas do Parlamento para se livrar das pressões populares, brincaram de fazer “bolão” e foram comemorar algo que prejudica seriamente a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, sem falar que não houve consulta popular e a discussão sempre foi terrivelmente frágil, pois no afã de garantir a vitória ocultaram dados, números e informações. Venceram de modo vil, pode-se dizer, mas venceram. Política tem dessas coisas, e não adianta lamentar a imoralidade do processo.

    Eles venceram, mas o sinal não está fechado pra nós. Para que não se perca a memória, essa reforma é um sonho de longa data acalentado pelos donos do dinheiro. É preciso lembrar que o Estado tem uma dívida que consome mais da metade de tudo que se arrecada, e o desespero dos ricos é perder um pouquinho de tudo aquilo que os pobres sequer sonham desfrutar. Trata-se de uma reivindicação antiga dos milionários e bilionários, brasileiros e estrangeiros, empresários e especuladores financeiros que se escondem atrás do chamado “mercado”, uma metonímia maldita que despersonaliza a pequena parcela de abastados que se esconde nos cofres e se esforça para parecer uma entidade sobrenatural.

    A Reforma da Previdência não é apenas um forte incentivo ao pagamento das dívidas, mas a abertura de uma janela de oportunidades para ampliar ainda mais as possibilidades desse lucrativo endividamento. Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro foram títeres de ocasião, manobrados com as cordas na contramão das necessidades e exigências populares. Isso não os exime de culpa, é verdade, mas é preciso compartilhar os méritos da vitória: quando vencem os ricos, perdem os pobres. Quando vence a direita, perde o povo.

    O problema é que os fatos da política não são como os da natureza, e se a derrota pode ser amarga, as vitórias também não são lá muito cândidas. Ainda não foi possível, para a maioria de nós, assimilar os custos dessa vitória. Aqueles que trabalham muito e ganham pouco, especialmente os que votaram no presidente que ora os obriga a uma vida de labuta ininterrupta, precisarão fazer as contas em algum momento. Se ainda não estão cansados, um dia ficarão exauridos e perceberão o direito que lhes foi negado. Essa compreensão, certamente, não cairá do céu e os defensores do fim da aposentadoria continuarão alegando que foi “o melhor para o país”.

    Nossa função será lembrar que o país não pode ter dono, e que se for ruim para o povo, não pode ser bom para Brasil. As condições da vida material gritam, e é nesse momento que se abre a chance de gozar com a vitória alheia. Não se trata de revanchismo ou otimismo baratos, mas, sim, do reconhecimento de que a realidade se impõe de modo visceral, razão pela qual é importante não deixar esse assunto se esvair na rotina de escândalos medíocres que adorna os noticiários. Em política, todas as vitórias são passageiras. Mesmo eles, que governaram o país por tanto tempo, se viram derrotados por um projeto popular que deixou na lembrança um sabor doce que será difícil apagar. Conseguiram que o sinal verde se abrisse, mas a gente sabe que logo em seguida vem o sinal vermelho.

    Nesse momento, não podemos confundir indignação com desânimo. Na verdade, é a indignação que move nosso ânimo, e a vitória deles deve nos atiçar ainda mais. Seguiremos conversando com as pessoas, discutindo a maldade que foi imposta, revendo a romantização estratégica do trabalho e demonstrando o custo da despolitização da política. Sempre é tempo de combater o bom combate, nas ruas, na internet e em todas as trincheiras possíveis. O sinal, insisto, não está fechado para nós. Eles venceram, e poucas vitórias mostraram de forma tão transparente as diferenças fundamentais que nos opõem.

    A conta já está chegando, e pelo mapa da votação sabemos que partidos votaram contra ou a favor dos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras. O sinal não está fechado e a luta nunca termina, até porque, como diz a canção de Belchior, “Viver é melhor que sonhar”. Política dá trabalho, mas dessa aposentadoria não fazemos a menor questão.

  • A SALA DE AULA É UM ESPORTE DE COMBATE

    A SALA DE AULA É UM ESPORTE DE COMBATE

    Os severos cortes à educação brasileira, em todos os seus níveis, anunciados pelo governo Bolsonaro (PSL) nos últimos dias, provocaram em meu corpo dores físicas. Trabalhar com a educação nesse país já é muito desgastante por vários motivos, desde a falta de condições de trabalho, as muitas turmas e salas superlotadas, a violência, o desgaste emocional e psicológico, os BAIXOS SALÁRIOS PAGOS, dentre tantos outros motivos que levam centenas de professores e professoras a pedir licença médica por condições de estresse, depressão e a síndrome de burn-out, e até mesmo a largar o magistério. PROFESSOR NÃO É VAGABUNDO. Resiste quem consegue. Enquanto professora, eu posso dizer que o chão da sala de aula não está nada fácil e que o ódio que este governo tem de nós, professoras e professores, nos atinge em todos os âmbitos de nossas vidas. PRECISAMOS NOS PROTEGER.

