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  • Bolsonaro e cúmplices tucanos fazem do Brasil a terra do vale tudo

    Bolsonaro e cúmplices tucanos fazem do Brasil a terra do vale tudo

    Os exemplos são inúmeros. O país não está mais sob o império de leis, mas daqueles que acham que podem mais por causa da farda, da toga, do cargo ou de um revólver no coldre. Principalmente, por causa do dinheiro que roubaram do povo. O facínora Jair Bolsonaro faz a festa. Nem sei se o vírus o aceitou de fato como hospedeiro, tal o volume de mentiras que ele produz. Seja como for, ele insiste em fazer troça de quem procura alertar para os efeitos da pandemia. Mais de mil mortes por dia! Tido como curado, a primeira coisa que Bolsonaro fez foi desafiar normas que impedem pessoas de circular sem proteção. Foi ao Piauí desfilar sem máscara e distribuir abraços em aglomerações, algo proibido no estado. O governador do PT finge que não viu. Em vez de multá-lo, acoelha-se. Essa é a “oposição” oferecida ao povo.

    Por Ricardo Melo*

    Ainda outro dia, um dito desembargador humilhou fiscais no litoral de São Paulo. É reincidente. Em vez de ser afastado imediatamente, conta com a complacência da justiça apodrecida.

    Aí vem a briga da Lava-Jato. O procurador Aras não é flor que se cheire –recomendo distância se o seu olfato ainda não foi fulminado pela covid-19. Mas brigas entre os de cima são sempre assim. Bandido que luta contra bandido não economiza segredos. E a verdade vem à tona.

    Na disputa contra Sergio Moro, Aras revela que a Lava-Jato virou um poder paralelo. Tem um dossiê com mais de 38 mil nomes –o seu pode estar entre eles— guardados a sete chaves. Uma SS aos moldes nazistas montada com dinheiro do povo. E o conselho nacional de justiça ou do ministério público ainda hesita em afastar Dallagnol dessa operação cujo objetivo sempre foi claro: tirar Lula das eleições.

    Chega? Nada disso. O Supremo Tribunal Federal virou a casa da mãe Joana –com todas as desculpas devidas a ela. Dependendo do juiz, a sentença varia. José Serra, um ladrão conhecido –embora muy amigo de juízes e jornalistas de quem foi fonte em priscas eras–, conta com a blindagem deste pessoal e de ministros do Supremo para descansar em paz. O presidente do STF encabeça a fila.

    Os tucanos vêm saqueando o país há décadas. A semelhança não é acidental: assim como os Bolsonaros, usam a família para surrupiar dinheiro público. Serra elegeu a filha como laranja de estimação. Já Alckmin pinçou um cunhado para praticar as malfeitorias agora escancaradas. Tudo encoberto pela imprensa servil durante anos, a mesma que agora tenta abafar o caso e dedica ao assunto espaço menor do que às seções de horóscopos e meteorologia em suas páginas e telejornais. Vale a pena lembrar: um barco de alumínio da família Lula, que não custa mais de R$ 3 mil, foi manchete de jornal como “prova” de roubalheira. Já os milhões roubados pelos tucanos desaparecem do noticiário. Precisa falar mais?

    Os advogados dos larápios nem sequer tentam provar a inocência de seus clientes cheirosos regados a vinhos de safras celebradas. As bancas milionárias contratadas pela quadrilha emplumada se calam diante dos crimes cometidos. Agarram-se a “prescrição dos crimes”, seja pelo tempo decorrido, seja pela idade dos acusados. Ou se apegam ao “foro privilegiado” para impedir investigações. Na verdade, uma confissão de culpa.

    O povo assiste a tudo isto estarrecido. Aparentemente indefeso, mas só aparentemente. As iniciativas em lugares como Paraisópolis, Heliópolis, movimentos de ocupações e de outras comunidades pelo Brasil afora mostram que a defesa da vida suplanta o descaso cruel das elites endinheiradas. Germinam aquilo que deve ser o futuro de um mundo melhor.

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

    Leia mais Ricardo Melo em:

    HTTPS://JORNALISTASLIVRES.ORG/QUEM-CONFIA-EM-MILTON-RIBEIRO-O-MINISTRO-DA-EDUCACAO-ESCOLHIDO-POR-BOLSONARO/

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  • Diário do Bolso: o Messias, os apóstolos e o Judas

    Diário do Bolso: o Messias, os apóstolos e o Judas

    José Roberto Torero*

    Diário, esses dias eu chamei o Moro de Judas porque ele me traiu. Achei um xingamento perfeito. E vou explicar o porquê da bagaça.

