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  • Mulheres vão protagonizar unidade progressista contra Bolsonaro

    Mulheres vão protagonizar unidade progressista contra Bolsonaro

    Mulheres de mais de 50 organizações vão marchar unidas contra os ataques do governo Bolsonaro em todo país, neste 8 de março. Oito partidos progressistas, incluindo diversas organizações sindicais, populares, sociais e civis, estarão unidas para enfrentar o projeto ultraneoliberal em vigor no país. Para expressar essa unidade, elas lançaram uma convocatória unificada em defesa das vida das mulheres e dos direitos sociais e trabalhistas

    Mulheres do PTPCdoBPSOL, PSTU, PCR, PCB, PDT e PSB assinam o documento ao lado de companheiras de organizações como a CUT, CSP-Conluntas, IntersindicalMSTMTST, MNU, MMM, MML, UBM,  UNEUBES, UJS, UJR, DEFEMDE, Consulta Popular e ABLGT, entre outros movimentos, organizações como UJR, RUA,  UP, Afronte!, ABL, ANPG, ANTRA, Artjovem LGBT.

    Na abertura do diálogo em relação ao feminismo e religião, destaque para Católicas Pelo Direito de Decidir e Evangélicas Pela Igualdade de Gênero, que fazem parte da marcha unificada e estarão unidas contra a violência e os ataques do governo Bolsonaro.

    Foto: Leandro Molina

    Também estão presentes os coletivos Círculo Palmarino, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Juntas, Coletivo Negro Minervino Oliveira, Coletivo Para Todas e organizações como CONTAG, Feministas Anticapitalistas, Instituto Plurais, Juventude Rebeldia, MAMA, MMN de São Paulo,  Movimento de Mulheres Olga Benário, MCONEN, MLB, Rede Afro LGBT, Rede Emancipa de Cursinhos Populares, Resistência Feminista, União de Mulheres do Município de São Paulo e Unidade Classista.

     

    Todas às ruas no dia 8 de março: Contra o governo Bolsonaro e pela vida das mulheres

    Em 2018, milhões de mulheres ocuparam as ruas do Brasil para dizer de forma sonora que o projeto político ultraneoliberal e conservador apresentado por Bolsonaro não nos representa e ameaça nossas vidas e nossa liberdade. O movimento #EleNão reuniu mulheres trabalhadoras, do campo e cidade, das florestas, das águas, negras, indígenas, bissexuais, travestis, transexuais, lésbicas, com deficiência, brancas e amarelas que estiveram nas ruas do país contra a rede de  Fake News organizada para distribuir mentiras durante o processo eleitoral.

    Neste ano, o movimento de mulheres vai às ruas pedir o fim deste governo e lutar contra os desmandos e desmontes praticados por Bolsonaro. Não admitimos as tentativas autoritárias do presidente e seus apoiadores de acabar com as condições democráticas no nosso país.

    Por esse motivo, convidamos as mulheres de todas as organizações, coletivos, partidos políticos e movimentos feministas e sociais do país, bem como todas as ativistas independentes, para marcharmos juntas neste 8 de março em defesa da democracia e dos nossos direitos, pela nossa liberdade, pela vida das mulheres e contra este governo conservador, reacionário, racista, machista, xenófobo e LGBTfóbico e que já declarou inúmeras vezes que tem o movimento de mulheres organizado como seu inimigo.

    Estamos de pé na defesa dos avanços dos direitos conquistados pela classe trabalhadora que vêm sendo retirados. Vamos lutar contra a violência e o corte de verbas promovidos pelo governo Bolsonaro aos programas sociais, que fragilizam e colocam em risco a vida das pessoas mais pobres. Caminharemos juntas contra todas as formas de violência, pelo direito à
    diversidade, à autonomia, à liberdade, pelo direito e soberania de nossos corpos, pelo direito de existir.

    Somos contra a reforma trabalhista, a reforma da previdência, a Emenda Constitucional 95 que congelou os investimentos públicos por vinte anos e contra a “nova” proposta de reforma administrativa desse governo. Defendemos uma aposentadoria digna, o direito às políticas sociais, políticas públicas que defendam nossas vidas e o direito de viver com dignidade, pois somos nós que sustentamos a maioria das famílias neste país.

