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  • A polêmica das estátuas no 7 de Setembro

    A polêmica das estátuas no 7 de Setembro

    Não é possível comemorar a Independência do Brasil hoje sem pensarmos sobre um dos temas mais debatidos em nossa relação com a história: a polêmica das estátuas. Em 22 de junho de 2020, por exemplo, o Museu de História Natural de Nova York anunciou a retirada de uma estátua equestre de Theodore Roosevelt localizada em frente ao museu desde 1940. Vejam na fotografia acima que razões não faltaram, pelo modo subalterno com que negros e índios são representados.

    Por Mayra Marques, Mateus Pereira e Valdei Araujo (UFOP)*

    O diretor do Museu afirma que a recusa é ao monumento, e não à figura de Roosevelt, que continuará sendo homenageado pela instituição por seu pioneirismo na luta pela conservação do meio ambiente. Segundo a reportagem, um dos descendentes do ex-presidente, declarou:

    “O mundo não precisa de estátuas, relíquias de uma outra era, que não refletem os valores das pessoas que pretendem honrar, ou os valores de igualdade e justiça”. 

    Em 2017 uma comissão estabelecida pela cidade de Nova York para reavaliar a pertinência de monumentos públicos havia decidido, em votação dividida, pela manutenção da estátua, apesar dos protestos de que já vinha sendo alvo e das promessas do museu em  “atualizar” (update) suas exibições. Em 2019 o museu tomou a iniciativa de promover um debate com a comunidade e inserir elementos que pudessem contextualizar e criticar os aspectos racistas e colonialistas do monumento, bem como reavaliar as posições do próprio Roosevelt.

    A iniciativa ficou registrada no projeto “Addressing the Statue”, que pode ser ainda visitado no site da instituição. O projeto é um excelente exemplo de como o interesse renovado pelos monumentos e personagens históricos, provocados por polêmicas, podem ser respondido pela produção de conhecimento e diálogo com a comunidade em busca de atualização. Algo que poderia não acontecer se a estátua tivesse que ser removida violentamente. 

    Com a onda de protestos que se seguem após o assassinato de George Floyd, os administradores do museu decidem finalmente retirar a estátua, em um desfecho que exemplifica como a atualização da monumentalização pública pode ocorrer em um ambiente democrático ampliando o seu sentido histórico, no lugar de apagá-lo, como acusam ligeiramente alguns críticos.    

    https://lh5.googleusercontent.com/n4LEpIBYOzlLoCw3PECR7ta5UA9eQBqAA_3fdtQ41N5aY_ZFczU7wGjWgfZyEyOUkAaWW94uTk_lg9y_TdNMqjBqWdlD7ClFO1btfIvisdXENLyD2Iv0LiIg4VNYeA

    Estátua equestre de Theodore Roosevelt, a ser removida da frente do museu de História Natural de Nova York

    Esse fato, que tem como centralidade a figura e a estátua de Roosevelt, nos remete à  também polêmica estátua equestre de Pedro I, que se encontra na atual praça Tiradentes, na cidade do Rio de Janeiro. Ela carrega a mesma estrutura evolucionista e hierarquizante criticadas na estátua de Roosevelt.

    Estátua como “mentira de bronze”

    O monumento comemorativo da Independência foi erguido em 1862, e desde seu nascimento provocou fortes protestos, ainda que por razões diferentes. Mesmo que sua instituição tivesse por objetivo a consagrar Pedro I como o herói que libertou a nação, dando-lhe uma carta constitucional,  ela não deixa de materializar as concepções evolucionistas e racistas das elites brasileiras. Ao mesmo tempo, esse episódio nos mostra a complexidade da instituição de monumentos: desde o início a estátua foi vista por grupos liberais como uma impostura contra a memória de outros movimentos e heróis da independência, o liberal mineiro Teófilo Ottoni lança no mesmo dia da inauguração um panfleto crítico em que chama a estátua de “a mentira de bronze”, ao mesmo tempo em que recuperava a figura de Tiradentes como o verdadeiro herói da Independência.