    É que depois disso eu comecei a fazer uma comparação entre os meus assessores e os apóstolos de Jesus e vi que as duas equipes têm mesmo tudo a ver. Encaixou que nem dedo no nariz. Cada assessor meu corresponde a um dos 12 apóstolos. Olha só:

    André: Era pescador, então só pode ser o Jorge Seif, ministro da Pesca, aquele que disse que “peixe é inteligente e foge do óleo”.

    Mateus: Era cobrador de impostos. Ou seja, é o Guedes, que está sempre querendo voltar com a CPMF.

    Tomé: Parece que era meio burrão. Dizem que ele não entendia direito as coisas, tanto que tinha que ver para crer. Quem é, quem é? Claro que é o Weintraub, meu acepipe favorito!

    Simão, o zelote: Como era nacionalista, é claro que é o Braga Neto.

    Filipe: Era um cara prático, que perguntou para Jesus como ele ia alimentar uma multidão só com uns pães e uns peixes. Tá na cara que é a Teresa Cristina, que também é prática. Só que em vez de peixe, o negócio dela é gado e porco. E agrotóxico.

    João: Óbvio que é a Damares, porque também tem umas visões esquisitas.

    Bartolomeu: Também era chamado de Natanael, o que quer dizer que falsificava documentos que nem o Ricardo Salles, que disse que estudou em Yale.

    Pedro: É o Mourão, porque também me nega de vez em quando.

    Tiago menor: Como era o nanico da turma, só pode ser o General Heleno.

    Tiago, maior: Queria ficar mais perto do Messias na Santa Ceia, ou seja, é o Onyx, que em qualquer foto fica sempre grudado em mim que nem papagaio de pirata.

    Judas Tadeu: Era o mais sumido dos apóstolos, então só pode ser a Regina Duarte.

    Viu, Diário, como tudo se encaixa?

    Não dá para duvidar. Eu sou mesmo o Messias! Tanto que escapei da morte e tenho uma legião de fanáticos que me segue. Kkk!

    @diariodobolso

    *José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

  • OS DONOS DA CRITICA

    OS DONOS DA CRITICA

    ARTIGO

    Rodrigo Perez Oliveira, professor de Teoria da História na Universidade Federal da Bahia (UFBA)

     

    Até agora, o dia 24 de abril de 2020 foi o momento mais importante na cronologia da crise democrática brasileira. Aconteceu aquilo que já vinha sendo ensaiado há algum tempo: o divórcio definitivo entre lava-jatismo e bolsonarismo.

    Antes de tudo, é preciso investir alguma energia de análise na diferenciação entre lava-jatismo e bolsonarismo. Nunca foram iguais. Durante algum tempo, foram aliados táticos. A partir de agora serão inimigos mortais, disputando na unha aquele que é o capital político mais valioso no Brasil dos nossos dias: a crítica anti-sistêmica.

    Desde que nasceu, em 2014, o lava-jatismo se alimenta de uma velha, e poderosa, narrativa de interpretação do Brasil que define a corrupção como o grande motivo do atraso nacional. Só que dessa vez foi mobilizada com mais eficiência. Com o apoio da grande mídia, a Lava Jato apresentou ao público o espetáculo da eficiência. Grandes empresários e políticos poderosos, até então imunes à Justiça, sendo algemados e presos. Como não amar?

    É certo que a Lava Jato sempre foi seletiva: pegou empresários do ramo das obras de infraestrutura, mas não empresários ligados ao capital financeiro. Prendeu políticos da base de sustentação dos governos petistas, mas nem incomodou o tucanato paulista.

    Mas, diante do espetáculo do justiçamento, pouca gente deu importância para a seletividade. Havia sentimento de impunidade represado e a Lava Jato deu vazão a isso.

    A Lava Jato venceu e convenceu a nação de que a política brasileira precisava ser refundada. A Lava Jato implantou no imaginário nacional um afeto revolucionário, entendendo aqui revolução como ruptura com o passado e aceleração do tempo rumo a um futuro visto como progresso.

    Já em 2014, quando a Lava Jato ainda engatinhava, o afeto revolucionário foi elemento importante nas eleições presidenciais. Marina Silva, sem estrutura partidária e sem tempo de propaganda na TV, falando em “nova política”, quase foi eleita. Tivesse passado para o segundo turno, fatalmente seria eleita, e com alguma facilidade. É difícil imaginar os eleitores de Aécio Neves migrando para Dilma.

    Em quatro anos aconteceu muita coisa e a Lava Jato passou a pautar a política nacional, transformando definitivamente a crítica anti-sistêmica no mais valioso capital político. Como os bacharéis de Curitiba, naquele momento, ainda não estavam envolvidos no jogo eleitoral, a crítica foi disputada pelos que participavam das eleições, exceto o PT, que ao investir na memória do governo Lula, tentava convencer o eleitor de que o sistema ainda era viável.

    Se a Lava Jato era a revolução, o PT era o antigo regime.