    Marchamos contra a opressão histórica que silencia mulheres de diversas formas e contra o  machismo, o racismo, a lesbofobia e a transfobia que nos mata todos os dias.

    Denunciamos o genocídio e o encarceramento em massa da população negra e indígena. Estamos nas ruas pela vida de TODAS as mulheres, brasileiras e imigrantes.

    Em cada estado do país iremos ressoar a luta por demarcação de terras indígenas e quilombolas, denunciando os desastres ambientais que vimos se espalhar pelo país, em especial na Amazônia,  Brumadinho e no Nordeste.

    Nossas vozes também ecoarão alto em defesa da Petrobrás, em solidariedade à greve dos Petroleiros e pela garantia da soberania nacional, ameaçada diariamente pela obsessão de Bolsonaro em entregar nossas riquezas e patrimônios para os interesses estrangeiros.

    Ocuparemos as ruas em defesa do Estado laico e pelo respeito a todas as religiões e aos que não tem nenhuma, por uma convivência harmoniosa e respeitosa. Lutaremos pelo direito à pluralidade de vozes, em defesa de todas as formas de organização da classe trabalhadora e da sociedade civil.

    Nós não esquecemos que, há dois anos, foi executada Marielle Franco, parlamentar mulher, negra, favelada, que amava mulheres e era de esquerda. Marielle foi assassinada pelo projeto político que representava em seu próprio corpo e até hoje não temos respostas. Exigimos justiça para Marielle e punição aos mandantes de seu assassinato.

    Atentas, mobilizadas e organizadas para defender o Brasil e o nosso povo, neste mês de março mostraremos toda a nossa força. Convidamos todas a se somarem aos atos convocados em todos os estados do país neste dia 8 de março, Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora. Também nos incorporamos ao chamado dos atos que acontecerão no dia 14 de março, data que marca dois anos da execução da vereadora Marielle Franco, e ao dia 18 de março, quando iremos às ruas em defesa dos serviços públicos de qualidade.

    É por nossas vidas, democracia e direitos!

    Mulheres Contra Bolsonaro

    A democracia não será silenciada! Ditadura nunca mais!

    #EleNão #EleJamais

    Fascistas não passarão!

    Assinam essa convocação:
    Ação da Mulher Trabalhista – PDT
    PCdoB
    PCB
    PCR
    PSOL
    PSTU
    Secretaria Nacional de Mulheres do PT
    Secretaria Nacional de Mulheres do PSB
    UP – Unidade Popular pelo Socialismo
    Afronte!
    ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transsexuais e Intersexos
    ABL – Articulação Brasileira de Lésbicas
    ANPG – Associação Nacional de Pós-Graduandos
    ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transsexuais
    Artjovem LGBT
    Católicas pelo Direito de Decidir
    Círculo Palmarino
    Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
    Coletivo Juntas
    Coletivo Negro Minervino Oliveira
    Coletivo Para Todas
    CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
    Consulta Popular
    CSP-Conlutas
    CUT – Central Única dos Trabalhadores
    EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero
    Feministas Anticapitalistas
    Intersindical
    Instituto Plurais
    Juventude Rebeldia
    MAMA – Movimento de Mulheres da Amazônia
    Marcha das Mulheres Negras de São Paulo
    Marcha Mundial das Mulheres
    Movimento de Mulheres Olga Benário
    Movimento Mulheres em Luta
    MCONEN – Mulheres da Coordenação Nacional de Entidades Negras
    MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas
    MNU – Movimento Negro Unificado
    MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
    MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
    Rede Afro LGBT
    Rede Emancipa de Cursinhos Populares
    Rede Feminista de Juristas – DEFEMDE
    Resistência Feminista
    RUA – Juventude Anticapitalista
    UBM – União Brasileira de Mulheres
    UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas
    UNE – União Nacional dos Estudantes
    UJR – União da Juventude Rebelião
    UJS – União da Juventude Socialista
    União de Mulheres do Município de São Paulo
    Unidade Classista

  • Jean Wyllys: “Marielle vai derrubar Bolsonaro”

    Jean Wyllys: “Marielle vai derrubar Bolsonaro”

    Texto e vídeos de Bruno Falci, de Lisboa, especial para os Jornalistas Livres

    Após a revelação das identidades dos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) a frase que Jean Wyllys (PSOL-RJ) repetiu diversas vezes em Portugal se torna cada vez mais importante, “Marielle vai derrubar Bolsonaro”. A pergunta que a sociedade brasileira esta fazendo nas redes sociais, na grande imprensa nacional e internacional é – quem mandou matar Marielle e porque a matou?

