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  • Após movimento negro provocar debates públicos, Salvador já tem oito pré-candidatos negros à Prefeitura

    Após movimento negro provocar debates públicos, Salvador já tem oito pré-candidatos negros à Prefeitura

    Matéria do editor-chefe do Mídia 4P, Yuri Silva, originalmente publicada pelo portal

     

    A disputa pelo comando do Palácio Thomé de Souza, sede da Prefeitura de Salvador, acontecerá apenas em outubro de 2020, daqui um ano e dois meses, mas pelo menos oito pré-candidatos negros já se lançaram como alternativas para ocupar o cargo mais importante da capital baiana.

    A ebulição de pré-candidaturas de lideranças do movimento negro acontece no bojo de mobilizações e debates públicos promovidos na capital baiana, como o lançamento de campanhas públicas para incentivar o lançamento de postulações ao Executivo e ao Legislativo municipal.

    As mobilizações são uma resposta ao fato de que a cidade, que possui 85% de população negra e é a mais negra fora do Continente Africano, nunca conseguiu eleger pelo voto popular um prefeito negro.

    Apenas o jurista Edvaldo Brito, hoje vereador da cidade, foi prefeito de Salvador, mas biônico (ou seja, indicado pelo então governador Roberto Santos, durante a ditadura militar) e por um período de apenas oito meses.

    Além do movimento ‘Eu Quero Ela – Salvador Cidade Negra’, que acabou ganhando o protagonismo das ações, também promoveram debates as articulações de movimentos ‘Agora é ela, Bicão na Diagonal’, que se reúne em torno do Fórum Marielles, e ‘Plataforma Salvador Negra 2020’.

    Após as movimentações, que incluíram um seminário com possíveis postulantes, pré-candidatos dos principais partidos da base do governo Rui Costa (PT) lançaram pré-candidaturas. Só no PT, três nomes estão colocados na disputa oficialmente. A socióloga e militante do movimento de mulheres negras Vilma Reis, o vereador Moisés Rocha e o deputado federal Valmir Assunção são postulantes ao cargo de prefeito.

    Além deles, também colocaram seus nomes o presidente e fundador do bloco afro Ilê Aiyê Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê (PDT), o vereador de Salvador e presidente municipal do PSB Silvio Humberto, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), e dois quadros do PSOL (o deputado estadual Hilton Coelho e o sindicalista Raimundo Calixto).

    O vereador Edvaldo Brito (PSD) também pode ser candidato, de acordo com comentários de bastidores, mas a reportagem do Mídia 4P não conseguiu confirmar com ele nem com sua assessoria se a informação procede. Caso haja a confirmação, o número de pré-candidatos negros sobe para nove.

    Também está fora da conta das pré-candidaturas negras o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), que, apesar de ser da base do governo Rui Costa, não tem identificação com o movimento negro.

    Se seu nome fosse contado e o de Edvaldo Brito for confirmado, o número de pré-candidatos considerados negros chegaria a 10, um recorde histórico. Nunca antes Salvador teve tantas pré-candidaturas com essa característica.

    Direita

    No campo da direita, a questão racial é considerada “superada”. Na base do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), a questão é vista como algo a ser desconsiderado na eleição do próximo ano, segundo fontes ouvidas pela reportagem do Midia 4P. Principais quadros negros do grupo, a ex-deputada federal Tia Eron e o deputado federal Márcio Marinho, ambos do PRB da Igreja Universal, estão fora da disputa.

    O assunto foi superado, para a base ‘netista’, com a eleição de Célia Sacramento (à época no PV, hoje na Rede Sustentabilidade) na posição de vice-prefeita em 2012 – o que depois terminou em brigas públicas, acusação de corrupção e um rompimento político traumático.