    No segundo semestre de 2018, Jair Bolsonaro venceu não apenas as eleições. Venceu a disputa pela crítica. Ou melhor: venceu as eleições porque venceu a disputa pela crítica, porque deu forma ao afeto revolucionário produzido pela Lava jato.

    Deputado de baixo clero que ficou quase 30 anos no Congresso criticando a democracia e elogiando a ditadura, Bolsonaro nunca foi parte da democracia. Era, de fato, um outsider. Soube o que fazer quando o colapso do sistema caiu no seu colo. Soube performar a crítica. A nostalgia autoritária evoluiu, então, para a crítica anti-sistêmica com pretensões revolucionárias.

    Bolsonaro foi tão competente na apropriação da crítica que a mesma Marina Silva, que continuou falando em “nova política”, foi pulverizada nas urnas. É que os votos não pertenciam à Marina Silva. Pertenciam à crítica, ao afeto revolucionário. Marina não aparenta ter a força e o carisma necessários para liderar uma revolução.

    Daí vem a força política do bolsonarismo: a combinação do carisma pessoal de Jair Bolsonaro com o afeto revolucionário implantado pela Lava Jato no imaginário nacional. O bolsonarista típico se considera ator revolucionário, crítico em luta contra o sistema controlado pelos poderosos. É muito sedutor ser revolucionário. Quem não se sentiria orgulhoso em colaborar para uma revolução?

    Com o divórcio, o lava-jatismo quer controlar sozinho o afeto revolucionário que produziu. Ao aceitar o convite para fazer parte do governo, Moro entrou de vez para o mundo da política institucional. Ao romper com o governo, Moro entrou de vez no jogo eleitoral. Começa agora uma nova fase na disputa pela crítica.

    No próprio dia 24 de abril, Moro e Bolsonaro falaram, trocaram acusações.

    No dia 27 de abril, o instituto Datafolha divulgou uma pesquisa para averiguar o impacto do divórcio na opinião pública. Os tais 30% continuam onde sempre estiveram: leais a Bolsonaro. É certo que a rejeição ao presidente aumentou, com a metade a população apoiando a abertura de um processo de impeachment.

    Os números sugerem que, diferente do que a maioria dos analistas pensava, Moro e Bolsonaro talvez não disputem exatamente a mesma base social.

    É que há entre eles uma diferença fundamental, uma diferença, sobretudo, estética. Na política, estética nunca é apenas estética. Enquanto Moro é o bacharel limpinho, com verniz de civilização, Bolsonaro é o homem médio com barba por fazer e camisa amarrotada.

    É bem provável que Bolsonaro continue sendo apoiado pelos seus 30%, o que na prática inviabiliza a tramitação do impeachment, e Maia sabe muito bem disso. É impossível derrubar um presidente que conta com o apoio irrestrito de 30% da população.

    Do outro lado, porém, está a rejeição, em curva ascendente. Essa rejeição ainda não tem dono. É aqui que Moro tende a crescer, com potencial pra agradar a direita letrada, aqueles que com nojo, fazendo ânsia de vômito, engoliram Bolsonaro até aqui.

    Bolsonaro tem o apoio das milícias armadas entranhadas nas PMs estaduais. Moro tem o apoio das instituições jurídico/policiais do Estado, como Ministério Público e Polícia Federal.

    Antes de disputar a mesma base social, Moro e Bolsonaro estão disputando a crítica. Eles são os donos da crítica. Essa é uma péssima notícia, a pior possível.

     

  • A DISPUTA PELO ANTI-BOLSONARISMO

    A DISPUTA PELO ANTI-BOLSONARISMO

    ARTIGO

    Rodrigo Perez Oliveira, professor de Teoria da História na Universidade Federal da Bahia 

     

    Na política, a rejeição é afeto muito poderoso. A rejeição aglutina pessoas, reúne projetos diferentes a partir de uma identidade negativa. Diferente da adesão, a rejeição política nunca tem único dono. É sempre objeto de disputas.

    Foi exatamente isso que aconteceu nas eleições de 2018, quando o anti-petismo foi um dos fatores decisivos na corrida presidencial. Até ser definitivamente conquistado por Jair Bolsonaro, o anti-petismo foi objeto de vigorosas disputas: Aécio Neves, Marina Silva, Ciro Gomes. Todos tentaram se alimentar do anti-petismo.

    Bolsonaro acabou vencendo porque o anti-petismo, na verdade, era sentimento anti-sistêmico, pois o PT era socialmente lido como gestor de um sistema considerado corrupto. Na alça de mira estava não apenas o Partido dos Trabalhadores, mas, sim, o regime político criado na experiencia da redemocratização.

