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  • Comunidade acadêmica se articula contra projeto de privatização do ensino público

    Comunidade acadêmica se articula contra projeto de privatização do ensino público

    Apresentado com pompa e circustância, num evento high tech em Brasília, como um plano que traria “liberdade” às universidades e institutos federais para buscar financiamentos privados a seus projetos de pesquisa, inovação e mesmo manutenção, o Future-se finalmente está sendo discutido pela comunidade acadêmica. Sim, porque o pacote de medidas que podem transformar (ou desestruturar) totalmente o ensino público superior no país foi montado por não se sabe quem dentro do Ministério da Educação, já que não teve participação dos principais atingidos: professores, alunos e funcionários das escolas.

    Com consulta aberta por menos de um mês (vai até o próximo dia 15 de agosto), o projeto tem recebido críticas de todos os lados. Reuniões, assembleias e bate-papos estão sendo realizadas por todo Brasil e as conclusões em geral seguem a linha de ser, no fundo, um projeto de privatização das universidades e institutos federais (vejam abaixo link para debate HOJE) . Ao lado da “liberdade” de buscar recursos, vem a exigência de abrir mão da autonomia universitária na gestão desses recursos. Junto à promessa vaga de que “professores empreendedores podem ficar ricos”, projeto de lei paralelo segue rápido no Senado para permitir a demissão de servidores que “não atinjam a produtividade esperada”.

    Pressionada pelos cortes efetivos de verbas (chamados de “contingenciamento” pelo governo) que já levaram a problemas graves como o corte de energia na Universidade Federal de Mato Grosso e ameaça de paralização da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelo curto prazo de análise, pela recusa de dar posse aos primeiros colocados nas eleições internas ao cargo de reitor como aconteceu hoje na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, e pelo perigo iminente de represálias contra instituições que não aceitarem o projeto, a comunidade acadêmica prepara o terceiro Tsunami da Educação para o próximo dia 13 de agosto. As manifestações de rua prometem ser bem maiores do que as ocorridas em junho e devem juntar outros servidores públicos e demais setores da sociedade contra a escalada do fascismo e os ataques do governo e do bolsonarismo aos advogados, jornalistas, cientistas, índios, quilombolas e, finalmente, democratas. Vejam abaixo algumas das manifestações e eventos colhidas apenas hoje nas redes sociais:

    Canal Resistentes esclarece dúvidas sobre o Future-se, hoje (05/08) às 19:00

    Participantes do Programa:
    Professor Valdemar Sguissardi – Universidade Federal de São Carlos.
    Professor Huyra Estevão de Araujo – Instituto Federal de SP Campus Piracicaba.
    Professor Alexandre Silva – Instituto Federal de SP Campus Piracicaba.

    https://www.youtube.com/watch?v=rF-mjCTLNCw

     

    Comunidade da UFPB realiza “funeral” do Future-se e da reforma da Previdência

    Os cortes no orçamento da Educação, o programa Future-se e o projeto de reforma da Previdência serão “cremados” nesta terça-feira (6/8) no campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professores, servidores técnico-administrativos e estudantes vão realizar um velório simbólico durante todo o dia, em João Pessoa, para demonstrar o repúdio da comunidade universitária aos ataques do governo às instituições federais de ensino e aos direitos sociais e trabalhistas.

    A atividade terá início às 9h, no Centro de Vivência do campus I. Os “corpos” serão “velados” em caixões durante toda a manhã e parte do período da tarde. Para as 11h30, está programada uma apresentação do Coletivo de Dança Redemoinho, com a performance “Se a Carapuça Servir”.

    Às 16h, ocorrerá um “cortejo fúnebre” até a entrada do CCHLA, onde o velório ficará instalado até 19h, quando terá início um novo cortejo pelos centros de ensino do campus. Na sequência, os caixões irão retornar à entrada do CCHLA e haverá um ato crematório do Future-se, da reforma da Previdência e dos cortes no orçamento.

    Deliberada pela plenária unificada dos segmentos da UFPB, no dia 25 de julho, a atividade tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e mobilizar as diversas categorias contra os ataques do governo federal. A proposta também é convocar todos(as) para o 13 de agosto, Dia Nacional de Luta contra a reforma da Previdência, que será marcado por protestos em todo o país.

    Compõem a organização da atividade o Sindicato dos Professores da UFPB (Adufpb), o Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sintespb) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE).

    SERVIÇO
    “Funeral” na UFPB

    Data: terça-feira, 6/8
    Horários:
    – 9h – Início da atividade no Centro de Vivência
    – 11h30 – Apresentação do Coletivo de Dança Redemoinho, com a performance “Se a Carapuça Servir”
    – 16h – Cortejo fúnebre até o CCHLA
    – 19h – Cortejo pelos centros de ensino
    – Encerramento com “ato crematório”

     

    UNE e mais 186 entidades estudantis assinam nota contra o ”Future-se”

     

     

     

    por Renata Bars.


    Para os estudantes, programa anunciado pelo MEC vai na contramão dos anseios e necessidades da educação pública brasileira

    A União Nacional dos Estudantes (UNE) e mais 186 entidades estudantis entre DCEs, Centros Acadêmicos e Uniões Estaduais dos Estudantes lançaram neste sábado (3) nota sobre o programa ”Future-se” anunciado pelo MEC no último dia 17 de julho.

    O documento  ressalta a importância da autonomia das universidades federais, assim como sua independência do setor privado. Para os estudantes, o programa vai na contramão dos anseios e necessidades da educação pública brasileira, diminuindo a responsabilidade do financiamento público e sem nenhuma consulta prévia à comunidade acadêmica.