    A estátua equestre de Pedro I foi erguida na mesma praça em que Tiradentes foi executado no Rio de Janeiro, fato que seria desagravado apenas com o advento da República. Nesse caso, no lugar de remover a estátua do ex-imperador, bastou às elites republicanas ressignificar o contexto da praça em um gesto ao mesmo tempo provocativo e de conciliação. Deixava de ser praça da constituição para ser Praça Tiradentes. Ironia ou conciliação?  

    Até hoje a posição subalterna da população indígena no monumento permanece invisibilizada, e sua atualização poderia passar, também, pela promoção de debates e, mesmo, pela remodelagem documentada do monumento. A estátua equestre, com o Imperador segurando a constituição, poderia, por exemplo, descer de seu pedestal evolucionista-racista e, em paralelo, outras formas de comemorar/celebrar os povos indígenas e denunciar sua opressão poderiam ser produzidas.      

    Estátua equestre de D. Pedro I na praça Tiradentes, Rio de Janeiro

    Estátua equestre de D. Pedro I na praça Tiradentes, Rio de Janeiro

    Retirar as referências de um passado sensível não nos deixaria com uma falta de “locais de memória” nas ruas? A solução, neste caso, seria a sua substituição e/ou convivência com novos monumentos aos grupos historicamente oprimidos e sub-representados, como mulheres, indígenas e negros. Mas é preciso pensar em que tipo de monumentos seriam esses.

    Estátuas como selfies de celebrities

    Segundo o crítico de arte britânico Jonathan Jones, derrubar estátuas é uma performance admirável, mas a ideia de substituir as estátuas derrubadas por outras de pessoas mais “merecedoras” da homenagem seria fruto de um pensamento artístico conservador. A estátua, para Jones, já não seria uma forma artística adequada para homenagens desde que Marcel Duchamp enviou um urinol para uma exposição de arte em Nova York. O mais adequado seria, então, dar espaço para que a arte contemporânea pudesse representar as vidas roubadas pela escravidão, pois a estátua reduz a história a apenas um rosto, um personagem, podendo apenas reforçar uma concepção simplista e conservadora de como a história acontece.

    As estátuas, de modo parecido com as selfies, fazem parte de uma cultura de celebridades que não faz sentido para retratar horrores como a escravidão ou o Holocausto. De algum modo, a representação monumental dos personagens históricos parece evocar a concepção de um indivíduo linear, solar, sem falhas.  

    Considerando as cidades ou os países como grandes museus, precisamos pensar sobre as decisões em relação às seleções feitas pela curadoria que, em última instância, vai decidir sobre a relevância desse ou daquele objeto presente nestes espaços. Ou seja, estamos diante de figuras fundamentais nessas escolhas: os/as curadoras, que, no caso das cidades, geralmente são as autoridades políticas, mas que também podem ser pessoas comuns que reivindicam a inserção ou a retirada de um monumento.

    Sobre essa questão o historiador Fábio Faversani nos lembra que, na Roma Clássica, a noção de cidadão era excludente, o que significa que as representações eram, apenas, de pessoas consideradas cidadãos importantes. Assim, a questão sobre quem deve ser homenageado com uma estátua ou com um monumento está diretamente relacionada ao fato de se ter reconhecidamente o direito a ocupar os espaços da cidade, isto é: quem, por algum critério de legitimidade, é reconhecido como cidadão. A cidadania, na nossa democracia contemporânea, deve ser abrangente, não porque sejamos todos iguais, mas justamente por sermos diferentes – e, por isso, é preciso reconhecer e escrever as várias histórias que constituem a nossa sociedade. A derrubada violenta pode ser reconhecida como a forma radical de determinados grupos sociais chamarem a atenção dos políticos e da sociedade em geral. A derrubada violenta faz sentido quando não há oportunidade de diálogo. É preciso reconhecer que as tradições não são boas por si mesmas, pelo simples fato de serem uma herança de nossos antepassados; elas são mutáveis e só permanecem vivas se formas capazes de atualizar nossa história (nosso passado-presente-futuro) a partir delas de modo plástico e criativo.