    Como Bolsonaro passou quase 30 anos no Parlamento falando mal da democracia, acabou tendo “lugar de fala” pra fazer a crítica. No aprofundamento da crise democrática, a nostalgia com a ditadura evoluiu para a crítica ao sistema.

    O tempo passou e de lá pra cá já conta quase ano e meio. O PT decidiu não exercer protagonismo na disputa pelo anti-bolsonarismo, focando a atuação no Legislativo e em alguns pronunciamentos de Lula, Dilma e Haddad, em tom quase protocolar. A soltura de Lula não se concretizou como elemento capaz de alterar estruturalmente o jogo político, como muitos apostavam. O diagnóstico dos petistas é que qualquer movimento mais brusco do partido acabaria fortalecendo Bolsonaro. Não dá pra dizer que o raciocínio não faça sentido.

    Lula ainda é capaz de ser protagonista? Ou a pecha de representante de um sistema corrupto colou nele de tal forma a ponto de condená-lo a ser personagem de segunda importância daqui pra frente?

    Já Bolsonaro deixou de ser pedra para ser vidraça. Presidente precisa governar e até aqui ele só agiu como o agitador fascista que sempre foi. Não se trata exatamente de incapacidade de governar. Bastaria se cercar de bons técnicos, moderar o discurso que a coisa andaria de alguma forma, principalmente no começo do mandato, quando o tempo costuma ser aliado do presidente. Bolsonaro não governa nos ritos da democracia porque isso não faz parte da essência política dele.

    Bolsonaro é o colapso da democracia, é o crítico, é o outsider.

    O resultado é o caos administrativo. Resultado não, o caos é o projeto, o objetivo. Bolsonaro só existe no caos.

    Se por um lado o caos serve para fidelizar ainda mais uma base social formada por pessoas que se encantam com a ideia de serem oposição ao “sistema”, por outro, alarga o campo de rejeição. O anti-bolsonarismo já é realidade política incontornável, e está sendo disputado.

    Por enquanto, a disputa está acontecendo à direita do espectro ideológico. A primeira a ser derrotada por Bolsonaro não foi a esquerda, mas sim a “direita tradicional”, a tal “direita democrática”, que hoje tenta reconquistar o território perdido. Aqui, a liderança é de Rodrigo Maia, que comanda reação das instituições da República contra a ameaça bolsonarista.

    Mandetta, que saiu do Ministério da Saúde com grande aprovação popular, seria outro player nessa disputa pelo anti-bolsonarismo. O problema é que agora, fora do governo, sem mandato, e vindo de um estado periférico na geopolítica nacional, Mandetta perde palanque. Enquanto isso, o gabinete do ódio tentará desconstruir sua imagem, acusando-o de incompetência na gestão da testagem em massa da população para a Covid-19. Vamos ver se cola. Não duvido. Não subestimo essa gente.

    Têm também os governadores do Estado, que estão numa corrida insana para decidir quem é mais anti-bolsonaro. A Rede Globo, aparelho ideológico do tucanato paulista, já escolheu seu anti-bolsonarista dos sonhos: João Doria.

    Doria não está preocupado apenas em defender a “ciência” e combater a pandemia. Também está fazendo política. Todos estão. O azar de Doria é que ele também já começa a ser visto como representante do establishment, aliado da Globo, do STF, do Congresso.

    Huck e Moro estão calados. Ambos têm potencial para herdar a energia crítica no caso da derrocada de Bolsonaro. Ambos conseguiriam performar o discurso do “outsider”. Moro mais que Huck. Se moverão o menos possível. Querem o mar pegando fogo para comer peixe frito.

    Mesmo que Bolsonaro caia em desgraça, tudo indica que seu capital político, fundado na crítica, continuará refluindo à direita. Ainda não apareceu alguém do outro lado para radicalizar a crítica, para radicalizar o discurso do combate à corrupção e da defesa da propriedade e da vida contra a violência urbana, para propor mecanismos de participação política direta, apontando alguma solução para a crise de representatividade.

    No Brasil dos nossos tempos, a crítica foi monopolizada pela direita. Essa é a notícia ruim, a pior de todas.

     

  • Tariq Ali: “Você olha para Sergio Moro e não vê a cara da Justiça”

    Tariq Ali: “Você olha para Sergio Moro e não vê a cara da Justiça”

    Publicado originalmente em  Pública – Agência de Jornalismo Investigativo   l  Por Natalia Viana no dia 11 de julho de 2019          

     

    Defender Julian Assange é defender o direito que as pessoas têm de saber como estão sendo governadas. É essa a opinião de Tariq Ali, intelectual e escritor paquistanês que lança em agosto o livro “Em Defesa de Julian Assange” (In defence of Julian Assange), que reúne textos de Noam Chomsky, Daniel Ellsberg, Chelsea Manning, Ai Weiwei e Slavoj Žižek, entre outros autores, analisando a situação do australiano fundador do Wikileaks. A autora desta entrevista também colaborou para o livro, que está em pré-venda, em inglês, no site da editora ER Books. Toda a renda será revertida para a organização Courage Foundation, que auxilia Assange e apoia pessoas que vazam informações.

