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Tag: eleição presidencial

  • Um fantasma ronda a eleição presidencial argentina. O da fraude

    Um fantasma ronda a eleição presidencial argentina. O da fraude

    Chama-se Smartmatic a empresa venezuelana que o governo argentino de Maurício Macri contratou para fazer a apuração rápida das eleições argentinas. Guarde esse nome. Quando houve as eleições primárias argentinas, em 11 de agosto, o sistema da Smartmatic repentinamente “caiu” durante uma hora e meia, impedindo que até as 22h30 se confirmasse a derrota espetacular de Macri frente ao peronismo de Cristina e Alberto Fernández. Para piorar, até o momento a Smartmatic não revelou qual o software que será usado para a sua apuração e nem divulgou outra informações técnicas que permitam aos partidos que estão na disputa auditar os resultados à medida em que sejam divulgados.

    As eleições argentinas deste ano incluirão duas contagens diferentes dos votos. A primeira contagem, que se iniciará assim que as urnas forem fechadas, estará sob a responsabilidade da empresa Smartmatic, com base no envio digital de imagens dos resultados apurados para o Correio Argentino e uma Sucursal Eleitoral Digital. Caberá a esses entes enviar os resultados parciais para a Smartmatic que os totalizarão e darão publicidade pela internet, no endereço https://www.resultados2019.gob.ar/  (coloque essa URL nos seus favoritos, para  acompanhar)

    As atas eleitorais, produzidas em cada um dos 15 mil centros de votação habilitados, serão a base da apuração definitiva, e levarão em conta as observações e impugnações, assim como os votos dos cerca de 300.000 eleitores habilitados que vivem no exterior e dos presos, além das forças de segurança envolvidas no processo eleitoral. Esses votos não estão incluídos na apuração provisória feita pela Smartmatic. O resultado definitivo deverá ser conhecido na terça-feira.

    O ministro do Interior argentino, Rogério Frigerio, disse em uma entrevista na Casa de Governo que a apuração provisória será “a mais rápida da história” e assegurou que à meia noite do domingo serão conhecidos 90% dos resultados de todo o país.

    “O valor de uma apuração não é dado pela velocidade, mas sim por sua segurança, pela certeza de que os dados estão corretos”, disse Jorge Landau, responsável da Frente de Todos para a apuração eleitoral.

    O receio dos peronistas é que ocorra incompatibilidade entre os resultados obtidos na apuração provisória e na definitiva, o que poderia lançar uma sombra de dúvidas sobre a eleição e aprofundar a crise econômica gravíssima em que o governo Macri mergulhou a Argentina.

    Infografia comparando os resultados econômicos dos governos Macri e Cristina. Fonte: Grupo Editorial Perfil
    Infografia comparando os resultados econômicos dos governos Macri e Cristina. Fonte: Grupo Editorial Perfil

    Leia mais sobre as eleições argentinas aqui:

    Por que a chapa peronista de Alberto Fernandez e Cristina Kirschner pode vencer as eleições argentinas

     

     

  • Na posse de Maduro, Gleisi Hoffmann leva apoio do PT ao povo da Venezuela

    Na posse de Maduro, Gleisi Hoffmann leva apoio do PT ao povo da Venezuela

    Publicado originalmente em  Agência PT de Notícias l 9 de janeiro de 2019

    Estarei em Caracas esta semana participando da posse de Maduro:

    1. Para mostrar que a posição agressiva do governo Bolsonaro contra a Venezuela tem forte oposição no Brasil e contraria nossa tradição diplomática.

    2. Para deixar claro que não concordamos com a política intervencionista e golpista incentivada pelos Estados Unidos, com a adesão do atual governo brasileiro e outros governos reacionários. Bloqueios, sanções e manobras de sabotagem ferem o direito internacional, levando o povo venezuelano a sofrimentos brutais.

    3. Porque é inaceitável que se vire as costas ou se tente tirar proveito político quando uma nação enfrenta dificuldades. Trata-se de um país que tem relações diplomáticas e comerciais importantes com o Brasil. Impor castigos ideológicos aos venezuelanos também resultará em graves problemas imigratórios, comerciais e financeiros para os brasileiros.

