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  • Um acordo que vende o Brasil

    Um acordo que vende o Brasil

    por Maister F. Da Silva, Leandro Noronha de Freitas, Anderson Barreto Moreira e Lauro Duvoisin

    Anunciado como uma trégua para pôr fim ao caos econômico, na verdade o acordo de ontem vai apenas aprofundar a crise que estamos vivendo. O acordo entre governo, grandes empresários do transporte e capital financeiro internacional é, na verdade, um esquema de saque das riquezas nacionais e de entrega da Petrobras às grandes corporações. Os trabalhadores do transporte de cargas continuarão a sofrer o alto custo do combustível assim como toda a população brasileira, que depende da gasolina e do gás para sobreviver.

    1) Os eventos do dia de ontem (24 de maio) confirmam que houve, pela primeira vez durante este governo, uma fissura na classe dominante. Uma fração da burguesia interna percebeu a fragilidade do governo e apostou na possibilidade de rapina.

    2) Até agora tudo indica que o motivador principal da paralisação patronal foi econômico. Este setor percebeu a sua desvantagem relativa frente à oligarquia financeira internacional e apostou na oportunidade que um governo enfraquecido e desmoralizado poderia oferecer para elevar o tom de suas reivindicações.

    3) Em virtude do cenário econômico e da política energética irresponsável do governo, a burguesia interna passou a contar rapidamente com a adesão massiva dos diversos setores de transporte de cargas.

    4) O governo Temer, que representa sobretudo os interesses da oligarquia financeira, viu-se em situação difícil, pressionado internamente pela possibilidade de caos econômico e perda total da autoridade, e externamente pela posição de mando inconteste da oligarquia financeira que não cederia à burguesia de segunda classe.

    5) A esquerda dividiu-se entre os triunfalistas, que viam tudo isso como uma rebelião popular, e os apavorados, que viam o cenário como uma orquestração fascista para cancelar as eleições de outubro e dar um golpe dentro do golpe. Embora seja fato que há forças de extrema direita aproveitando-se da desordem econômica e da fragilização do governo, e mesmo que o processo esteja em andamento, os desdobramentos até agora permitem afirmar que estas duas posições estão profundamente equivocadas e não permitem enxergar o que é central no cenário atual: o enorme espaço político-ideológico que se criou para fustigar o projeto neoliberal e apresentar uma alternativa para o Brasil.

    6) No dia 24 de maio ao final do dia o que vimos foi um acordo, frágil, entre a burguesia interna e a oligarquia financeira internacional. Por um lado, permanece intocada a política energética antinacional e a estrutura de comando atual da Petrobras, e por outro se cede recursos públicos do Estado para satisfazer a sanha da fração burguesa rebelada. O preço do acordo é, mais uma vez, um assalto aos cofres públicos controlados pelo Estado.
    7) Contudo, não nos enganemos, a oligarquia financeira cobrará a conta dos setores produtivos internos. Este padrão de atuação é o mesmo da Operação Lava Jato: desvalorização de empresas e produtos competitivos no mercado internacional em prol das grandes corporações. Nesse sentido, já se anunciou a possibilidade de quebra de contrato das exportações de soja, carro-chefe da pauta exportadora brasileira. Ou seja, a oligarquia financeira transformará, mais uma vez, qualquer desafio ao seu poder como uma oportunidade de avançar na guerra econômica de rapina contra os interesses nacionais.

    8) A rede Globo, que desta vez se antecipou e desde o início deu o tom, inclusive criando o efeito manada (corrida ao postos e supermercados), aparentemente mudou o discurso na noite do 24/05. Possivelmente perceberam os riscos de perder o controle ao criar uma situação de desabastecimento e caos que certamente dificultaria muito a condução dos rumos da paralisação. Sua postura no acordo foi buscar enquadrar a fração interna rebelada. A repetição de que o acordo é muito bom para os setores paralisados e ruim para o governo e os “acionistas” confirmam sua posição em favor do capital financeiro. Pior, agora se reafirma pela força dos fatos e pela mensagem deste acordo que a Petrobras nada mais é do que uma filial subalterna dos grandes holdings internacionais a quem deve submeter-se custe o que custar. A que ponto chegamos!