    ” A proposta de captação própria é uma entrega das universidades à uma dependência do setor privado e uma desresponsabilização do governo de financiamento público à educação superior. Isso também significa retirar a autonomia didático-científica e administrativa das universidades, para ficarem cada vez mais à mercê de interesses privados que buscarão retornos de seus investimentos, acabando com a base de financiamento público da universidade”, diz a nota.

    Você pode participar e assinar também. Acesse aqui a petição.

    Confira na íntegra:

    NOTA DA UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES(UNE), DAS UNIÕES ESTADUAIS DOS ESTUDANTE(UEES) E DOS DIRETÓRIOS CENTRAIS DOS ESTUDANTES SOBRE O PROGRAMA “FUTURE-SE”

    A cada dia que passa tem ficado mais nítido para a população brasileira que o Governo Bolsonaro tem colocado a Educação no centro de seus ataques. Desde o início do ano nenhuma proposta concreta de política pública para o avanço da educação e a solução dos problemas nessa área foi proposto, pelo contrário, há uma perseguição ideológica, a disseminação de ódio e mentiras contra as universidades, institutos federais, escolas, professores e estudantes, e verbas foram cortadas, tanto do ensino superior quanto do básico.

    Mas foi também, a partir do setor da educação, especialmente dos estudantes, que se levantaram as principais manifestações de oposição às medidas do governo e sobretudo em defesa da nossa educação, de mais investimentos, de maior cuidado com nossas instituições, e de um projeto educacional que possa garantir um futuro de desenvolvimento social a nossa nação com formação de qualidade, ciência e tecnologia para um país soberano.

    É nesse cenário que recebemos com grande indignação e repudiamos a proposta do programa “Future-se” apresentado pelo Ministério da Educação no último dia 17 de Julho, estamos elaborando estudos mais apurados e detalhados acerca de todos os pontos desse projeto, mas inicialmente podemos destacar alguns motivos em geral que nos levam a essa posição:

    1-  O governo nem sequer dá respostas sobre o problema imediato das universidades e institutos federais e quer criar um programa para o futuro (qual futuro?). Ao apresentar esse projeto, o MEC pretende jogar para as universidades e institutos federais a responsabilidade de captação via setor privado, reduzindo as responsabilidades do financiamento público, em um momento que essas instituições sofreram um corte de 30% em seu orçamento e correm sérios riscos de terem suas atividades paralisadas no próximo semestre, além de diversas pesquisas que já estão paradas por falta de bolsas para que os estudantes continuem trabalhando.

    2-  O programa “Future-se” foi construído sem nenhum debate prévio com os setores que compõem a universidade: estudantes, professores, técnico-administrativos, reitores e pró-reitores. Fala-se em discussões com especialistas e empresários, mas em nenhum lugar se explícita quem são. Isso demonstra a que interesses servem a implementação desse projeto, certamente não são os da educação e do povo brasileiro. A criação da consulta virtual é, portanto, uma mera formalidade para apresentar um caráter democrático, mas que é notoriamente uma ferramenta superficial e insuficiente para esse debate, inclusive porque não se explica como será a análise das opiniões coletadas.

    3-  Não há transparência no debate público do projeto. Na apresentação feita aos reitores, à imprensa e também no documento disponível para a consulta pública, faltam alguns elementos importantes que constam na minuta do projeto de lei do “Future-se” e outros que o próprio ministro só expôs depois através de entrevistas à imprensa, como por exemplo a possibilidade de contratação de professores sem concurso público e por regime da CLT.

    4-  Um dos principais elementos omitidos é referente às responsabilidades das Organizações Sociais. O que não fica claro nas apresentações do MEC e no documento do “Future-se” é como as OSs poderão exercer atividades fim nas universidades, como contratação de professores, e gestão nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, e não só na gestão de serviços como energia, água, limpeza, etc. como se apontava inicialmente. Essa é a principal característica de uma verdadeira terceirização com rumo à privatização da universidade pública brasileira, pois cria uma verdadeira organização paralela dentro das instituições que atende a outros interesses, é o fim da autonomia universitária.

    5-  A proposta de captação própria é uma entrega das universidades à uma dependência do setor privado e uma desresponsabilização do governo de financiamento público à educação superior. Isso também significa retirar a autonomia didático-científica e administrativa das universidades, para ficarem cada vez mais à mercê de interesses privados que buscarão retornos de seus investimentos, acabando com a base de financiamento público da universidade. O que pode reduzir as áreas de pesquisa, ensino e extensão somente àquelas que agradem mais aos mercados que tenham interesse em financiar determinadas universidades.

    6-   É o fim da expansão das universidades e pode significar o desaparecimento das federais no interior. Justamente porque uma dependência do setor privado irá forçar a concentração dessas instituições próximas dos grandes centros industriais e financeiros, criando inclusive grandes distorções regionais.

    Por fim, entendemos que esse projeto se apresenta com uma máscara de muitas complexidades, entupida de conceitos empresariais, mas vazio de qualquer citação à projetos pedagógicos, categorias científicas e outros elementos fundamentais para uma universidade forte e que sirva ao povo brasileiro. Mas primeiro, por ignorância, repete uma série de atividades que já existem nessas instituições, como os reitores tem insistido, e em segundo propõe descaradamente, embora o ministério tente esconder, um projeto liberal e privatizante para a universidade brasileira, que inverte a lógica que seguimos em toda história da educação brasileira e que tem feito, com investimento público, das nossas universidades federais as melhores do país, responsáveis por grande parte da pesquisa brasileira e referências no mundo todo.

    Seguiremos exigindo a devolução imediata das verbas da nossa educação e em defesa da universidade pública e gratuita, com garantia do tripé do ensino, pesquisa e extensão e que tenha um profundo enraizamento com a sociedade na garantia de melhorias para o nosso povo e a soberania do nosso país.

