[GO] Show privado e censura ao artista marcam o FICA 2016

Walacy Neto, do Coletivo Zé Ninguém, especial para os Jornalistas Livres.

O Festival de Cinema e Arte Ambiental (FICA) é um dos grandes festivais do Estado de Goiás. A edição deste ocorreu no último fim de semana, na Cidade de Goiás, e foi marcada por protesto e censura por parte dos organizadores. Um desses episódios foi a apresentação do músico Daniel Jobim, filho do maestro Tom Jobim. O show foi amplamente divulgado na programação mas foi realizado em um espaço pequeno e restrito. O público que chegava ao local era avisado que não poderia entrar e que poderiam assistir o show de um telão que seria instalado do lado de fora. Ao final o equipamento apresentou falhas e não foi utilizado. A apresentação teria custado aos cofres públicos R$ 400 mil.

A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seduce) informou em nota que o músico recebeu um cachê simbólico de R$ 7 mil e também declarou que o show estava acertado com antecedência. Outra justificativa dada foi de que a apresentação teria ganhado grandes proporções após a participação do músico nas Olimpíadas 2016 e que o própria artista teria escolhido o formato “intimista”. Na última frase da nota a secretaria explica que o som era perfeitamente audível da calçada.

Fora Temer

Durante outra apresentação musical do evento na quarta-feira (17) a banda Candieiro Voador foi retirada do palco durante a apresentação após o vocalista protestar contra o governo interino. Depois de expulsos os músicos foram abordados pelos organizadores que questionaram o grupo dizendo “vocês falaram né?”. Um espectador, afirmou que um membro da produção foi escalado e ficava no canto do palco dizendo aos artistas “não é pra falar, é pra cantar”.

Apesar de ser considerado um dos maiores festivais do Estado, o FICA vem sofrendo com cortes ano após ano. O maior foi no ano passado quando a atual secretaria, Raquel Texeira, cortou 50% do orçamento e acabou com as apresentações nacionais que encerravam a semana. Na época a justificativa trazia que os shows tiravam o foco da programação voltada para o cinema.

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