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  • A liquidação do neoliberalismo – uma tradução

    A liquidação do neoliberalismo – uma tradução

    Ao ler o excelente artigo A liquidação do neoliberalismo, publicado na revista Carta Capital de 08/06/2016, assinado por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo, não resisti à ousadia de tentar “traduzí-lo” para leitores não habituados aos enigmas da economia. Vamos juntos?

    Não é difícil perceber os graves defeitos do arranjo econômico mundial erguido nos últimos 40 anos. A forma de organização atual da economia mundial dá sinais de que está prestes a morrer. Basta notar, nos Estados Unidos, a insatisfação com a situação precária dos trabalhadores, que leva ao grande apoio a Donald Trump, para quem os imigrantes são os culpados pela perda de renda e de direitos trabalhistas.

    Outros sintomas de que o caminho escolhido pela economia mundial não está proporcionando o aumento do bem-estar geral das pessoas são: 1) a votação da Inglaterra para decidir se permanece ou sai da União Europeia, 2) a disputa em torno da política monetária da Zona do Euro, entre o governo alemão e Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, 3) a recessão que se aproxima da economia japonesa e 4) a desaceleração da economia chinesa.

    O capitalismo mundial mudou muitas de suas características do fim dos anos 1970 para cá. É exatamente esse “modelo” de capitalismo que está em risco nesse momento por conta dos resultados insatisfatórios alcançados nesses 40 anos.

    As empresas, especialmente a multinacionais, passaram a funcionar de modo completamente diferente do que faziam na época de grande crescimento que se iniciou no pós-guerra e foi até meados dos anos 1970. As economias nacionais se abriram ao fluxo de bens e produtos de outros países e, mais ainda, abriram-se ao fluxo de capitais: o dinheiro passou a circular livremente entre as nações. A possibilidade do dinheiro de entrar e sair dos países, de inundá-los de recursos e, também, de deixá-los à mingua, acabou por dar mais poder aos donos do capital, e aos que tem domínio sobre seus fluxos, do que têm os governos de muitos países: o poder financeiro colocou, e ainda coloca, em muitas ocasões, a soberania dos Estados de joelhos.

    Sob o pretexto de que a abertura dos países, aos fluxos de bens e serviços e aos fluxos de capitais para investimentos e para aplicações financeiras, beneficiaria o desenvolvimento de todos, produziu-se, em verdade, um aumento gigantesco da concorrência em três níveis: 1) entre os trabalhadores: privilegiou-se a instalação de fábricas e escritórios em países com menores salários e menos direitos trabalhista, 2) entre empresas: somente sobreviveriam aquelas com tecnologia de ponta e instaladas em regiões com os menores custos, especialmente do trabalho e 3) entre as nações que tiveram sua soberania sensivelmente reduzida: pela necessidade de competir tiveram de abrir mão de seus projetos próprios de desenvolvimento. A concorrência exacerbada sofreu, ainda, os efeitos de uma estrutura financeira em que os países ou imprimem dólares, caso único dos EUA, ou são obrigados a gerar dólares, praticamente a moeda única do comércio internacional, o que conferia e confere extrema vantagem aos EUA.

    A divisão que existia, no pós-guerra, entre capital empresarial e capital financeiro, converteu-se, por conta das políticas econômicas neoliberais, adotadas mundo afora desde o final dos anos 1970, em centralidade absoluta do capital financeiro. O capital financeiro, crescentemente concentrado, com olhos presos aos curto prazo, passou a comandar as decisões de o que produzir, onde produzir e como aplicar os lucros.

    Os empregos gerados pelas empresas nos anos dourados, desde o final da guerra até os anos 1970, promoviam segurança e boa qualidade de vida, nos países desenvolvidos, tanto para os empregados nos escritórios, quanto para os operários das fábricas. Mas a visão de sustentabilidade de longo prazo foi trocada por políticas que buscavam os maiores resultados nos menores prazos possíveis.

    A lógica de crescimento orgânico, de reinvestimento na própria empresa, na sua tecnologia e na sua força de trabalho, focada no longo prazo, deu lugar ao lucro rápido, sob a forma financeira: valorização das ações e distribuição de dividendos. Ao invés de usar a maior parte dos lucros para o crescimento da empresa, a decisão era, e ainda é, por encher rapidamente os bolsos dos acionistas, mesmo às custas da sobrevivência da empresa a longo termo. As decisões estratégicas de maior prazo tornaram-se inviáveis: a pressa do mercado financeiro tinha se tornado a regra. E aquelas empresas que ousavam resistir aos novos mandamentos eram esquecidas “pelo mercado” e subavaliadas, até se renderem ou perecerem.

