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Tag: Quilombolas

  • Povos Originários e Tradicionais Contra a PEC Nuclear

    Povos Originários e Tradicionais Contra a PEC Nuclear

    A PEC 09/2019 visa a alteração do Artigo 216 da Constituição de Pernambuco, para permitir a instalação de usinas nucleares no Município de Itacuruba, Sertão de Pernambuco nas margens do rio São Francisco.

    A região é habitada por indígenas quilombolas, comunidades de pescadores e ribeirinhas, são contrários a instalação das usinas e tem o direito de permanecer em seus territórios, livres da ameaça radioativa e outros impactos sociais e ambientais atraídos por esse tipo de projeto necropolitico.

    “O homem, com sua ambição, vem querendo instalar essa usina nuclear na beira do rio são francisco. eu digo isso pensando na preservação do meio ambiente, eu digo isso no futuro para meu filho.” (Genilson Manuel Pankará) 

  • O racismo de Bolsonaro contra populações indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais

    O racismo de Bolsonaro contra populações indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais

    Por: Alana Manchiner

    O projeto de lei, PL 1142/20, percorreu um longo caminho para chegar às mãos do presidente da república, Jair Bolsonaro, após câmara e senado aprovarem o Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 para as comunidades indígenas, comunidades quilombolas, povos e comunidades tradicionais para o enfrentamento à Covid-19. Na quarta-feira, 8, o presidente sancionou a lei, todavia com vetos a pontos importantes no tocante a execução das ações. 

    Em resumo o que foi vetado no PL deveria compor minimamente o plano, como acesso a água potável, materiais de higiene e desinfecção, leitos de UTI, aquisição de ventiladores pulmonares, material de informação sobre a doença, ponto de internet nas comunidades para solicitação do auxilio emergencial. Além de orçamento adicional e previsão de repasse de recursos a Estados e municípios para implementação do plano, o que impactaria diretamente nas populações mais afetadas pelo novo coronavírus.

     

    Na política de segurança alimentar e nutricional, o presidente veta a distribuição de alimentos, o que impacta diretamente as comunidades, segundo a liderança indígena, Zezinho Kaxarari, “ Nós recebemos cestas básica da FUNAI está com 3 meses, pra família grande não dá pra comer uma semana, a comunidade está precisando, estão sem trabalhar porque estão isolados”. 

    Os maiores prejudicados nos vetos são as comunidades quilombolas, pescadores artesanais e demais povos e comunidades tradicionais, Bolsonaro veta integralmente o artigo que trata da implementação de plano emergencial, bem como recursos para essas comunidades. 

    Esse retrato revela parte de um processo de omissão do governo federal mediante as desigualdades enfrentadas por essas populações, além do genocídio enfrentado desde a invasão colonizadora, hoje, enfrentam a displicência em relação ao impacto de uma pandemia com números alarmantes de óbitos, sobretudo em relação as comunidades mais vulneráveis. Essas comunidades estão na mira de Bolsonaro desde 2018, quando em reunião com representantes do agronegócio garantiu que, “Se eu assumir como presidente da República, não haverá um centímetro a mais para demarcação”.

    Foto: Leonardo Milano

    Nessa segunda-feira, 13, o Brasil alcança a marca de 72.100 mortes por coronavírus de acordo com o Ministério da Saúde, na região Norte do país, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) informa que 102 povos indígenas da Amazônia foram atingidos, até o dia 10, chegaram ao número de 9.936 indígenas contaminados e 411 óbitos registrados em 71 povos indígenas da região. De acordo com Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), no domingo (12), registraram 13.801 casos confirmados de covid-19 e 491 óbitos em todo o território brasileiro. O painel geral de dados do Ministério da Saúde não possui detalhamento por cor ou raça, o que pode ser fator de subnotificações entre populações indígenas, como art.19 do PL iria prever não fosse o veto. 