    UEB- UNIÃO DOS ESTUDANTES DA BAHIA

    UEE-SP

    UEP- União dos Estudantes de Pernambuco Cândido Pintor

    UEE – RJ

    UCE

    UEE LIVRE RS

    UPE

    UEE – AM

    UEE – MG

    UEE livre Maranhão

    DCE LIVRE DA USP

    Diretório Central das e dos Estudantes Livre Carlos Marighella – UESC

    DCE UNIJUI Santa Rosa

    DCE UFRN

    DCE UFOB

    -DCE UFBA

    -DCE UFF

    -Dce UFMT/Rondonópolis

    DCE UFOP

    DCE UNESPAR

    DCE UNICAP

    CEU IFRS Viamão

    CEU IFRS Rio Grande

    DCE IFRS Bento Gonçalves

    DCE IFRS Caxias do Sul

    DCE IFRS Feliz

    DCE IFRS Rolante

    DCE UFPel

    CEC Unipampa Alegrete

    DCE Feevale

    DCE UCS

    DCE Unicruz

    DCE Ulbra

    DCE IFRS Porto Alegre

    – DCE SOPECE

    – DCE Uninabuco Paulista

    – DCE Faculdade Nova Roma

    – DCE UNIRIO

    – DCE UNIMONTES

    – CAHIS UFPEL

    DCE UNIP

    DCE Livre UNINOVE

    DCE FMU FIAM FAAM – Dina do Araguaia

    DCE MACKENZIE

    CES (Centro dos Estudantes de Santos e Região)

    DCE UNIITALO

    DCE UNICID

    DCE Livre da USP – Honestino Guimarães

    DCE FATEC

    DCE UFABC

    DCE UNIFESP

    DCE UNISO – Alexandre Vanuchi Leme

    DCE UNITAU

    DA CASPER LIBERO – Vladmir Herzog

    DA FDSBC

    DCE ANHANGUERA Campinas & Região

    DCE UNICAMP

    DCE UESPI

    DCE UFRJ

    DCE UFPI

    DCE UFGD

    Diretório central dos estudantes da UFRPE – Odjas Carvalho de Souza

    Diretório Central dos estudantes da UPE- Prof Paulo Freire

    DCE UFPA

    DCE UFOPA

    DCE UFRA

    DCE UNIFESSPA

    DCE UEPA

    DCE UNAMA

    DCE UFMA

    DCE UEMA

    DCE Estácio

    DCE UFAC

    DCE UFMT/SINOP

    DCE UFMT/VARZEA GRANDE

    DCE UNIFOR

    DCE UFC

    DCE Estacio CE

    DCE UFOP

    DCE UFU

    DCE UFJF

    DCE UFMG

    DCE UFRPE

    DCE UPE

    DCE Facig

    DCE Estácio Recife

    DCE Famasul

    DCE Unicap

    Diretório Central dos Estudantes da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) campus Grande Florianópolis

    Diretório Central dos Estudantes da Universidade federal da Fronteira sul

    DCE Fabeja

    DCE Facho

    DCE Fafire

    DCE UFERSA

    DCE UFES

    DCE da Unilab-Ce

    DCE José Montenegro de Lima-IFCE

    DCE Centec- Quixeramobim

    DCE Ciswal Santos – Fatec Cariri

    DCE da Faculdade de Juazeiro do Norte

    DCE IFRS Osório

    DCE UniCruz

    DCE ULBRA RS

    DCE Ideau Caxias do Sul

    DCE UFRN

    – DCE UFPI

    – DCE UFABC

    -DCE IFPI

    – DCE UFFS Erechim

    – DCE UFRGS

    DCE UFG

    Centro Academico de Letras – Francês UFAM

    Centro Acadêmico da Escola de Comunicação UFRJ (CAECO)

    DCE UFPR

    DCE UNIFACS

    CA de engenharia ambiental e sanitária do IFCE – Maracanaú

    CA de engenharia de controle e automação do IFCE – Maracanaú

    Centro Acadêmico Luísa Mahin – Pedagogia UFF/Angra

    Centro Acadêmico Manoel Moraes – Políticas Públicas UFF/Angra

    Centro Acadêmico do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades- Unilab/Ce

    Centro acadêmico de letras da Unilab/Ce

    Centro Acadêmico de Engenharia Mecânica do IFBA – Jequié

    DCE UESB – Jequié

    Centro Acadêmico de Letras Pedro Rodrigues Salgueiro – IFCE Campus Umirim

    Centro Acadêmico de Tecnologia em Alimentos-Fatec Cariri

    Centro acadêmico Batista Neto – Ciências sociais – UFC

    DCE FJN – Faculdade de Juazeiro do Norte

    Centro Acadêmico Nilo Peçanha – Gestão Pública IFSP

    Centro Acadêmico Centro Acadêmico de História Maurício Manoel de Albuquerque (CAMMA/UFRJ)

    Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Heloísa Manzano UFT – Porto Nacional

    Centro Acadêmico Cândido de Oliveira – (FND/UFRJ)

    • Centro Acadêmico de Gestão de Turismo- DE TODAS AS VOZES- IFCE CAMPUS CANINDÉ.

    DCE UPF

    – Diretório Acadêmico América Latina Livre IFCH UPF

    – Diretório Acadêmico Santo Agostinho Faculdade de Educação UPF

    – Centro Acadêmico de História Assentamento 10 de Abril – Universidade  Regional do Cariri

    – DCE UFV

    – Centro Acadêmico de Pedagogia UPE – Campus Garanhuns

    – Centro Acadêmico de Psicologia UPE – Campus Garanhuns

    -Centro acadêmico de História, CAHIS UFPI, Teresina.

