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  • VIDA NORMAL EM CARACAS!!!

    VIDA NORMAL EM CARACAS!!!

    Por Laura Capriglione, de Caracas

    Percorremos o centro de Caracas, capital da Venezuela, nesta segunda-feira, 25 de fevereiro. Vida normal. Escolas funcionando, comércio funcionando, ônibus e metrô operando.

    Não há enfrentamentos nas ruas, situação e oposição expressam-se livremente nas conversas no metrô, no bar ou na frente do mercado central. Vê-se pouca polícia andando pelas calçadas ou em viaturas –é muito menos do que em qualquer grande cidade brasileira.

    Nada se vê que remeta _ainda que remotamente_ à idéia de uma Ditadura, como gosta de acusar a grande imprensa brasileira, irresponsavelmente …

    Também não há desabastecimento na cidade. Supermercados apresentam variedade de gêneros e as gôndolas estão cheias. Nas farmácias, as prateleiras com produtos de higiene, beleza e limpeza estão bem supridas.

    O problema são os preços das coisas. A Venezuela sofre com uma carestia gravíssima. Enquanto o salário mínimo mensal está fixado em 18.000 bolívares (R$ 20), apenas um quilo de açúcar custa 12.000 bolívares ou R$ 13 no supermercado.

    O resultado é que nenhum venezuelano pode dar-se ao luxo de ter apenas uma fonte de renda. É o trabalho e um bico; o bico e um parente no exterior enviando dinheiro de fora… O próprio governo admite que este é o seu ponto fraco.

    Curiosamente, pelas ruas não se veem as pessoas jogadas, como em São Paulo, nem tampouco chafurdando nos lixos. Nem criancas seminuas, nariz escorrendo, sem esperança, na vala do desespero. Isso tem a ver com a construção de 3,5 milhões de casas pelo programa Missão Vivenda (o Minha Casa, Minha Vida deles), e com a solidariedade popular.

    Veja o vídeo e tire suas conclusões. Todas as imagens foram captadas no dia 25 de fevereiro.

    https://youtu.be/YH5eEEsdzZs

     

  • Reinventando a Revolução

    Reinventando a Revolução

    Acontece em Caracas esta semana o Laboratório Criativo Facção que reúne artistas, ativistas e militantes da Venezuela e de outros países da América Latina para reinventar em comum as narrativas e a estética da revolução.

    Determinadas a aprofundar a construção do poder popular em nosso continente, diversas organizações latino-americanas estão presentes na capital venezuelana para defender as conquistas sociais desta década que colocou nossa região na vanguarda mundial da redução de desigualdades e impactou diretamente na vida da maioria do povo pobre condenado historicamente à exclusão.

    O século XX concentrou populações em grandes metrópoles, num modelo absolutamente insustentável de grandes cidades cujo esgotamento é mais que evidente. Por isto mesmo o século XXI nos exige a máxima criatividade para postular novos modelos de vida comum e novas formações urbanas e rurais, capazes de assegurar não só a sustentabilidade ambiental como também a felicidade humana e o gozo da experiência do tempo na vida dos seres humanos.

    Diferente daqueles que vêem na revolução bolivariana uma materialização do passado, o que se tece na Venezuela são redes comunais de uma nova organização social, democrática e ambientalmente sustentável.

    É verdade que a ignorância e o desconhecimento alimentam vários preconceitos em relação à revolução na Venezuela. O processo iniciado por Chávez, além de material, é afetivo, estético e cultural. Complexo e imperfeito, como é imperfeito tudo o que é humano.

    Diante da crise que caracteriza este início de século, o chavismo comunal torna-se uma alternativa de futuro. Novos imaginários políticos para uma nova humanidade.