    9) A suposta solução proposta pelo governo é apenas um arremedo paliativo para tentar retomar o controle da situação. Não coloca em questão nenhum dos pilares da política energética que produziram a insatisfação atual, ou seja, não resolve o problema central, que é os preços dos combustíveis pagos pelo setor produtivo e pela população em geral: diesel, gasolina, álcool e gás de cozinha.

    10) Visivelmente o acordo excluiu o setor mais precário dos transportes. Ou seja, foi um acordo no alto escalão da burguesia. Como não resolve os problemas do custo dos combustíveis, para os próximos dias é provável um cenário de continuidade das paralisações com ações repressivas por parte do governo para evitar a perda do controle novamente.

    11) O governo sem dúvidas sai ainda mais enfraquecido deste embate. Pela primeira vez ele mostra-se incapaz de aglutinar todas as frações burguesas dentro de um mesmo projeto. Além disso, fica ainda mais evidente que sua força vital vem de fora, vem da natureza entreguista de seu projeto, sustentado a ferro e fogo pela oligarquia financeira.

    12) A rápida adesão à pauta em curso nos últimos dias e a mobilização de setores dos estratos médios da classe trabalhadora e mesmo daqueles mais pauperizados pode levar à perda de controle do “baixo escalão” por parte da burguesia interna. Esta massa pode migrar para a direita, que até agora tem mostrado ter mais capilaridade nestes setores, ou para a esquerda, se alguma força social de peso, como os trabalhadores petroleiros, entrarem com força na luta com clareza, domínio e autoridade sobre a pauta em disputa.

    13) A solução apresentada desvela os verdadeiros interesses em jogo e cria um ambiente propício para a disputa de projeto. O acordo, ao que tudo indica, por atender aos setores já citados, pode ser rejeitado por parte dos que participam da paralisação. O que a esquerda e os setores progressistas podem fazer caso siga a atual situação? Apenas dizer que se trata de um lockout fascista e esperar que uma explosão social de caráter reacionário saia as ruas? Ou buscar fustigar as enormes contradições em jogo: a política neoliberal que drena as riquezas e não traz benefício algum; a denúncia de que esta crise é fruto exatamente da forma privada que conduz a Petrobras; se existe subsídio para os acionistas também podem existir para o gás. Não alimentamos ilusões de que isso possa ser atendido, mas são questões colocadas. A crise desatada pela paralisação trouxe à tona as imensas tensões que estão acumuladas na população. Alguns setores ensaiam paralisações como motoboys e taxistas; em algumas refinarias têm início o que pode se tornar uma greve do setor petroleiro. Continuemos no esforço de encontrar as brechas para colocar um projeto que de fato resolva os problemas do povo brasileiro.

    • Maister F. Da Silva e Leandro Noronha de Freitas (Militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores) e Anderson Barreto Moreira e Lauro Duvoisin ( Militantes do Levante Popular da Juventude)
  • Engenheiros desmontam ‘circo’ armado pela Petrobras

    Engenheiros desmontam ‘circo’ armado pela Petrobras

     

    Esclarecendo o “Petrobrás esclarece”

    da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET)

    Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros

    Nessa quarta-feira (16/05), depois da AEPET ter publicado o Editorial: “Parente e o balanço, autoengano ou encenação”, a administração da empresa encaminhou mensagem, via correio eletrônico, aos petroleiros, segundo eles: com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem de nossa empresa.

    Em primeiro lugar queremos deixar bem claro que o que pretendemos é discutir quais os melhores planos para a Petrobrás, como empresa estatal que é, para o atendimento das necessidades da população brasileira e o desenvolvimento da Nação.