    4. Porque o PT defende, como é próprio da melhor história diplomática de nosso país, o princípio inalienável da autodeterminação dos povos. Nossa Constituição se posiciona pela não-intervenção e a solução pacífica dos conflitos. Os governos liderados por nosso partido sempre foram protagonistas de mediações e negociações para buscar soluções pacíficas e marcadas pelo respeito à autonomia de todas as nações.

    5. Porque somos solidários à posição do governo mexicano e de outros Estados latino-americanos que recusaram claramente a posição do chamado Grupo de Lima, abertamente alinhada com a postura belicista da Casa Branca.

    6. Porque reconhecemos o voto popular pelo qual Nicolas Maduro foi eleito, conforme regras constitucionais vigentes, enfrentando candidaturas legítimas da oposição democrática.

    7. Em qualquer país em que os direitos do povo estiverem ameaçados, por interesses das elites e dos interesses econômicos externos, o PT estará sempre solidário ao povo, aos que mais precisam de apoio. O respeito à soberania dos países e a solidariedade internacional são princípios dos quais não vamos abrir mão.

    Gleisi Hoffmann
    Presidenta do PT

  • Fotografia contra a barbárie

    Fotografia contra a barbárie

    A exemplo de seus companheiros e companheiras de São Paulo, Rio de Janeiro e, certamente de outros estados, os(as) repórteres fotográficos(as) de Minas também estão organizados em torno da luta pela democracia neste momento difícil em que passa o país, às vésperas de uma eleição presidencial. Na noite desta quinta-feira, 25, a categoria esteve reunida durante ato no Sindicato dos Jornalistas, em Belo Horizonte, onde a conjuntura política foi colocada em debate e várias atividades foram realizadas durante o evento Fotógrafxs Pela Democracia.
    Em sua abertura, a repórter fotográfica dos Jornalistas Livres, Isis Medeiros, uma das organizadoras do evento, falou sobre os esforços colocados em prática para que a iniciativa se concretizasse, seguindo a trilha aberta pelos profissionais da fotografia de São Paulo e Rio de Janeiro. Em seguida, o diretor da Casa do Jornalista, Mauro Werkema, falou um pouco sobre a história da entidade que abrigou o evento e sua luta em favor da democracia ao longo das últimas décadas, inclusive e sobretudo durante a ditadura, destacando que a Casa sempre esteve ao lado e aberta àqueles que estão na luta de resistência contra a repressão, o arbítrio e o fascismo.
    Já o repórter fotográfico Fernando Rabelo falou sobre a importância do acervo fotográfico familiar como registro da história, abordando os dramas vividos pela sua família desde a infância, quando viu seu pai, o jornalista José Maria Rabelo, diretor do extinto jornal “Binômio”, ser perseguido pela ditadura militar após o golpe de 1964, o que o obrigou a se exilar na Bolívia, Chile e França ao lado da mulher e filhos. Fernando mostrou várias fotos suas e de seus familiares durante o exílio e destacou a importância de se lutar, hoje, contra o fascismo.
    Em seguida, a repórter fotográfica Madu falou sobre o medo durante os dias de ditadura, quando presenciou a invasão policial do antigo prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) no bairro Santo Antônio, onde estudantes em fuga eram abrigados por professores e colegas do Colégio de Aplicação, vizinho ao prédio da Fafich. “Por isso é importante estarmos unidos neste momento, para que não tenhamos de volta aqueles tristes dias de repressão política”, disse.
    Durante o evento foram ainda apresentados vídeos de dezenas de repórteres fotográficos(as) da Argentina, Chile, Colômbia, Portugal, e também de diversas regiões do Brasil, manifestando sua solidariedade aos colegas e ao povo brasileiro. As mensagens mostravam a importância e necessidade da luta pela democracia, contra a violência, o fascismo e o retrocesso político e social. Na ocasião, o radialista comunitário, Élder Pacheco, lembrou que justamente no dia 25 de outubro de 1975, portanto, há 43 anos, foi assassinado sob tortura o jornalista Vladimir Herzog no Doi-Codi, em São Paulo.
    Por fim, o evento terminou com a leitura do manifesto em defesa da democracia divulgado pelos(as) repórteres fotográficos(as) paulistas, que hoje conta com milhares de assinaturas de apoio em todo o país.