    Vamos aos indícios. Ronnie Lessa, sargento reformado da Polícia Militar, que de acordo com a polícia, é o autor dos 13 tiros que assassinaram Marielle Franco e Anderson Gomes, em março de 2018, foi preso em sua casa em um luxuoso condomínio na Avenida Lúcio Costa, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na madrugada de 12 de março último.  O local  é o mesmo onde morou Jair Bolsonaro.  Ronnie Lessa, além da casa no mesmo condomínio de Bolsonaro, é proprietário de uma mansão – e uma lancha – no condomínio Portogalo, em Angra dos Reis.

    O outro criminoso, que dirigiu o carro, Élcio Vieira de Queiroz, aparece com Bolsonaro em foto publicada por ele no Facebook. Élcio foi expulso da PM em 2016, depois de preso, em 2011, na Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que investigou o envolvimento de policiais militares com o tráfico de drogas e com as milícias. Mas o assunto não se limita à vizinhança.

    Apareceu também o primeiro vínculo concreto entre a família de Jair Bolsonaro e a de Ronnie Lessa: um dos filhos de Bolsonaro namorou a filha de Lessa. O fato foi confirmado pelo delegado responsável pela Divisão de Homicídios da capital fluminense, Giniton Lages, durante a entrevista coletiva sobre a prisão do PM reformado Lessa e do outro assassino, o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz.  Visto que Bolsonaro e Lessa moram no mesmo condomínio na Barra da Tijuca, no Rio, pergunta-se que tipo de relação estabeleceu-se entre as duas famílias já que seus filhos mantinham relações intimas.

    Em matéria publicada em março na revista Piauí, são apontados outros indícios mais antigos da ligação do clã Bolsonaro com as milícias, como as menções honrosas propostas em 2003 pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro ao major Adriano Nóbrega, que é apontado como um dos líderes do Escritório do Crime. Nóbrega havia sido apresentado a Flávio por um antigo colega do Bope, Fabrício Queiroz – o ex-assessor do filho de Jair Bolsonaro que está no centro do escândalo envolvendo repasses suspeitos de dinheiro para Flávio na Alerj. Em 2005, Nóbrega ganhou outra homenagem, também promovida por Flávio: a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Alerj.

    Um ano depois da morte de Marielle, as investigações chegaram aos dois assassinos, mas a questão central  ainda não foi desvendada –  o mandante do crime. Há uma tendência de dar uma conotação de ódio às investigações da execução da vereadora, excluindo os aspectos políticos. Segundo o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), falar em crime de ódio é inaceitável, não faz o menor sentido, pois o crime é político.

    Segundo Freixo “é preciso mostrar quem é o grupo político interessado na morte de Marielle. Será uma mera coincidência que o executor de Marielle seja vizinho de Jair Bolsonaro no condomínio da Barra da Tijuca? Por isso é fundamental sabermos qual grupo político é capaz de, em pleno século XXI, mandar eliminar uma autoridade pública que tenha cruzado seu caminho. Precisamos descobrir quem são os mandantes da execução de Marielle Franco. As prisões dos executores de Marielle e Anderson são importantes e tardias. É inaceitável que se demore um ano para termos alguma resposta, é um passo decisivo, mas o caso não está resolvido, é fundamental saber quem mandou matar e qual a motivação”.

    Para Guilherme Boulos (PSOL-SP)”as prisões de hoje são um passo importante para saber quem matou Marielle e Anderson. É preciso investigar se o fato de um dos presos ser vizinho de Bolsonaro é coincidência ou não. De todo modo, segue a questão: quem mandou matar Marielle?”. Neste contexto, o exílio de Jean Wyllys e da ex-candidata a governadora do Rio de Janeiro, Marcia Tiburi (PT-RJ), se enquadram nas mesmas motivações do assassinato de Marielle. Ambos sofreram violentas ameaças após a eleição de Bolsonaro. Diante deste quadro tornou-se extremamente perigoso continuarem morando no Brasil.

