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  • CIDH vai a Bolívia ouvir vítimas

    CIDH vai a Bolívia ouvir vítimas

    A Comissão Interamericana de Direitos Humanos esteve nos dias 24 e 25 de Novembro na Bolívia visitando as algumas áreas, e recebendo denúncias da população. O Secretário- Executivo da CIDH, Paulo Abrão foi pessoalmente ao local.

    O Massacre na Bolívia

    Em nota divulgada no dia 20.11, o organismo vinculado à OEA (Organização dos Estados Americanos), condenou a ação das Forças Armadas e policiais na repressão aos protestos realizados no país, e classificou como “inadmissível” o decreto da autoproclamada presidenta Jeanine Áñez que visa eximir de responsabilidade penal os militares que participem das matanças.

    Além disso, o comunicado também adverte sobre “as ameaças dirigidas a líderes do governo anterior, parlamentares e dirigentes sociais” ligados ao partido MAS (Movimento ao Socialismo), assim como “a funcionários e dirigentes de instituições independentes do Estado, como os organismos nacionais de promoção e proteção aos direitos humanos”.

     

    Mais na nota oficial:

    http://www.oas.org/es/cidh/prensa/comunicados/2019/301.asp?fbclid=IwAR2db8GDwY8rvKt3zyme_mXxlSPx9T489KCXiIH3NSw5RXSyHbZaAc4MqME

     

     

  • Coalizão de movimentos apresenta denúncia contra flexibilização de armamento

    Coalizão de movimentos apresenta denúncia contra flexibilização de armamento

    Em denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) uma coalizão de movimentos de representantes da população negra e da sociedade civil solicitou posicionamentos sobre as propostas de flexibilização e liberação de posse e porte de armas do governo Bolsonaro.

    Formada por diversos movimentos, entre eles Educafro, Frente Favela Brasil, Geledés, Instituto Marielle Franco, Mandata Quilombo da Deputada Estadual Erica Malunguinho, MNU – Movimento Negro Unificado, Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio, Renafro, Uneafro e Unegro. No total o documento conta com 63 assinaturas.

    Ele descreve o contexto político e social, com ênfase aos aspectos socioeconômicos e étnicos, e como o projeto pode afetar o estado de violência nas cidades brasileiras. O decumento foi elaborado por conta da preocupação de que “a adesão à políticas armamentistas que propiciam a facilitação da posse e do porte de armas de fogo representam importante impacto à segurança pública e radical ameaça à vida de milhares de cidadãos e cidadãs brasileiras, sobretudo da população negra e pobre, alvo preferencial da violência letal em nosso país”.

    Reforçando o impacto que o projeto pode ter o documento também coloca que, de acordo com o Atlas da Violência elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), a no país entre “2016 e 2017, o número de pessoas assassinadas com armas de fogo cresceu 6,8%. O ano de 2017 chegou à assombrosa marca de 65.602 mil pessoas assassinadas no Brasil, 72,4% (47.510 mil) delas foram mortas por arma de fogo. As vítimas principais desta violência são, tragicamente, a população jovem e negra, 75,5% das vítimas de homicídio no Brasil”.

    O documento destaca os decretos que considera os mais impactantes “foram editados 7 decretos, sendo que os mais graves foram os de 07 e 21 de maio, pois aumentaram as categorias profissionais que poderiam portar armas para 19, aumentaram o número de munição de 50 unidades para 5 mil unidades por ano, aumentaram o prazo de porte de 5 para 10 anos e também aumentaram a potência cinética das armas de 400 joules para 1620 joules, passando a permitir ao cidadão comum o uso de armas que anteriormente era restrito somente às forças armadas”.

    A denúncia termina com solicitações à CIDH, entre as quais,

    • Seja emitido posicionamento público contrário às medidas aqui denunciadas;
    • Sejam enviados observadores internacionais para acompanhar os trâmites destas propostas nas comissões e nas votações em plenário do Congresso Nacional;
    • Seja estabelecido um canal de diálogo permanente com o movimento negro brasileiro.

    Flexibilização

    No dia 20/05 o presidente Bolsonaro publicou três decretos sobre armas no Brasil. Os três textos (Decretos Nº 9.845, Nº 9.846 e Nº 9.84) dispõem sobre a compra, a posse e o porte de armas para civis e caçadores, colecionadores e atiradores. Os três textos reformulam a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (o Estatuto do Desamamento), que tratava dos dispositivos de compra, posse e comercialização de armas de fogo e munição e sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm). As mudanças aumentam o número de munições e os calibres acessíveis, além do número de armas e os tipos que uma pessoa pode comprar.

    Em conjunto com os decretos o Congresso também tem tramitando dois projetos de lei que tratam de posse e porte de armas de fogo para residências e domicílios em áreas rurais. O PL n° 3715 muda a compreensão do espaço definido para o porte e aumenta o que é considerado como residência ou domicílio, que agora “compreende toda a extensão do imóvel rural”. Já o PL n° 224 permite que maiores de possam comprar armas de fogo. Ambos foram aprovados no dia 26/06 na Câmara e no Senado, respectivamente.