    Os vetos demonstram a falta de ação humanitária de um Estado que nega os direitos mínimos a suas populações originarias, podemos perder saberes milenares pela inercia de um projeto que não prevê politicas de zelo pelas comunidades tradicionais, esse é o retrato do racismo de Bolsonaro.

    Alana Manchineri, jovem comunicadora da COIAB/MATPHA

  • Quilombolas ameaçados por retomada de obras em estrada no Maranhão

    Quilombolas ameaçados por retomada de obras em estrada no Maranhão

    Sem fazer consulta prévia – como determina a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT)-  às comunidades quilombolas da região, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) pretende retomar, no mês de maio, as obras da BR-135, que corta os territórios quilombolas situados entre os municípios Iatapecuru-mirim (MA) e Miranda do Norte (MA). As comunidades quilombolas da região estão muito preocupadas, por conta da covid-19, que pode dizimar a população quilombola no Maranhão.

    Temendo os impactos das obras nas comunidades, lideranças quilombolas resolveram criar um vídeo-manifesto e uma carta, que será enviada para o MPF (Ministério Público Federal), que mediou o acordo com DNIT e Fundação Cultural Palmares (FCP) sem consultar as comunidades que serão afetadas.

    Conheça a campanha Consulta Prévia Quilombola,  entenda o caso e compartilhe!

    Textos, fotos e vídeos: Consulta Prévia Quilombola

    Junte-se à nossa campanha contra o genocídio do povo preto quilombola  

    Nós, povos quilombolas de Itapecuru-Mirim e Miranda do Norte, no Maranhão, estamos sob risco iminente de genocídio. Em plena pandemia de Covid-19, o governo federal, por meio do DNIT, quer retomar as obras de duplicação da BR 135, que rasga nossos quilombos. As obras estavam suspensas por causa das inúmeras ilegalidades e violências que o DNIT já tinha cometido contra a gente. Agora, sofremos mais esta ameaça.

    Assistam ao nosso vídeo-manifesto, compartilhem, gravem vídeos de apoio e assinem neste link a carta que será enviada para o MPF (Ministério Público Federal), que mediou o acordo com DNIT e Fundação Cultural Palmares (FCP) sem nos consultar. Que o MPF, DNIT, FCP e demais órgãos públicos nos ouçam e respeitem nossos direitos.

    Segue a gente no Facebook e Instagram.

    Lute com a gente contra o nosso genocídio.

    Faça nosso grito chegar mais longe.

    #NaoAoGenocidioDoPovoPreto

    #PovoPretoVive

    #PovoPretoVivo

    #ConsultaPreviaQuilombola

    Cosmologia quilombola – Arte: Zica Pieres

    Em 2019, DNIT já sinalizava “golpe” contra realização de consulta prévia para duplicação da BR 135

    Ontem (22/04) publicamos no nosso blog da Campanha Nacional pela Consulta Prévia Quilombola uma carta ao nosso povo preto e às nossas aliadas e aliados na luta falando sobre o golpe que o DNIT pretende dar em nós, quilombolas, retomando as obras de duplicação da BR 135 sem consulta e, pior, em meio à pandemia de Covid-19, que, comprovadamente, mata mais preto do que branco no Brasil.

    As obras, como informamos, estavam suspensas por conta das ilegalidades cometidas pelo DNIT desde o princípio do empreendimento: a autarquia federal não fez Estudo de Impacto Ambiental (EIA) adequado, e tão pouco realizou a consulta prévia, livre, informada e de boa fé com os povos quilombolas afetados, como determina a Convenção 169 da OIT. Mesmo sem a consulta e sem estudos suficientes, a autarquia iniciou as obras em 2017, derrubou árvores, entupiu igarapés, danificou casas, nos humilhou e nos ameaçou em nossas casas.

    O que talvez muita gente não saiba é que, desde que as obras foram paralisadas, em abril de 2018, após investigação do MPF que comprovou as violências e ilegalidades denunciadas pela Associação dos Produtores Rurais Quilombolas de Santa Rosa dos Pretos, os povos quilombolas afetados pela duplicação tiveram diversas reuniões entre si e com membros do poder público para buscar uma saída dialogada com o DNIT.

