Jornalistas Livres

Tag: mackenzie

  • Quem confia em Milton Ribeiro, o ministro da Educação escolhido por Jair Bolsonaro?

    Quem confia em Milton Ribeiro, o ministro da Educação escolhido por Jair Bolsonaro?

    Por Ricardo Melo*

    Bolsonaro tem cerca de um ano e meio no poder que assaltou à custa de trapaças conhecidas aqui e lá fora. Além do atual, neste período indicou outros quatro ministros da Educação: Vélez Rodrigues, Abraham Weintraub, Carlos Decotelli e Renato Feder.

    Os resultados estão aí. O Brasil não só estacionou como andou para trás numa das áreas mais sensíveis de qualquer país que defenda o presente e pense no futuro. A juventude brasileira foi jogada às traças sem nenhum plano para o ensino básico, com as universidades sendo sucateadas, exames como o ENEM desmoralizados, professores humilhados. O Conselho Nacional de Educação, com um monte de nomeados por baciada, virou extensão da turma dos “amigos do rei”.

    O mais longevo desta penca de asseclas, “Vaitarde”, hoje gargalha do povo brasileiro refestelado nos Estados Unidos graças a um plano de fuga criminoso organizado pelo Palácio do Planalto. Deixou para trás um rastro de destruição que vai demorar anos para ser reparado.

    O “novo” ministro egresso do Mackenzie não promete nada de muito diferente. É um reacionário obscurantista segundo se apreende da sua vida pregressa. É especialista em “Teologia”(??). Defende castigos físicos contra as crianças e a submissão da mulher diante do marido. É fácil saber o que pode produzir a cabeça desta criatura.

    O fato de ser evangélico, pastor presbiteriano não é um pecado capital, nem sequer pecado. Cada um tenha a crença que quiser, reza a Constituição. O problema são suas ideias.

    Dispensável lembrar a triste memória do Mackenzie, ponta de lança da ditadura e do CCC –Comando de Caça os Comunistas–, além de quartel-general do combate aos que se opunham à ditadura militar. Os eventos da rua Maria Antonia em 1968 (SP) não deixam dúvidas e não são nada edificantes. Quem não os viu ou viveu aqueles momentos pode pesquisar à vontade. Se for um democrata, certamente não gostará do que vai encontrar.

    Acima de tudo, porém, há o nome de quem o chancela. Bolsonaro é um bandido, pró-miliciano criminoso, genocida assumido, homófobo, adversário dos pobres, manipulador de redes sociais, capacho de Donald Trump, inimigo da democracia e da soberania nacional. Nada que venha de sua caneta em questões de ministério, para dizer o menos, pode ser bom.

    É esperar e conferir.

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

    Leia mais Ricardo Melo em:

    Jair Bolsonaro é um assassino —agora de papel passado

     

    ENEM: BOLSONARO QUER DESTRUIR OS SONHOS DA JUVENTUDE POBRE DO BRASIL

  • O impacto da crise causada pelo  coronavírus  afeta estudantes do ensino superior privado

    O impacto da crise causada pelo coronavírus afeta estudantes do ensino superior privado

    Os primeiros casos de Coronavírus no Brasil foram nos bairros mais nobres do país, atingindo alguns estudantes das universidades mais caras e prestigiadas de São Paulo, como o Mackenzie e a PUC. Não demorou muito para que as aulas presenciais fossem canceladas e os efeitos na educação começassem a ser sentidos. O problema não são os efeitos da pandemia entre as classes mais privilegiadas, pelo contrário, o COVID-19 somado aos problemas sociais e desemprego crescente no Brasil pode ser ouvido e sentido em cada bairro de classe média e periferia do estado. Os boletos se acumulam aos cortes salariais, e a elite econômica não tem perdoado, tampouco amenizado os danos financeiros para os menos favorecidos.

    A partir daí muitas famílias se questionam sobre o futuro, essa reflexão inclui desde preocupação com o que comer até preocupação em como manterão em dia as contas. No caso das universidades privadas a certeza da mensalidade em dia começa a se tornar uma incerteza, famílias inteiras afetadas economicamente pela pandemia já não conseguem mais deixar em dia o pagamento das mensalidades.  Tendo em vista dois importantes aspectos: a redução nos gastos e contas e a diminuição dos salários das famílias, surge o movimento que visa reduzir o valor das mensalidades nas universidades.

    No Mackenzie, um grupo de estudantes livres iniciou a campanha #REDUZMACKENZIE, para unir esforços às medidas tomadas pelas entidades oficiais e para dar maior publicidade à elas, somando a isso a presença virtual dos próprios alunos e pais que se mobilizam para fazer um pedido à instituição filantrópica: a redução das mensalidades

    A campanha virtual surgiu na segunda feira (27/04) e até hoje já possui mais de 700 seguidores na rede social Instagram (@reduzmackenzie) e lá, postaram fotos dos alunos da Universidades ou responsável financeiro com um cartaz com os dizeres #REDUZMACKENZIE. A campanha teve grande êxito nos primeiros dias e se expandiu para outras instituições de ensino superior privado, como PUC, a Universidade São Judas Tadeu, a UNIP e a UNIVAP. As organizadoras da campanha no Mackenzie não se limitaram em pedir o apoio apenas de universidades privadas e entidades acadêmicas, pelo contrário, o apoio da União Estadual dos Estudantes (UEE) tem sido de suma importância para o engajamento dos familiares e alunos, pois enxergam, na UEE , a certeza de que há um movimento lutando por leis e medidas para que o sonho do ensino superior não seja interrompido para muitos.

    Na Univap, localizada em São José dos Campos, os estudantes iniciaram o movimento chamado #ReduzUnivap pelo instagram @ReduzUnivap, que reúne as propostas dos alunos pagantes em relação as suas graduações, bem como os seus anseios. Os alunos revelam que o ensino a distância compromete as aulas práticas e por isso defendem a redução nas mensalidades: “Em que momento essas aulas práticas serão realizadas? Se for necessário haver, futuramente, um ou mais semestres além do previsto, seremos cobrados mais uma vez por esses novos meses de aula?” revelaram em carta assinada pelo movimento e que aponta outros motivos que justificariam a redução dos valores.

    De acordo com o relato de alunos, a instituição providenciará o trancamento da matrícula daqueles que solicitarem, mas somente a partir do dia 11 de maio, um dia após o vencimento da mensalidade. Diante do posicionamento da Univap, os alunos integrantes do movimento estimam que haverá grande evasão dos alunos matriculados, pois já se encontram financeiramente afetados pelas consequências da pandemia.

    Até o momento a causa já possui um projeto de lei encabeçado pelo deputado Rodrigo Gambale (PSL/SP) e outro pela Deputada Leci Brandão (PCdoB/SP) conjunto com a UEE que além de participar do projeto de lei também recorreu à via judicial para pleitear a redução. Além do apoio do Deputado Federal Alencar Santana Braga (PT) que defende os interesses dos estudantes e se mostra um parceiro na luta do grupo de alunos que pedem redução da mensalidade.

    Dessa forma torna-se ainda mais necessário a atenção especial a essa questão para que o projeto não demore a ser votado e as famílias tenham que se preocupar com menos um problema.