Jornalistas Livres

Tag: Racismo

  • Não é humor, é Racismo!

    Não é humor, é Racismo!

    Primeiro quero registrar que considero o Pânico na Band um dos piores programas da TV Brasileira, carregado de estereótipos machistas, homofóbicos e racistas, seguido por humilhações, depreciações e babaquices que, na minha visão, estão muito longe de serem considerados humor, ou até mesmo entretenimento.

    Blindados pelo conceito de liberdade de expressão, os responsáveis pelo programa não têm limites. A última novidade é a criação do personagem Africano, encenado pelo ator Eduardo Sterblitch, um homem branco, vestido de preto e com a cara pintada de preto, o famoso e abominável “black face”, como uma representação de um africano que remete à ideia de tribal, rude, que fala de forma inteligível, que faz uma dança desengonçada, que tem pênis grande, que satiriza as religiões de matriz africana, ou seja, uma construção animalesca e racista dos povos africanos e do povo afro-brasileiro.

    Nosso país, por muito tempo, tentou impor a ideia de que vivemos em uma democracia racial, com uma relação harmoniosa entre as raças. Porém, sempre construiu um imaginário que tudo aquilo que é considerado bom é associado ao ideário branco e europeu e tudo aquilo que é pejorativo é vinculado ao imaginário negro. Essa construção simbólica vai definindo os lugares que cada um pode ocupar na sociedade. Os brancos ocupando os espaços de decisão e os negros de subalternidade.

    Além disso, elementos da cultura afro-brasileira são incorporados como parte da identidade nacional brasileira como Samba, Capoeira, Feijoada, entre outras expressões com uma lógica bem longe de integração, mas como elemento para esvaziar a construção de uma identidade negra histórica que seja capaz de se contrapor às estruturas estabelecidas.

    Neste sentido, a formação de estereótipos depreciativos das negras e negros também ajuda a reforçar essa negação de identidade, pois ninguém quer ter a sua imagem associada a algo que é simbolicamente ruim. Isso também faz parte da engenharia política do embranquecimento, que foi muito difundido no projeto político das elites brasileiras no pós-abolição da escravatura.

    Portanto, a depreciação da imagem do africano e afro-brasileiro está intimamente ligada a um processo de dominação e opressão, a partir do simbólico e da manutenção dos privilégios de uma elite branca e racista.

    Outro aspecto que merece ser destacado nessa discussão é que as frequências de transmissão dos canais são públicos e as emissoras recebem concessões para explorar esses espaços com o compromisso de zelar pelos interesses públicos. Também é importante destacar que o direito a liberdade de expressão não está acima de nenhum outro direito, sobretudo os direitos humanos e o respeito a dignidade humana.

    Achei muito interessante a entrevista que li de um jovem humorista que disse que fazer humor contra aqueles que já são oprimidos historicamente é fácil, o difícil é fazer um humor onde se questionem as estruturas de poder e façam o povo pensar. Dessa forma o que Pânico faz não é humor, é racismo. Deve responder, inclusive judicialmente, por isso.

    Juninho é jornalista e pós-graduado em Mídia Informação e Cultura pelo CELACC/ECA-USP. É militante do Círculo Palmarino, corrente do movimento negro, e presidente do Instituto Manuel Querino. Morador de Embu das Artes, é dirigente do PSOL na cidade desde 2005 e foi candidato a vereador em 2008. No último período, Juninho encabeçou lutas pela melhoria no abastecimento de água, instalação de equipamentos públicos de saúde e denúncia dos desmandos com o dinheiro público. Juninho tem uma forte atuação no campo cultural, estando a frente do Ponto de Cultura “De periferia para periferia valorizando a cultura afro-brasileira”. Juninho tem se destacado na luta pelos direitos humanos, principalmente contra a violência praticado pelo Estado e o extermínio da juventude negra. Em 2014 foi candidato a deputado estadual de São Paulo pelo PSOL.

     

  • Ser mãe negra e jovem no Brasil

    Ser mãe negra e jovem no Brasil

     

    Como ensinar a sua filha a ter orgulho da própria cor no país da falsa Abolição

    Ontem, dia da Abolição, deveria ser feriado Nacional. Deveria ser um dia de comemoração, um dia para ser lembrado. Mas acho que sei porquê o dia 13 de maio não está em vermelho no calendário: por mais que a escravidão tenha sido oficialmente abolida do nosso país, ela continua dentro das pessoas.

    Sou negra, nunca fui obrigada a trabalhar em troca de comida ou moradia, mas sei o que é entrar em um algum lugar e ser olhada como diferente, sei o que é ouvir piadinhas (todas sem graça nenhuma) pelo fato de sua pele ser de uma pigmentação mais escura, ter apelidos por causa da minha etnia, perguntarem por que não faço uma progressiva.