    Julian está atualmente preso na Inglaterra e aguarda o desfecho de uma batalha na justiça britânica sobre um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos com base em seu trabalho de divulgação de documentos referentes às guerras do Iraque, do Afeganistão e das embaixadas americanas pelo mundo.

    Nessa entrevista à Pública, Tariq Ali associa a perseguição a Assange à reação de governos contra os movimentos revoltosos que se seguiram à crise de 2008, e afirma que sentiu que era preciso fazer algo para mostrar que ainda hoje há pessoas que não acreditaram nos repetidos ataques à reputação do criador do Wikileaks. “Eles querem punir as pessoas que fornecem informações para as pessoas comuns, porque as elites que controlam nosso mundo hoje tratam as pessoas como crianças. Então o motivo principal é criar um exemplo e deixar as pessoas com muito medo, dizendo, se você vazar algo é isso que vai acontecer”. Tarik também comentou a polícia brasileira e o atual momento do país. Para ele, a vitória de Jair Bolsonaro “foi o crime mais devastador da direita e ultradireita Latinoamericana”.

    Sobre a política brasileira, que eu sei que você acompanha. Qual sua visão sobre o governo Bolsonaro?

    A vitória de Bolsonaro foi o crime mais devastador da direita e ultradireita Latinoamericana. Não se pode dizer que Bolsonaro faz parte da direita tradicional que existe no Brasil. Ele é um personagem cujas ideias vêm da ultradireita, que defende a ditadura militar, e o mais chocante é que a Justiça brasileira participou disso. Pelo amor de Deus, Lula não é nenhum santo ou anjo, mas a maneira em que armaram para ele e o trancaram para não haver nem um candidato confiável no Brasil é parte da tendência de fechar os espaços para o dissenso, e as vozes dissonantes na mídia. Está ligado a tornar extremamente difícil para líderes de esquerda questionarem o sistema. Especialmente líderes como ele, que aprendem com seus erros, pelo menos é o que ele diz. E a coisa interessante é que a maioria dos brasileiros que não são ricos ainda confiam em Lula mais do que em outros políticos, e confiam em Lula mais do que no PT, como um partido. Então prender o Lula foi a única maneira de se livrar dele e isso agora foi exposto.

    Eu me lembro, por exemplo, a maneira como Sergio Moro foi tratado pela mídia, as manchetes na Globo, o apoio da Folha e outros jornais. E agora sabemos o que estava acontecendo. Você olha para a cara de Sergio Moro e não vê a cara da Justiça mas de um político envergonhado, corrupto e enganador, que é o que ele sempre foi. Acho que o PT pagou um preço muito alto assim como o país ao não fazer nenhuma tentativa séria de alterar, de fato, as estruturas políticas e constitucionais do Brasil.

    Então você acha os últimos governos não mudaram o país?

    Acho que a única coisa significativa foi o Bolsa Família, um subsídio para os pobres, e isso foi muito importante, mas não foi estrutural. Ninguém consegue formar uma maioria, então o que você faz? Você compra políticos. E foi um grande erro que Lula e os outros líderes do PT fizeram ao decidir seguir como antes, administrar o mesmo sistema, mas quem iria administrar seriam eles. E toda essa política fracassou. Mas para mim a chave agora é essa: pode o PT ser ressuscitado? Eu não sei.

    Agora falando do livro, por que você decidiu fazer? Quando você começou, no final do ano passado, Assange ainda não tinha sido preso….

    Eu senti que Julian estava sendo isolado globalmente, a combinação dos ataques contra ele de diferentes senadores e políticos nos EUA, o fato que a mídia liberal havia efetivamente deixado de cobrir as suas condições dentro da embaixada… O ex-secretário da embaixada do Equador me disse que as condições estavam muito ruins para ele na embaixada. Então sentimos que tínhamos que fazer algo. Alguma coisa precisava ser feita, dramaticamente e publicamente, para Julian. Também em nome da solidariedade, para mostrar que ainda havia alguns de nós que não tínhamos sido convencidos pelos ataques à sua reputação, pelas calúnias. E nesse sentido o Ministério Público sueco teve um papel extremamente ruim, e o livro demonstra isso, acusando ele de estupro quando havia evidência muito limitada, se é que havia alguma, depois se recusando a vir entrevistá-lo em Londres, insistindo que ele fosse extraditado para a Suécia. Tudo isso foi usado para difamá-lo e prejudicar sua reputação.