    Alguns críticos consideram a derrubada e/ou atualização de estátuas um tipo de anacronismo, no sentido de que reduziriam a história ao universo de valores do presente. Não estaríamos tirando estes personagens de seus contextos históricos? Diante de tais questões devemos nos lembrar que o racismo não é algo do passado; ele ainda está presente e tem consequências significativas nas nossas vidas. Muitos dos personagens que são hoje alvo de crítica cometeram ações que mesmo em suas épocas poderiam ser consideradas infames, mas acabaram tendo suas memórias protegidas por suas ligações com os poderosos da vez.

    Estátuas como forma de criar mitos

    Apenas tornando a história menos eurocêntrica e heteronormativa é possível evitar que as extremas-direitas usem referências do passado como forma de recrutamento e propaganda, como se o passado fosse homogêneo e sem disputas. E isto não significa negar a história ou falseá-la; a pluralidade é uma realidade, basta trazer à luz histórias esquecidas ou suprimidas das várias nações e povos que formam a nossa sociedade.

    A divisão entre aqueles que defendem o patrimônio a qualquer custo e os que gritam “deixa quebrar” só ocorre porque não há políticas públicas efetivas de monumentalização voltadas para a reparação histórica, como aponta, também, Fernanda Castro. Vale notar que em países como o Brasil há uma grande dispersão de autoridades com mandato que permite gestos de celebração e monumentalização. A emergência do bolsonarismo, por exemplo, acontece em “paralelo” a uma epidemia de medalhas e outras celebrações de aliados cujas biografias se confundem com uma vasta lista de crimes.  

    Assim, os protestos nos quais estátuas são derrubadas ou depredadas podem ser uma forma de manifestação que surge de situações extremas de sofrimento e revolta, e não podemos condenar tais atitudes de modo linear. No entanto, não devemos normalizar o uso da violência, ela é sintoma de que os caminhos democráticos para solução de conflitos não estão funcionando de que problemas graves não encontram políticas públicas adequadas.

    Destruir estátuas por si só não tornará as sociedades menos racistas, mas deve servir de estímulo para a identificação do que deve ser feito, como o combate à violência policial contra negros, por exemplo, bem como a implementação de políticas públicas de memória e antirracistas. Além de políticas públicas cujo objetivo seja a redução da desigualdade socioeconômica dos negros em relação aos brancos. Cabe enfatizar que a normalização da violência é amplamente utilizada pelos grupos de direita, como vimos no caso da destruição da placa da Rua Marielle Franco, que se tornou um símbolo de extremistas de direita na campanha eleitoral de 2018. Portanto, é preciso entender o contexto e o sentido da destruição de monumentos antes de fazer qualquer juízo definitivo.

    O historiador Marcelo Abreu nos chama a atenção para o fato de que a desigualdade social presente no mundo precede as estátuas e os patrimônios que buscam moldar as identidades nacionais. Por isso, embora uma estátua possa representar uma identidade local ou nacional, a revolta contra o racismo desses “heróis” homenageados transpassa as fronteiras, já que a desigualdade não está presente em apenas um país. Nessa direção, a luta contra todas as formas de opressão nunca deveria fugir do horizonte de todos e todas que formam e lutam dentro do campo progressista.

    Se os lugares de memória existem para nos recordar, constantemente, de quem somos nós, é muito natural que o valor desses lugares se transforme com o tempo, na mesma medida em que a própria sociedade se transforma. Já não aceitamos o racismo como em tempos bem próximos, logo, não faz sentido que queiramos deixar para o futuro homenagens a pessoas que defenderam esta forma de discriminação e dela se aproveitaram. Lutas como essas podem ajudar para a construção de pautas comuns no interior do campo progressista. Disputas e divergências sempre haverá, mas é preciso não perdermos o horizonte do comum.

    O que vemos hoje é a reivindicação, muito justa, dos grupos que tiveram suas memórias e identidades subjugados, o que faz com que se reconheça que a nossa sociedade é composta por variadas memórias e identidades – muito diferente do “povo brasileiro” homogêneo que defendeu, em sua “atualização regressista”, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, durante a famigerada reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020. Em sua análise, relativa a esse “povo” ao qual faz referência a extrema-direita brasileira, a historiadora Luísa Pereira escreve: “O verdadeiro povo seria formado pelo homem simples, cristão, conservador, heterossexual, casado, pai de família, provedor, empreendedor e patriota […]. O verdadeiro povo é, portanto, homogêneo”. Uma ideia de povo e heróis celebrados pela atual propaganda política desse governo para o 7 de Setembro este ano.

    Os protestos atuais nos quais estátuas são derrubadas em nome da luta contra o racismo e o colonialismo são formas de manifestação que surgem em situações extremas de sofrimento e revolta, e não podemos condenar tais atitudes de modo linear. No entanto, não devemos normalizar o uso da violência, ela é sintoma de que os caminhos democráticos para solução de conflitos não estão funcionando. Antes de condenar, a cidadania precisa se perguntar sobre o que está errado e precisa ser feito.

    Como afirma Adam Prezeworski, em Crises da democracia: “A persistência da desigualdade é uma prova irrefutável de que as instituições representativas não funcionam, pelo menos não como quase todo mundo acha que deveriam. Portanto, o avanço do “populismo” — resultado da insatisfação com as instituições políticas que reproduzem a desigualdade e não oferecem alternativa — não deveria nos surpreender”.

    Assim, no dia em que os mais diversos brasileiros rememoram sua Independência não custa lembrar que enfrentar as diversas opressões e desigualdades que marcam esse país é um desafio que nosso passado nos legou e que deve ser assumido coletivamente.

    *Mateus Pereira, Mayra Marques e Valdei Araujo escreveram o Almanaque da Covid-19: 150 dias para não esquecer ou o encontro do presidente fake e um vírus real. Mateus Pereira e Valdei Araujo são professores de História na Universidade Federal de Ouro Preto em Mariana. Também são autores do livro Atualismo 1.0: como a ideia de atualização mudou o século XXI e organizadores de Do Fake ao Fato: (des)atualizando Bolsonaro, com Bruna Klem, e Mayra Marques é doutoranda em História na mesma instituição.

  • O que nos têm freado?

    O que nos têm freado?

    Circula um vídeo em que um completo imbecil racista é expulso por passageiros do metrô de Nova York com uma pratada de sopa na cara. Além do imbecil que, antes de ser enxotado do metrô, brada insolências por mais de dois minutos na linguagem universal da imbecilidade – portanto não é necessário fluência no idioma inglês para atestá-lo – outra coisa que salta aos olhos é a quantidade de pessoas caladas, omissas. De fato, num vagão lotado, os passageiros que se insurgem contra o parvo racista não ultrapassam meia dúzia. Na expressão de muitos dos que se mantiveram neutros é até possível perceber algo distinto da indiferença, como que uma vontade freada de intervir. Diante disso, convém perguntar: o que os freou? Porque não se juntaram àquela meia dúzia de corajosos encrenqueiros?

    O que pensariam aquelas pessoas que se escondiam atrás dos escudos de seus celulares, visivelmente constrangidas? Estariam constrangidas com a fala do pateta ou com a passividade delas mesmas?