    A escravidão acabou oficialmente, mas o racismo não. O que me deixa extremamente abalada é ver que para muitas pessoas isso é normal. Vemos na televisão e nos cinemas que as empregadas domésticas são negras, que os bandidos são negros, que a maioria dos mortos são negros. E me pergunto: quando isso irá mudar? Quando isso deixará de fazer parte da cultura brasileira?

    Frases como: “Tinha que ser preto!”, “Viu aquele neguinho?”, “Cuidado, é preto e corinthiano!”, são ditas com a maior naturalidade, sem constrangimentos. Aceita-se esse tipo de abordagem. Não apanhamos mais de senhores feudais, não temos mais navios negreiros. O que temos é a NEGAÇÃO da nossa cor no dia a dia.

    Ao olhar na periferia, vemos que ali estão os pretos e pardos. Numa construção, os serventes e pedreiros são negros, assim como as faxineiras. Claro que o Brasil evoluiu um pouco, já temos muitos negros na universidade, muitas cotas oferecidas (por mais que a USP se negue a participar), temos o PROUNI, o FIES, mas também temos o Senado querendo aprovar a PEC 171 para reduzir a maioridade penal. Quem perde com a diminuição da idade penal são os “neguinhos da quebrada”. Nossos presídios estão lotados de negros.

    Lembro de quando estava na 5ª série (atualmente, 6º ano) e meu apelido era “Poodle”, pois meu cabelo não era do padrão de beleza estabelecido. Recordo-me que todos os empregos que minha mãe obteve foram como empregada doméstica. E foi assim, com o suor e a batalha, limpando tantos banheiros, que ela criou meu irmão e eu.

    Quanta vezes presenciei amigos serem abordados dentro de bares, padarias ou até mesmo na rua, simplesmente por serem negros e nossos amigos brancos, nunca. A desculpa era de que estavam em “atitude suspeita”. Mas estávamos juntos fazendo as mesmas coisas.

    Ao olhar para minha sala de aula na faculdade vejo que sou uma das poucas negras (na verdade, minha sala, que tem 50 alunos, tem apenas dois negros) e sou a única negra bolsista. Isso não é novidade dentro de uma universidade reconhecida como a minha.

    Hoje estou com 26 anos, sou casada e tenho uma linda filha, a Isabella, que mesmo com 5 anos sabe bem o que é ser uma menina negra. Sempre ouço (até de nossos próprios parentes): “Nossa, criança, que cabelo é esse?”, ou “Quando ela crescer pode fazer uma [escova] progressiva!”, ou, ainda, “Tinha que puxar justo o seu cabelo e o seu nariz?”. Sim, nosso nariz batatinha também sofre na nossa sociedade preconceituosa. Mas me enche de orgulho de ouvir ela sempre dizer:

    “Amo meus cachos, são iguais aos da minha mãe!”

    Claro que isso não é nada perto de tantos negros que já foram presos, espancados, mortos. Meu relato não chega perto de tantas mães que viram seus filhos saírem de casa sem nunca mais voltar. Ou daqueles que percebem as pessoas que atravessam a rua com medo, puxando suas bolsas, porque um negro está ali. E te olham com nojo.

    Certa vez ouvi que o dia 20 de Novembro não era uma data que deveria ser comemorada, afinal todos nós temos Consciência Negra. Me indignei com isso, pois se TODOS NÓS realmente tivéssemos essa consciência, esse meu texto não precisaria ser escrito, não haveria tantos jovens negros assassinados.

    No dia 13 de Maio de 1888 a lei Áurea foi assinada. Mas a verdadeira Abolição ainda não aconteceu. Gostaria muito de dizer que a escravidão se foi há 127 anos, mas apenas posso dizer que ela continua de uma forma mais camuflada — e igualmente cruel.


    Michelli Cristini C M de Oliveira, 26 anos — é estudante de Letras na Universidade Presbiteriana Mackenzie, casada com William Freitas de Oliveira e mãe de Isabella Cardoso de Oliveira. Faz parte da rede Jornalistas Livres.

  • Ser negro: um motivo a mais para um jovem ser morto

    Ser negro: um motivo a mais para um jovem ser morto

    Para cada jovem branco morto, morrem três negros. Mais de 70 mil jovens negros morrem por ano. Tais dados comprovam que, em pleno século XXI, a cor da pele influência no destino dos jovens no país. Para debater o tema do extermínio da juventude negra no Brasil, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias em da Câmara dos Deputados em parceria com Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa-DF, por requerimento do deputado Paulo Pimenta, realizou nesta quarta feira (22) a audiência pública “Violência contra a juventude negra: a situação no DF e entorno”.

