ATUALIZAÇÃO SOBRE PRISÕES NO ATO DO PASSE LIVRE SP, na noite desta quinta (24) em SP
Dos 4 detidos no final do ato, 2 meninos foram liberados ainda durante a noite, início da madrugada.
Duas ativistas do movimentos foram detidas quando voltavam para casa e estão sendo acusadas de dano ao patrimônio, por isso, vão para audiência de custódia logo mais, às 10h, no Fórum Criminal da Barra Funda. Segundo o movimento passe livre, o delegado que acolheu a situação informou que mandou o caso para audiência de custódia para que as duas moças, que são estudantes, provem que são “cidadãs de bem”. Os Jornalistas Livres acompanharão todas as informações no local. Populares presentes no momento da abordagem disseram que as meninas nada fizeram, apenas estava se manifestando e que a versão dos policiais, que também são as testemunhas do caso, não condiz com a verdade.
A foto é do momento da prisão de uma das ativistas, a que entrevistamos. Segundo testemunhas, não houve nenhuma resistência, mesmo assim, pelo menos 4 policiais rendiam a garota com bastante truculência no momento da prisão.
Informações atualizadas 12h04
Veja a entrevista realizada ontem, com uma ativista do Movimento Passe Livre, após apreensão de catraca simbólica, antes da ocorrência. Entenda
O “presente” de virada do ano, do prefeito Bruno Covas e do governador João Doria, para os milhões de trabalhadores de São Paulo, foi o aumento das tarifas de transporte público, que já ficaram mais caras logo no dia 1o de janeiro de 2020, passando de R$4,30 para R$,4,40.
Um pouco antes da terceira manifestação de rua contra os aumentos, conversamos com uma das ativistas do Movimento Passe Livre SP, a estudante Gabriela Dantas, 25 anos, que fez um breve balanço sobre o panorama de diálogo quem vem sendo feito nessas intervenções, entre o movimento e os mais afetados, ou seja, a população mais pobre que utiliza diariamente o transporte caro, ruim e cheio de falhas.
Gabriela nos contou que ambos os gestores da cidade, prefeito e governador foram obrigados a se pronunciar, mesmo que de maneira pífia. “Covas deu uma desculpa esfarrapada dizendo que aumenta a tarifa pois acha que é o correto e não algo pensa em uma ação, neste caso, que dialogue com populares, o que mostra seu desinteresse em relação a vontade da maioria da população, que é de não ter que pagar a conta. Já Doria declarou que somos vândalos por nos manifestarmos por transporte gratuito, por isso também, mantemos nossa posição contra o aumento e declaramos que vândalo é ele, por oferecer um transporte sem qualidade, com falhas absurdas e destruir esse sistema. Hoje vamos manter nossa resistência e exigir que as catracas de metrô sejam liberadas, ao final do ato, para voltarmos para casa bem e em paz.”
Nos dois últimos protestos, a prefeitura e governo optaram por travar qualquer possibilidade de diálogo. Isso ficou muito claro até hoje, pois nenhuma comissão do Movimento Passe Livre foi recebida para conversa. Juntos, Doria e Covas deram ordem expressa para que a Polícia reprimisse com bombas e muita violência física todos que passavam pelas ruas de encerramento do ato, próximo a uma estação de metrô, isso inclui idosos e crianças que sofreram diversos abusos, simplesmente por estarem passando no território de encerramento da manifestação.
Ativista sendo presa por policial durante o 3o ato. Foto: Lucas Martins/Jornalistas Livres
No final da terceira manifestação, presenciamos policiais praticando diversos atos violentos: uso claramente desmedido de bombas de gás lacrimogêneo, agressão verbal e física a diversos manifestantes, prisões com alegação de desacato, sem que os ativistas sequer abrissem a boca e até uma das ativistas do Movimento, sendo arrastada pelos cabelos no meio da Praça da República, região central da cidade. Tudo “pelo direito de ir e vir”, como justificou o comando da operação.
Fora as agressões com cassetetes e escudos, os Jornalistas Livres, Lucas Martins e Katia Passos por muito pouco não foram atingidos por uma bomba, jogada de maneira maldosa, muito próximo de seus pés por um grupo de 6 ou 7 policiais. A cena pode ser vista no live a seguir, em 9 minutos. Reparem que não haviam nenhum “distúrbio de ordem”, como descrevem os policiais em casos de uso desse tipo de munição no local onde a repórter e o fotógrafo estão e que justifique o uso do químico. A “sorte” do momento, se é que podemos chamar assim é que ambos estavam numa transmissão ao vivo, porém atentos aos movimentos do grupo, o que os possibilitou correr para o sentido oposto. No momento, ainda assim, Lucas se machucou levemente no rosto depois de uma trombada e Katia leva dois golpes nas costas, de cassetete, logo após os dois repórteres se perderem em meio ao desespero daquele momento.