    A reforma da previdência, que ataca duramente as professoras e professores deste país, ao propor acabar com a aposentadoria especial, que existe justamente porque há um reconhecimento que a profissão docente é extremamente estressante, nos tira o nosso direito de se aposentar e nos obriga a trabalhar praticamente uma década a mais. O maldito projeto Escola Sem partido, ou melhor, Lei da Mordaça, não foi aprovado no congresso nacional porque é inconstitucional e inviabiliza a própria razão de ser da educação, que depende da liberdade de pensamento para existir enquanto tal. A função da escola se inviabiliza com a CENSURA, que é o que propõe de fato esse projeto, mesmo assim, ele parece estar legitimado na escola e na sociedade. A quantidade de professoras e professores sendo assediados, perseguidos, demitidos e respondendo a sindicâncias é enorme. PROFISSÃO DE RISCO. As denúncias só aumentam e revelam o quanto a censura já está entre nós. Esse projeto estimula o ódio e a consequente desvalorização dos docentes no país, seja na opinião pública, ao diminuir o trabalho docente como mera “doutrinação”, seja estimulando os alunos a filmar, expor e denunciar seus professores e professoras, numa campanha nacional encabeçada pelo MBL (Movimento Brasil Livre). Um dos efeitos mais nefastos e, propositalmente, é a lógica de colocar aluno contra professor e vice e versa. A união entre estudantes e professores é muito poderosa na sociedade e ameaça qualquer governo. A relação ensino-aprendizagem passa diretamente pela mediação entre os discentes e docentes e é uma relação muito mágica, afinal de contas, somos nós e eles em sala de aula, cotidianamente durante o ano inteiro e, em alguns casos, por mais de um ano de convivência. É UMA RELAÇÃO HUMANA, de carinho, amor, respeito e afeto.

    O ataque a nós, professoras de sociologia e filosofia, é ainda maior, porque, inevitavelmente, os conteúdos de nossas aulas são os assuntos que eles querem censurar. As nossas aulas permitem a escola abordar temas que eles não querem que falemos em sala de aula e que, inclusive, eles querem reprimir e censurar na sociedade, como a discussão de gênero e sexualidade, o ensino da História e Cultura-Afro-Brasileira e a discussão sobre as doutrinas sociais (capitalismo, socialismo, comunismo e anarquismo). Quando eu pego o currículo mínimo de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro, eu entendo o porquê eles têm tanto medo da nossa disciplina e, por isso, precisam reprimi-la veementemente.

    Eu vejo a SOCIOLOGIA como ferramenta possível de compreensão da estrutura da sociedade brasileira e ensinar sociologia para alunos do ensino médio é possibilitar a esses jovens compreender os mecanismos de opressão dessa sociedade, dessa maneira, a educação se torna aquilo que Paulo Freire chamou de “PRÁTICA DA LIBERDADE”, isto é, “o meio pelo qual homens e mulheres lidam de forma crítica com a realidade e descobrem como participar na transformação de seu mundo”. Em tempos de FASCISMO, censura, repressão, apologia a ditadura militar e uma FALSA DEMOCRACIA, pensar é muito perigoso. Quem conhece a história da sociologia na educação básica desse país sabe que ela é intermitente, isto é, acompanha a vida política. Em períodos de expansão da democracia ela aparece nos currículos escolares, enquanto, em períodos ditatoriais e de repressão, ela desaparece das escolas. Portanto, a luta dos professores e professoras pela sociologia na escola é uma luta pela democracia. A retirada da disciplina e a perseguição aos docentes é um bom termômetro do nível de democracia ou não que estamos vivendo.

    Em tempos de tantos ataques aos direitos da classe trabalhadora, nós, professoras da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, estamos há 5 anos sem reajuste salarial. O arrocho implementado na gestão do governador Pezão está acarretando a perda de poder aquisitivo dos salários que não são corrigidos anualmente, conforme determina a lei. A categoria já acumula mais de 28% de perdas salariais. Esse ano, o governador Wilson Witzel (PSL) já declarou que não haverá reajuste salarial para os servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro. Diante de tantas desumanidades e adversidades, nós, professoras e professores deste Estado, devemos não somente ousar lutar, mas temos a responsabilidade de não esmorecer durante a jornada. Por nossos alunos e alunas, por nossa categoria, por nós mesmas, pela educação no Brasil, não nos abateremos e resistiremos com muita coragem. SOMOS REFERÊNCIA, para muitos jovens. NINGUÉM SOLTA A MÃO DE NINGUÉM.