    Tia Eron e Márcio Marinho, dupla do PRB da Igreja Universal / Foto: O Globo

    Dentro do próprio PRB, na melhor das hipóteses, pode sobrar para Marcio Marinho, que é presidente estadual do partido, ocupar o posto de vice na chapa encabeçada pelo deputado federal João Roma, que é branco.

    A candidatura, contudo, teria a função apenas de ‘cumprir tabela’ no xadrez eleitoral, diante da extinção das coligações – isso se a postulação existir de fato.

    Marinho inclusive já foi candidato a vice na chapa de ACM Neto em 2008, quando foram derrotados pelo prefeito João Henrique, que se reelegeu.

     

    2012 foi melhor ano para negros na disputa pelo Executivo, até então

    Foi justamente em 2012, ano em que Célia Sacramento foi eleita vice-prefeita de Salvador, o melhor desempenho de lideranças negras nas eleições municipais da capital baiana para o Executivo.

    Naquela época, além da própria Célia, praticamente todos os candidatos a vice-prefeito/a foram negros ou negras. Foi o caso da própria Olívia Santana, que na época concorreu como vice na chapa do candidato do PT Nelson Pelegrino, sendo derrotados no segundo turno para ACM Neto.

    Márcio Marinho também foi candidato à época, pelo PRB. O candidato Mário Kertész (à época no PDMB) também teve um negro, Nestor Neto, como candidato a vice em sua chapa. Além da candidatura negra do PSOL à Prefeitura, com a figura de Hamiton Assis.

     

    AGENDA DE ENTREVISTAS

    Diante da ebulição de pré-candidaturas negras, o portal Mídia 4P está fazendo uma série de entrevistas com os postulantes negros ao Palácio Thomé de Souza. Até agora, já foram entrevistados Vovô do Ilê (leia aqui), Vilma Reis (leia aqui), Moisés Rocha (leia aqui) e Silvio Humberto (leia aqui).

    Ainda faltam dar entrevista os deputados estaduais Hilton Coelho e Olívia Santana, o deputado federal Valmir Assunção, o sindicalista Raimundo Calixto e o vereador e ex-prefeito de Salvador Edvaldo Brito.

    Hilton Coelho marcou para falar com a reportagem nesta quinta-feira, dia 22. Os demais ainda não confirmaram suas agendas para a entrevista.

  • Corrupção dentro da PF leva à prisão de delegado e prefeito de Florianópolis

    Corrupção dentro da PF leva à prisão de delegado e prefeito de Florianópolis

    VAZAMENTOS NA PF FAVORECIAM INVESTIGADOS EM OPERAÇÃO ALCATRAZ

    Sete dirigentes da PF, PRF, governo do Estado de Santa Catarina e prefeitura de Florianópolis foram presos, acusados de participar de rede de corrupção em órgãos de inteligência e investigação da polícia. As informações alertando sobre diligências da Operação Alcatraz eram vendidas aos investigados como suborno em troca de pagamento em dinheiro, apadrinhamento e favores políticos, como blindagem nas investigações e empregos em cargos públicos.

    O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, foi apontado como articulador dessa rede de contra informação em conluio com o delegado da PF, Fernando Amaro de Moraes Caieron, agentes policiais e dirigentes públicos, que só foi desbaratada por delação de um preso da Operação Alcatraz, ocorrida há 20 dias. Ao todo 30 mandados foram cumpridos hoje, 23 de busca e apreensão e sete de prisão temporária, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS). O prefeito de Florianópolis Gean Loureiro e o policial rodoviário federal Marcelo Roberto Paiva Winter, diretor de comunicação do sindicato da categoria, foram soltos no início da noite, enquanto outros cinco detidos permanecem presos.