    A audiência foi realizada em conjunto com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal e reuniu mais de 30 pessoas no plenário. Abrindo as falas, Hamilton Pereira, Secretário da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Distrito Federal, resgatou o histórico da relação de raças e gêneros no Brasil e a das forma do estado na condução das políticas públicas voltadas aos negros, herdeiros de uma herança escravocrata.

    O secretário defendeu que a violência atualmente é institucionalizada, da mesma forma que na como a tradição do latinfúndio, onde o latifundiário ainda tem o poder de mobilizar a força policial para controlar e permear a desigualdade. “Esse quadro de violência ao qual que nós não conseguimos fazer frente, não apenas as políticas econôomicas e sociais de inclusão que farão o enfrentamento, mas sim o debate sobre a cultura e a batalha de valores que vão guiar o estado”, afirma o secretário.

    “Algumas pessoas são mais matáveis que outras, há vidas que importam menos” afirma Larissa Borges.

    Diretora do programa da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Larissa Borges levantou dados em uma apresentação esclarecedora sobre as mortes de jovens negros na capital federal.

    No DF, em um total de 2,7 milhões de habitantes, 1,4 milhões são negros (contradizendo a tese de negros como a minoria no país), sendo 433,4 mil jovens negros. 85% do total de homicídios no Estado são de negros e apenas os outros 15% são brancos. São números como esses que comprovam a existência de um genocídio da juventude negra no país. Um dado alarmente, apresentado durante a audiência, mostrou a ineficiencia do modelo de sistema de segurança pública adotado pelo governo, em que polícia brasileira, em apenas 5 anos, matou o equivalente ao que a polícia norte-americana matou em há 30 anos de ações da polícia norte-americana.

    MAIORIDADE PENAL

    Além de dados e informações deixam comprovado que ser negro é um ponto a mais para ser alvo de violência, as experiências e as histórias, apresentadas na audiência, trouxeram a realidade de quem viveu e vive na exclusão social.

    Neemias MC, rapper do movimento negro que foi abandonado quando criança e viveu a maior parte da sua vida nas ruas e abrigos, esteve presente. “A gente não tinha condições e o governo não dava condições de ter um estudo, um caderno, não tinha roupa adequada e eu tinha que pular a cerca e cometer pequenos delitos. A gente vê um estado omisso, era pra ter uma assistência e não tinha.”

    “Quando formos falar da maioridade penal, bora falar primeiro da mídia e da educação básica que existem no país.”

    Em sua fala o rapper abordou sobre a redução da maioridade penal. “Falam muito sobre maioriade penal, onde ja sabemos que não é a solução para que o extermíno acabe, querem reduzir a maioridade penal, acabar com a luta que foi pra ter o ECA, e que hoje querer exterminar nosso povo dessa forma também”.

    Confira a fala realizada pelo rapper após a audiência pública:

    VIOLÊNCIA RELIGIOSA

    Um caso abordado na plenária chamou a atenção de todos ali presentes: Tatá Luangomina, sacerdote afro da comunidade de Caxutê, colocou em público a denúncia de uma violência ocorrida no Fórum Odilon, em Santo Amaro (BA). Na ocasião, ele foi retirado à força por policiais militares do Fórum por usar um adereço religioso nada cabeça, chamado de eketé, utilizado pelos homens que seguem as religiões afrobrasileiras de matriz africana.

    “Se fosse uma freira que estivesse com hábito, se fosse os judeus com o kipá, se fosse o papa com o mitra que entrassem no fórum, aqueles profissionais fariam a mesma coisa?” questiona Tata.

    Para finalizar a sessão, Jean Willys e Érika Kokai, deputados federais que participam da comissão de direitos humanos na câmara, realizaram falas a respeito do tema. Integrando atualmente a CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres, que tem levantado casos de violência pelo Brasil, os deputados afirmaram que apesar da criação da CPI ser um ganho na luta pelo extermíinio da juventude negra, há muita gente que ainda não vê o racismo como uma violação dos direitos humanos, para eles, esses precisam de anos de luta para se conscientizar. “Isso é uma disputa política, por leis, por políticas públicas, pelo poder executivo, mas antes disso tudo isso é uma disputa pelo imaginário. Precisamos transformar no imaginário das pessoas.” Afirmou Jean.

    Já Erika Kokai questiona “Nós estamos discutindo nos autos de resistência, investigar as mortes por policiais, na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos queremos somente investigar e isso não nos está sendo permitido, tá cheirando a inquisição, por isso a importância de fazer esse discurso.”

    Esse debate, aparentemente bastante abordado e muito conscientizado dentro e fora da câmara legislativa ainda precisa dar um grande passo, não há avanço se ainda não há a compreensão de boa parte da população que racismo é crime e viola os direitos humanos. E o congresso nacional ainda será o ringue de muitas dessas batalhas.