    A perda do Estado Democrático de Direito no Brasil vem se agravando desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff  e a prisão ilegal de Lula, líder nas pesquisas nas eleições de 2018. Marcia Tiburi afirmou em recente entrevista em Pittsburgh, Estados Unidos, que as graves violações dos direitos humanos vem se agravando intensamente no país. A eleição de Bolsonaro teve consequências na impossibilidade de varios ativistas políticos continuarem a viver no Brasil. Tiburi acrescentou que “o papel da denúncia internacional se tornou relevante. Muita gente que está fora do Brasil não sabe o que está acontecendo e nós temos que falar. E eu vou começar”.

    “Marielle vai Derrubar Bolsonaro”

    Jean Wyllys começou na Alemanha a denunciar a grave situação politica brasileira. Ele fez sua primeira aparição no Festival de Cinema de Berlim e, de lá, veio para Portugal.   A  convite do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, dirigido  pelo sociólogo Boaventura de Souza Santos, foi recebido por centenas de estudantes, intelectuais e artistas e vários coletivos de movimentos sociais. Participou do seminário “Discurso de ódio e fake news de extrema-direita e seus impactos nos modos de vida das minorias sociais, étnicas e religiosas”, em 26 de fevereiro de 2019. (veja vídeo do evento)

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/aovivo-coimbra-jean-wyllys-est%C3%A1-em-portugal-para-fazer-duas-confer%C3%AAncias-os-jorn/1996267467336642/

    Mesmo sendo recebido com muito respeito por um grande e caloroso público, ocorreu uma tentativa isolada de um militante de extrema-direita que tentou lhe atingir com ovos, mas foi impedido prontamente por um segurança. No dia 27, em Lisboa, Wyllys foi ao Parlamento português a convite de José Manuel Pureza, vice-presidente da casa e deputado do Bloco de Esquerda, sempre acompanhado pela deputada Joana Mortágua, do mesmo partido. Os Jornalistas Livres tiveram acesso exclusivo a essas atividades.

    No Parlamento foram realizadas três atividades consecutivas. A primeira foi o encontro com o vice-presidente da instituição. (Veja vídeo exclusivo)

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/aovivo-exclusivojean-wyllys-est%C3%A1-no-parlamento-portugu%C3%AAs-a-convite-do-vice-presi/392932491518868/

    Assista a reunião com deputados de diversos partidos políticos da Assembleia da Republica.  (veja vídeo exclusivo).

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/aovivo-lisboaexclusivoreuni%C3%A3o-de-jean-wyllys-na-assembleia-da-republica-de-portu/553156148530023/

    Veja a entrevista coletiva à imprensa portuguesa. (Veja vídeo) 

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/coletiva-de-imprensa-com-jean-wyllys-no-parlamento-portugu%C3%AAspor-bruno-falci-jorn/2560120667384981/

    Após a sua visita ao Parlamento, Wyllys participou de uma mesa na Casa do Alentejo, ao lado do sociólogo Boaventura de Souza Santos e de Pilar del Rio, presidenta da Fundação Saramago e viuvá do escritor. (veja vídeo).

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/aovivo-jean-wyllys-na-casa-do-alentejo-em-lisboa/2376753972601744/

    Novamente ele foi recebido calorosamente por um público emocionado de brasileiros e portugueses, composto por estudantes, intelectuais, artistas, jornalistas e parlamentares. Após sua exposição e participação em debate com a plateia, Wyllys fez uma homenagem a Lula. Levantou um cartaz com a foto do ex-presidente e gritou Lula Livre!, o que foi correspondido com muita energia por todos os presentes

    As palavras de Jean Wyllys que ecoaram na Universidade de Coimbra, no Parlamento português e na Casa do Alentejo, em Lisboa, revelam sua intuição política, que se torna cada vez mais próxima da realidade: “Marielle vai derrubar Bolsonaro “.