    – CACOS Vladimir Herzog – UEPB

    – Centro acadêmico de Ciências Sociais UFPI

    – CAXIM|UFG

    –  DCE UFRJ

    – CAFIL UFCG

    – CA de Pedagogia UFCG

    – CA de Nutrição UFCG Cuité

    – DCE UFMT Cuiabá

    – CA de Ciência e Tecnologia da UFBA

    – DA de História da UNEB Campus IV (Jacobina)

    – Diretório Acadêmico Carlos Gomes – Faculdade de Artes e Comunicação UPF

    – Diretório Acadêmico de Física da UNICAP – Padre Machado

    – Diretório Acadêmico de História da UNICAP – Maria da Glória Dias Medeiros

    – DAFA U

    FRGS

    – CA Xico Sá de Jornalismo UFCA

    – CA de Matemática UFCG

    – Centro Acadêmico de Pedagogia – CAPED/UFPI

    – Centro Acadêmico de Letras Torquato Neto – CALTNe/UFPI

    -Centro Acadêmico de Moda, Design e Estilismo, CAMDE/UFPI

    -Centro Acadêmico de Enfermagem, CAENF/UFPI

    -Centro Acadêmico de Biologia, CABIO/UFPI

    – Diretório Acadêmico de História Tamires Suriel (DAHIS UFRRJ – Seropédica)

    – Diretório Acadêmico de Geografia (DAGEO- UFPE)

    – DCE UNISUAM

    – Federação do Movimento Estudantil de História – FEMEH

    – Centro Acadêmico Cromwell de Carvalho (CACC), Direito/UFPI

    – Centro Acadêmico de Física – CAFIS/UFPI

    -Centro acadêmico de História, CAHIS UFMG

    – DCE Unisãomiguel

    – Centro acadêmico de educação física, CAEF/UFPI.

    – DCE CEFET/RJ

    – CA de Linguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais CALEA CEFET/RJ

    – CAEng CEFET/RJ Campus Nova Iguaçu

    – Centro Acadêmico de Turismo – CAT CEFET/RJ Campus Petrópolis

    – Centro Acadêmico Afonso Ricardo Vaz – Física CAARV CEFET/RJ Campus Petrópolis

    – CA de Gestão de Turismo – CATur CEFET/RJ Campus Nova Friburgo

    – CA de Fisica – CAFIS CEFET/RJ Campus Nova Friburgo

    – Centro Acadêmico de Pedagogia – UFPA

    – Centro Acadêmico de Educação do Campo, CA – LEDOC/UFPI.

    – DCE UEZO

    – Centro acadêmico de farmácia – GALENOS DO OESTE/UEZO

    – CAHIS USP

    – CAHIS UEPA CAMPUS XI

    – Centro acadêmico de Engenharia Florestal, CAEF UFPI/CPCE, Bom Jesus-PI.

    – DCE Luis Travassos – UFSC

    – Centro Acadêmico de Arqueologia – CAARQ/UFPI

    – Diretório Acadêmico das Licenciaturas do IFSP – DALC

    – Centro Acadêmico de História- CAHIS UFF

    – CENTRO ACADÊMICO DE HISTÓRIA (CAHIS) – UFF NITERÓI

    – CAHIS Unimontes – MG

  • Future-se: Salto para o passado

    Future-se: Salto para o passado

    Neste episódio, a equipe do Chutando a Escada Podcast, recebe os professores Lucas Tasquetto (UFABC) e Maria Carlotto (UFABC) que falam sobre o Future-se, programa do governo federal para o desmonte das universidades federais brasileiras. Neste episódio, entenda para quem serve esta contrarreforma privatista, saiba quais são as armadilhas e ameaças presentes no projeto e chame o ministro Weintraub pelo o que ele realmente é: um mentiroso!

    Aperte o play no seu agregador preferido:

    Spotify – https://spoti.fi/2ymi2En
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    Website – https://bit.ly/2KkEmDI

     

    Participaram desse podcast:
    Filipe Mendonça – twitter.com/filipeamendonca
    Geraldo Zahran – twitter.com/gnz20
    Lucas Tasquetto – facebook.com/lucas.tasquetto
    Maria Carlotto – facebook.com/lucas.tasquetto

     

    Podcasts citados na abertura do episódio

    El Efecto • Carlos e Tereza (videoclipe) – https://bit.ly/2SVuft4

    Chute 056 – Educação Superior, direito ou negócio? – https://bit.ly/2KdtWpA

    Chute 079 – Cobrança de mensalidade nas universidades federais: para que e para quem? – https://bit.ly/2Ye0CJn

    Chute 111 – Balbúrdia nas Universidades Federais – https://bit.ly/2K5E05a

    #122 | Teologia de Boteco | Teologia no Café (ao vivo), com os ouvintes de São Paulo! – https://bit.ly/2YtYkBf

    Babel Podcast – https://spoti.fi/2KhFzeW

    Punho Podcast – https://spoti.fi/2Zx0PDS

    As Árvores Somos Nozes – https://bit.ly/2yucKGE

    *** Textos sobre o Future-se ***

    -Fernando Cássio (org.) ‘Educação contra a Barbárie’, Editora Boitempo (2019) – https://amzn.to/30WAEa0

    -Minuta do Projeto de Lei do Future-se – https://wp.me/a8QmEq-jx

    -Future-se: Leia a íntegra da proposta do MEC sobre mudanças na gestão das universidades federais, 17/07/2019, G1 – https://glo.bo/2JJlZbo

    -Weintraub propõe a universidade amordaçada, 23/07/2019, Maria Carlotto – https://bit.ly/2YdIr1J

    -Universidades: a “nova” estratégia do governo, 17/07/2019, Maria Carlotto – https://bit.ly/2YqAKcH