    Apesar de todas as violências cometidas contra nós, ainda nos dispusemos a sentar à mesa e conversar, com a mediação da Defensoria Pública da União (DPU), com DNIT, Fundação Cultural Palmares (FCP) e SEMA (Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Maranhão).

    Como fruto desses dois anos de negociações, ficou acertado que o DNIT iria refazer os estudos de componente quilombola que integram o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) a partir de um termo de referência elaborado pela FCP, e que, após a confecção desses novos estudos, a consulta aos povos quilombolas seria feita nos termos da Convenção 169 da OIT.

    A última reunião entre as comunidades e o poder público, representado pela DPU e pela FCP, aconteceu em 29 de março de 2019. O encontro foi realizado para discutir uma proposta do próprio DNIT, de reduzir o raio de impacto a ser considerado na produção dos estudos de 40km para 10km. A portaria interministerial 60/2015 determina que empreendimentos rodoviários realizados em área de Amazônia Legal – caso do trecho da BR 135 que o DNIT quer duplicar – devem considerar um raio de impacto de 40km; nas demais regiões, o raio de impacto considerado é de 10km.

    A proposta de redução feita pelo DNIT às comunidades interferiria diretamente na realização da consulta prévia: ou se consultaria apenas as comunidades impactadas em um raio de 10km a partir do eixo da BR 135 – proposta do DNIT –, ou se consultaria, conforme a portaria interministerial 60/2015, todas as comunidades impactadas em um raio de 40km a partir do eixo.

    Como na reunião estavam presentes, em sua maioria, lideranças de comunidades impactadas a até 10km do eixo da BR 135, nós, quilombolas presentes no encontro, entendemos não ser possível decidir pelos nossos irmãos e irmãs que vivem em comunidades a mais de 10km a até 40km do eixo, e que não estavam presentes na reunião. Ficou decidido, então, que DPU e FCP enviariam ao DNIT a proposta de que a própria autarquia fizesse contato com as lideranças dessas comunidades mais distantes para saber se aquelas comunidades gostariam de ser consideradas na consulta prévia. O DNIT nunca respondeu sobre essa proposta.

    Jair Bolsonaro já havia sido eleito presidente nessa época, e desde seu primeiro dia de governo, fez questão de mostrar ao que veio: fragilizou e derrubou direitos conquistados pelos nossos irmãos originários e por nós, quilombolas. Foi nesse contexto, e no silêncio dos gabinetes, que o golpe do DNIT explicitado agora, em abril de 2020, começou a ser formulado.

    No dia 24 de julho de 2019, o DNIT deu uma pista sobre o que faria nove meses depois contra nós e nosso direito à consulta nos termos da Convenção 169 da OIT: em uma videoconferência do MPF com membros do Ministério de Infraestrutura e com o próprio diretor-geral do DNIT, o general Santos Filho, a autarquia, contra todas as evidências documentais e factuais anexadas ao inquérito civil do MPF sobre a violação dos nossos direitos, afirmou ao procurador da República Hilton Araújo o seguinte: os estudos já feitos pelo DNIT eram sim, suficientes, e as comunidades quilombolas impactadas tinham, sim, sido ouvidas.

    Ou seja: a autarquia, nessa reunião, contradiz tudo o que fez e disse – e que está documentado no inquérito civil – ao longo dos últimos dois anos, em audiências e reuniões com as comunidades, a DPU, o MPF, a FCP e outros órgãos públicos, e registrado também em diversas reportagens jornalísticas publicadas entre 2017 e 2019.

