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  • Após não conseguir maioria absoluta no parlamento governo de Israel convoca novas eleições

    Após não conseguir maioria absoluta no parlamento governo de Israel convoca novas eleições

    Por Sarah Nafe / Sanaud – Juventude Palestina

    Com apenas um mês do novo governo o parlamento israelense vive um caos político e votou por sua própria dissolução. O primeiro-ministro interino, Benjamin Netanyahu, não conseguiu unir os partidos de direita, a fim de controlarem maioria das 120 cadeiras parlamentares, mesmo depois de ter conquistado sua quinta vitória nas urnas.

    A crise no governo começou após um impasse entre os judeus ultra-ortodoxos e os militares, que insistem em manter a obrigatoriedade do serviço militar para todos os jovens Israelenses, inclusive os ortodoxos que eram liberados desde a fundação do estado até 2017, isso é um total desrespeito a ideologias e crenças, pois,mesmo que discordem da posição do seu governo em relação aos conflitos com os palestinos, ainda assim devem se alistar aos 18 anos de idade e servir por 2 anos para mulheres e 3 para homens, alem do serviço de reserva também obrigatório.

    REFILE - CORRECTING DATE PHOTO WAS TAKEN Israeli army officers salute in front of the flag draped coffin of former Israeli prime minister Ariel Sharon as he lies in state before a memorial ceremony at the Knesset, Israel's parliament, in Jerusalem January 12, 2014. Israel beefed up security for former Sharon's funeral near the Gaza border on Monday and warned the enclave's Palestinian rulers not to allow rocket fire during the ceremony, which U.S. Vice President Joe Biden will attend. Picture January 12, 2014. REUTERS/Darren Whiteside (JERUSALEM - Tags: POLITICS OBITUARY) ORG XMIT: JER1

    Vale lembrar que um novo processo eleitoral pode retardar no supremo tribunal o julgamento do primeiro ministro, que é acusado de fraude e suborno. Netanyahu tentou conseguir imunidade a si mesmo nos julgamentos além de aceitar presentes e distribuir favores políticos é frequentemente denunciado por censurar a imprensa. Sua mulher, Sara, é julgada por fraude e Seu filho, Yair, 27, foi banido do Facebook por propagar discurso de ódio contra palestinos e muçulmanos.

     

    Veja outras matérias do grupo Sanaúd:

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    Página do oficial de Sanaúd – Juventude Palestina aqui: https://www.facebook.com/juventudesanaud/

  • A DITADURA HÉTERO-MILITAR DE 64

    A DITADURA HÉTERO-MILITAR DE 64

    Foi Renan Quinalha quem primeiro utilizou a expressão “ditadura hetero-militar de 64” para se referir ao período de 21 anos que suspendeu as liberdades políticas no Brasil.

    Assessor da Comissão Nacional da Verdade, Quinalha reuniu nos últimos anos uma série de arquivos e entrevistas que comprovaram que as perseguições que ocorreram durante o regime não estavam restritas a seus adversários mais conhecidos, os comunistas.

    Foram perseguidos também artistas, feministas, ambientalistas, defensores dos povos indígenas, ativistas do movimento negro e, como restou irrefutável após os trabalhos por memória, justiça e verdade, a comunidade LGBT.

    Peças de teatro que ousavam um pouco mais em suas cenas, foram censuradas. Revistas circulavam clandestinamente. O pornô passou a ser perseguido como se fosse propaganda criminosa. E quase não havia mulheres nos cargos do governo.

    A década de 1960 passaria a ser conhecida na maior parte do Ocidente pelo momento de apogeu das liberdades individuais. Em Paris, mulheres saíram em grupos às ruas para queimar seus sutiãs em fogueiras coletivas. Em Londres, uma onda de rock alternativo se tornaria a trilha sonora de um movimento de liberação e experimentação do amor livre. E, nos EUA, Martin Luther King e Malcom X lideraram um gigantesco protesto pelos direitos civis dos negros até finalmente abolir a segregação racial.

    No Brasil, ocorreu o oposto. As reformas sociais iniciadas por João Goulart, e apoiadas pela maioria da população, foram interrompidas por meio de um golpe cujo lema era a defesa da família tradicional brasileira.

    O alardeado fantasma comunista, que era tão fake quanto o kit gay que Bolsonaro inventou para se tornar presidente, serviu não apenas para reconduzir ao poder a elite perdedora nas urnas, mas também para dar aparência de dever cívico a uma desejada exclusão de segmentos minorizados que ansiavam por um pouco mais de liberdade naquela época.

    Os censores trabalhavam para banir Karl Marx, assim como a Aguinaldo Silva, Amélia Teles, Ana Maria Aratangy, Crimeia de Almeida, Darcy Penteado, Herbert Daniel, João Silvério Trevisan, Peter Fry, Rosely Roth, e outros.

    E nunca tiveram a sorte de fazê-lo sem reação, é claro.

