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  • Moro não quer dar voz ao ex-advogado da Odebrecht Tacla Durán

    Moro não quer dar voz ao ex-advogado da Odebrecht Tacla Durán

    Sérgio Moro negou requerimento dos advogados de defesa do ex-presidente Lula para que o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, fosse ouvido.

     

     

    A razão do pedido é que, conhecedor dos meandros dos sistemas da Odebrecht e do Meinl Bank Antígua, que também pertence à empresa, Duran afirmou com todas as letras que há extratos fraudados oriundos desses sistemas. Se tais extratos ou planilha estiverem sendo usados como provas, em qualquer processo, eles podem ser considerados nulos.

     

     

    Moro indeferiu porque a defesa não provou que Duran se envolveu com a transação específica de que Lula é acusado.

     

     

    Moro alegou ainda que a defesa não forneceu “o endereço da testemunha a fim de viabilizar a oitiva”, nem demonstrou “como ela poderia ser ouvida por videoconferência”.

     

     

    Para avaliar a importância do que Tacla Duran revelou, e ainda pode revelar, veja o vídeo.

     

     

    Veja a íntegra da decisão:

     

     

    DESPACHO/DECISÃO

     

     

    1. Apresentou a Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva a petição do evento 58, pleiteando reconsideração para oitiva de Rodrigo Tacla Duran.

     

     

    Indefiro, remetendo ao já fundamentado na decisão de 28/11/2017 (evento 49), entre as razões a ausência de qualquer elemento probatório mínimo que indique envolvimento específico dele nas operações que constituem objeto da presente ação penal, especificamente no suposto pagamento por fora de parte do preço do imóvel na Rua Doutor Haberbeck Brandão, 178, São Paulo/SP, matrícula 188.853 do 14a Registro de Imóveis de São Paulo em favor do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

     

     

    Além disso, mesmo tendo sido consignado na decisão que é ônus da Defesa indicar o endereço da testemunha a fim de viabilizar a oitiva ou ainda que é o seu ônus demonstrar como ela poderia ser ouvida por videoconferência, persiste a Defesa em não cumpri-lo, pretendendo transferir esse ônus ao Juízo, o que é inapropriado.

     

     

    Então, descabe revisão do decidido, máxime quando a Defesa insiste em não cumprir o seu ônus.

     

     

    Quanto ao depósito do depoimento de Rodrigo Tacla Duran na CPMI da JBS, defiro por ora a juntada.

     

     

    2. Juntada a resposta da Receita Federal ao ofício do evento 39 (evento 42).

     

     

    Promova a Secretaria a juntada, se possível, do conteúdo da mídia encaminhada (evento 42) diretamente no processo eletrônico.

     

     

    3. Ciência ao MPF e às Defesas cadastradas desta decisão.

     

     

    Curitiba, 07 de dezembro de 2017.

     

  • Tacla Durán denuncia ilícitos na Lava Jato

    Tacla Durán denuncia ilícitos na Lava Jato

    Advogado de várias empreiteiras, Odebrecht entre elas, Rodrigo Tacla Durán revela que entrou na mira da força-tarefa da Lava Jato, possivelmente, porque os procuradores vislumbravam obter o alto volume de informações que ele detém. Um ano após o acordo de delação de diretores da UTC Engenharia, dois deles fizeram um “aditivo” à delação e afirmaram que o advogado gerava caixa dois para a empresa: ele receberia honorários da empresa e devolvera em dinheiro vivo, na garagem da empresa.

    Com base nessa delação, os procuradores da Lava Jato abriram um processo de investigação contra Durán. Vendo que precisaria de um advogado para acompanhar o caso, ele optou, a princípio, por contratar um advogado de São Paulo. Foi aconselhado a contratar alguém de Curitiba que teria mais “familiaridade” com as autoridades locais, o que poderia resultar em melhores resultados. Durán acatou o conselho.

    O escolhido foi Carlos Zucolotto, advogado com escritório em Curitiba e sócio da esposa de Sérgio Moro. Durán afirma que já tinha usado os serviços de Zucolotto em ocasiões anteriores a essa sua questão pessoal na Lava Jato. Feito o contato, Zucolotto teria conversado com os procuradores da força-tarefa da Lava Jato e conseguido encaminhar um acordo de delação premiada. Durán afirma que Zucolotto teria conseguido reduzir a multa de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões, mas teria que pagar US$ 5 milhões “por fora” a título de honorários.

    Durán, no entanto, resolveu não aceitar os termos da delação premiada porque ela imputava a ele crimes que não havia cometido. Ele afirma que as tratativas do acordo de delação premiada pareciam muito mais uma extorsão. Diante do risco de ser mais um dos “presos preventivamente” da operação Lava Jato e da ameça, que disse ter sofrido, de envolverem sua irmã, também advogada, nas investigações, ele decidiu mudar-se para a Espanha com toda sua família.

    Ele usou sua dupla cidadania para se defender das prisões, “abusivas e ilegais” em sua opinião, que vêm ocorrendo no Brasil. As autoridades brasileiras entraram com pedido de extradição e Durán ficou preso, naquele país, por 72 dias. Ao final, a extradição foi negada. A Espanha requereu que os documentos fossem enviados para lá, o que, segundo Durán, ainda não aconteceu, embora o Ministério Público já tenha autorizado a remessa.

    Durán falou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, na quinta 30/11, que investiga a JBS. O vídeo que apresentamos é um resumo com as principais declarações de seu depoimento de quase quatro horas aos deputados e senadores brasileiros. A fonte do vídeo é a transmissão da TV Senado.