    Aqui é importante ressaltar o seguinte: quando o DNIT, em 2018, aceita sentar e dialogar saídas para a questão da falta da consulta prévia, é porque admite que não fez a consulta e que agiu na ilegalidade. Se a autarquia tivesse provas de ter agido na legalidade, não aceitaria considerar a realização da consulta prévia, e muito menos aceitaria a suspensão das licenças de instalação feita pela SEMA – e reforçada pelo MPF – tão logo a secretaria admitiu que havia problemas, sim, na consulta, ou melhor, na falta dela.

    Importante dizer também que a SEMA liberou as licenças para o DNIT com base em um EIA cheio de erros e imprecisões feito pela empresa Zago Consultoria. Para se ter uma ideia da precariedade do EIA apresentado à SEMA, a consultoria copiou e colou no estudo, de forma literal ou com pequenas alterações, informações contidas na enciclopédia online pública Wikipedia. A SEMA do governo do estado do Maranhão também foi e é responsável pelas violências cometidas contra nós.

    Ao negar fatos e documentos perante o MPF, o DNIT gerou, em julho de 2019, um impasse intransponível, e suspendeu, unilateralmente, o diálogo com as comunidades. Em novembro de 2019, o MPF ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP).

    Agora, diante desta nova violação, prevista na retomada das obras sem a consulta prévia, livre, informada e de boa fé, nos termos da Convenção 169 da OIT e, pior, no contexto da pandemia do novo coronavírus, resta saber se o judiciário endossará mais esse capítulo do nosso genocídio, povo preto quilombola do Maranhão.

  • Quilombola é Alcântara! Alcântara é quilombola!

    Quilombola é Alcântara! Alcântara é quilombola!

    NOTA: ENTIDADES REPRESENTATIVAS E MEMBROS (AS) DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA E AFRO-BRASILEIRAS CONTRA RESOLUÇÃO N. 11 DE 26 DE MARÇO DE 2020

    As entidades representativas e membros(as) de religiões de matriz africana e afro-brasileiras signatárias desta nota vem a público manifestar repúdio à Resolução nº 11/20 (GSI-PR), que institui a remoção forçada de 800 famílias e 30 comunidades quilombolas da cidade de Alcântara-MA, no conjunto de medidas tomadas no âmbito do Acordo de Salvaguarda Tecnológica firmada entre o Brasil e os Estados Unidos em 2019.

    Na matriz de responsabilidades dos órgãos envolvidos no Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, o documento informa que mais de 12 mil hectares serão utilizados pelo Centro de Lançamento, além da área atual da base, afetando ainda mais as comunidades que ocupam aquele território desde o século XVII.

    Além desses pontos que em si representam uma grande tragédia humana e violação da dignidade coletiva dos quilombolas de Alcântara, o documento, em seu art. 6º, VIII, “a” e “b”, prevê “a implantação de espaços religiosos e a recomposição de áreas e instalações compatíveis com as existentes nos espaços hoje habitados pelos quilombolas, para a prática de atos religiosos”, e a implementação de “projeto de um museu dedicado aos aspectos históricos e culturais das comunidades quilombolas”.

    Entendemos que os territórios quilombolas representam acima de tudo espaços civilizatórios de ancestralidade africana, de reterritorialização e de resistência secular às opressões sem medida perpetradas pela sociedade e pelo Estado em solo brasileiro. Sendo assim,reiteramos que os processos de deslocamentos e alterações de nossos espaços sagrados, no que tange as práticas religiosas de matriz africana, são efetuados mediante consultas aos nossos oráculos, sistemas adivinhatorios próprios e o consentimento de nossos ancestrais regentes de nossas casas de axé. Portanto, remeter essa tarefa ao aparato de Estado expõe nossa religiosidade ao risco de violação do nosso sagrado, ao mesmo tempo que nos aponta a possibilidade de termos a atenção voltada às outras denominações religiosas, tais como igrejas evangélicas e católicas e a negação das nossas religiões de Matriz Africana, como forma de dizimar nossa ancestralidade.