  • #JornalistasLivres testam “a cultura inclusiva” da loja Animale (Oscar Freire)

    #JornalistasLivres testam “a cultura inclusiva” da loja Animale (Oscar Freire)

    Foto: Roberto Setton

    No dia 28 de março, a loja Animale, localizada na Rua Oscar Freire em São Paulo, foi acusada de racismo por expulsar um menino negro de oito anos da porta da loja, alegando que ele “não podia vender nada ali”. O menino nada vendia, apenas esperava seu pai que havia se afastado para atender uma ligação.

    Foto: Victor Amatucci

    A Animale emitiu uma nota, logo após o ocorrido, afirmando que a atitude da funcionária não fazia parte do caráter inclusivo da loja. Não houve pedido de desculpas, não houve retratação, apenas, nas palavras do pai do menino, “usaram a funcionária como bode expiatório, como se lamentassem um assalto na frente da loja”.

    Quem também se posicionou no caso, a favor da Animale, foi a Presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins, Rosangela Lyra, que em seu Instagram afirma estar “muito triste com a declaração do pai da criança que disse que ‘o que aconteceu com meu filho faz parte da cultura das lojas da Oscar Freire’ ”. Ela também diz que “Infelizmente é uma realidade do bairro crianças de todas as cores que vendem balas, panos de prato, e são exploradas por seus pais”.

    Pelas instruções que a funcionária tinha recebido, não poderia permitir que vendessem nada na frente da loja. Afinal, a gerente e outros funcionários foram coniventes com sua atitude.

    No dia 15 de abril os #JornalistasLivres enviaram Maíra Vargas e Tatiana Pansanato para testar tal cultura inclusiva, vendendo doces na frente da Animale. Segundo as regras, duas moças brancas também deveriam ser expulsas. Resultado? Por cerca de 5 minutos as jornalistas ofereceram guarda-chuvas de chocolate na porta da loja, entraram e perguntaram ao vendedor se havia problema ficar por ali e até ofereceram o doce a ele. Nenhum pedido para que se retirassem, apenas um “fiquem à vontade”.

    Foto: Roberto Setton

    Nesse mesmo dia ocorreu uma passeata contra terceirização. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez seu trajeto passando justamente na frente da loja, para protestar contra o ato de racismo.

    Victor Amatucci, também jornalista livre, ficou infiltrado dentro da loja durante a passagem da manifestação.

    Foto: Victor Amatucci

    A loja, que recebeu instruções da PM para que fechasse sua porta durante o ato, foi alvo de inúmeros gritos de “racistas”. Alguns manifestantes mais exaltados davam tapas nos vidros da loja, deixando o clima por lá bastante tenso.

    Foto: Victor Amatucci

    Assim que a porta foi fechada, a gerente do local ligou para o patrão pedindo instruções. Com feições visivelmente tensas e preocupadas, a todo instante falava para que o jornalista escolhesse logo o que compraria.

    Quando confrontada sobre os motivos pelos quais a loja estava sendo chamada de racista, ela desconversava e mostrava um novo modelo de roupas.

    Alguns clientes arriscaram um debate sobre o que é terceirização. Uma delas, inclusive, chegou a afirmar que o trabalhador terceirizado não paga impostos, o que considerou uma vantagem.

    Trata-se de uma confusão bastante simbólica. A cliente pensa com a cabeça de uma empresa que terceiriza para economizar nos gastos com recursos humanos. A questão é que o funcionário terceirizado também está sob o regime da CLT, pagando exatamente os mesmos impostos. No entanto, pesquisa da DIEESE revela que os terceirizados ganham cerca de 24% menos que um funcionário fora destas condições.

    A loja contava, no dia 15 de abril, com cerca de nove funcionários, sendo três seguranças. Destes, apenas um segurança (que ficou para fora da loja durante a passagem dos manifestantes) e uma copeira (que não teria sido vista não fosse o nervosismo dos clientes e o pedido de água por parte de um deles, que permaneceu nos fundos da loja todo o tempo), eram negros.

    Insistentes, os gritos de “racistas”, não passaram desapercebidos pelos clientes e funcionários da loja, mas foram convenientemente ignorados, exceto quando um ou outro manifestante batia na vitrine.

    Assista ao vídeo abaixo com as intervenções:

     

     

    Intervenção: Maíra Vargas, Tatiana Pansanato e Victor Amatucci.


    #JornalistasLivres nos indignamos profundamente com a desigualdade racial vigente neste país de maioria afrodescendente que teima em afirmar que “não somos racistas”. Afirmamos a urgência do combate à discriminação racial e social, ao genocídio da população negra, à desumanidade carcerária.” — manifesto #JornalistasLivres.