    O resultado de uma empresa estatal não se mede apenas pelo lucro ou prejuízo registrado no seu balanço, mas sim pelo desenvolvimento que ela promove para o país e a forma como contribui para distribuir a renda petroleira em favor dos seus verdadeiros donos: os brasileiros.

    Infelizmente hoje a discussão se limita a comparar resultados contábeis entre um período e outro, verificar o desempenho das ações na bolsa de valores, informar quais os ativos vão ser entregues para terceiros para antecipar a redução de uma dívida que já foi chamada de “impagável”, redução da força de trabalho e dos benefícios dos empregados e imposição de pesados e injustos encargos aos participantes do plano de aposentadoria, ao mesmo tempo em que são aprovadas regras para antecipar dividendos aos acionistas e pagar indenização bilionária aos especuladores estrangeiros.

    O que a AEPET sempre fez, em toda a sua história, foi defender a reputação e a imagem da Petrobrás.

    Quem criou a imagem de que a empresa estava quebrada?

    Quem inventou que a dívida era impagável?

    Quem gasta páginas do relatório anual para falar em Lava Jato, mas não dispende uma linha para falar das riquezas do pré-sal descoberto?

    Quem disse que endeusaram o pré-sal, em tom de menosprezo?

    Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros.

    Por isso precisa vender ativos altamente rentáveis e entregar o pré-sal para as petroleiras estrangeiras.

    Já falamos muitas vezes sobre isto, mas não custa repetir.

    O que mostra se uma empresa tem ou não problemas financeiros são os seus registros contábeis.

    Muitos consideram que o principal indicador financeiro de uma empresa é a sua Geração Operacional de Caixa.

    É o caixa disponível depois de cobertos todos os custos e despesas.

    É o caixa apto para pagamento da dívida, fazer investimentos e pagar dividendos.

    No caso da Petrobrás os números são os seguintes:

    Vejam que a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás é inabalável.

    Onde está o efeito da corrupção que muitos disseram que quebrou a Petrobrás?

    Onde está o efeito dos subsídios concedidos (2010/2014) que muitos calculavam em bilhões e bilhões?

    Onde está o efeito dos “impairments” (2014/2016) que causaram os prejuízos econômicos astronômicos?

    Onde está a dependência do preço do petróleo no mercado internacional em relação à sua capacidade de gerar valor?

    Onde está a empresa quebrada?

    Se compararmos a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás com outras grandes petroleiras temos o seguinte:

     

    Importante lembrar que estas petroleiras (principalmente Exxon e Shell ) tem receitas 3 vezes superior à da Petrobrás.

    A tabela mostra claramente o efeito da variação do preço do barril na geração operacional das petroleiras estrangeiras.

    Efeito que não se vê na Petrobrás.

    Mas a atual política de preços não tem o objetivo de seguir a cotação internacional do barril?

    Então por que de 2016 para 2017 todas as grandes petroleiras tiveram expressivo aumento de geração operacional enquanto na Petrobrás o número permanece estável?

    Venda de ativos rentáveis? Perda de participação no mercado? Ociosidade das refinarias?

    Outro importante indicador financeiro é a Liquidez Corrente.

    Ela indica a capacidade da empresa de cumprir com seus compromissos de curto prazo.

    É resultado da divisão do Ativo Corrente pelo Passivo Corrente.

    A tabela a seguir mostra os números:

     

    Vejam que a liquidez corrente da Petrobrás se mantem sempre superior a 1,5.

    Significa dizer que para cada R$ 1 que a empresa precisa pagar ela dispõe de R$ 1,5 ou mais.

    Notem que a situação da Petrobrás é muito mais confortável do que a das maiores petroleiras americanas.

    Bom lembrar que as petroleiras americanas tem classificação de risco AAA (nível máximo) enquanto a Petrobrás fica 12 níveis abaixo B+.

    A liquidez corrente mostra que a Petrobrás não tem nem nunca teve problemas financeiros.

