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  • Morre o técnico da seleção brasileira de esgrima; suspeita: coronavírus

    Morre o técnico da seleção brasileira de esgrima; suspeita: coronavírus

    Por Roberto Fernandes, dos Jornalistas Livres

     

    Gennady Miakotnykh, técnico da seleção brasileira de esgrima e do Esporte Clube Pinheiros, morreu nesta quarta-feira (25/3) por insuficiência pulmonar, com suspeita de Covid-19.

    Os mais jovens e os “espertos” dirão: “Ele era um velho! Já tinha vivido demais, nos seus 79 anos, por isso teve as complicações do coronavírus!”

    Mas não faleceu apenas um idoso. Perdemos um homem habilidoso, e que ensinou jovens a buscar medalhas em mundiais e nas olimpíadas. Gennady Miakotnykh foi um exemplo, um professor para gerações de atletas de alto rendimento da esgrima brasileira.

    O presidente Jair Bolsonaro tem tratado os idosos como coisas descartáveis, como um estorvo que as famílias têm de suportar, por “obrigação”. É uma visão erradíssima.

    Sem o isolamento social amplo, preconizado pela Organização Mundial de Saúde, o covid-19 ceifará as vidas de grandes profissionais de diversas áreas do conhecimento, como Educação, Saúde, Cultura, Esporte, Indústria, Ciência e Tecnologia, porque são idosos.

    Se não tomarmos os cuidados extremos que os mais velhos necessitam para sobreviver à pandemia, abriremos mão da experiência de vida e da sabedoria de quem nos antecedeu. Teremos um vazio geracional, e perderemos o contato com parte importante de nossa própria história. Quem nos levará pela mão, ensinando-nos o caminho?

    O Brasil abraçou há tempos uma espécie de religião que cultua a Juventude como valor maior. Isso nos privou em grande medida do aprendizado com a experiência dos idosos. A forma irresponsável como o presidente Bolsonaro vem lidando com a pandemia é apenas o coroamento desse culto à juventude. “Quem vai morrer são apenas os mais velhos”, chegou a dizer ele. Nada há mais errado do que o uso desse “apenas”. Quando morre um homem como Gennady Miakotnykh, morre o único Gennady Miakotnykh. Nada e nem ninguém poderá substituí-lo. Quem perde somos todos nós. Os sinos sempre dobrarão por nós, os vivos.