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  • Para agradar Trump, Bolsonaro diz que expulsará diplomatas venezuelanos do Brasil em dois dias

    Para agradar Trump, Bolsonaro diz que expulsará diplomatas venezuelanos do Brasil em dois dias

    Na última terça-feira, o Itamaraty enviou um ofício à Embaixada da Venezuela para pressionar a saída dos diplomatas até o próximo dia 02 de maio, amanhã. Mas a saída não deve ocorrer no dia 02, e já que o prazo é de 48h horas após a notificação, que ainda não aconteceu. Segundo o documento, quem permanecer no país, será considerada “persona non grata” e perderá os direitos diplomáticos.

    A determinação vem dois meses após Jair Bolsonaro declarar que todos os diplomatas e funcionários do governo venezuelano deveriam deixar o Brasil, e, curiosamente, vem, também, de encontro com os crimes que Trump e os Estados Unidos tramam contra a Venezuela. Todos os diplomatas brasileiros que trabalhavam na Venezuela retornaram para solo brasileiro em 17 de março por determinação de Bolsonaro.

    Na tarde da última quinta-feira, 30, o governo da Venezuela se negou a abaixar a cabeça à determinação sem-sentido para retirar o corpo diplomático do Brasil. Em nota denunciou que Jair Bolsonaro faz “pressões desnecessárias” e que as supostas “negociações prévias” entre os dois países, ditas pelo governo brasileiro, nunca aconteceram de fato.

    “O corpo diplomático e consular da Venezuela no Brasil não abandonará suas funções sob artifícios fora dos parâmetros do direito internacional”, diz um trecho do texto, que também acusa Bolsonaro de ser “abertamente subordinado” aos Estados Unidos. O texto também exemplifica a crueldade bolsonarista que irá aumentar, com uma manobra para fechar os escritórios consulares da Venezuela, a negligência com comunidade venezuelana no Brasil.

    De forma covarde, o governo brasileiro reconhece Juan Guaidó, presidente autoproclamando que vive de selfie, e não Nicolás Maduro, presidente eleito pelo povo.

    Um documento assinado por Wellington Alberto Silva Mendes, Comandante em Exercício do Comando de Policiamento Regional Metropolitano II da Policial Militar do Distrito Federal, determinou que os diplomatas devem ser avisados na manhã de amanhã, 2, que são considerados “persona non grata” pelo Estado brasileiro e que terão o prazo de 48 horas para que saiam do país. Segundo ele o documento foi redigido seguindo as decisões de Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores, e André Mendonça, novo Ministro da Justiça.

    O texto pede “reforço de policiamento (em ambas extremidades da Embaixada) e apoio das tropas especializadas para estarem em condições de atuar a partir da madrugada do dia 03 para o dia 04 de maio de 2020, até que a embaixada seja desocupada”. E informa que já foi feita uma “ordem de serviço prevendo uma viatura fixa do dia 01 ao dia 04/05/2020” mas reclama que “apenas uma viatura no portão frontal da Embaixada pode não ser suficiente para evitar a entrada de manifestantes e movimentos sociais pró-Maduro, em especial na madrugada de Domingo (03/05) para Segunda-feira (04/05) e manhã desta, a qual pode também vir a ocorrer paulatinamente e pelo portão de pedestres de trás da Embaixada”.

    Atravessando uma pandemia que já matou mais de 6 mil pessoas só no Brasil, Bolsonaro assume agora que, além de não se importar com o povo brasileiro que dia a dia enterra seus entes queridos, também não se importa com os imigrantes. Ainda que a situação na Venezuela seja muito melhor para quem enfrenta o coronavírus – o país tem apenas 10 mortes, neste momento é impossível retornar ao país, uma vez que a fronteira está fechada e não há voos previstos entre Brasil e Venezuela.

    O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou um ofício nesta sexta-feira, 01, ao Ministério das Relações Exteriores pedindo que o Itamaraty suspenda a decisão que determinou a saída de diplomatas venezuelanos do país. No texto a PGR afirmar que a medida pode contrariar tratados e convenções internacionais diante da situação dos serviços de saúde na Venezuela em decorrência da pandemia do coronavírus.

    Bolsonaro, fazendo o papel que já era esperado dele diante de Trump, coloca em risco a vida de idosos, mulheres, homens e crianças para causar um factoide que, além de endossar as atrocidades propostas pelos Estados Unidos, ainda serve para tirar o foco do fiasco da política federal de contenção do coronavírus.