    Antes de prosseguir, preciso advertir que este texto não se configura em uma lição de moral. Ou se é, então fica sendo também para este que escreve, pois recentemente, quando passei por situação parecida no metrô paulistano, me acovardei. O vagão todo se acovardou. O rapaz, em que tudo no aspecto indicava um desiquilíbrio emocional grave (portanto não deixa de remeter ao nova-iorquino) apenas parou de importunar aos berros uma moça desconhecida dele – e cujos olhos constrangidos quase gritavam por socorro – com a chegada do segurança que o expulsou do vagão. Na ocasião, senti a mesma perplexidade de agora vendo o vídeo. O que os freou? O que nos freou? Perguntava-me.

    Talvez o que nos freie a ação proveniente da justa indignação seja a assimilação do egoísmo do qual o metrô é por excelência um dos grandes espaços de ocorrência. Talvez junto da fumaça tóxica da metrópole que se entranha por nossos poros, tenha também entrado em nós a mais rotunda indiferença. Talvez o metrô seja na esfera pública a localidade onde mais se acentua nossa vergonha de sermos solidários. Onde o egoísmo é lei, solidariedade é subversão. Sim, temos vergonha de sermos solidários, importarmo-nos é motivo de acanhamento. De minha parte, foi isso que se deu. E esta constatação me envergonhou depois. E que bom que me envergonhou.

    Da parte dos demais passageiros, tanto de Nova York quanto de São Paulo, confesso que desconheço seus motivos. Porém, partindo do pressuposto que a maioria dos passageiros nos dois ambientes reconhecia a gravidade da situação e a desaprovavam, não seria um absurdo relacionar sua indiferença, sua apatia, também com essa noção indigente que ganha força e que consiste em acreditar que uma suposta neutralidade oferece aos seus detentores uma espécie de esteio moral para seu conformismo.

    Ou, posto de outra forma: será que a noção de neutralidade não seria um salvo-conduto para o egoísmo? Será que os passageiros do metrô de Nova York abrandaram seus mal-estares dizendo a si mesmos que foram neutros, que convém não se meteram? Com efeito, muito além das situações atípicas que se tornam assustadoramente típicas, mas também diante das injustiças cotidianas, a neutralidade pode nos livrar dos aborrecimentos de uma discussão; pode nos livrar das brigas, dos imbróglios, das pendengas, das tretas, dos litígios e das encrencas; pode manter intactas nossas preciosas networks às quais nos agarramos como Shylock se agarra a seus ducados; a neutralidade pode, enfim, acabar por nos conformar. Eis aí a palavra a que remetem os passageiros indiferentes do metrô nova-iorquino.

    A neutralidade, todavia, não irá nos livrar desse lobo que espreita atrás da porta. Martin Luther King Jr. afirmava que os lugares mais quentes no inferno são reservados para os que, num período de crise moral, mantêm sua neutralidade.

    Quem se mantém neutro diante de quaisquer embates, do mais insignificante ao mais dramático, seja ele micro ou macropolítico, tem, obviamente, toda a liberdade de fazê-lo, mas deve ter a consciência de que sua neutralidade é também uma tomada de posição política, e das piores. Talvez conviesse afixar nos metrôs de Nova York e também nos nossos, a título de lembrete a quem se esconde atrás do biombo da neutralidade e como homenagem àqueles que tomam partido, tal qual a meia dúzia de valentes encrenqueiros nova-iorquinos, um célebre poema porrete, lamentavelmente atualíssimo:

    “Primeiro levaram os negros

    Mas não me importei com isso

    Eu não era negro

     

    Em seguida levaram alguns operários

    Mas não me importei com isso

    Eu também não era operário

     

    Depois prenderam os miseráveis

    Mas não me importei com isso

    Porque eu não sou miserável

     

     

     

    Depois agarraram uns desempregados

    Mas como tenho meu emprego

    Também não me importei

     

    Agora estão me levando

    Mas já é tarde.

    Como eu não me importei com ninguém

    Ninguém se importa comigo.” (Intertexto, Bertolt Brecht)

     

    Link para o vídeo, via Vice: https://www.vice.com/pt_br/article/mb7ywn/princess-nokia-video-racista

     

    por T. S. Paulo: estudante de jornalismo.