    As religiões de matriz africana e afrobrasileiras concebem o zelo e a proteção dos lugares sagrados para além dos espaços físicos das casas de axé. O acesso ao mar, aos lagedos, as pedreiras, aos mangues, aos rios e as florestas, são vitais para sua sobrevivência. Tudo isso está ameaçado e não há como transportar caso haja remoção. Deste modo, não há que se falar em museu, implantação de espaços religiosos ou recomposição de áreas e instalações como suposta forma de reparação pelos danos materiais e imateriais causados à memória ancestral e coletiva daquelas comunidades, agravados com este novo processo de desterritorialização representado pela Resolução nº 11/20.

    Em verdade, a resolução fere frontalmente a Convenção nº 169 da OIT, ao inviabilizar qualquer processo de consulta livre, prévia e informada às comunidades envolvidas; a Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, que estabelecem o pleno respeito aos modos de criar, fazer e viver de comunidades tradicionais e grupos formadores da sociedade brasileira; e ao artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que assegura direitos às comunidades quilombolas ao reconhecimento da propriedade definitiva dos seus territórios.

    Ressaltamos que o documento é sorrateiramente imposto em um momento de grave crise global provocada pela pandemia do COVID-19. A medida do governo federal agrava mais ainda a situação de vulnerabilidade e insegurança a que estão sujeitos os quilombolas de Alcântara após a assinatura do Acordo de Salvaguarda. Assim, mobilizamos toda a solidariedade em favor das comunidades quilombolas atingidas pela medida para manifestar nossa profunda discordância com o teor do documento e exigir sua imediata revogação.

    Assinem e divulguem!

     

    https://secure.avaaz.org/po/community_petitions/gabinete_de_seguranca_institucional_da_presidencia_nao_a_remocao_das_comunidades_quilombolas_de_alcantara_e_seus_espacos_sagrados/?ltlqOob

  • NOTA DE REPÚDIO À REMOÇÃO DOS QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA – MA

    NOTA DE REPÚDIO À REMOÇÃO DOS QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA – MA

    O Sindicato dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiares de Alcântara (STTR), o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Município de Alcântara (SINTRAF), a Associação do Território Quilombola de Alcântara (ATEQUILA), o Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Alcântara e o Movimento dos Atingidos pela Base Espacial (MABE) e as instituições abaixo subscritas, cientes da Resolução no 11 de 20 de março de 2020 do Gabinete de Segurança Institucional a Presidência da República, publicada no Diário Oficial da União em 27.03.2020, vêm a público repudiar veementemente o teor da referida Resolução, que busca estabelecer, ao arrepio de leis nacionais e internacionais, as diretrizes para a expulsão das comunidades quilombolas de Alcântara de seus territórios.

    Consideramos a medida arbitrária e totalmente ilegal, uma vez que afronta diversos dispositivos legais de proteção dos direitos das comunidades remanescentes de quilombo, bem como, tratados e convenções internacionais referidos aos direitos destas comunidades.

    Denunciamos ao povo brasileiro que o governo Bolsonaro, submisso aos interesses do governo dos Estados Unidos, além de entregar nossa base de lançamentos, medida que inviabiliza o desenvolvimento de nosso conhecimento e tecnologia aeroespacial, também entrega de bandeja o povo quilombola que vive em seus territórios a centenas de anos. Exigimos, em um só tempo, o respeito à soberania do povo quilombola sobre seus territórios e soberania do povo brasileiro sobre a base de Alcântara.

    Por fim, não admitimos quaisquer possibilidades de deslocamentos e reafirmamos nossa irrestrita e ampla defesa das comunidades quilombolas de Alcântara no direito de permanecer no seu território tradicional na sua inteireza e plenitude. Acionaremos todos os meios e medidas possíveis para resguardá-las.

    Os governos passam, mas o povo fica e será soberano sobre seu destino!