     

     

     

    Polícia Federal entra em ação depois de ser delatado escândalo dentro de sua própria corporação

    O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (eleito pelo MDB/SC), foi preso na manhã desta terça-feira (18), em Florianópolis pela Polícia Federal em sua casa, no bairro Jurerê, e afastado do cargo por 30 dias por ordem do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Ele está indiciado na Operação “Chabu”, desencadeada para desarticular uma organização que violava sigilo de operações policiais em Santa Catarina, incluindo as Operações Eclipse, Alcatraz e Ave de Rapina, todas ligadas à fraude de licitações e crimes fiscais. Entre os sete mandados de prisão temporária expedidos como parte da Operação Chabu está também o do delegado Fernando Caieron, da Polícia Federal em Florianópolis, preso em Porto Alegre, e o empresário da área de tecnologia José Augusto Alves, que atuaria como uma espécie de contrabandista de informações sigilosas obtidas junto à PF.

    Foram presos temporariamente ainda o diretor de Comunicação do Sindicato dos Policiais Rodoviários de Santa Catarina (SINPRF-SC), Marcelo Roberto Paiva Winter, o colega Luciano da Cunha Teixeira, ex-secretário da Casa Civil no governo de Eduardo Moreira, Luciano Veloso Lima e Hélio Sant’Anna Silva Júnior, delegado aposentado da Polícia Federal. A prisão temporária tem duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Ao todo 30 mandados são cumpridos, 23 de busca e apreensão e sete de prisão temporária, expedidos pelo TRF4, em Porto Alegre (RS), na capital e municípios de Balneário Camboriú, Camboriú e Itajaí.

    Os mandados de prisão alegam prática de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal envolvendo organização criminosa, segundo a PF. Mantida em segredo de justiça, sem maiores explicações, a operação tem como relator o desembargador federal Leandro Paulsen.
     
    Junto com os demais presos, o prefeito e o delegado estão implicados na participação de um grande esquema de venda de informações sigilosas envolvendo policiais, dirigentes de órgãos públicos e políticos de partidos governistas que apoiam Bolsonaro em Santa Catarina. As informações dizem respeito principalmente à Operação Alcatraz, que investiga fraude em licitações e contratação de empresas laranja para desviar verbas públicas. Além do celular, os computadores do prefeito foram apreendidos em casa e no seu gabinete, na rua Tenente Silveira, assim como o computador do secretário da Casa Civil, Constâncio Maciel.
    Conforme os vereadores Lino Peres (PT) e Afrânio Boppré (PSol), que tiveram mais tarde acesso a informações do processo, o prefeito é apontado como articulador de uma rede investigada pela Operação Eclipse, que usava alta tecnologia em serviço de inteligência para encobrir desvio de verbas públicas. Ele teria autorizado a instalação de uma “sala segura”, na Prefeitura, blindada contra vazamentos, vigilância e interceptações telefônicas. Nessa sala secreta, esse grupo de hackers e agiotas de contra informação faria sem riscos o assédio aos políticos e empresários investigados, alertando-os sobre diligências dos órgãos da PF. Segundo Boppré, por meio de uma “maleta israelense”, adquirida no Paraguai, o grupo conseguia interceptar telefonemas a 300 metros de distância.

    Após diligências iniciadas em agosto de 2018, dentro da Operação Eclipse, a Polícia Federal apurou que o grupo suspeito construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da própria PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados em órgãos de inteligência e investigação. Seu objetivo seria atrapalhar ou embaçar o trabalho policial em andamento e proteger os investigados dentro da Operação Alcatraz e de várias outras, em troca de subornos financeiros ou de favores políticos, como empregos em cargos públicos. O próprio prefeito apadrinhava alguns membros desse grupo, segundo os vereadores. Ele pleiteou emprego para a esposa do policial rodoviário federal envolvido, Marcelo Roberto Paiva Winter, em cargo no governo estadual. A filha do empresário José Augusto Alves, o “José Mentira”, apontado como pivô da articulação criminosa, tem cargo de confiança no gabinete do prefeito.