    A concentração de riqueza nas empresas financeiras mudou a lógica do planejamento empresarial para o curto prazo, mas não só. Os novos donos das corporações, com origem nas finanças, queriam lucros rápidos e a farta disponibilidade de recursos tornava possível operar fusões, cisões, deslocamentos geográficos, administração de resultados em diferentes países e paraísos fiscais para minização dos impostos a pagar, tudo, enfim, que pudesse significar ganhos em curto prazo.

    O próprio método para atribuir valor a uma empresa desviou-se da lucratividade com sustentabilidade de longo prazo. Passou-se a olhar o resultado dos próximos meses como principal fator para dizer quanto vale uma corporação. Ativos estratégicos perderam valor, o que vale é por quanto se pode vender no mercado agora. A mão de ferro do mercado no momento é o que impera.

    As arbitragens típicas do mercado financeiro, de captar recurso baratos e de buscar juros e retornos mais altos para alocar os recursos, ampliaram-se para as decisões empresarias: a produção se deslocou para países ou regiões que garantissem salários menores, produtividade mais alta, condições gerais mais favoráveis. Os governos dos países trataram de precarizar os direitos trabalhistas para “merecer” receber as empresas em seu solo. O emprego formal em período integral, com carteira assinada e direitos trabalhistas, foi “flexibilizado”, o que na verdade quer dizer que foi desqualificado e eliminado.

    A flexibilização trabalhista deveria ser chamada claramente de precarização do trabalho, pois envolve redução de renda, redução de direitos trabalhistas, aumento da incerteza, aumento das horas trabalhadas.

    Nesse cenário, a comercialização, especialmente de bens duráveis, passou a depender fortemente do crédito: somente com endividamento o trabalhador, que teve sua remuneração achatada, consegue comprar. Mas o endividamento não se sustenta por longos períodos e a procura por produtos diminui, provocando menor perspectiva de lucros para as empresas.

    Se numa primeira rodada as empresas ganham com menos trabalhadores e custos salariais mais baixos, na rodada seguinte ficam sem ter para quem vender e não têm escolha que não seja retrair invesmentos em novas fábricas e novas máquinas. O investimento privado caiu 3% do PIB entre 1981 e 2009 nos países desenvolvidos, segundo Andrew Smithers, em The Road to Recovery. O investimento que caía em perídos de recessão e subia em períodos de crescimento, passou a cair sempre.

    A grande empresa de nosso tempo ao ser bem sucedida na acumulação financeira e manter seu foco no curto prazo, não gera os empregos necessários para que os trabalhadores comsumam e viabilizem o crescimento da própria empresa. A economia global, ao falhar na geração de empregos, alimenta sua estagnação. Para terminar o ciclo capitalista de geração e apropriação do valor, a empresa precisa vender, após ter produzido. Para vender precisa ter quem compre.

    O caminho que trouxe a economia mundial até esse quadro de hoje foi traçado pela cartilha neoliberal. Resultados muito distantes do que propunham os neoliberais têm feito surgir estudos comprovando que essa política econômica não entrega o que promete. Um dos últimos estudos publicados foi escrito por três economistas do maior defensor das teses neoliberais, como diminuição do Estado e da austeridade irrestrita nas contas públicas, o Fundo Monetário Internacional.

    O estudo “Neoliberalism: Oversold?” aponta que a política de redução de déficits e de dívida pública, chamada de consolidação fiscal, não promove o crescimento esperado pelo aumento da confiança do setor privado, como apregoado pelos defensores dessas políticas. Ao contrário, a austeridade aumenta o desemprego e a desigualdade. E a própria desigualdade bloqueia o crescimento. Os benefícios alardeados pelos defensores da ideologia neoliberal foram superavaliados, enquanto que seus custos, redução de crescimento e de bem-estar social, foram subavaliados. A austeridade, que viria para impulsionar o crescimento, termina por deprimir o emprego e a demanda, aumentando a desigualdade e comprometendo o próprio crescimento.

    Nas palavras de Belluzzo e Galípolo: “No aguardo de dias melhores e prestes a ser banido de quase todas as economias do globo, o neoliberalismo procura exílio em um país tropical com vista para o Atlântico.”

    Notas:

    1. Para ver o texto dos economistas do FMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2016/06/ostry.htm

    2. Esse texto é baseado no artigo A liquidação do neoliberalismo, publicado na revista Carta Capital de 08/06/2016, assinado por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo.

  • Quem compraria o Banco do Brasil?

    Quem compraria o Banco do Brasil?

    O governo interino agrupou ministros e executivos com interesses fortemente enraizados no setor privado. O discurso retorna 20 anos no tempo, quando predominava a defesa da redução do tamanho do Estado pela via da privatização de empresas. Quem é prejudicado e quem ganha com essa guinada na política econômica?