    Me deixou muito bravo que ele tenha sido levado para a prisão de Belmarsh, que é uma prisão de segurança máxima, onde são levadas pessoas acusadas de terrorismo. E agora, o governo aceitou que a Justiça britânica poderá julgá-lo e decidir se ele deve ou não ser extraditado para os Estados Unidos. A situação é extremamente séria e acho que as pessoas têm que perceber isso. Mesmo aquelas que não gostam de Julian por razões pessoais têm que ver isso de maneira política e o fracasso em fazer isso é chocante.

    Como as pessoas deveriam ver esse pedido de extradição?

    Basicamente que o governo dos Estados Unidos quer fazer de Assange um exemplo, quer trancá-lo em isolamento como fizeram inicialmente com a Chelsea Manning, e o principal propósito disso, como eu explico na introdução do livro, é criar um efeito dissuasório. É para dizer para as pessoas novas ou velhas que trabalham em agências governamentais: “isso é o que acontece se você vazar ou publicar informação sem permissão legal”. Acho que eles não conseguiram fazer isso com o Snowden, que é diferente de Julian, que jamais trabalhou para governo americano – ele era um jornalista online. Por sorte, Snowden está na Rússia, e eles não vão permitir que alguém o retire de lá. Eles querem punir quem fornece informações para as pessoas comuns, porque as elites que controlam nosso mundo tratam as pessoas como crianças. E como os adultos dizem uns para os outros: “Shhh… Não diga isso na frente das crianças”. Eles não querem que os cidadãos saibam toda a verdade. E a grande imprensa, que publicou algumas coisas do Wikileaks, se afastou muito rapidamente e não publicou todas as revelações, como nós sabemos. Então o motivo principal é criar um exemplo e deixar as pessoas com muito medo, dizendo, se você vazar algo é isso que vai acontecer.

    Você acha que a ideia é também desincentivar jornalistas que publicam material vazado?

    Sim, muito. Mas a maioria dos jornalistas que trabalham para a grande imprensa fazem algum tipo de autocensura. E até mesmo pessoas muito boas. Eles sabem até onde podem ir, mas não vão além. Jornalistas investigativos sérios, online, ainda têm um grande papel a cumprir, mas querem desencorajá-los.

    Das 18 acusações contra Julian na Justiça americana, 17 são relacionadas a publicar o material das embaixadas, da guerra do Afeganistão e do Iraque. Além disso, Assange não estava nos Estados Unidos e nem é cidadão americano. Essa busca por ele pelo governo americano significa um novo patamar?

    Usualmente, governos locais punem jornalistas que fazem isso em seus países. O que é novo é que o governo americano está alvejando jornalistas agora, e não importa a nacionalidade ou de onde eles são. Mas eles já fizeram isso, sob as leis de terrorismo, em toda a Europa. Por exemplo, eles arrancaram pessoas das ruas de muitos países europeus e levaram para países árabes para serem torturados, e depois para Guantánamo. Esse princípio, uma vez aceito que governos podem fazer isso, pode ser usado para tudo. Agora estamos em uma situação em que cada vez mais as elites globais tendem a considerar a liberdade de expressão e a liberdade da imprensa como dispensáveis. Então, o autoritarismo tem crescido nos últimos 20, 25 anos. E afeta até mesmo a imprensa liberal.

    A origem disso foi a Guerra ao Terror e os ataques de 11 de setembro?

    Acho que foi uma desculpa usada para isso. No Reino Unido eu estava escrevendo artigos no Guardian regularmente, apontando que era previsto que os Estados Unidos seriam atacados. Então nos primeiros dias depois de 11 de setembro era possível debater e aguentar, mas devagar esse espaço começou a ser reduzido, e a nossa visão começou a ser menos importante. E o mesmo aconteceu na imprensa brasileira, eu escrevia para a Folha, era entrevistado pela Globo sobre esses temas. Mas como se tivesse sido combinado internacionalmente, por comum acordo, o espaço para vozes dissidentes se tornou cada vez menor.

    Qual a sua visão sobre a cobertura sobre Assange pela imprensa?

    O descrevem como hacker e como uma pessoa acusada de estupro, e a palavra jornalista é raramente usada. E o fato de que o Wikileaks foi criado para publicar material que as pessoas enviavam para eles e que era, efetivamente, uma organização de jornalismo investigativo — e que continua a ser — sumiu da narrativa oficial. Então o direito das pessoas saberem quem está governando seu mundo e o que estão fazendo está sendo deixado de lado.

    Por que essa narrativa mudou tanto?