    Interessante de se verificar também o volume de recursos mantidos em caixa pela empresa.

    Vejam a tabela a seguir:

     

    Reparem que as grandes petroleiras americanas vêm reduzindo sistematicamente o caixa desde 2012 enquanto a Petrobrás mantém caixa elevadíssimo a partir de 2015.

    A Exxon que tem uma receita 3 vezes maior que a da Petrobrás, mantem um caixa muito menor.

    A única explicação é que o caixa é mantido elevado para permitir a venda de ativos.

    Se fosse utilizado o caixa não haveria necessidade de venda de ativos. Pasmem…

    Isto fica muito claro quando vemos os quadros de Usos e Fontes dos Planos de Negócio e Gestão-PNG feitos pela atual administração.

    Este plano mostra uma geração operacional de caixa de US$ 158 bilhões (já pagos os dividendos, não informado o montante), uma utilização de US$ 2 bilhões do caixa e a venda de US$ 19 bilhões de ativos.

    Como no final de 2016 havia mais de US$ 20 bilhões em caixa, os ativos estão sendo vendidos para manter o caixa elevado.

    Além disso a empresa vendeu US$ 13,6 bilhões de ativos em 2016 e só recebeu US$ 2 bilhões.

    Restavam US$ 11 bilhões a receber.

    Mais ainda a Petrobrás já tinha um crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões.

    O grande absurdo vem à tona quando olhamos o Usos e Fontes do PNG 2018/2022.

    Estranhamente a geração operacional cai para US$ 142 bilhões (já pagos os dividendos), uma queda de US$ 16 bilhões em relação ao plano anterior (US$ 158 bilhões).

    A geração operacional deveria ter aumentado e não caído.

    Qual é a causa? Não é dada nenhuma explicação.

    A venda de ativos rentáveis fez cair a geração?

    Ou está previsto pagamento de dividendos muito elevados? Não existe clareza.

    Consta a venda de US$ 21 bilhões de ativos, ao mesmo tempo em que o caixa é aumentado em US$ 8,1 bilhões.

    O que é isto? Estão vendendo ativos para aumentar o caixa?

    Mas o caixa já tem mais de US$ 20 bilhões.

    Das vendas de ativos feitas em 2016 ainda resta receber US$ 8 bilhões e o crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões continua.

    Simplesmente ridículo.

    Bem, voltemos ao Petrobrás esclarece, que afirma: Para não deixar dúvidas a única vez que registramos resultado em torno de R$ 7 bilhões foi em 2013, quando tivemos um lucro de R$ 7,7 bilhões e o barril do petróleo estava em torno de US$ 100. Agora conseguimos resultado semelhante com a cotação a US$ 67 o barril. Ou seja é o nosso esforço para recuperar a empresa usando todas as ferramentas do plano de negócios que explica o bom desempenho da companhia.

    Porque falam em torno de US$ 100 o barril?

    É só olhar o relatório do 1º trimestre de 2013, o preço médio do barril era de US$ 94.

    Mas em 2013 o governo subsidiava o consumo no mercado interno, mantendo os preços internos abaixo dos preços internacionais.

    Portanto este preço de US$ 94 não serve como parâmetro. Esqueceram?

    Por outro lado não apenas o preço do barril deve ser avaliado, o câmbio é outro fator tão importante quanto.

    No 1º trimestre de 2013 o dólar custava em média R$ 2,00 enquanto que no 1º trimestre de 2018 passou para R$ 3,24.

    Vão querer continuar enganando?

    E continuam mesmo: A Petrobrás tem um programa de parcerias e desinvestimentos desde 2012 muito antes da posse da atual administração. Não se pode, assim, atribuir a este programa qualquer motivação partidária ou ideológica.

    Parece que aqui eles vestiram a carapuça.

    E continua: Em dois anos entre 2012 e 2014 a empresa se desfez de US$ 10,8 bilhões de ativos no exterior, campos de produção e áreas exploratórias. Esta portanto é uma ferramenta de gestão usada em diversos momentos e por diversas e distintas administrações da empresa para ajudar a reduzir seu endividamento.

