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Tag: Cristiano Zanin Martins

  • Promotor que chamou Lula de “encantador de burros” é condenado em R$ 60 mil

    Promotor que chamou Lula de “encantador de burros” é condenado em R$ 60 mil

    O promotor de Justiça de São Paulo, Cássio Roberto Conserino foi condenado a pagar indenização de R$ 60 mil por danos morais ao ex-presidente Lula por causa de um post no Facebook.

    A decisão foi proferida pelo juiz Anderson Fabrício da Cruz, da 3ª Vara Cível da Comarca de São Bernardo do Campo (SP), em ação ajuizada por Lula sob alegação de que o réu abusou das prerrogativas do cargo de promotor de Justiça para poder assumir as investigações sobre o caso Bancoop, sem observar o princípio do Promotor Natural. O pedido cita uma entrevista concedida por Conserino à revista Veja.

    A defesa do ex-presidente, feita pelo advogado Cristiano Zanin Martins, do Teixeira e Martins Advogados, também pediu indenização por danos morais por uma publicação feita no Facebook do réu. Segundo o pedido, que queria indenização de R$ 1 milhão, as informações divulgadas demonstraram a intenção de perseguição pessoal e motivação de abalar os direitos da personalidade de Lula.

    Cássio Conserino alegou que não houve qualquer violação ao princípio do Promotor Natural no caso, como reconhecido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e pela Corregedoria Geral do Ministério Público do Estado de São Paulo. Sobre as declarações dadas à Veja, o promotor confessou que houve excesso e eventual malícia, mas por parte do entrevistador. A publicação na rede social foi justificada como uma “piada ou brincadeira”.

    Ao julgar o caso, o juiz Anderson da Cruz entendeu que a imagem compartilhada pelo réu teve a “nítida intenção calculada e provocativa de humilhar, menoscabar e desprezar”. Segundo o magistrado, foi um “conteúdo ofensivo, pejorativo e injuriante que atinge a honra e a imagem do autor e de qualquer outra pessoa na mesma situação, já que a figura do “Burro” é notoriamente associada à falta de inteligência”.

    Segundo a decisão, a publicação é um insulto capaz de ofender a honra subjetiva do ofendido e não de uma mera piada, “o que deveria ser do conhecimento de um experiente integrante do sistema de justiça”, conforme disse o juiz.

    “Ora, pessoas públicas como o autor, especialmente aquelas ocupantes de cargos públicos de natureza representativa, estão sujeitas a críticas e a um escrutínio mais severo dos demais cidadãos, entretanto, essa mitigação dos seus direitos de personalidade tem limites, não sendo possível que o exercício do direito de crítica transborde para a difamação e a injúria como parece que, desafortunadamente, vem se tornando a regra em nossa sociedade”, destacou o magistrado.

     

    Responsabilidade do Estado

    A respeito da parte do pedido da defesa de Lula que reclamava pela postura do promotor, o juiz afirmou que o Código de Processo Civil, em seu artigo 181, prevê “que os membros do Ministério Público responderão, quando agirem com dolo ou fraude no exercício de suas funções, apenas em ação regressiva”.

    “Ademais, os integrantes do Ministério Público são depositários da imunidade judiciária pelos atos praticados no exercício da sua atividade funcional, isto é, são invioláveis pelas opiniões ou manifestações lançadas durante seu mister”, disse Cruz ao afastar a possibilidade do réu responder diretamente pelos atos em sua atividade funcional.

    Ofensas anteriores

    O juiz lembrou que o promotor réu é reincidente na violação dos direitos da personalidade alheios e que já foi condenado a indenizar por danos morais no valor de R$ 20 mil em uma decisão da 6ª Vara Cível de Santos (SP). “Entretanto, aparentemente, a referida condenação não surtiu o efeito pedagógico esperado”, disse ao decidir que Cássio Roberto Conserino deve indenizar o ex-presidente Lula em R$ 60 mil.

    Clique aqui para ler a decisão.
    Processo 1000387-62.2017.8.26.0564

  • PT promove debate sobre violações da Lava Jato

    PT promove debate sobre violações da Lava Jato

    Sexta-feira, 24/03, o Partido dos Trabalhadores realizou o debate “O que a lava jato tem feito para o Brasil”. O evento teve como objeto expor o panorama político e midiático que o Brasil está vivendo, a maneira “parcial” como a operação é conduzida e a perseguição excessiva ao ex-presidente Lula.
    O seminário contou com a presença de nomes importantes do PT, como o ex-prefeito Fernando Haddad, o vereador Suplicy,  o ex-ministro da saúde Alexandre Padilha, os senadores Gleisi Hoffmann, Lindberg Farias, entre outros políticos. Participaram jornalistas renomados como Mino Carta e Fernando Morais.
    A primeira parte do pleito foi conduzida pelo presidente do partido, Rui Falcão, e especialistas como os advogados Valeska Zanin Martins e Cristiano Zanin Martins, enfatizaram a importância dos governos Lula e Dilma para a independência do Ministério Publico brasileiro, destacando-se como exemplo internacional de combate a corrupção e transparência, e criticaram a maneira “parcial” como a Lava Jato é conduzida e que a investigação possui processos sem legitimidade. Também participou o professor de Direito Constitucional da PUC-SP, Pedro Serrano, que apresentou informações acadêmicas esclarecendo a teoria e prática do estado de exceção e como esse movimenta- se em um governo até torna-lo um poder ‘desconstituinte’. O acadêmico Luiz Belluzzo, evidenciou a importância das indústrias brasileiras e fez um panorama das consequências econômicas acarretadas pela disputa política e como esse processo está caluniando as Empresas estatais.


    A segunda etapa do pleito foi iniciada pelo ex-presidente do clube de engenharia, Raymundo de Oliveira e José Maria, presidente da FUP, Federação Única dos Petroleiros. Ambos enfatizaram a Petrobras como o maior instrumento para a retomada da economia, e que a produção de óleo com o governo do pt teve investimento seguido de lucro e empregos, chegando até 450 mil trabalhadores. Oliveira destacou o Brasil como um país sem projeto de nação, conduzido por crises e acontecimentos. Oliveira referiu-se ao notório crescimento do Brasil junto ao BRICS e que a Petrobras como o maior instrumento para a retomada da economia. Também disse que a corrupção deve ser combatida, mas sem interferir nas empresas nacionais, com o objetivo de quebrá-las.
    Em seguida falou o jornalista e escritor do blog “Nocaute”, Fernando de Moraes que, comparou o governo Temer com o período da ditadura militar, pois censura a mídia independente enfraquecendo o direito a informação, expõe e investiga de maneira exagerada os políticos e jornalistas que criticam o governo, além de subornar a os veículos de grande circulação. Repudiou a prisão coercitiva de Breno Altman e do blogueiro Eduardo Guimarães. O editor da revista “Carta Capital”, Mino Carta, esclareceu que a lava jato foi a primeira alavanca do golpe, pois preparou o caminho para concretizá-lo, para depois arruinar Lula e o Partido dos Trabalhadores.  O jornalista citou a discórdia entre Gilmar Mendes e Rodrigo Janot, e que a operação também compromete partidos como PSDB e PMDB.

    “Eu tenho preocupação com a democracia”

    O encerramento do debate foi feito por Lula, que emocionado, disse das perseguições e difamações injustas que ele e sua família sofrem por causa da operação Lava Jato. O ex- presidente afirmou sua inocência e criticou a conduta do juiz Sérgio Moro e o assédio excessivo da mídia brasileira, dizendo que esses possuem o mesmo perfil do golpe. Lula também citou a prisão coercitiva do jornalista Eduardo Guimarães.