    De acordo com o mandado, as diligências apontam prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal envolvendo organização criminosa, segundo nota da PF. “Durante as investigações foram apuradas práticas ilícitas, dentre as quais envolve o vazamento de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar ‘salas seguras’ à prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas”, diz ainda a nota PF. Os agentes realizaram uma busca no Grupo Nexxera por mais de três horas, quando apreenderam documentos na empresa especializada em elaborar plataformas integradas de serviços de automação bancária, gestão de cobranças e soluções de tecnologia. O objetivo foi confirmar a suspeita de associação criminosa e corrupção passiva por parte de agentes públicos e empresas.

    O significado de “Chabu”, que nomeia a operação, é provocar falha no sistema, usado para descrever, por exemplo, falha em fogos de artifício. Segundo a PF, o termo era empregado por alguns dos investigados para alertar sobre a existência de operações policiais antes de ocorrerem. A operação é mantida em segredo de justiça, sem maiores explicações, sob a relatoria do desembargador federal Leandro Paulsen. É o desembargador quem vai decidir se o prefeito será substituído por seu vice João Batista Nunes.

     

    Operação Chabu
    Prefeito Gean Loureiro e secretário ex-secretário estadual da Casa Civil, Luciano Veloso Lima agiriam juntos. Foto: James Tavares/Secom

    PLANOS DE REELEIÇÃO AMEAÇADOS

    Eleito pelo MDB/SC, com pretensões à reeleição em 2020, Gean Loureiro, 47 anos, formado em Direito, se desfiliou do partido em 28 de maio por insatisfações com a cúpula. Ainda está sendo cogitada sua filiação para partidos da base governista federal, como PSD e PRB. Ele prestou depoimento à PF, e teve sua prisão relaxada no início da noite de hoje (18/6), mas permanece suspenso do cargo durante os próximos 30 dias, e proibido de retornar à prefeitura ou de conversar com qualquer envolvido na operação.

    Às 21h30, o prefeito deu entrevista coletiva no escritório do seu advogado Dido Ptsica, quando se disse vítima da pior injustiça da sua vida e afirmou não ter qualquer envolvimento com os suspeitos, assim como negou que a sala segura à prova de monitoramento, onde seria vazadas as informações tenha sido instalada no seu gabinete.

    O policial rodoviário federal Marcelo Roberto Paiva Winter, diretor de comunicação do sindicato da categoria (SINPRF-SC), preso igualmente de forma temporária, também foi liberado na noite de hoje. Os demais cinco detidos continuam presos.

    ALCATRAZ: NEGÓCIOS COM EMPRESAS LARANJA LESAM COFRES PÚBLICOS EM R$ 130 MILHÕES

    Ontem a juíza Janaína Cassol Machado, que está a frente do processo criminal da Operação Alcatraz pela Justiça Federal em Santa Catarina, autorizou a prorrogação por 15 dias do prazo para a conclusão do inquérito da Operação. A Alcatraz envolve desvio de recursos, fraudes em licitações e crimes tributários praticados por órgãos de Santa Catarina e de Florianópolis, como a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Secretaria de Estado da Administração e outras empresas terceirizadas. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Júlio Garcia (PSD) também é citado muitas vezes no pedido de prisão de 11 acusados, detidos no dia 31 de maio deste ano, quatro deles em Florianópolis; quatro em São José; um em Antônio Carlos; um em Ituporanga e um em Vinhedo (SP).

    Os indiciados permanecem presos e fazendo delações entre empresários e agentes públicos investigados por suspeita de envolvimento em esquema de fraude em licitações e contratos. Um dos presos é Nelson Castello Branco Nappi, considerado o cabeça do esquema que fraudava licitações. Os danos aos cofres públicos se aproximam de R$ 30 milhões, segundo estimativas da PF e de mais de R$ 100 milhões em sonegação de impostos, segunda avaliação da Receita Federal.