    Juntos, ativistas LGBT lançaram O Lampião, publicação clandestina que cumpria o dever de informar a comunidade sobre a realidade das perseguições nos tempos em que soldados fiscalizavam cada artigo nas redações. Herbert Daniel, que depois participou do recém-formado Partido dos Trabalhadores com as cores do movimento LGBT, assumira um lugar de destaque na resistência armada. E, outros tantos, e ainda que a esquerda da época também fosse consideravelmente LGBTfóbica, atuaram ativamente na organização de protestos que enfraqueceram o regime até o seu fim.

    É certo que, se podemos afirmar que a articulação com os quartéis foi uma marca da ditadura brasileira, a exclusão das minorias de gênero, também o foi. O resultado final do que os brasileiros receberam também era produto disso. Dos casos abafados de corrupção de Malufes e Sarneis, até a hiperinflação que matou centenas de fome, tudo naquele período também exaspera a eliminação da diversidade.

    Em 1º de Abril não fazem festa só sádicos defensores da tortura. É uma festa hétero. Que eles, ressentidos, sempre comemoraram de coturno e fazendo golden shower.

    Por: Rodrigo Veloso ativista do Movimento Unificado pela Diversidade

  • MILITARIZAÇÃO INFANTIL: AGORA A TURMA DA MÔNICA VAI INCENTIVAR CRIANÇAS A BRINCAREM COM TANQUES DE GUERRA ARMAS, BOMBAS?

    MILITARIZAÇÃO INFANTIL: AGORA A TURMA DA MÔNICA VAI INCENTIVAR CRIANÇAS A BRINCAREM COM TANQUES DE GUERRA ARMAS, BOMBAS?

    Violência na infância é um retrocesso psicopedagógico!

    O coletivo BRADO-NY expressa seu repudio à publicação do almanaque da Turma da Mônica sobre as Forças Armadas. Além de configurar apoio à farsa da intervenção militar no Rio de Janeiro, orquestrada pelo presidente ilegítimo e golpista, Michel Temer, entendemos ser lamentável o uso da tão querida figura da Mônica e de outros personagens que marcaram a infância de muitos brasileiros, que estão retratados segurando tanques de guerra, submarinos e outros objetos que podem, inadvertidamente, incentivar o uso de armas de brinquedo e de brincadeiras violentas, o que representa um retrocesso em relação à psicopedagogia infantil.

    MILITARIZAÇÃO INFANTIL: AGORA A TURMA DA MÔNICA VAI INCENTIVAR CRIANÇAS A BRINCAREM COM TANQUES DE GUERRA ARMAS, BOMBAS? CRIANÇAS NÃO PODEM SER ALVO DE PROPAGANDA DA INTERVENÇÃO MILITAR E DO CONTROLE ABUSIVO DO ESTADO.

     

  • Menos Dilma, mais Sheherazade! #SQN

    Menos Dilma, mais Sheherazade! #SQN

    Rachel Sheherazade, auto-intitulada cristã, jornalista e, agora, escritora percorre o País divulgando seu primeiro livro “O Brasil tem cura”. No último sábado (5) foi a vez de Manaus receber a tarde de autógrafos promovida pela editora Mundo Cristão, que publicou a obra.

    Quarenta minutos antes da chegada da jornalista, uma fila de pessoas visivelmente ansiosas pelo momento já se formava, enquanto outros transeuntes curiosos perguntavam o que haveria ali: “Sheherazade? Não sei quem é, mas deve ser famosa pelo tanto de gente, né?!”. Com alguns minutos de atraso, Rachel entra de mãos dadas com o marido e filhos, correspondendo a imagem de defensora da moral, dos bons costumes e da família tradicional brasileira. A recepção dos fãs é entusiasmada e juntos entoam gritos que pediam “menos Dilma, mais Rachel”.

    Sheherazade virou assunto nacional quando defendeu os “justiceiros” do Rio de Janeiro, em fevereiro do ano passado. Na ocasião — que a jornalista classificou como “legítima defesa coletiva”-, um garoto negro, suspeito de roubo, foi preso num poste e agredido pelo suposto crime. Sheherazade fez comentário opinativo, após a veiculação da notícia, discursando sobre a ineficiência do Estado em proteger seus “cidadãos de bem” como justificativa para a violência como solução.

    A repercussão do comentário da âncora do telejornal SBT Brasil rendeu, em setembro do mesmo ano, uma ação civil pública contra o SBT, ajuizado pelo Ministério Público Federal em São Paulo, por danos morais coletivos e exigia uma retratação da jornalista para esclarecer ao seu público que tal postura de violência não encontra legitimidade no ordenamento jurídico e constitui atividade criminosa ainda mais grave do que os crimes de furto imputados ao adolescente agredido. O caso foi visto por muitos jornalistas como um ataque ao Código de Ética do Jornalista. Alguns chegaram a afirmar que Rachel Sheherazade não é jornalista, pois “é dever do jornalista opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos”, justificou Leonardo Araújo em artigo no “Observatório da Imprensa”. Ainda assim, havia na grande fila da livraria estudantes de Jornalismo que a tomam como exemplo na profissão.