    -Fio do Daniel Cara: https://bit.ly/2NYW2Kd

    -Fio do Fernando Cássio: https://bit.ly/2K7W7aA

    -Danilo Tavares aponta os problemas da “consulta pública” do MEC: https://bit.ly/2GDHXf7

    -Roberto Leher (UFRJ), Análise preliminar do Future-se – https://wp.me/a8QmEq-jz

    -Future-se: a privatização da universidade ganha novo disfarce, 16/07/2019, Blog do Prof. Christian – https://bit.ly/2KduCv8

    -10 pontos negativos do projeto FUTURE-SE do Ministério da Educação, 17/07/2019, Lopo Guará – https://bit.ly/2YxWNOw

    Sonoras:

    Ministro usa chocolates para explicar bloqueio de recursos – https://www.youtube.com/watch?v=ozgLJzZeLRk

    PGR pede condenação do ministro da Educação, Abraham Weintraub – https://www.youtube.com/watch?v=Aa7L8aB6KXw

    Veja as polêmicas do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub – https://www.youtube.com/watch?v=59uYR3Y_E5w

    Trilha sonora:

    Another Brick in the Wall, Pt. 1 – Pink Floyd
    Back to the Future: Main Theme – Alain Silvestri
    Receita Pro Fracasso – Dead Fish
    Carlos e Tereza – El Efecto
    O dia em que a terra parou – Raul Seixas

  • MST de Mato Grosso apoia a luta dos professores estaduais

    MST de Mato Grosso apoia a luta dos professores estaduais

    A educação no Estado de Mato Grosso está em luta para cumprir sua missão, como apontamos em matéria recente publicada aqui nos Jornalistas Livres. Enquanto os professores da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT se preparam para a assembleia de sexta que vai analisar as propostas do “Fature-se” e se posicionar oficialmente quanto ao programa e os ataques pessoais do sinistro da educação à reitora Myrian Serra, os professores estaduais seguem em greve para o recebimento dos reajustes previstos em lei. Ontem, os profissionais ligados ao Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Estado – Sintep MT, ocuparam parte do prédio da Assembleia Legislativa para pressionar o governo a cumprir os compromissos assumidos com a categoria e receberam o apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST, conforme nota abaixo. É triste ver que o pior inimigo da educação no Brasil são os mesmos políticos que a cada eleição prometem prioridade ao setor. Não existe futuro sem educação de qualidade. Não é possível promover a educação de qualidade sem respeito, apoio e incentivo aos profissionais que trabalham no setor. É já passada a hora da população se organizar para defender seu futuro!

    As imagens dessa postagem foram feitas pelo fotógrafo Francisco Miguel 

     

    NOTA DE APOIO E SOLIDARIEDADE AO SINTEP MT

    QUEM LUTA, EDUCA.

    O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST de Mato Grosso, vem, por meio desta nota, reafirmar apoio e solidariedade aos/as trabalhadores/as da educação pública do Estado de Mato Grosso que estão em luta há quase dois meses, pelos direitos do povo de MT, especialmente da classe trabalhadora, para que se possa ter uma educação pública, gratuita e de qualidade, e para isso é necessário que tenhamos escolas dignas e que os/as trabalhadores/as da educação sejam respeitados/as e valorizados/as.

    O Governador Mauro Mendes e seu vice, Otaviano Pivetta, através de suas intransigências e intolerâncias, tem se mostrado verdadeiros protótipos do governo Bolsonaro quando se trata das leis que protegem os trabalhadores/as. A Secretária da Educação, Senhora Marioneide, nada mais tem sido do que “a cereja do bolo” (desde quando estava no governo anterior) servindo apenas de enfeite, pois todos nós sabemos que são os dois Senhores feudais dos tempos modernos que negociam para comandar a pasta da educação, conforme os seus interesses privados, os interesses dos empresários da educação e do agronegócio. Estes Senhores não têm demonstrado nenhuma intransigência quando se trata de conceder e concordar com os privilégios aos privilegiados de Mato Grosso.

    Foto: Francisco Miguel

    Estes Senhores feudais modernos são entreguistas, antipatriotas, capatazes das empresas estrangeiras que levam toda a nossa riqueza, deixando aqui apenas a destruição ambiental, o envenenamento do solo, da água, do ar, da fauna e flora que ainda resistem. E ainda, deixam aqui os miseráveis do campo e das cidades nas filas do desemprego, amontoados em bairros e comunidades rurais precários ou nas cadeias, quando não morrem pelas mãos do agronegócio, do tráfico organizado ou pelas mãos armada do Estado.

    Este Senhores feudais modernos do Governo de Mato Grosso têm sido covardes ao usar de recursos públicos para financiar a imprensa, jornais e programas de televisão, utilizando, de forma mais baixa, mentiras relacionadas à greve, a dados de salários dos professores e maquiando as contas públicas para falsear a arrecadação do Estado e dizer que estamos em crise. Este Estado nunca esteve tão bem na economia. O fato é que eles continuam dando privilégios a eles mesmos e seus pares. Continuam sugando os cofres públicos através de incentivos fiscais para os privilegiados, que são as empresas estrangeiras do agronegócio (empresas dos venenos), os fazendeiros (Pivetta, Maggi e outros), as empresas de mineração (Mauro Mendes e outros) e tantos outras empresas que se enriquecem com a exploração do povo mato-grossense e acabando com as nossas riquezas naturais, como o cerrado, a Amazônia e o pantanal.

    Aos/as combatentes em greve, saibam que estamos orgulhosos de vocês. Estão dando uma das melhores aulas de suas vidas para a sociedade de Mato Grosso, especialmente para os demais servidores públicos que estão na tática de ficar quieto achando que não serão atingidos pelas políticas dos protótipos do governo Bolsonaro.