    Segundo apurou a operação, de 2012 a 2015 a MAAB, empresa do ramo publicitário, emitiu notas frias em nome de empresas de fachada na área de segurança do grupo Ondrepsb e a Orcali, que por sua vez repassariam os valores para agentes públicos do Estado. Já há presos preventivamente na ação. Janaína é a mesma que autorizou a prisão do reitor Luiz Carlos Cancellier. O delegado Igor Gervini pediu a extensão da investigação para que os agentes tenham até o final de junho para concluir o inquérito.

    Atualização:

    Na quarta-feira (19/6), os advogados do prefeito tentaram suspender o seu afastamento no TRF4, mas não obtiveram êxito. Os quatro vereadores da oposição, Afrânio Boppré (PSoL), Marquito (PSoL), Lino Peres (PT) e Vanderlei Farias, o Lela (PDT), já emitiram duas notas conjuntas reivindicando informações da Polícia Federal para se posicionarem com mais clareza sobre o assunto, e evitar julgamentos ou absolvições sem profundidade. Por enquanto quem administra a capital é o vice-prefeito José Batista Nunes (PSDB).
    Em live veiculada nesta sexta-feira, 21, na página do Facebook de Boppré, ele e o vereador Lino Peres afirmam que a oposição está muito apreensiva porque Gean Loureiro tem frequentado a Câmara de Vereadores e o seu gabinete, de onde entra e sai levando pastas e documentos. Querem saber que informações há nos equipamentos e celulares apreendidos e o possível envolvimento de outros funcionários públicos municipais nessa rede de tráfico de informações. “Se Gean diz que é vítima de uma armação, queremos saber quem é esse agente oculto que tem tanto poder e influência na vida da cidade”, afirma Boppré. Por que o prefeito, sendo apontado como o articulador da “Orcrim”, foi solto no mesmo dia da prisão e continua livre para passear no seu gabinete e recolher provas?
    Nesta quinta-feira, 20/6, a revista Isto É publicou reportagem de capa na edição do fim de semana, intitulada “Cerco aos hackers” , afirmando que a PF está investigando as “possíveis ligações” entre a Operação Chabu, a Vaza Jato e a atuação de agentes cibernéticos em Santa Catarina, no Brasil, Dubai e Emirados Árabes. Segundo “investigações preliminares”, a PF teria encontrado conexões entre o jornalista investigativo Glenn Greenwald, do The Intercept, Edward Snowden, refugiado na Rússia, com os irmãos bilionários Nikolai e Pavel Durov. Os Durov são proprietários do programa de conversação em chat, o Telegram, de onde vazaram os diálogos entre o ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, revelados por Greenwald e sua equipe no escândalo conhecido também como Brasilgate. Finalmente, a PF teria encontrado ligações com Evgeniy Mikhailovich Bogachev, conhecido como Slavic, procurado pelo FBI sob a acusação de cometer crimes cibernéticos, que criou o vírus Cryptolocker e o código Zeus.
    Conforme o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, o órgão “acredita ter se aproximado dos hackers que invadiram a privacidade dos procuradores”. A relação conspiratória, clara tentativa de criminalizar os jornalistas do The Intercept e levar os denunciadores da tribuna para o banco dos réus, foi levianamente lançada em veículos brasileiros de direita desde o início da semana. Estão aí todas as tintas de mais uma farsa do ex-juiz que fraudou a justiça com seus processos persecutórios e seletivos, baseados numa relação de influência ilícita sobre os procuradores da Lava Jato e na manipulação dos autos de acusação para condenar em tempo record o ex-presidente Lula à prisão. Emparedado pelas revelações do site The Intercept, trazidas a conta-gotas, como uma morte lenta, Sérgio Moro precisa com urgência de qualquer subterfúgio pra sair da berlinda e partir para a ofensiva.
    O único indício apontado pela revista de que a relação apontada por um perfil anônimo no twitter de forma grotesca pode merecer a credibilidade dos seus leitores é o fato de a PF dar importância a ela (SIC). “Embora parecesse inverossímil num primeiro momento, por conter erros de grafia e tradução, ISTOÉ confirmou que a PF segue sim o rastro da pista, considerada importante pelos agentes hoje à frente do caso.” Os métodos caluniosos e fantasiosos são os já conhecidos da sua lavra. Enquanto a PF sege as pistas do “Pavão Misterioso”, em Santa Catarina, ninguém entende os rastros da polícia, que parece encobrir na Operação Chabu a sua própria corrupção interna.