    Não por acaso, entre os simpatizantes presentes na tarde de autógrafos, estavam militantes do Partido Militar Brasileiro (PMBr), como o estudante de marketing, Eduardo Pimentel, 32, que acredita que as opiniões da jornalista incomodam a muitos pelo seu teor de ‘verdade’. “Rachel é uma jornalista comprometida com a verdade, honesta e representa os brasileiros que querem um país melhor. Por isso que ela é perseguida e buscam sempre calar sua voz”, disse.

    Curioso é que a claque de Sheherazade desconhece, ignora ou distorce deliberadamente a história da presidente e do País. Entre 1967 e 1970, Dilma lutou contra a ditadura enquanto militava no setor estudantil do Comando de Libertação Nacional (Colina). Ela foi presa e torturada nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e até no Rio de Janeiro. Em 2001, prestou depoimento ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG), relatando a violência que sofrera durante o governo militar: apanhou de palmatória, levou choques e socos que resultaram em problemas na sua arcada dentária, além de ter sido colocada no pau de arara, símbolo da violência praticada nas torturas. Esses eram os métodos utilizados para calar a voz naquela época.

    Entre os admiradores de Sheherazade presentes, alguns conversavam sobre a mobilização do dia 13 de dezembro e sobre de que forma Rachel poderia ajudar a “causa”. A manifestação é convocada por organizações responsáveis pelos protestos pró-impeachment, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua (VPR), e ocorre na mesma data em que foi decretado o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que suspendeu garantias e direitos constitucionais e inaugurou a fase mais dolorosa da Ditadura Militar.

    A trajetória da jornalista paraibana Sheherazade é marcada por um discurso que contempla parte significativa da sociedade brasileira que está indignada com as crises econômica e política e que, por isso, rechaça o atual governo. Um dos admiradores de Sheherazade é o jardineiro Ilmar de Moraes, 25, que se considera de extrema-direita. Ilmar acredita que a jornalista é uma representante do povo brasileiro e afirma que votou no ex-presidente Lula, mas hoje está decepcionado com o Governo do PT por conta dos escândalos ao qual os integrantes do partido vem sendo associados. “Votei no Lula. Depois que eu terminei meu Ensino Médio, eu pude ter um melhor raciocínio e entendo que quanto mais pobre você é, melhor pra esquerda”, contou, a despeito das informações sobre a redução da miséria no País a partir dos programas sociais implementados na última década.

    Em setembro desse ano, a jornalista estreou como colunista do site Fato Online para escrever (e gravar em áudios) suas opiniões sobre política, semanalmente. O primeiro texto versa sobre o pacote de medidas apresentado pela presidente Dilma Rousseff para “sanar o rombo no orçamento”, já a postagem mais recente fala sobre corrupção (um resumo involuntário do conteúdo do seu livro) e sentencia que “dos males do País, é o pior”. Defensora dos “valores morais”, cita um ícone da política neoliberal: “Dama de um caráter irretocável, a conservadora inglesa Margareth Thatcher acreditava que as práticas geram os valores, os valores formam o caráter e o caráter sela o destino de uma nação”. Thatcher, conhecida como “Dama de Ferro”, recuperou a Inglaterra após a crise dos anos 70, mas suas medidas também abriram caminho para um colapso social com desemprego massivo, o aumento da desigualdade e a triplicação da pobreza infantil entre 1979 e 1995.

    Depois de tantos processos, discussões e polêmicas, é possível percebermos uma Rachel Sherazade exageradamente simpática e doce. Quando perguntada sobre uma Rachel mais descontraída, como no vídeo sobre uva passa, diz que “o jornalista deve ser sério, mas não sisudo o tempo todo”. Talvez esse seja o motivo pelo qual a maior parte do público era composta por adolescentes e jovens naquela tarde de sábado. Enquanto faziam selfies e aguardavam a “diva”, alguns confessaram: “A gente nem gosta de política”.

    A passagem de Rachel por Manaus antecede a polêmica visita do deputado Jair Bolsonaro (PP) para receber a Comenda Ordem do Mérito Legislativo do Amazonas, por indicação do vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) e membro titular da Comissão de Direitos Humanos, deputado Platiny Soares (PV). Diferente do que pensam os admiradores está o professor de geografia Marcílio Colares, 36, que vê de forma preocupante o crescimento dos fãs de Rachel Sheherazade e até de Jair Bolsonaro em todo país. Enquanto olha os títulos disponíveis na seção de história da livraria, Marcílio desabafa: “Sheherazade e Bolsonaro têm um discurso fascista, eles são os representantes da direita brasileira, difundem o discurso de ódio. Isso é uma característica do fascismo e é preocupante, porque quanto mais o fascismo cresce, menos democracia existe no país”.

    Fazendo um resumo sobre a trajetória da jornalista até o sábado em que esteve em Manaus, trazemos a fala do professor universitário David Borges, quando, em fevereiro de 2014, analisou o discurso da jornalista em defesa dos “justiceiros” cariocas: “No final das contas, quando você concorda com Rachel Sheherazade isso diz muito mais a seu respeito do que a respeito dela”.