    Entre 2012 e 2014 são três anos e não dois, o que dá uma média de US$ 3,6 bilhões/ano.

    É normal na atividade da empresa comprar e vender ativos.

    Mas nunca se falou em venda de ativos como NTS, Liquigás e BR Distribuidora.

    Por outro lado a venda de ativos não era feita para reduzir dívidas, pois naquele momento é que a empresa mais investiu e se endividou.

    Quanto se privatizou entre 2012 e 2014 em comparação com US$ 35 bilhões planejados pela atual administração?

    Onde estavam e quais ativos foram privatizados nos dois períodos?

    Agora tentam esconder a verdade: Neste trimestre a entrada em caixa com parcerias e desinvestimentos teve impacto de R$ 2,2 bilhões no lucro líquido, impacto reduzido quando comparado ao lucro de R$ 7 bilhões.

    No relatório aparecem ganhos de R$ 3,2 bilhões com a venda de Lapa, Iara e Carcará.

    Mas pode ser que exista algum ajuste para chegar no efeito no lucro líquido.

    De qualquer forma o lucro a ser comparado é de no máximo R$ 4,7 bilhões (6,9-2,2).

    No 1º trimestre de 2015 o lucro líquido foi de R$ 5,3 bilhões.

    Então que estória é esta de melhor resultado dos últimos 5 anos?

    Terminamos esta Nota de forma similar a que a atual direção da Petrobrás iniciou o seu Petrobrás esclarece.

    Você está recebendo mais esta Nota da AEPET com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem da nossa empresa.

  • Quando a Petrobrás obedece ao mercado

    Quando a Petrobrás obedece ao mercado

    A Petrobrás divulgou hoje que fez um acordo com investidores americanos, acionistas e detentores de títulos da estatal, para acabar com uma ação coletiva contra a empresa. O que devemos questionar enquanto categoria petroleira e também como brasileiros, já que a Petrobrás é uma estatal, é:

    1. Por que a Petrobrás está pagando um valor maior do que aquele que ela mesma reconheceu como desviado pela corrupção?

    O dinheiro que a Petrobrás reconheceu como desviado pela corrupção é menor do que está sendo pago aos investidores americanos que é a quantia de US$ 2,95 bilhões, o equivalente a R$ 10 bilhões.

    1. E se a Petrobrás sofrer mais ações desse tipo?

    O mercado está aproveitando o momento e usa a Lava-Jato que disfarçada com o combate à corrupção, dá oportunidade a esse tipo de extorsão.

    1. Afinal a quem a atual gestão atende?

    Ao mesmo tempo em que a atual gestão da Petrobrás paga fácil para o mercado americano valores questionáveis, tenta renegociar a dívida interna tributária com o governo federal, ou seja, deixa de pagar dinheiro ao governo para pagar ao mercado financeiro americano.

    No geral, decisões como estas do Pedro Parente, prejudicam a indústria nacional e apoiam e beneficiam os fundos financeiros americanos.

    O que aconteceu hoje reforça e fornece mais elementos que aumentam a percepção e geram desconfianças sobre a possibilidade de existência de conflitos de interesse e tráficos de influência na companhia e no seu plano de privatizações.

    William Nozaki, professor de Ciência Política e Economia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), salientou em texto publicado na revista Carta Capital que “a despeito de alardear a eficiência de seu novo programa de governança, compliance e de seus testes de integridade para a nomeação do alto escalão da companhia (background check), é no mínimo curioso notar que parte dos diretores e conselheiros da Petrobrás permanece atuando ou atuou em segmentos empresariais diretamente interessados no desmonte da Petrobrás, com destaque para conexões que deságuam no setor financeiro.”

     

    • Publicado originalmente em http://www.fup.org.br/ultimas-noticias/item/22073-quando-a-petrobras-obedece-ao-mercado