    PRISÃO DE GEAN LOUREIRO: OPOSIÇÃO SE MANIFESTA (NOTA)

    Florianópolis amanheceu com a notícia de que o Prefeito Gean Loureiro (sem partido) foi preso por fazer parte de uma suposta organização criminosa articulada para atrapalhar e impedir investigações da Polícia Federal.

    Os vereadores signatários desta nota assumem o dever legal de se manifestarem publicamente nos termos do art. 37 da Constituição Federal. Somos sabedores que o método Gean de fazer política é questionável. Sem juízo definitivo, sua prisão indica que temos à frente da administração municipal um agente político que construiu sua trajetória por meios duvidosos e com provável quebra de princípio basilar da ética e da honestidade, agindo de modo incompatível com a dignidade e o decoro dos cargos.

    Sua desvinculação recente das fileiras partidárias do MDB foi anunciada como decisão positiva para se afastar dos escândalos promovidos pelo seu partido. Para nós, essa decisão sempre representou mais uma estratégia eleitoral do que uma decisão sincera e de combate aos mal feitos de seu renegado partido.

    Exerceremos nossa função parlamentar de fiscalização e estaremos atentos e vigilantes no nosso dever legal. Não tomaremos decisões por impulsos e nem por motivações midiáticas.

    Certos que preparados estamos para qualquer desafio, buscaremos estar sintonizados com o sentimento de justiça, representando os interesses do povo florianopolitano.”

     

    Afrânio Boppré – Vereador PSOL
    Lino Peres – Vereador PT
    Marquito – Vereador PSOL
    Vanderlei Farias – Vereador PDT

     

    NOTA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES DE FLORIANÓPOLIS SOBRE A PRISÃO DO PREFEITO GEAN LOUREIRO

    O Partido dos Trabalhadores de Florianópolis mantém sistemática oposição ao governo de Gean Loureiro, uma vez que a política implementada pelo prefeito é diametralmente oposta à visão de mundo defendida por nosso Partido, tanto que nossa bancada atua como oposição ao paço municipal, com responsabilidade e de forma sempre propositiva, fato é que nosso projeto de cidade não cabe neste projeto implementado por Gean.

    Contudo, mantemos a responsabilidade e coerência na defesa intransigente do estado democrático de direito, rechaçando práticas que ferem o princípio da presunção de inocência, do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, para dizer o mínimo.

    As prisões pirotécnicas como método tem sido a arma do estado policialesco que tanto combatemos nesses últimos tempos de nítido obscurantismo.

    Que as investigações apurem adequadamente as respectivas responsabilidades cíveis, criminais e administrativas, mas sempre sob o holofote das regras do jogo democrático e das garantias e direitos individuais.

    Vários são os exemplos de excessos cometidos pelas autoridades investigativas do Estado pelo País afora, sendo que em Santa Catarina, por exemplo, passamos pelo fatídico episódio que vitimou o Reitor Cancelier, cujo inquérito recém finalizado conclui sua total inocência.

    Independente de apoiar ou não determinada figura pública e sua política, o foco deste tipo de ação policialesca espetacularizada precisa ser necessariamente pensada a partir do cabimento da prisão, seja ela flagrante, preventiva ou temporária, e o consequente risco que um Chefe do Executivo tem de fuga ou destruição de provas do eventual ilícito. Nesse caso, faz-se necessária uma rápida manifestação da Justiça Federal a respeito. A cidade, tanto quanto os indiciados e presos, merecem saber quais os motivos das suas prisões.