     

    Veja mais: Quem dera fôssemos a Venezuela – que tem 10 mortes por corona x Brasil 5.511

  • Quem dera fôssemos a Venezuela – que tem 10 mortes por corona x Brasil 5.511

    Quem dera fôssemos a Venezuela – que tem 10 mortes por corona x Brasil 5.511

    No dia 17 de março foi registrada a primeira morte por corona na Venezuela. Hoje, Mais de 40 dias depois, o número subiu para 10 casos.

    Antes mesmo do primeiro óbito, no início da segunda quinzena de março, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, investiu numa série de políticas públicas para a contenção do contágio do coronavírus e agora colhe um baixo número de casos fatais do vírus.

    Pelo menos 20.000 médicos, entre venezuelanos e cubanos, além de estudantes brasileiros de medicina no país, foram chamados para realizar visitas ‘casa por casa’ para testar a população. Testagem em massa, todo o mundo sabe, é a chave para conhecer, rastrear, conter e vencer o vírus. Para iniciar o processo de testagem, foram recebidos 2 milhões de testes rápidos vindo da China.

    Para efeito de comparação, enquanto o Brasil realizou 1.597 testes por milhão de habitantes, uma vergonha internacional, a empobrecida Venezuela, vítima de um bloqueio econômico criminoso orquestrado pelo Estados Unidos, já realizou 16.132 testes por milhão de habitantes! Dez vezes mais do que o gigante Brasil!

    Além disso, o sistema informático de atendimento social “Sistema Pátria” fez uma pesquisa pessoal com 10 milhões de pessoas, em que 16 mil disseram ter gripe ou algum sintoma parecido. O governo da Venezuela determinou, então, que as 16 mil pessoas fizessem o exame. Destas, apenas 7 foram confirmadas com coronavírus e isoladas imediatamente.

    O isolamento atinge todo o território venezuelano. Os terminais terrestres foram fechados e a circulação entre estados é permitida somente em carros particulares. Brigadas Itinerantes de Prevenção à Contaminação pelo coronavírus foram espalhadas por todo o país para informar a população sobre higienização e as regras do isolamento.

    Para que a população não sofresse com o impacto econômico, o governo determinou uma série de medidas para garantir renda mínima a toda a população:

    1. Nenhum trabalhador pode ser demitido até dia 31 de dezembro;

    2. O Estado venezuelano irá pagar os salários dos trabalhadores das empresas privadas por seis meses para eles ficarem em casa;

    3. Está proibido cobrar aluguel por seis meses;

    4. Fica proibido cobrar prestações e juros de todos os financiamentos em curso por seis meses;

    5. Fica suspensa a cobrança das taxas de serviços de energia, água, gás;

    6. Sete milhões de famílias seguirão recebendo uma cesta básica de alimentos a cada 15 dias até que a pandemia e o estado de emergência sejam encerrados.

    Já o Brasil teve sua primeira morte no dia 23 de março e hoje tem 5.511 óbitos em todo o país. Em algumas cidades, como Manaus, o Sistema Único de Saúde já colapsou. Em São Paulo, grande epicentro da doença, 85% dos leitos de UTIs do SUS já estão ocupados, segundo dados do Ministério da Saúde. Pesquisa do Imperial College de Londres mostra que o Brasil tem o maior índice de contágio do Covid-19 entre 48 países analisados. Aqui, cada infectado transmite a doença para cerca de três pessoas.

    Diante de um presidente criminoso, os governantes estaduais tiveram que tomar suas próprias medidas de contenção do contágio. Jair Bolsonaro, inútil até pra ter um partido, deu as seguintes declarações em relação ao corona vírus:

    09 de março:
    “está superdimensionado”

    11 de março:
    “Outras gripes mataram mais”

    15 de março:
    “Em 2009, 2010, teve crise semelhante”

    17 de março:
    “Esse vírus trouxe uma certa histeria”

    20 de março:
    “Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”

    22 de março:
    “O povo saberá que foi enganado por esses governadores e por parte da grande mídia”

    23 de março – dia da primeira morte:
    SEM DECLARAÇÕES

    24 de março:
    “Nada sentiria, ou sentiria, quando muito, uma gripezinha ou resfriadinho”

    26 de março:
    “Eu acho que não vai chegar a esse ponto”

    29 de março:
    “Todo mundo vai morrer um dia”

    01 de abril:
    “Vírus é igual a uma chuva. Você vai se molhar, mas não vai morrer afogado”

    12 de abril:
    “O vírus tá indo embora”

    20 de abril:
    “Eu não sou coveiro”

    28 de abril:
    “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”

    Agora eu reafirmo meu título: quem dera a gente tivesse virado a Venezuela e tivéssemos poucas mortes, garantia de salários, isenção de contas básicas e de aluguel, além de equipes treinadas para testar a população em massa. Que dera.

     

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