    Abaixo assinados::
    1 Sindicato dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiares de Alcântara (STTR)
    2 Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Município de Alcântara (SINTRAF)
    3 Associação do Território Quilombola de Alcântara (ATEQUILA)
    4 Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Alcântara
    5 Movimento dos Atingidos pela Base Espacial (MABE)
    6 ABRASCO
    7 Acampamento Terra livre
    8 Ação Educativa
    9 Afrobase – SP
    10 Agência Solano Trindade – SP
    11 Agência Tambor
    12 Agentes de Pastoral Negro do Maranhão
    13 Amigos da Terra Brasil
    14 Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil
    15 Associação Agroecológica Tijupá
    16 Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA
    17 Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege)
    18 Associação Protetora dos Desvalidos – BA
    19 Balaios Livraria
    20 Bijari – SP
    21 Brigada do Congresso do Povo – MA
    22 Casa Amarela de Cultura Coletiva – SP
    23 Casadalapa – SP
    24 CEBI BAHIA
    25 Central de Movimentos Populares
    26 Central Sindical e Popular CSP – CONLUTAS
    27 Centro de Assessoria e Apoio a Iniciativas Sociais – CAIS
    28 Centro de Ciências e Saberes Mãe Anica
    29 Centro de Cultura Negra do Maranhão
    30 Centro de Pesquisa e Extensão em Direito Socioambiental (CEPEDIS)
    31 Coalizão Negra por Direitos
    32 Coletivo Aparelhamento – SP
    33 Coletivo Imargem – SP
    34 Coletivo Madeirista – Porto Velho, RO
    35 Coletivo Ocupeacidade – SP
    36 Coletivo Política do impossível – SP
    37 Coletivo Tralha – SP
    38 Coletivo Transverso – DF / SP
    39 Comissão Brasileira Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CBJP/CNBB)
    40 Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo – CDHPF
    41 Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos e Comunidades Costeiras e Marinha – CONFREM Brasil
    42 Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos e Comunidades Costeiras e Marinha – CONFREM Maranhão
    43 Comitê da América Latina e do Caribe pela Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM- Brasil)
    44 Condominio Cultural – SP
    45 Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil Regional NE 5 – Maranhão
    46 Conselho Nacional de Leigos do Brasil – Regional NE 5
    47 Conselho Estadual da Política de Igualdade Étnico-Racial – CEIRMA
    48 Conselho Pastoral dos Pescadores

    49 Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
    50 Creative Commes – SP
    51 Diocese de Brejo
    52 Diocese de Pinheiro
    53 Ecossistema Tropical – BR
    54 Ecossistema Tropical – SP
    55 Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão – FETAEMA
    56 Feira Da Tralha – São Luís
    57 FIAN Brasil
    58 Fórum Carajás
    59 Frente 3 de fevereiro – SP
    60 Frente Campesina Americana
    61 Frente Parlamentar Ambientalista
    62 Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Objetivos Desenvolvimentos Sustentável da ONU – ODS – coordenador: Nilo Tatto
    63 GECA – Grupo de Pesquisas em Geografia Agrária e Conservação da Biodiversidade do Pantanal da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT
    64 GEDITE – Grupo de Estudos em Dinâmicas Territoriais da Universidade Estadual 89 Marcha das Margaridas do Maranhão – UEMA
    65 Geledès – Instituto da Mulher Negra
    66 GEOAGRÁRIA – Laboratório de Geografia Agrária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
    67 GEOLUTAS – Laboratório de Geografia das Lutas no Campo e na Cidade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná campus Marechal Candido Rondon – UNIOESTE
    68 GERES – Grupo de Estudos Regionais Socioespaciais da Universidade Federal de Alfenas
    69 Gráfica Fábrica – SP
    70 Grito dos Excluídos Brasil
    71 Grupo de Estudos Rurais e Urbanos (GERUR/UFMA)
    72 Grupo de Estudos, Pesquisa e Debates em Serviço Social (GSERMS) – UFMA
    73 Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente da Universidade Federal do Maranhão (GEDMMA/UFMA)