    Nossos/as professores/as estão dando uma bela aula de enfrentamento ao Estado/agronegócio, com as mais variadas formas de lutas na tentativa de sensibilizar este governo que não tem mostrado nenhuma sensibilidade com os/as trabalhadores/as da educação pública e para com todos os estudantes e suas famílias que estão sendo atingidas pela greve devido a arrogância deste Governo de negar direitos adquiridos. Isso é típico de uma burguesia que governa com a cabeça nos EUA e Europa e de costas para o Brasil, fazendo aqui as suas merdas.

    Estimados/os companheiros/as, QUEM LUTA, EDUCA, pois coloca a nu os problemas que não são mostrados pela maioria da imprensa mercenária que temos em MT. Uma imprensa que aceita o papel de alienar o povo, colocando cortinas de fumaça para que o povo não veja os responsáveis por sua miséria. Esta é a melhor aula de nossas vidas pois mostra quem de fato oprime o povo.

    Foto: Francisco Miguel

    Conclamamos a toda sociedade mato-grossense a se unir e apoiar a greve dos professores/as e pressionar este governo de Senhores feudais modernos, pois o que está em jogo são os direitos da população mais pobre de MT e os direitos das futuras gerações.

    Mais uma vez, o MST reafirma sua total solidariedade ao SINTEP, a todos/as grevistas e a todas as formas de lutas que estão sendo travadas.

    Companheiros e Companheiras, o futuro à classe trabalhadora pertence.

    Basta de ataques aos/as trabalhadores/as.

    Educação não é mercadoria.

    Todos juntos rumo ao dia 13 de agosto.

    Pátria Livre! Venceremos!

    Direção Estadual do MST – MT

    Cuiabá, 24 de julho de 2019.

  • PM baiana trata com truculência movimento grevista das universidades estaduais

    PM baiana trata com truculência movimento grevista das universidades estaduais

    Carmen Carvalho e Karina Costa, especial para o Jornalistas Livres

    Em greve há quase 60 dias, os professores e estudantes das universidades estaduais baianas sofreram, na última quarta-feira (05/06), em Salvador, Bahia, com a truculência da Polícia Militar que tentou barrar a entrada dos manifestantes na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) para se abrigarem da chuva que caía na cidade. Cinquenta pessoas conseguiram entrar no prédio enquanto os demais foram obrigados a permanecer na parte de fora da instituição. Desde o dia anterior, o movimento grevista estava acampado em frente à Secretaria de Educação, que fica ao lado da SECTI, em protesto contra a falta de diálogo do governo Rui Costa (PT).

    “Entramos na Secretaria de Ciência e Tecnologia para nos abrigar e fomos recebidos pela Polícia Militar do governo Rui Costa de maneira ostensiva, violenta, sem compreender que nós, professores e professoras e alunos das universidades estaduais, não poderíamos continuar ao relento e na chuva”, desabafou a presidente da Adusb (Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano), Soraya Adorno.

    Os manifestantes acamparam em frente à Secretaria de Educação na terça-feira (04/06), quando foram realizar a plenária das universidades baianas “Em Defesa da Autonomia Universitária” e foram recebidos com os portões do prédio fechados, grades na entrada e a Tropa de Choque da PM na parte de dentro, além de quatro viaturas e policiais de uniforme e à paisana na parte de fora. Realizou-se então o ato na parte da tarde com falas de professores e estudantes que defenderam a educação pública no estado. O Fórum das Associações das Universidades Estaduais (FAD’s) tentou protocolar a contraproposta das quatro universidades no órgão. Isso, no entanto, não foi possível porque os funcionários se recusaram a receber o documento. Nem o secretário, Jerônimo Rodrigues, apareceu no local.  O Comando de Greve então decidiu por fazer uma vigília por meio de um acampamento no local em protesto contra o governo.

    “Hoje (05/06), amanheceu com chuva, as barracas alagadas, o terreno encharcado, e então resolvemos nos abrigar aqui (SECTI) e a polícia resolveu fechar a porta e nos pressionar. Estamos nos sentindo sitiados, a situação ainda é muito delicada, o governo não acena com uma tentativa de deixar as portas abertas e a entrada e saída livre para professores e estudantes”, relatou coordenador do FAD’s, André Uzeda.

    Além da pressão policial, os manifestantes acampados ficaram sem acesso ao banheiro no prédio. Segundo a professora da Uesb, Andrea Gomes, os professores e estudantes, em um primeiro momento, foram obrigados a fazerem as necessidades fisiológicas em vasilhames e descartá-las na porta da SECTI. E só as mulheres foram liberadas a saírem para usarem o banheiro químico e voltarem. Já os homens que saíssem, não poderiam retornar. “Nós somos funcionários públicos e estamos aqui em defesa do patrimônio público, em defesa das universidade, e a segurança do patrimônio, do prédio, é mais importante que as pessoas. Querem nos retirar daqui”, contou Gomes. “Estamos impedidos de usar o banheiro independente da situação, da idade, da condição. Todos impedidos, mas a gente improvisa. E ainda dizem defender as liberdades democráticas. Quanta contradição desse governo petista da Bahia”, disse a diretora da Adusb, Iracema Lima.

    http://https://youtu.be/KCxnKznCbqc

    Durante a madrugada, houve uma reunião entre os representantes do FAD’s, o comandante de Operações da Polícia Militar, coronel Humberto Sturaro,  os deputados estaduais Fabíola Mansur (PSB) e Hilton Coelho (PSOL), membros do movimento estudantil e o vereador de Salvador Marcos Mendes (PSOL) para a desocupação da SECTI e para marcar uma reunião de negociação entre o governo e o movimento. Às 4 da manhã de hoje (06/06), Alexandre Galvão, da Adusb, e Ronalda Barreto, da Aduneb, informaram que uma nova reunião com o governo foi agendada para às 12h, do mesmo dia. Segundo eles, a expectativa é que esse encontro defina os rumos do movimento grevista “avançando na pauta de reivindicações”.

    Ainda na madrugada de hoje (06/06), os manifestantes deixaram o prédio da SECTI e foram abrigados no campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Salvador, onde passaram a noite. Já pela manhã, os professores e estudantes se mobilizaram novamente em frente a Secretaria de Educação do estado, enquanto aguardavam o resultado da reunião entre representantes do governo e do Fórum das Associações das Universidades Estaduais (FAD’s), marcada para as 12h.

    A equipe de reportagem tentou ainda conversar via telefone com o secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues,  para saber qual o posicionamento dele sobre a maneira como a PM tratou os professores e estudantes, mas não obteve uma resposta.

    Greve

    A greve nas universidades estaduais baianas foi deflagrada oficialmente dia 9 de abril em três (Uesb, Uefs, Uneb) das quatro instituições e dia 15 entrou também a última que faltava, a Uesc. Desde então, conforme determina a lei de greve, permanecem em funcionamento 30% das atividades, no âmbito do ensino, da pesquisa e dos projetos de extensão e da parte administrativa. Na Bahia, atualmente, o quadro docente das UEBA’s é formado por 5.355 profissionais para atender a uma demanda de 46.127 estudantes, de acordo com dados do FAD’s.

    Os salários dos professores foram cortados pela segunda vez no dia 31 de maio e foram incluídas faltas nos contracheques. Só receberam aqueles que estão afastados para pós-graduação (mestrado ou doutorado) ou estão à frente de chefia de Colegiado de Curso ou de Departamento e de setores administrativos das universidades.

    Durante os quase dois meses de greve, já aconteceram reuniões entre o Fórum das Associações Docentes, que reúne representantes das quatro universidades, e a Comissão de Educação, que tem à frente os deputados estaduais Fabíola Mansur e Rosemberg Pinto. A última reunião foi no dia 26 de maio, domingo, quando estava presente também o Secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues. No entanto, até o momento, não houve avanço nas negociações em relação as três reivindicações principais do movimento grevista: mais recursos para as universidades, a reposição inflacionária das perdas salariais dos últimos quatro anos, que chegam a mais de 25%, e o respeito ao Estatuto do Magistério Superior.

    O governo, por meio dos seus mediadores no legislativo, Pinto e Mansur, sinalizou, em carta no dia 17 de maio, apenas com a devolução de 36 dos 110 milhões contingenciados entre 2017 e 2018 do orçamento das universidades. Esse valor então não significa mais investimento para o ensino superior, é uma restituição dos cortes anteriores. Além disso, também se propôs a dar andamento aos processos de promoção dos professores que estavam parados. Mas ainda é uma promessa, não houve nada concreto e não menciona as promoções e mudanças de modalidade de trabalho, de 40 h para dedicação exclusiva, as quais vários professores aguardam para conseguir. Sobre a questão salarial, nada foi apresentado. Nesse ponto, o governo Rui Costa se recusa a conversar. O Estatuto do Magistério Superior não foi mencionado. Quanto aos salários cortados dos professores, ficou assegurado que serão pagos a partir da apresentação do cronograma de reposição das aulas. E os interlocutores disseram ainda que só haverá uma mesa de negociação com a saída imediata dos professores da greve.

    “É um governo difícil de negociar porque ele não negocia, não deixa ninguém negociar e, quando negocia, não admite que é negociação e quer chamar aquela reunião de reunião informal.  Não assina documentos. Então a gente acha que é uma postura anti-sindical mesmo e de ataque a uma categoria que está em greve”, desabafou o coordenador do Fórum das AD’s.

     

     

  • No Congresso Nacional estudantes são agredidos e impedidos de questionar ministro da educação

    No Congresso Nacional estudantes são agredidos e impedidos de questionar ministro da educação

    O Ministro da educação se recusa a ouvir a opinião dos estudantes sobre os cortes na educação na reunião dos deputados, mesmo estes sendo convidados. O ministro disse que “Câmara não é lugar de estudante falar”, porém, as ruas ninguém cala.

     

  • CRÔNICA DE 15 DE MAIO

    CRÔNICA DE 15 DE MAIO

    Rodrigo Perez Oliveira, professor de Teoria da História na Universidade Federal da Bahia

     

     

    Escrevo este texto sob os impactos dos movimentos que construíram a greve geral da educação, em 15 de maio. Ações foram organizadas nas principais cidades brasileiras. Participei do ato realizado na região central de Salvador e acompanhei com cuidado o que aconteceu nas outras cidades através de relatos de amigos e da imprensa.

    Novamente, há guerra entre narrativas. A oposição de esquerda diz que a greve geral da educação é o início do fim do governo de Bolsonaro. O outro lado diminui a importância do evento. O presidente Jair Bolsonaro disse que os que estavam nas ruas eram “idiotas úteis manipulados por uma minoria”.

    Como acontece quase sempre, a sobriedade analítica nos convida a tomar o caminho do meio, o que não significa neutralidade. Há uma distância enorme separando a sobriedade da falácia da neutralidade.

    O 15 de maio de 2019 diz muito sobre o atual estágio da crise brasileira. Antes, uma breve contextualização com informações que são óbvias para o leitor do presente. Não serão óbvias para o leitor do futuro. A disputa pela memória já começou. A obviedade sempre é uma questão de localização histórica.

    No início de maio, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, determinou corte de cerca de 30% do orçamento da educação federal. Em um primeiro momento, o argumento era de natureza ideológica: as universidades foram acusadas de serem ineficientes (quando todos os índices dizem o contrário) e de servirem como palco para “balbúrdias” (leia-se, manifestações políticas de oposição ao governo).

    Como não poderia deixar de ser, a comunidade acadêmica reagiu. As mídias digitais foram acionados e as diversas entidades que representam interesses de professores, alunos e funcionários das instituições de ensino federais convocaram a greve geral para o dia 15 de maio.

    As ruas estavam cheias, bastante cheias. Naturalmente, os organizadores apresentam números ambiciosos, talvez inflacionados. De todo modo, foi o principal ato de mobilização desde o “Ele não”, que aconteceu ainda durante as eleições. Pela primeira vez o governo de Bolsonaro foi confrontado nas ruas.

    Dentro das possibilidades e considerando a gravidade da conjuntura, os ventos parecem ser favoráveis aos que estiveram nas ruas. Nem todos os grupos que formam o governo apoiam o ataque de Weintraub ao sistema de ensino federal.

    É que desta vez não se trata da simples redução de recursos, algo que todo o governo, cedo ou tarde, acaba fazendo. Já sabemos bem que em momentos de cobertor curto na economia, a educação é o primeiro setor a ter os pés descobertos.

    O PSDB, com o odiado ministro Paulo Renato (talvez não mais tão odiado assim), impôs dificuldades orçamentárias às universidades federais durante grande parte da década de 1990. Até mesmo Dilma cortou recursos da educação. Alguém aqui não lembra do ajuste fiscal de Joaquim Levy?

    Agora é diferente, muito diferente. O ataque é ideológico, puramente ideológico.

    O ministro está agindo assim porque faz parte de um grupo que se lançou numa guerra cultural contra as universidades. Olavo de Carvalho é o mentor intelectual dessa guerra. Desde os anos 1990, Olavo de Carvalho afirma que as universidades públicas brasileiras estavam tomadas pelo “marxismo cultural”. Agora, o guru da Virgínia acredita que chegou o momento de combater a tal doutrinação marxista.

    Para dinâmica política da crise, pouco importa se esse “marxismo cultural” existe ou não. Importa mesmo o que as pessoas acreditam, suas convicções.

    O núcleo ideológico, contudo, é tão somente um entre os diversos grupos que hoje disputam o governo por dentro. A tendência olavista é hegemônica, sem dúvida, mas não é única, tampouco está voando em céu de brigadeiro. Há adversários internos que não estão apoiando a guerra cultural.

    Nos últimos dias, percebendo a falta da apoio dentro do próprio governo, o ministro Weintraub mudou o discurso e passou a justificar o corte orçamentário com argumentos de natureza técnica: como a crise econômica não arrefeceu, o orçamento definido pelo governo anterior não pode ser cumprido. Se a reforma da previdência for aprovada e a economia apresentar sinais de recuperação, segundo o ministro, a verba contingenciada será liberada.

    A mudança na narrativa é, sim, sinal de recuo, e sugere que o ministro está reconhecendo que a guerra cultural olavista não tem eco em todos os grupos que sustentam o governo.

    O Congresso Nacional demonstrou isso com clareza.

    No dia 14 de maio, na véspera da greve geral, mais de 300 deputados aprovavam a convocação de Weintraub para sessão especial destinada, exatamente, a explicar os cortes na educação. Foi um constrangimento ao ministro e ao governo. Apenas as bancadas do PSL e do Novo tentaram preservar Weintraub.

    PMDB, DEM, PSDB, que são aliados do governo em outras agendas, como, por exemplo, a Reforma da Previdência, não saíram em defesa do ministro da Educação. Se quisessem, poderiam ter evitado a convocação. Não fizeram. Não fizeram porque não quiseram. Tá aí um indício de que a guerra cultural olavista é projeto forte dentro do governo, mas sua força se explica mais pelas convicções ideológicas do presidente do que pela real correlação de forças em Brasília.

    Politicamente, a insistência nessa jornada neomarcartista não é uma boa estratégia para Bolsonaro, isso se ele quiser, de fato, governar. Nada sugere que o presidente irá amenizar o discurso.

    As ruas também não são nada homogêneas. É possível sentir uma tensão no ar, algo que envolve a figura do ex-presidente Lula.

    Parece que se formou o consenso de que a pauta “Lula livre” e o protagonismo do PT agiriam como forças desmobilizadoras. Ora ou outra, alguém gritava um “Lula Livre”, mas a agenda oficial do movimento esteve claramente delimitada: defesa da educação e protesto contra a reforma da previdência.

    Talvez seja mesmo mais prudente agir assim. De fato, Lula e o PT poderiam funcionar como fatores de desmobilização da sociedade civil organizada. O problema é que existe também uma sociedade civil desorganizada formada por uma massa de trabalhadores ultraprecarizados e famintos. Pra essa gente, “aposentadoria”, “desenvolvimento científico” e “inovação tecnológica” não dizem muita coisa. Essas pessoas já não aposentam, pois morrem antes. Essas pessoas não estudam na universidade. São semiletradas.

    Essa é a base social do lulismo.

    Foram essas pessoas que lotaram Monteiro, no interior da Paraíba, em março de 2017, quando Lula inaugurou a obra de transposição do Rio São Francisco. Se tirar Lula da agenda significa não desmobilizar a sociedade civil organizada, significa também não mobilizar a sociedade civil desorganizada. É uma escolha difícil.

    Por enquanto, não dá pra saber o impacto político direto deste 15 de maio. Foi apenas o primeiro ato de um calendário de mobilizações que têm o objetivo de construir a greve geral dos trabalhadores, que está agendada para o dia 14 de junho.

    Mas foi bom participar, muito bom. Serviu, no mínimo, para melhorar o estado de espírito.