    Por causa da crise capitalista de 2008, quando muitos grupos se formaram e questionaram quase tudo. E não se quer que isso seja incentivado. Então uma coisa que eles [as elites] preservam de maneira muito forte é o monopólio da informação. Para eles isso é muito importante, por causa da digitalização do mundo. Quem controla o monopólio? Essa é uma questão muito importante. Então todas as vozes alternativas, em especial aquelas que têm acesso a materiais importantes, têm que ser neutralizados, e há diferentes maneiras de lidar com eles. E lidaram com o Julian de uma maneira específica, que estamos vendo agora: a prisão. E com “eles” não quero apenas dizer o establishment americano, mas o Europeu também. Fora a Alemanha, o apoio tem sido muito fraco dos outros países europeus. O Reino Unido é virtualmente um estado cliente dos Estados Unidos, os italianos e franceses não estão interessados na questão de Assange, o único país onde há ainda algum debate sobre Assange é a Alemanha, e até ali está se enfraquecendo. Em Berlin erigiram uma estátua para Snowden, Assange e Manning, então fizeram algumas coisas. Mas o serviço de inteligência alemão está completamente envolvido com as outros serviços de inteligência europeus e com os americanos. Eles agem coletivamente.

    Como se estruturou essa campanha de assassinato de reputação contra Assange?

    Acho que não há dúvida de que os representantes dessas agências de inteligência se reúnem regularmente para discutir qual é a ameaça, onde está, e eu acho que, especialmente, durante a campanha eleitoral dos Estados Unidos [2016] em que disseram que Assange havia vazado informações para Trump, a grande maioria disso foi baseada em mentiras, segundo o que descobrimos. Então “hackeamento” e “hackers” se tornaram grandes questões recentemente. Eu não concordo com Putin na maior parte das coisas, mas transformar a campanha pós-eleição nos Estados Unidos na qual Trump venceu, e dizer que se não fosse pelos Russos ele não teria vencido é um esforço dos Democratas para dizer que foram derrotados por forças externas e não internas. Eles não aceitaram que Trump ganhou, e o desespero político e psicológico foi culpe Assange, culpe os russos, culpe todo mundo menos você mesmo! Porque se eles tivessem culpado eles mesmos, teriam que olhar suas políticas, que são neoliberais, pró-guerra.

    Então tudo isso acabou misturado na questão do Julian Assange, e a campanha contra ele é execrável. É assim que eles operam. E agora os Estados Unidos são muito abertos sobre isso — exigir que ele seja extraditado para os EUA para ser questionado pelo FBI — e se fizeram isso com Assange eles farão com outros jornalistas também! Como pode Assange violar a segurança nacional americana quando ele não está naquele país e nem é um cidadão americano. É bizarro!

    Qual é o legado do WikiLeaks, em sua opinião?

    Acho que o legado do Wikileaks é 100% positivo. Qual é a principal coisa que eles fizeram? Publicaram documentos relativos às relações do império americano em relação ao resto do mundo! E o que é muito interessante é que em privado, muitas embaixadas americanas no exterior enviavam mensagens para o Departamento de Estado admitindo coisas que nós da esquerda estávamos falando em público. Nesse sentido, tornar públicas essas mensagens privadas é incrivelmente importante para democratizar a política. Como uma população vai decidir em quem votar se não tem nem 50% da informação? Desse ponto de vista todo o Wikileaks foi positivo. E grupos online como Intercept etc nasceram da experiência do Wikileaks.

    Qual é sua expectativa do impacto do livro?

    Quem sabe? Eu espero que circule, seja traduzido em todo o mundo. É um livro muito forte. Espero que alerte as pessoas para que defendam Assange e façam campanha em seu nome.

  • Centro Acadêmico de Direito da USP pede saída de Moro

    Centro Acadêmico de Direito da USP pede saída de Moro

    O Centro Acadêmico (CA) XI de Agosto, da Faculdade do Direito da USP – O Largo São Francisco, iniciou um abaixo assinado para pedir a renúncia do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, do comandado da pasta. Documento diz que “Moro foi covarde, inclusive, ao escolher suas vítimas – quis poupar, a exemplo disso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de suas investigações para não ‘melindrar o apoio de alguém que é importante’, em suas palavras“.

    Moro assumiu a Ministério da Justiça e Segurança Pública no início do governo Bolsonaro. Ídolo da extrema direita o ministro foi alçado a herói por conta da operação Lava-Jato. Para seu séquito a maior conquista do ex-juiz é a prisão do ex-presidente Lula, em abril de 2018. Lula seria o candidato mais forte na corrida presidencial do ano passado, mas foi impedido de concorrer após a prisão decretada por Moro. Após a entrada do ex-juiz para o governo de Bolsonaro muitos passaram a ver como critica a atuação do juiz que mandou prender o maior adversário do presidente.