    Florianópolis 18 de Junho de 2019
    Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores de Florianópolis

     

    https://www.facebook.com/afranioboppre50/videos/438509180323097/?t=1

  • Desembargadora que difamou Marielle e Jean Wyllys libera aumento da passagem no Rio

    Desembargadora que difamou Marielle e Jean Wyllys libera aumento da passagem no Rio

    A desembargadora Marília de Castro Neves, que se tornou conhecida por atacar a vereadora Marielle Franco, mesmo depois de executada, e desejar a morte do deputado federal Jean Wyllys, liberou, nesta terça-feira (19), o aumento da tarifa de ônibus no Rio de Janeiro.

    Com a decisão da desembargadora da 20ª Câmara Cível, a passagem pode subir de R$ 3,60 para R$ 3,90 ainda esta semana. Tudo vai depender da tentativa do Ministério Público de barrar a medida com uma ação na Justiça.

    As tentativas de alteração no valor da passagem no Rio já se arrastam desde o dia 1º desde mês, quando o prefeito Marcelo Crivella (PRB) anunciou o aumento no Diário Oficial em uma edição extraordinária. A tarifa subiria de R$ 3,60 para R$ 3,95, mas no dia 14, o Ministério Público conseguiu liminar e anulou o acordo entre a Prefeitura e os empresários de transportes.

    Segundo o vereador Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que denuncia a existência de uma máfia dos transportes no Rio, há indícios de fraude nos dados financeiros fornecidos pelas empresas. “Nosso mandato foi ao Tribunal de Contas do Município para provar que qualquer reajuste neste momento seria ilegal”, disse Tarcísio após reunião com presidente do Tribunal de Contas do Município (TCU), Thiers Montebello.

    Leia o relatório da CPI dos Ônibus: http://cpidosonibus.com.br

    Através das suas redes sociais, o deputado Jean Wyllys, relembrou os ataques feitos pela desembargadora e a colocou como representante da “elite do atraso”. Veja o comentário na íntegra:

    “Em prazo assustadoramente curto, uma desembargadora no Rio de Janeiro suspendeu a liminar obtida pelo Ministério Público Estadual que impedia o aumento no preço das passagens de ônibus na cidade, dos atuais 3,80 para 3,95. O preço está em disputa judicial desde que vieram à tona fraudes monumentais no setor de transportes, como superfaturamento de manutenção das viaturas, fraude em contratos com as garagens e declarações falsas de gratuidade.

    O nome dessa desembargadora? Marília Castro Neves.

    Sim. Isso, mesmo! A mesma que difamou Marielle depois do seu assassinato, a mesma que escreveu impropérios a respeito de uma professora com síndrome de Down… A mesma que, em um grupo de profissionais da justiça, ou seja, em um grupo onde estão aqueles em quem deveríamos confiar para garantia de julgamentos justos, afirmou que eu merecia ser executado e que não valia a bala que me matasse ou o pano que seria utilizado para limpar a lambança.

    Até hoje o corregedor do CNJ, João Otávio Noronha, que parece não se abalar muito com o conteúdo publicado pela desembargadora e com os comentários homofóbicos que foram inscritos abaixo das provocações dela, como as piadas sobre o tamanho da bala e onde seriam dados os tiros, não conseguiu a punição da magistrada. Ele está FUGINDO de um encontro com a bancada do PSOL como se fossemos fantasmas.

    No Brasil nunca foi tão nítida a tradição escravocrata que Sérgio Buarque de Holanda analisou em sua obra. A elite que se desenvolveu aqui, de costas para o restante do país, se forma e desenvolve para si, como se fosse uma casta. Usufrui de seus privilégios para se manter em posições de poder e, uma vez que consegue, atua para manter essa ordem de “casa grande” na qual alguns têm licença para tripudiar sobre a lei e outros já nascem culpados. Eis o exemplo”.