    74 Grupo de pesquisa Territorialidades e Imaginários na Amazônia-UNIR
    75 Horacio Antunes de Sant’Ana Júnior
    76 Instituto Maranhão Sustentável
    77 Instituto Pacs – Políticas Alternativas para o Cone Sul
    78 Instituto Polis
    79 Instituto Socioambiental – ISA
    80 Irmãs de Notre Dame de Namur
    81 Jornal Vias de Fato
    82 Jornalistas Livres
    83 Justiça Global – JG
    84 Justiça nos Trilhos
    85 Laboratório de Estudos e Pesquisa sobre Espaço Agrário e Campesinato (LEPEC/UFPE)
    86 LAGEA – Laboratório de Geografia Agrária da Universidade Federal de Uberlândia – UFU
    87 LERASSP – Laboratório de Estudos Regionais e Agrários no Sul e Sudeste do Pará da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA
    88 MAM – Movimento Pela Soberania Popular na Mineração
    90 Marcha Mundial Das Mulheres

    91 Marcha Mundial das Mulheres – Maranhão
    92 Movimento Baia Viva do Rio de Janeiro
    93 Movimento de Defesa da Ilha – São Luís/MA
    94 Movimento dos Pequenos Agricultores
    95 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras do Maranhão – MST
    96 Movimento Mulheres em Luta – MML
    97 Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH Brasil
    98 Movimento pela Saúde dos Povos – MSP Nacional
    99 MSTC – Movimento dos Sem Teto do Centro – SP
    100 NEADEC – Núcleo de Estudos e Pesquisas Agrárias sobre Desenvolvimento, Espaço e Conflitualidades da Universidade Federal do Pará – UFPA
    101 NERA – Núcleo de Estudos, Projetos e Pesquisas de Reforma Agrária da Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus Presidente Prudente
    102 Observatório de Protocolos Comunitários de Consulta e Consentimento Livre, Prévio e Informado
    103 OCA Maranhão
    104 Ocupeacidade – SP
    105 Ong Arte-Mojó
    106 Parquinho Gráfico – SP
    107 Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU
    108 Pastorais Sociais
    109 Pastoral Afro
    110 Pastoral Carcerária Regional
    111 Pastoral da Aids assina
    112 Pastoral da Criança Regional
    113 Pastoral da Juventude -PJ
    114 Paulestinos – SP
    115 Plataforma DHESCA
    116 Política do Impossível – SP
    117 Potira Floricultura – Florianópolis
    118 Programa de Pós Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia
    119 Publication Studio São Paulo
    120 Quilombo Raça e Classe
    121 Quilombo Urbano
    122 Rádio Camponesa – Crateús/CE

    123 RADIO CANAÃ FM – CE
    124 Rede de Médicos Populares
    125 Rede Jubileu Sul
    126 Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
    127 Reocupa

    128 Residência Artística Jardim Aberto – JARA – Porto Alegre
    129 Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU do Maranhão – Sintrajufe/MA
    130 Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) 131 SINTES-MA Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindicais, Órgãos Classistas, Entidades Não Governamentais e Partidos Políticos no Estado do Maranhão
    132 Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH
    133 SP Terra Indígena
    134 Treme Terra – SP
    135 Uneafro Brasil
    136 União de Moradores do Taim
    137 União Estadual por Moradia
    138 Via Campesina

     

    Conheça um pouco do dia-a-dia da Comunidade Quilombola do Canelatiua – Alcântara:

  • Decreto ameaça educação no campo

    Decreto ameaça educação no campo

     

    A resolução do Conselho Nacional dos Direitos Humanos – CNDH recomenda que seja revogado o Decreto nº 10.252 de 20 de fevereiro de 2020 que muda significativamente a estrutura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e que como consequência extinguiu o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), o programa Terra Sol e outros programas que davam incentivos aos assentados, quilombolas e comunidades extrativistas.

    Leiam abaixo a Resolução

     

    https://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/participacao-social/conselho-nacional-de-direitos-humanos-cndh/Resoluon8Pronera.pdf