    Para começar essa discussão, vamos pensar as atividades dos bancos públicos e privados?

    O que faz um banco? Bem, sua atividade básica é captar dinheiro da população, das nossas contas correntes e das nossas contas de poupança para, em seguida, emprestar para outras pessoas ou empresas. Qual é o principal interesse dos bancos privados? Obter o maior lucro. Tomar dinheiro emprestado do modo mais barato possível e emprestar, com melhor relação taxa/risco possível. Ou seja emprestar para aquelas atividades que promovam o maior resultado, o maior retorno financeiro para o banco, com o menor risco possível.

    Qual é o objetivo de um banco público? O banco público busca lucro da mesma forma, mas tem outros interesses. O banco público busca injetar dinheiro para financiar atividades que sejam importantes para a economia e, ao mesmo tempo, que sejam importantes para o desenvolvimento social do país. Atividades, que muitas vezes têm mais risco ou que não têm a mesma rentabilidade, são deixadas de lado pelos bancos privados. O banco público busca o lucro financeiro, mas busca também o lucro social, o ganho que uma atividade promove para a sociedade como um todo.

    O Banco do Brasil

    O Banco do Brasil, por exemplo, tem um papel crucial no financiamento da agricultura. Ele é o principal financiador dos agricultores do Brasil. Financia grandes, médios e pequenos agricultores. Emprestar dinheiro para os agricultores é uma atividade que não atrai os bancos privados porque tem risco, porque o banco precisa estar em todas pequenas cidades do país, porque precisa de especialização, enfim há uma série de fatores que fazem com que a grande maioria dos bancos privados fiquem fora do financiamento da agricultura. E essa é justamente a principal tradição do Banco do Brasil, há mais de cem anos.

    O que acontecerá se o Banco do Brasil passar às mãos de um banco privado? O financiamento da agricultura ficará menor e mais caro, especialmente para os pequenos e médios agricultores com menor poder de barganha.

    A Caixa Econômica Federal

    Vamos ao exemplo da Caixa Econômica Federal no financiamento da compra da casa própria? De cada três casas financiadas, duas o são pela Caixa. Seu objetivo é obter lucro, mas tem, ao mesmo tempo o objetivo de financiar uma atividade que traz lucro social: a construção de casas é importante para quem conquista a casa própria, mas também é muito importante para a sociedade e para a economia. Essa é a principal diferença entre um banco privado e um banco público. Um está interessado no seu ganho, enquanto que o outro está interessado em seu ganho e no ganho social.

    O que acontece se privatizamos a Caixa? Os financiamentos da casa própria ficarão mais caros e diminuirão. Menos dinheiro será direcionado para construção de casas, a atividade diminuirá: perderá quem quem comprar uma casa, mas perderá principalmente a economia brasileira.

    Em outros países

    Nos EUA, o financiamento imóveis era feito, especialmente por três empresas públicas. Com o tempo decidiram privatizá-las, mas mantendo o mesmo foco no ganho financeiro e no ganho social. Com a crise dos imóveis de 1998, essas empresas tiveram seríssimas perdas e voltaram para o controle do governo. Especialmente por que julgaram que a economia estadounidense não poderia ficar sem esse motor que é a construção e o financiamento de casas.

    Quando todos os bancos são privados o país perde o poder de direcionar recursos, de mandar dinheiro para atividades importantes para o desenvolvimento do país. Todos os bancos passam a emprestar somente para aquelas atividades que lhes o maior lucro.

    Quase todos os países desenvolvidos tem os chamados Eximbanks, que são bancos que financiam a exportação dos países. A exportação é uma atividade que também tem lucro social porque faz a economia crescer, gera empregos, ou seja a exportação promove lucros sociais além dos lucros financeiros. Os Eximbanks sõa bancos públicos que promovem o desenvolvimento o crescimento das exportações do país.

    Por que querem privatizar tudo o que for possível?

    O objetivo da política econômica neoliberal, que prega a privatização entre outras coissas, é a diminuição do tamanho do Estado. Os economistas que apóiam o neoliberalismo afirmam que o Estado é ineficiente e que se deve passar para as mãos da iniciativa privada tudo o que for possível. Mas, diversos estudos têm mostrado que essas políticas agravam a desigualdade e que, o prórpio aumento da desigualdade, acaba prejudicando o crescimento econômico.

    Nessa semana saiu um estudo de três economistas do FMI que afirma exatamente que as políticas neoliberais, que prometiam maior crescimento e mais eficiência, terminam com maior desigualdade sem maior crescimento. O estudo orienta que “aqueles que fazem as políticas econômicas públicas e as instituições, como o FMI que os aconselha, não devem ser guiados pela fé, mas pela evidência do que funcionou”.