    Amanhã, em sala de aula, eu nem sei por onde começar o SEGUNDO BIMESTRE, pois acreditar que a escola é uma bolha, uma ilha e que está isolada da sociedade, com certeza não é a minha prática docente. Até porque a sociologia urge em discutir o que se passa na sociedade, portanto, amanhã nós vamos entrar em sala de aula de cabeça erguida, SEM MEDO e vamos discutir sobre a EDUCAÇÃO BRASILEIRA, ontem, hoje e amanhã. Vamos pensar sobre que escolas e universidades nós queremos! Vamos denunciar os cortes na educação do governo Bolsonaro e os impactos dessas medidas no chão de cada escola desse país. Cada educadora e educador, que luta e acredita numa educação melhor, mais justa e menos desigual, vai encontrar a sua resiliência dentro e fora de sala de aula. Nós não vamos desistir facilmente e nós estamos com os estudantes. A nossa luta unificou, é funcionário, estudante e professor! Eles querem a gente doente, triste, sem força e sem dinheiro, para nos enfraquecer, mas eles não vão conseguir. Como Conceição Evaristo diz, “eles combinaram de nos matar e nós combinamos de não morrer”.

    CAROL QUINTANA, professora de sociologia, coordenadora do SEPE Teresópolis e ativista LGBT

    CONTRA OS CORTES NA EDUCAÇÃO DO GOVERNO BOLSONARO!

    NÃO A DESVINCULAÇÃO DO FUNDEB!

    NÃO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!

    NÃO A LEI DA MORDAÇA!

    TODO APOIO A LUTA DOS ESTUDANTES E PROFESSORES! RUMO À GREVE GERAL DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO!

  • O Brasil quer viver! CTB lança movimento em defesa da previdência pública e do direito à aposentadoria

    O Brasil quer viver! CTB lança movimento em defesa da previdência pública e do direito à aposentadoria

    Quando as pesquisas indicam rejeição da população brasileira à Reforma da Previdência de Jair Bolsonaro, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e sindicatos de todo o país lançam a campanha “QUERO VIVER DEPOIS DE TRABALHAR”

    Principal tema do debate público atualmente no Brasil, a proposta de Reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro está sendo negada pela maioria dos brasileiros e brasileiras, como atestam as últimas pesquisas de opinião de institutos como o Datafolha e o Vox Populi. Representando esse sentimento e mobilizando a população a se manifestar contra essa reforma, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) lança nesta sexta (12) a campanha “QUERO VIVER DEPOIS DE TRABALHAR – NÃO MEXA NA MINHA APOSENTADORIA”, um movimento que busca alertar o público em geral sobre os riscos dessa reforma e a ameaça do fim das aposentadorias.

    Em um contexto de envelhecimento da população e de graves ataques aos direitos sociais básicos, a campanha catalisa a expectativa de milhões de pessoas trabalhadoras, principalmente as mais pobres, de poderem viver com dignidade após todos os seus anos de atividade. Segundo o presidente da CTB, Adilson Araújo, o movimento sindical tem a responsabilidade de mostrar, à maioria da população com menos renda e recursos, que ela é a principal prejudicada com as mudanças na Previdência que serão votadas pelo Congresso Nacional.

    “É um retrocesso que joga o ônus da crise sobre a classe trabalhadora. Não vai tirar o Brasil dessa situação financeira e sim preservar os privilégios de alguns setores, enquanto ignora a dívida de empresas privadas com a Previdência. O projeto do governo é promover um desmonte da seguridade social”, denuncia.

    De acordo com o próprio texto da Proposta de Emenda Constitucional 6/2019, que é o projeto da reforma em andamento, mais de 90% dos valores que o governo espera cortar do sistema previdenciário são do chamado Regime Geral de Previdência Social, ou seja, o que reúne a imensa maioria dos trabalhadores pobres e que recebem aposentadorias de um ou dois salários mínimos.

    REDES, SITE E CARTILHA

    A campanha “QUERO VIVER DEPOIS DE TRABALHAR” será composta de peças gráficas como cartazes, folhetos e uma cartilha com pontos explicativos sobre de que forma o trabalhador brasileiro será prejudicado com a reforma. A campanha também terá vídeos, ações nas redes sociais e um site para tirar dúvidas sobre o tema, auxiliando as pessoas, com uma calculadora online, a medirem as diferenças do atual sistema e do novo em relação ao tempo de aposentadoria.

    OS PERIGOS DA REFORMA

    Entre os perigos do projeto de reforma da previdência, a CTB e as centrais sindicais também denunciam o enfraquecimento da aposentadoria rural, o desmonte do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que promove o apoio a indivíduos em situação de pobreza extrema, o fim da aposentadoria por tempo de contribuição e a proposta de capitalização da previdência pública no Brasil, que já se mostrou desastrosa em outros países como o Chile e contribui para a degradação das condições sociais da população idosa.

    A CTB e o movimento sindical também combatem o falso argumento do governo federal e do ministro da economia, Paulo Guedes, de que há um déficit na Previdência, reivindicando que ela seja contemplada devidamente como parte do sistema de seguridade social brasileiro e que seja garantida como prevê a Constituição Federal para a proteção da vida e da dignidade dos milhões de brasileiros e brasileiras.

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  • Todos juntos em São Paulo contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro

    Todos juntos em São Paulo contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro