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  • Alerj celebra Paul Singer e o Dia Estadual e Nacional da Economia Solidária

    Alerj celebra Paul Singer e o Dia Estadual e Nacional da Economia Solidária

    Por Edison Corrêa para os Jornalistas Livres

    A Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular Solidária, presidida pelo deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), em parceria com o Fórum Estadual de Economia Solidária, promoveu hoje (13/12), no Plenário Barbosa Lima Sobrinho da ALERJ, uma sessão solene em comemoração ao Dia Estadual e Nacional da Economia Solidária. Na ocasião, foi entregue a 11 pessoas físicas, jurídicas e empreendimentos que se destacaram na luta pelo desenvolvimento deste setor o Diploma Paul Singer, instituído pela Resolução 716/2018.

    Os homenageados foram a Assessoria & Planejamento para o Desenvolvimento (ASPLANDE), o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), a Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), a ONG CAPINA, a FASE Assistência Educacional, o Centro de Ação Comunitária (CEDAC), o Fórum de Economia Popular Solidária de Petrópolis, Angélica Nagel Hullen, Coordenadora Municipal de Economia Solidária de Niterói, Ademar Bertucci (post morten), fundador da Associação Brasileira de Pesquisadores de Economia Solidária, Andréa Bello, ex-Superintendente de Economia Solidária da Secretaria de Estado de Trabalho e Renda (SETRAB) e Inês Pandeló, ex-deputada estadual e ex-presidente da Frente Parlamentar de Economia Popular Solidária da ALERJ.

    “Evidenciamos, com este evento, um campo da economia que movimenta centenas de milhares de pessoas. Destaco os princípios desta área específica: ela se organiza através do cooperativismo e associativismo, com preço justo e sustentabilidade na produção. Colocamos também, em voga, o legado de Paul Singer, que formulou as diretrizes da economia popular solidária”, afirmou Waldeck.

    De acordo com Maria José Fernandes, representante da Subsecretaria Nacional de Economia Solidária, o movimento ultrapassa a geração de emprego e renda, “Verificamos transformações de vidas”, ressaltou.

    Já Antônio Oscar, representante do Fórum Estadual de Economia Solidária, lembrou da autogestão deste setor. “É a democracia participativa que se mostra. Este diploma representa homenagear organizações históricas deste movimento social”, enfatizou.

    Na solenidade, estava presente a ex-deputada estadual Inês Pandeló, que recebeu o Diploma Paul Singer das mãos do deputado Waldeck. “Quero agradecer a Waldeck, que abraçou a luta da Frente Parlamentar de Economia Solidária na ALERJ me substituindo como presidente. Realmente houve muitos avanços no setor nesta gestão. Devemos ter em mente os ideais de convivência de Paul Singer para obtenção de uma sociedade melhor. Neles residem os objetivos dos participantes da economia popular solidária”, afirmou a ex-parlamentar.

    O vereador carioca Reimont, que preside a Frente Parlamentar de Economia Solidária na Câmara Municipal do Rio, também participou do evento. “É preciso formatar uma nova organização de sociedade. Por isso, cremos na economia solidária, que se organiza num espírito de comunhão. É necessário e urgente acreditar numa nova economia desprendida do capitalismo exacerbado”, discursou

    O economista e professor austríaco Paul Singer trabalhou, incansavelmente, o tema da economia solidária no Brasil, ajudando a criar a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP em 1998, assumindo o cargo de coordenador acadêmico desta incubadora, a primeira do país (atualmente existem mais de 100). A partir de junho de 2003, Singer passou a ser o titular da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego. Em 2011, ainda como Secretário de Economia Solidária, apresentou suas ideias a respeito dos bancos comunitários, acreditando que esses são instrumentos para a erradicação da miséria. No ano seguinte foi agraciado pelo Prêmio Personalidade Profissional 2012, na categoria Economia.

  • O maior terreiro do mundo na zona sul de SP: Festival Percurso 2018!

    O maior terreiro do mundo na zona sul de SP: Festival Percurso 2018!

    Feito para ser o #maiorterreirodomundo, o Festival Percurso 2018 – De Jardim a Jardim ocorre no próximo dia 09 de dezembro na Praça do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo (SP), com entrada gratuita para as mais de 40 diferentes atrações programadas para todo o dia. Também haverá um pré-festival de boas-vindas, o Perifa Talks, no dia anterior, sábado 08 de dezembro, das 10h às 17h30 no Cantinho de Integração de Todas as Artes (CITA), na  Praça do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.

    A organização do evento espera cerca de 10 mil pessoas no domingo e oferece uma programação que abrange crianças, jovens, adultos e idosos. A proposta é levar ao público atividades educacionais, de entretenimento e de geração de renda.

    Rincon Sapiênicia no Festival Percurso, no domingo, na Praça do Campo Limpo. Só vem! (Foto: Andreh Santos)

    Dividido por tendas, o festival é organizado pela Agência Popular Solano Trindade, que neste ano se une ao movimento De Jardim a Jardim, por meio da parceria com a associação C de Cultura. Essencialmente horizontal e feito há muitas mãos – com mulheres, jovens, idosos, artistas, pequenos empresários e profissionais de diferentes áreas –, o Festival Percurso acontece desde 2013 e prestigia talentos, fomenta a cultura e os negócios locais. Mas não só.

     

    O alcance do evento vai além da periferia e promove o encontro com públicos das regiões centrais da cidade. Todas as atividades serão realizadas num único local, a Praça do Campo Limpo, local de fácil acesso (bem ao lado do terminal de ônibus do Campo Limpo e numa reta só da avenida Prof. Francisco Morato e Estrada do Campo Limpo). Palco histórico de atividades culturais da Zona Sul, o local é berço histórico de saraus, eventos literários e de artistas como Racionais MCs, Criolo, entre tantos outros.

    A quinta edição do Percurso, cujo tema é #omaiorterreirodomundo, traz programação que reúne a ancestralidade dos povos de terreiro e indígenas à nova geração de visionários da periferia e fora dela. A arte e a cultura, assim, acabam por promover pontes sociais. Também fomentam a economia local.

     

    Thiago Vinicius, da Agência Solano e um dos organizadores do evento, ressalta que o Festival Percurso é a união de vários propósitos da Agência Solano, que tem como missão fortalecer a arte e a economia da região dos bairros do Campo Limpo, Capão Redondo e arredores da periferia da zona Sul de São Paulo.

     

    “O Festival traz a união das relações de produção, consumo e comercialização de serviços locais com a arte e a cultura da periferia e das regiões centrais. Tudo isso em harmonia com a sabedoria e os ensinamentos dos nossos mestres e ancestrais. Ao reverenciar nossos sábios também prestigiamos a caminhada que segue pelas novas gerações”, diz Thiago.

     

    O evento recebe neste ano atrações como Rincon Sapiência, Xaxado Novo, Tião Carvalho – comemorando os 40 anos de carreira – Bia Ferreira, Curumin, De Jardim a Jardim, Abôrigens, Mãe Beth de Oxum, de Recife (PE), Slam das Minas SP, Graja Minas e o Maracatu Nação de Kambinda, do Embu das Artes, homenageando a escritora, artista plástica, coreógrafa e folclorista brasileira, Dona Raquel Trindade.

     

    Haverá ainda um show que mescla três apresentações no mesmo palco para celebrar os encontros transformadores entre as periferias e o centro. A música “De Jardim a Jardim” fará a ponte entre o hip hop da banda Abôrigens, a Abô, da produtora cultural e social A Banca – que promove ações de impacto nas quebradas por meio da música – com o cantor, compositor e multiinstrumentista Curumin. A canção, uma composição colaborativa, é resultado de um intercâmbio de saberes e fazeres entre jovens de diferentes origens socioeconômicas de São Paulo promovido pela associação C de Cultura. No espetáculo, Abô traz a mistura do Dub, Rap, Reggae e Rock. Curumin, por sua vez, apresenta o repertório de “Boca”, seu elogiado quarto disco.

     

    A tradicional roda de samba Ajayô Samba do Monte vai celebrar seus 10 anos no festival e levará ao palco Raquel Tobias, uma das pioneiras a levar o protagonismo feminino ao samba, e representantes históricos da velha guarda das escolas de samba de São Paulo. Entre eles, estarão Seu Carlão, conhecedor das origens do jongo e do congado e um dos fundadores da Unidos do Peruche; e o compositor Silvio Modesto, da Pérola Negra, que já foi gravado por Bezerra da Silva e ainda acompanhou Cartola na gravação de seu último show ao vivo.

     

     

    O lema do Festival Percurso é Juventude Periférica, gerando renda, trabalho e desenvolvimento local, o que significa que a nossa visão de geração de renda está ligada ao desenvolvimento comunitário”, contou Alex Barcellos, produtor cultural da Agência Solano.

     

    De Jardim a Jardim

     

    C de Cultura

    O Festival Percurso abre as portas para o movimento De Jardim a Jardim, iniciativa promovida pelo C de Cultura, cujo objetivo é celebrar os encontros entre o centro e as margens da cidade. É um convite a um importante deslocamento, não apenas geográfico, mas cultural e de trocas humanas.

     

    “Nossa prioridade não é criar novos projetos nessas regiões, mas sim apoiar para promover o crescimento dos que já existem”, diz o psicólogo, músico e educador Ricardo Leal, atual presidente e sócio-fundador do C de Cultura. “Entendemos que quem já está lá trabalhando, vivendo e pensando aquele território tem muito mais a ensinar para nós. É um grande processo de troca”, completa Léo Mello, diretor da associação que também é pesquisador da cultura popular.

     

    Pensado para ser o #maiorterreirodomundo, o Festival na prática, vai fomentar a união que passa entre os povos através de diferentes vertentes musicais, culturas ancestrais e na economia, trazendo a ‘re-união’ do que há de mais bonito no Brasil: o conceito de agrupamento, de aquilombamento, transformando a Praça do Campo Limpo em um chão abençoado por mestres de religiões de matrizes africana e indígena. Nessa confraternização, o bastão dos sábios griôs será passado para as mãos da nova geração.

    O conceito  “De Jardim a Jardim” nasce da metáfora sobre a necessidade de encontro e troca entre as pessoas, independente do bairro onde moram e da realidade de vida de cada um, a arte será sempre capaz de aproximar todos, afinal, sempre há o que se aprender e ensinar, de ambos os lados.

     

     

    Confira a programação de algumas tendas e atividades

     

     

    PERIFA TALKS 

    No sábado, dia 8, a partir das 10h da manhã, o Festival Percurso promove o Perifa Talks com uma série de relatos de personagens inspiradores. Na Tenda dos Povos, que fica no Espaço Cita (Cantinho Integrado de Todas as Artes), na própria Praça do Campo Limpo, será possível presenciar os depoimentos sobre a vida, obra e a trajetória empreendedora de grandes referências em projetos de negócios, alimentação saudável, saúde mental, uso de ervas medicinais, empreendedorismo negro, protagonismo feminino, hip hop etc. Além das falas dos convidados, o diálogo estará aberto para a interação.

     

    Entre os participantes, estão Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta e a MC e a articuladora Nayra Lays, de 21 anos, que tratará da nova geração de mulheres artistas que estão emergindo das margens e ocupando todos os espaços. Mestre Aderbal Ashogun apresentará a importância da preservação e manutenção da cultura brasileira principalmente dos povos e comunidades de matriz africana.

     

    Ainda no sábado, logo após o Perifa Talks, às 19h, haverá a intervenção artística do Projeto Omodé, com música percussiva de atabaques, ganzás e agogôs tocados por jovens moradores da periferia da Zona Sul. A cultura afrobrasileira também estará presente na exposição fotográfica “O axé visível dos terreiros” que vai além da exibição de imagens. A exposição traz a provocação do que se pode ou não ser registrado dentro dos terreiros espalhados pelo Brasil. Os fotógrafos Fernando Solidade, Nego Júnior e Rogerio Pixote fundem a experiência do olhar fotográfico documental das periferias com registros feitos nas casas de axé.

     

    Também sábado, das 19h30 às 21hs, a Juventudo dos Terreiros estará reunida nos “Dialógos para o futuro”. Na sequência, o DJ Eduardo Brechó fará discotecagem da festa “Do tambor ao toca discos”.

     

     

     

    TENDA DAS YABÁS

     

    A Tenda das Yabás homenageia as mães-rainhas e os orixás femininos, exaltando a força artística das mulheres da periferia. Está confirmada a presença do coletivo União Popular de Mulheres, que desde a década de 1960 promove a emancipação e conquista plena dos direitos da mulher. Também está confirmada a presença da Aldeia Tenondé Porã, com intervenção artística do Coral Guarani, ao som de rabeca e violão.

     

    O espaço recebe também a Associação de Kung Fu Garra de Águia Lily Lau, de Taboão da Serra, apresentando o espetáculo Dança de Leão, do folclore chinês, para espantar maus espíritos e trazer sorte e prosperidade. A programação ainda inclui apresentação teatral com a companhia Satyros, apresentação musical e artística com Funk de Griffe, Graja Minas e poesia com o Slam das Minas SP.

     

     

    TENDA DOS ERÊS

     

    Pela primeira vez o evento conta também com a Tenda dos Erês, um espaço lúdico com o propósito de oferecer alegria, integração, cultura e valores humanísticos para o público infantil. Haverá jogos cooperativos, pintura indígena, oficinas artísticas, brincadeiras antigas e populares de povos do mundo, contação de histórias e clown.

     

    A atividade “Gestar, Parir e Cuidar em Percurso” ocorre a partir das 9h30 com diálogos sobre a gestação, assistência ao parto humanizado, pós-parto e perspectivas de atuação no atual contexto político. Haverá participação de doulas, profissionais de unidades de básicas de saúde, obstetriz, além de oficinas de dança materna, sling, cultura da amamentação e pintura de barriga. Entre outros convidados estarão, Ayê Coletiva, representantes do centro de parto humanizado Casa Ângela e o coletivo Mãe na Roda.

     

    Neste espaço ocorre também a exposição da fotógrafa Lela Beltrão, sobre partos naturais que em 2016 já esteve no Salão de Arte Contemporânea, no Carrossel Du Louvre, em Paris.

     

    TENDA DOS POVOS

    A Tenda dos Povos vai reunir uma comitiva de mais de 20 mestras e mestres de povos de terreiro, representantes da juventude camponesa, quilombolas e indígenas Guarani e Pataxó. A curadoria do encontro é do Mestre Aderbal Ashogun, sacerdote do candomblé, professor, artista, escritor e coordenador da rede Omo Aro Cia Cultural, que desde 1992 tem como prioridade a manutenção e o resgate do complexo cultural dos povos tradicionais de terreiros.

     

    Às 9 horas da manhã do domingo, haverá na tenda uma “roda de cura” chamada “Cânticos para a Mãe Terra”, conduzida por Mãe Beth de Oxum e o ogan Luiz Bangbala, o mais velho do candomblé do Brasil. O ritual do plantio de uma árvore de baobá será outro momento importante. A tenda recebe a presença de Raniere Costa, capoeirista, filho do Mestre Môa do Katendê. Ao meio-dia, um cortejo de afoxé percorrerá toda a praça para, então, abrir uma roda de capoeira que vai até as 13hs quando os tambores se aquecem para o Ajayô Samba do Monte.

     

     

    Feira Paul Singer

    O espaço de empreendedoras e empreendedores do Festival leva o nome professor Paul Singer, que fundamentou os princípios da economia solidária. A famosa feira da @agsolanotrindade ficará na Praça do Campo Limpo das 10h às 19h do domingo com novidades da moda, acessórios, artesanatos, produtos para decoração, etc. É um convite a quem quer adiantar as compras de Natal e ao mesmo tempo fortalecer a economia solidária.

     

     

    Alimentando Pontes

     

    O espaço “Alimentando Pontes” vai reunir no domingo, das 10h às 19h, chefs das periferias com chefs da região central de São Paulo na tenda Alimentando Pontes. Os encontros não serão apenas culinários mas, principalmente, de troca de experiências de vida e opiniões sobre a democratização do ato de comer bem. Ao som dos artistas da cultura periférica, em um ambiente descontraído, está confirmada a presença da chef Bel Coelho, do premiado restaurante Clandestino e apresentadora do programa Receita de Viagem (TCL Discovery). A chef Tia Nice, da Cozinha Criativa da Agência Solano Trindade, e o Mestre Aderbal Ashogun, sacerdote do candomblé, também vão cozinhar na tenda. O evento recebe também os chefs Edson Leite, do Gastronomia Periférica, a vegana Laila Mengarda e Luciano Nardelli, da premiada Carlos Pizza.

     

    Os chefs convidarão o público para uma experiência deliciosa, com um bom papo, apreciando uma cerveja artesanal da roça, o que é garantia de bom rango”, anunciou a organização.

     

    Gastronomia da periferia

    O Festival Percurso traz também mais de 30 tipos de empreendimentos gastronômicos de quituteiras de mão cheia, restaurantes e projetos relacionados à cultura alimentar. Além dos tradicionais tutu de feijão, baião de 2 e acarajés, a feira vai oferecer pastéis de panc (plantas alimentícias não convencionais), sorvetes e compotas gourmet e cervejas artesanais.

     

     

    Feira Campo & Perifa

    A conexão entre a roça e a periferia estará nas barracas de alimentos orgânicos vindos direto dos produtores, na venda de queijos, geleias, antepastos, mel, cosméticos naturais ou mesmo na troca de sementes. Mas não só. O espaço foi criado para difundir princípios de respeito e interação sustentável do ser humano com a natureza. Os expositores, alinhados à sabedoria da agricultura familiar e às boas práticas da permacultura, são especialistas no gerenciamento integrado dos ecossistemas naturais e vão estar disponíveis para interagir com o público.

     

    Serviço

    FESTIVAL PERCURSO 2018 – DE JARDIM A JARDIM

    Pré-festival dia 8.12 (sábado) das 10h às 22h

    Festival dia 9.12 (domingo) , a partir das 8h

    Praça do Campo Limpo: Dr. Joviano Pacheco de Aguirre, 30 – Jardim Bom Refúgio. Na zona sul de São Paulo, fica a 5 minutos do Terminal de ônibus Campo Limpo.

     

    COMO CHEGAR:

    De ônibus: Vários terminais de ônibus da cidade têm rotas que se conectam ao Terminal Campo Limpo. Exemplos: do Terminal de ônibus Pinheiros pegue a linha 809P-10 para chegar ao do Campo Limpo. Ao sair do Terminal Campo Limpo, siga à direita e caminhe por 500 metros.

     

    De metrô: Pela linha 5 do metrô, desça na estação Campo Limpo. A praça fica a 15 minutos do local pelas linhas de ônibus 343, 178 ou 245 ou 056 ou 178BI1 ou 587BI1.

     

    De carro: Da Zona Oeste da cidade, siga numa reta só pela Avenida Prof. Francisco Morato e depois pela Estrada do Campo Limpo. Pela Marginal Pinheiros, siga as indicações para Campo Limpo/Jd São Luís/Itapecerica, permaneça na Avenida João Dias até a Estrada da Itapecerica e Estrada do Campo Limpo.

     

    Mais informações sobre o festival podem ser obtidas no link: https://www.facebook.com/FestivalPercurso/

    www.festivalpercurso.com.br

     

  • Dez das inúmeras ideias que Paul Singer semeou

    Dez das inúmeras ideias que Paul Singer semeou

    (1)
    “… os economistas acadêmicos do mundo ocidental estão a nos azucrinar os ouvidos o tempo todo de que é devido ao rápido crescimento populacional nos países subdesenvolvidos que há neles um tremendo desemprego disfarçado.
    Dizem eles que este desemprego é fruto das elevações de salários, ou seja, do fato de que nos países subdesenvolvidos os salários são muito altos, devido a pressões políticas e sindicais.
    Na realidade, os salários em países não desenvolvidos não são elevados. Porém eles são considerados altos porque há desemprego.
    Aí se vê para que serve a teoria marginalista [ortodoxa]: para demonstrar que a responsabilidade pelo desemprego é dos trabalhadores que lutam por maiores salários.”
    Paul Singer (1979, Curso de Introdução à Economia Política, p. 41)

    (2)
    “A repartição do produto entre o ‘produto necessário’ [para que os trabalhadores vivam, se reproduzam, se qualifiquem, etc.] e o ‘excedente social’ [composto por lucros, juros e rendas fora do trabalho] se dá essencialmente pela luta de classes.
    Não existe nada de intrinsecamente econômico, ou ‘técnico’ como supõe a teoria marginalista [ortodoxa], na determinação do nível de remuneração do trabalho e portanto dp ‘produto necessário’.”
    Paul Singer (1979, Curso de Introdução à Economia Política, p. 34)

    (3)
    “A inflação passa a ser o pior inimigo das economias capitalistas, conforme pregava a crítica neoliberal ao intervencionismo governamental. Deixando de lado a fundamentação pretensamente científica de suas teses, a vantagem do neoliberalismo é que ele dá prioridade à estabilidade de preços em relação ao pleno emprego e favorece as classes de renda alta e média em detrimento dos mais pobres. Estas posições, fundamentadas numa atitude hostil perante o Estado (particularmente perante suas atividades de bem-estar social), tornaram-se majoritárias eleitoralmente em vários países… Acontece que 25 anos de prosperidade com pleno emprego tornaram as classes de renda alta e média majoritárias nos países capitalistas adiantados.”
    Paul Singer (2014, O que é Economia, p. 41-42)

    (4)
    “Como resultado [da perda de direitos dos trabalhadores e da instabilidade no emprego], ressurgiu com força cada vez maior a economia solidária na maioria dos países. Na realidade, ela foi reinventada. Há indícios da criação em número cada vez maior de novas cooperativas e formas análogas de produção associada em muito países. O que distingue este ‘novo cooperativismo’ é a volta aos princípios, o grande valor atribuído à democracia e à igualdade dentro dos empreendimentos, a insistência na autogestão e o repúdio ao assalariamento.”
    Paul Singer (2002, Introdução à Economia Solidária, p. 110-111)

    (5)
    “O MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Teto] conseguiu assentar centenas de milhares de famílias em terras desapropriadas de latifúndios improdutivos. O movimento decidiu que promoveria a agricultura sob a forma de cooperativas autogestionárias, dando lugar a outra modalidade de economia solidária no Brasil. Para realizar isso, ‘criou em 1989 e 1990 o Sistema Cooperativista dos Assentados (SCA). Passados dez anos de sua organização, o SCA conta com 86 cooperativas distribuídas em diversos estados brasileiros, divididos em três formas principais em primeiro nível: Cooperativas de Produção Agropecuária, Cooperativas de Prestação de Serviço e Cooperativas de Crédito’.”
    Paul Singer (2002, Introdução à Economia Solidária, p. 123)

    (6)
    “O salário não tem uma determinação econômica estrita, ele depende do equilíbrio das forças em presença no mercado de trabalho, sendo o mercado de trabalho o centro de toda economia social. Um dos aspectos rotineiros, diários, da luta de classe é precisamente a determinação e redeterminação do nível de remuneração do trabalho. É uma luta constante que se faz entre o conjunto dos assalariados e o conjunto dos empregadores e é desta luta que resulta o nível de remuneração que pode crescer ou não, dependendo precisamente das contingências desta luta.”
    Paul Singer (1979, Curso de Introdução à Economia Política, p. 34)

    (7)
    “Obviamente se tendências como estas se impuserem [conglomerados sob a forma de firmas-rede, que operam juntas sem se fundirem e democratizando o poder], estaremos diante de uma nova etapa do capitalismo ou, quem sabe, na primeira etapa de transição para além do capitalismo. Acresce a esta possibilidade o ressurgir do cooperativismo e do que genericamente se chama ‘economia solidária’ como resposta à crescente exclusão social produzida pelo neoliberalismo. A economia solidária é formada por uma constelação de formas democráticas e coletivas de produzir, distribuir, poupar e investir, segurar. […] Elas surgem como solução, algumas vezes de emergência, na luta contra o desemprego. Ocupações de fábricas por trabalhadores, para não fecharem, saõ semelhantes a ocupações de fazendas por trabalhadores rurais sem-terra.”
    Paul Singer (1998, Uma utopia militante: repensando o socialismo, p. 181)

    (8)
    “Na prática, isso [os ‘conselhos’ que as missões do FMI davam às economias mais fracas] significava que o FMI só concedia auxílio, isto é, empréstimos, aos governos que se comprometiam a pôr em prática medidas capazes de acabar com a inflação e o desequilíbrio no balanço de pagamentos. Essas medidas de controle monetário da inflação acabavam lançando o país em crise ou recessão econômica mais ou menos generalizada, que muitas vezes era atribuída exclusivamente às imposições do FMI. É óbvio que este [o FMI] era responsável, na medida em que não admitia nem se mostrava capaz de imaginar qualquer outra política que não fosse o monetarismo mais orotodoxo.”
    Paul Singer (2014, Aprender economia, 25. ed., p. 135)

    (9)
    “Portanto, as economias capitalistas atuais [em 1998], inclusive a brasileira, continuam sob regulação inflacionária. A preocupação em impedir que a inflação se descontrole continua comandando as políticas monetária e financeira e continua sendo o principal critério que justifica políticas fiscais restritivas. É muito provável que o desempenho da economia mundial esteja sendo tão decepcionante – as taxas de crescimento são cada vez menores, dos anos 1970 aos 1990 – porque os mercados financeiros autonomizados tẽm horror a políticas que consideram ‘inflacionárias’ e punem com a retirada de capitais os países cujos governos são suspeitos nesta matéria.”
    Paul Singer (2014, O que é Economia, 7. ed., p. 62)

    (10)
    “Para além do neoliberalismo, pode-se vislumbrar transformações sistêmicas do capitalismo em gestação. Por enquanto, empresa capitalista e democracia são antípodas. Estamos diante de um dilema histórico: ou a liberdade do capital destrói a democracia ou esta penetra nas empresas e destrói a liberdade do capital.”
    Paul Singer (1998, Uma utopia militante: repensando o socialismo, p. 182)