    Os partidários dessa política não revelam os altos custos, no curto prazo, que diminuem o bem-estar da população, pelo desemprego e pela menor produção: “além disso, como tanto a abertura [da economia a fluxos financeiros] quanto a austeridade [nas contas públicas] são associadas com aumento da desigualdade de renda, esse efeito distributivo retroalimenta o círculo vicioso. O aumento da desigualdade gerado pela abertura financeira e pela austeridade podem, por si mesmos, reduzir o crescimento, que é exatamente aquilo que a agenda neoliberal tenta expandir. Há, agora, forte evidência que a desigualdade pode baixar significativamente o nível e a duração do crescimento” (Ostry, Berg e Tsangarides, 2014).

    Então, sob a justificativa de aumentar a eficiência da economia e promover o crescimento, as políticas de abertura financeira e de austeridade com diminuição do Estado aumentam a desigualdade de renda. E a própria desigualdade de renda prejudica o crescimento. Quem ganha com essas políticas? Quem compraria o Banco do Brasil?

    Nota

    1. Para ver o texto dos economistas do FMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2016/06/ostry.htm
  • Greve nacional por onda de demissões na Argentina

    Greve nacional por onda de demissões na Argentina

    Uma multidão de 50 mil pessoas reuniu-se no dia 24 de fevereiro na Praça de Maio, em Buenos Aires, contra as demissões em masa, contra a criminalização da manifestação e pela liberdade da militante presa Milagro Sala.  Os manifestantes também exigem que o governo não imponha tetos nos acordos salariais, conhecidos como paritárias na Argentina.

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    A manifestação acompanhou a greve de 24 horas realizada pela Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), sindicato de trabalhadores públicos. Desde o começo do novo governo foram demitidas perto de 25 mil pessoas e muitos programas foram esvaziados. É o caso de alguns órgãos de direitos humanos e de investigação de lavagem de dinheiro. O macrismo, por sua parte, anunciou essa semana que as demissões no Estado continuaram.

    Daniel Catalano, Secretario General da ATE Capital, expressou:

    ““Devemos construir a resistência necessária em cada setor de trabalho para parar essa onda de demissões: as nossas reclamações são profundamente sérias. Nos somos trabalhadores do Estado orgulhosos”.

    Também leu uma carta escrita por Milagro Sala, que se solidarizou com a luta dos servidores públicos em tudo o pais.

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    Além de servidores públicos, diversas centrais de trabalhadores e trabalhadoras se juntaram a manifestação. Teve sindicatos de portuários, jornalistas, ferroviários, professores, gráficos, funcionários da saúde, judiciais, economia popular, organizações políticas e de direitos humanos. Pesquisadores do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) fizeram uma concentração frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Manifestações similares ocorreram simultaneamente em  Santa Fé, Córdoba, Rio Negro, Entre Rios, Jujuy, Catamarca e Santa Cruz, entre outras províncias.

    Outros dirigentes sindicais também tomaram a palavra durante o ato na Praça de Maio. Jorge Yacovsky, de profissionais médicos disse:

    “Hoje paramos 80 hospitais na província de Buenos Aires, na Capital Federal e outros tantos em 20 províncias argentinas”.

    Desde o grêmio de professores de Buenos Aires, Roberto Baradel expôs:

    “Precisamos da união dos trabalhadores para voltar a ter uma pátria solidária; temos que ser capazes de construir pontes com toda a classe trabalhadora para vencer ao neoliberalismo”.

    Sindicalistas do Chile, Uruguai e Brasil, como José Lorenzo da CUT,  estiveram presentes prestando solidariedade aos trabalhadores argentinos.  .

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    Essa foi a primeira grande mobilização desde que o Ministério de Segurança da Nação anunciou o “Protocolo de atuação de segurança do Estado em manifestações públicas”. Entre outras medidas de caráter repressivo, o protocolo permite o uso da força policial contra manifestantes que obstruam vias públicas.

    Pouco mais de 2 meses após ser eleito o governo Macri passa por um momento tenso. Professores pedem 40% de aumento salarial e, frente aos 25% oferecidos pelo governo, ameaçam não iniciar o ano letivo em março. A taxa anual da inflação chegou a 30% ( era 25% quando o presidente assumiu) e aumentos na eletricidade e no gás podem chegar a 300%. Diante desse cenário  pesquisa do Centro de Estudos de Opinião Pública (CEOP)  indica queda na aprovação ao governo. Pela primeira vez desde sua posse Macri enfrenta taxas de desaprovação, 49%, superiores a de aprovação, 48,1% .

     

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