    Na nota de introdução à petição o CA diz que “Princípios como a impessoalidade, o contraditório e o devido processo legal visam garantir a segurança jurídica dos indivíduos e a soberania de suas deliberações legítimas. Devem ser, portanto, rigorosamente obedecidos, já que o objetivo é justamente evitar a corrosão do equilíbrio democrático. Infelizmente, essa reflexão faltou ao ex-juiz federal e hoje Ministro da Justiça Sérgio Moro, quando, em nome de supostas boas razões – que, muitas vezes, não passavam de caprichos pessoais, vontades irrefreáveis e convicções alucinantes –, conduziu de maneira antiética e criminosa a Operação Lava-Jato”, e dizem que lançam “esse abaixo-assinado reivindicando (i) a renúncia imediata do Ministro da Justiça Sérgio Moro, (ii) a nulidade dos processos conduzidos na Lava-Jato e, por consequência, (iii) liberdade imediata para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de que seja submetido a um julgamento justo, seguida a regularidade procedimental e obedecidos os parâmetros constitucionais”.

    Após os vazamentos do The Intercept e The Intercept Brasil, Vaza-Jato, em que é possível ver atuação conjunta do, então juiz, Moro com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que liderava a Lava-jato. Antes mesmo dos vazamentos havia críticas à atuação de Moro como juiz, seja pela velocidade do processo contra o ex-presidente, por suas ações midiáticas ou pela quantidade de prisões preventivas.

    Sobre os vazamentos eles dizem que “revelaram para toda a população um Moro maquiavélico, obstinado em seus interesses e pouco comprometido com a Constituição. Ao longo do processo em que prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Moro manteve promíscua e ilegal colaboração com o Ministério Público Federal (representantes da denúncia), de forma a ocasionar flagrante desequilíbrio e exposição de parcialidade” além de que o “Intercept trouxe à tona demonstrações de que a parcialidade de Moro nos processos da Lava-Jato não era uma covardia “apenas” porque jogava um jogo de cartas marcadas, “apenas” porque usava o peso na máquina estatal para extrair confissões, ou “apenas” porque fez política sem ter sido escolhido para isso”.

    O XI de Agosto é um dos mais antigos centros Acadêmicos do país e já teve como membros ex-presidentes da república, desembargadores, juízes, ex-ministros do STF e atuais ministros da supre corte. Tem histórico de participação política no país e em 2017 realizou um abaixo assinado semelhante, contra a nomeação de Alexandre de Moraes para o STF e carta pela sua renúncia como ministro de Justiça.

    A petição foi lançada já com o apoio de alguns juristas e até a publicação desta matéria já contava com mais de 1.000 assinaturas. ACESSE O ABAIXO ASSINADO AQUI.

    Alguns  juristas que já assinaram o documento:

    Juarez Cirino dos Santos – Presidente do Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC), Conselheiro Estadual Titular da OAB, advogado criminal militante e professor aposentado de Direito Penal da UFPR. José Eduardo Cardozo – Ex-Ministro da Justiça e Advogado-Geral da União durante o governo Dilma Rousseff, advogado e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Carol Proner – Membro da Secretaria Internacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Co-Diretora do Programa Máster-Doutorado Oficial da União Européia, Derechos Humanos, Interculturalidad y Desarrollo e professora de Direito Internacional da UFRJ. Sérgio Salomão Shecaira – Ex-presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e penitenciária e do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), membro do Conselho de Direção da Associação Internacional de Direito Penal (AIDP), secretário adjunto para a América Latina da Sociéte Internacionale de Défense Sociale e professor titular de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Maurício Stegemann Dieter – Coordenador do CPECC (Centro de Pesquisa e Extensão em Ciências Criminais, da Universidade de São Paulo), Professor Doutor de Criminologia e Direito Penal da Graduação e Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Professor convidado do Programa de Doutorado em Ciências Penais da Facultad de Ciencias Jurídicas y Sociales da Universidad San Carlos de Guatemala, do Programa de Mestrado da Universidad Autónoma Latinoamericana, em Medellín, Colômbia, e da Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Westminster em Londres. Valdete Souto Severo – Presidenta da Associação Juízes para a Democracia (AJD), professora, coordenadora e diretora da FEMARGS – Fundação Escola da Magistratura do Trabalho do RS. Alamiro Velludo Salvador Netto – Ex-Presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça (CNPCP/MJ). Ex-Presidente da Comissão de Direito Penal da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional São Paulo (OAB/SP) e Professor Titular de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Ari Marcelo Solon – Livre-docente, doutor e mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), instituição da qual é atualmente professor. Membro do Instituto Brasileiro de Filosofia. Jorge Luiz Souto Maior – Professor e Ex-chefe do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da Faculdade de Direito da USP. Coordenador, desde 2013, do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital – GPTC-USP. Gilberto Bercovici – Professor Titular de Direito Econômico e Economia Política da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário). José Augusto Fontoura Costa – Professor e Chefe do Departamento de Direito Internacional e Comparado da Universidade de São Paulo (USP).