O modo de atuação da Polícia no Estado de São Paulo, especialmente em contenção de multidões, parece realmente ter mudado para pior. Nos perguntamos o que pode ter causado essa alteração negativa, que nos parece de comando do policiamento, mas muito relacionada, obviamente, a um caráter de abalo psicológico. Será que os policiais estão satisfeitos com seus salários, por exemplo? Será que o governador têm dado a devida atenção a esses trabalhadores? Como está o índice de suicídio policial no Estado de SP? Os policiais se sentem preparados para executarem suas tarefas que deveriam ser, entre elas, a de proteger a população? A resposta para essas e outras perguntas pretendemos obter na próxima semana, num encontro que faremos com o Corregedor da Policia, o Coronel PM, Marcelino Fernandes que tem como missão no cargo, entre outras, analisar, investigar e encaminhar denúncias de crimes e infrações praticadas por policiais militares.
O debate ultrapassa a esfera estadual e o tema das manifestações e logo mais acontece o uarto ato contra o aumento das tarifas e estaremos lá na cobertura, em tempo real.
Veja também o momento em que a ativista é arrastada pela Polícia:
Centenas de Estudantes se reuniram na tarde da última quarta-feira (6), em Brasília, para deliberar ações contra o projeto do governador Ibaneis Rocha (MDB), que pretende acabar com o passe livre para estudantes do Distrito Federal.
Os estudantes dizem que Ibaneis vem se alinhando com o governo Bolsonaro no que diz respeito aos ataques aos direitos dos mais pobres e menos favorecidos. Segundo o movimento Passe Livre, a retirada do passe livre no DF irá impedir que muitos estudantes de baixa renda cheguem até às universidades e escolas públicas. Brasília é uma cidade excludente no que diz respeito à mobilidade e transporte público e, apesar de ter poucos muros, limita tremendamente o acesso das populações periféricas, com um transporte público escasso, caro e de má qualidade. Ibaneis alega que é necessário enxugar as contas do governo, mas ao mesmo tempo, segundo os movimentos sociais presentes na assembleia, o governo planeja reduzir o IPVA de veículos automotores no Distrito Federal. A assembléia pública ocorreu na Praça Zumbi dos a Palmares, em frente ao Conic, histórico foco de resistência política e cultural de Brasília.
Fotos e texto: Leonardo Milano, para Jornalistas Livres.
Larissa Gould, especial para os Jornalistas Livres. Fotos: CMI_saopaulo.
O Movimento Passe Livre (MPL) realizou na manhã de hoje (8) seu primeiro ato do ano na capital paulista. Por volta das 5h30, manifestantes bloquearam o acesso ao Terminal Lapa pela rua John Harrison, ateando fogo em pneus e vias da região oeste da Capital Paulista. A ação foi uma intervenção contra o aumento da passagem, que passará a custar R$ 3,80 a partir desse sábado (9). Atualmente a tarifa é de R$ 3,50, o aumento valerá para ônibus, trem e metrô.
Foto: CMI_saopaulo
Por volta das 7h40, os manifestantes voltaram para o terminal e o protesto foi encerrado às 8h. Cerca de 30 pessoas participaram do ato.
Contra o aumento da passagem
À tarde serão realizados novos atos em três capitais brasileiras: Belo Horizonte, às 18h na Praça Sete; São Paulo, às 17h no em frente ao Theatro Municipal; e Rio de Janeiro, na Cinelândia, também às 17h.
Na mais pura amizade, Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), deram as mãozinhas e anunciaram um aumento de trinta centavos na nossa já absurda passagem para o começo do próximo ano. Com isso, passaremos a pagar R$3,80 nos ônibus e metrôs exatamente no aniversário do último aumento, dia 9 de janeiro.
Novamente, governos municipal e estadual deixam bem claro que as picuinhas entre seus partidos são só joguinho de cena, e que, na verdade, os dois têm um objetivo muito nobre em comum: enriquecer empresário pisando em cima da população.
Como sempre, aparecem os argumentos de que “é a crise” e “pelo menos o aumento está abaixo da inflação”. Mas quantos aumentos acima dela a população já aguentou até que a passagem chegasse ao preço exorbitante atual? Por que somos nós, e principalmente quem está mais fodido, quem tem que tapar o buraco das “perdas” nos ganhos – que, “apesar da crise”, seguem altíssimos – dos empresários? E por que parece natural, em um momento de crise, que a saída seja tornar ainda mais excludente um sistema que já deixa muita gente de fora pra garantir que quem já ganha muito continue ganhando?
Enquanto isso, o busão e o metrô seguem lotados, o transporte continua servindo apenas para levar e buscar (e muito mal) do trabalho e nosso acesso à cidade e nosso direito de ir e vir continuam sendo mercadorias das mais caras.
Só a luta muda a vida, e é bom que Haddad e Alckmin tenham vindo preparados para a briga, porque nós vamos bater de frente. A população não vai pagar pela crise dos ricos e nenhum centavo a mais vai sair do nosso bolso pra enriquecer ainda mais os empresários!
TODO AUMENTO É ROUBO, E NÓS VAMOS REAGIR!
TRÊS E OITENTA NEM FODENDO!