Jornalistas Livres

Categoria: Entrevista

  • Conheça ClarinhaMar, jovem poeta PcD que fala de enfrentamento e persistência

    Conheça ClarinhaMar, jovem poeta PcD que fala de enfrentamento e persistência

    ClarinhaMar falava de enfrentamento, de vida, de persistência, de ponto e vírgula. Postei o vídeo no meu face e a repercussão foi enorme. Resolvi pesquisar até encontrá-la. E a encontrei no Instagram @ClarinhaMar. Essa é a entrevista dela, mulher, poetiza, universitária e palestrante que fala de muita coisa. Podemos encontrá-la também no Facebook Clara Marinho.

    Por Janete Chargista, especial para os Jornalistas Livres.

    E aqui uma canja da poesia que ClarinhaMar recita:

    “O Oceano do Mundo Concreto
    Nada sei dizer sobre grandes egos

    De grandes feitos meu corpo tem vão
    Não me atrevo a contar do que sou cego
    Nessa sombra feita clara ilusão
    Nunca entendi, mas sempre me calaram

    Minha sã poesia não diz de amor
    Deste, todas as bocas já falaram
    Crucifixo de corações, torpor
    E do oceano que sobrevivi

    Tão real que me dói imaginar
    Mundo, fel de ódio num doce servir
    Tua boca fala do vazio, teu ser

    E meu oceano se deixa afogar
    Na palavra que luta com o morrer.”

    Veja abaixo a entrevista exclusiva com ClarinhaMar

    Veja mais entrevista da Janete Chargista: Delegado Antifascista Fernando Alves

    Veja mais: Carta Denúncia, por Helena Zelic



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  • Fim do isolamento no ABC é política, diz ex-prefeito de Santo André

    Fim do isolamento no ABC é política, diz ex-prefeito de Santo André

    Nos últimos dias temos presenciado uma briga no ninho tucano da grande São Paulo, o motivo é o relaxamento da quarenta. Os prefeitos tucanos vem reclamando da falta de diálogo entre o governo estadual e as prefeituras do ABC. Parte dessa briga se dá pelo mau estar causado pelo pronunciamento do Prefeito da Capital, Bruno Covas, que pretende para os próximos dias implantar um relaxamento progressivo da quarentena e conta com apoio do Governador do Estado, João Dória também tucano.

    Ao compararmos estatisticamente os números das cidades do ABC e a capital, números referentes ao COVID19, existe certa semelhança referente ao isolamento social. Enquanto na Capital Paulista o isolamento social mobilizou 53% da população, a região do ABC alcançou 50%. *

    As semelhanças param quando passamos das estatísticas e pensamos em indivíduos, histórias de família e amigos. a região do abc é considerada atualmente um epicentros de proliferação do COVID19 na região sudeste, com números que pedem atenção, são 1073 infectados e 763 óbitos, algo próximo de 8% dos casos. Vale lembrar que somados a esse número, mais de 16 mil ainda aguardam os resultados dos testes.

    A prefeitura de Santo André prometeu 100 mil testes desde o início de maio e até agora, o que podemos notar é apenas propaganda, muito menos que 10% da população foi de fato testada. A briga no ninho entre os prefeitos tucanos e o governador, tem deixado o PSDB em crise. Cabelo ou penas em pé. As eleições municipais previstas para ainda esse ano, parece configurar uma situação que divide caciques tucanos e seus agregados no ABC.

    Conversamos com Carlos Grana, ex-prefeito de Santo André de 2013 a 2016, quando a região do ABC despontava como o famoso cinturão vermelho. Berço do novo sindicalismo, Santo André compõe parte do ABC paulista, conhecido desde o final dos anos 70 e início dos 80 como berço de um sindicalismo pujante e embrião do conhecido modo petista de governar, nos últimos 3 anos tem experimentado gestões tucanos. Falamos um pouco sobre como as prefeituras petistas deixaram os aparelhos públicos municipais de saúde, falamos ainda sobre Lockdown e conjuntura.

    Jornalistas Livres: Como você vê esse conflito entre os prefeitos tucanos do ABC e Bruno Covas (prefeito da Capital) e qual o papel do governador nesse caso? Vale lembrar que Dória, disse que os prefeitos do ABC que pretendem flexibilizar a quarentena e reabrir comércio, não tem juízo.

    CGrana: Nos aproximamos dos quase 90 dias de quarentena de quarentena no Estado de SP, não é mais quarentena, não é mesmo? O que está acontecendo hoje, é uma briga política, no campo da disputa partidária no centro do PSDB, veja que eles não conseguem falar a mesma língua, tanto governadores quando prefeitos do ABC paulista. O erro central ao meu ver, é quando tentam qualificar o plano de retomada SP, colocando alguns setores de serviços e manter a região metropolitana ainda em isolamento. Fato concreto é que nossa região está muito integrada a capital e outros pontos da região metropolitana que delimitam a capital paulista. Então colocar a região central em condição de maior flexibilidade e excluir dessa ótica a região metropolitana que está integrada a capital. Isso dificulta uma série de políticas de prevenção.

    JL: Por exemplo, quais?

    CGrana: Como é que se explica por exemplo, que aumentará a circulação de pessoas nos transportes coletivas que milhares de trabalhadores tomam diariamente rumo aos seus empregos? Formando assim um considerável deslocamento de força de trabalho para áreas díspares em políticas de isolamento social? Quero dizer de forma simples: com isso o abc seria duplamente prejudicado. A primeira e mais importante é com a saúde, pois revela falta de planejamento e logística na contenção do vírus e seu tratamento, já a segunda é a que revela a má coordenação e condução de programas de contenção dessa pandemia na região. O erro original é não levar em conta que a curva de contágio ainda está no ascendente, subindo todos os dias. Um erro brutal que custará vidas, cada vez mais próximas de nós. Os primeiros vitimados serão os trabalhadores e trabalhadoras. O comportamento dos tucanos no ABC em disparidade com a agenda do governador João Dória e do Prefeito da Capital. Aliás, as três posições mostram uma total falta de respeito com a vida e dignidade da pessoa humana. O compromisso deles é apenas eleitoral e não humanitário

    JL: Você acredita que é momento de relaxar a quarentena? Quais métodos precisam ser aplicados para preservar a saúde da população?

    CGrana: O grande problema que identifico é a ausência da testagem em massa, de 20% ou mais da população. Isso nos causa uma incerteza muito grande, pela própria experiência de alguns países e regiões do mundo. Lugares onde as regras do isolamento social foram afrouxadas, mas tiveram que voltar atrás. Pois se trata de um vírus cuja vacina ainda não existe e o risco de novas ondas de contágio é algo que devemos sim nos preocupar, mais do que números para engrossar estatísticas, cada vida é história de alguém que amamos e faz parte de nossas vidas, não podemos nos entregar ao discurso frio e irresponsável em nome do mercado, sem vidas não existe produção, consumo e portanto economia. Essa conta é lógico precisa ter adiciona aos seus trágicos resultados, a contribuição do governo federal.

    JL: Bolsonaro tem culpa quanto a esse prolongamento do isolamento social e derrocada da economia?

    CGrana: Olha, pensemos apenas em meados de março, isso para usarmos datas e marcação temporal de quando alguns prefeitos, governos e chefes de estado no mundo todo começaram a pensar o isolamento social com base em estudos da OMS (Organização Mundial de Saúde). Isso criou muita preocupação por parte da população, preocupação pela falta de preparo do atual governo e a indústria de boatos que abastecia a narrativa anti-isolamento. Igor, já parou para pensar que se tivéssemos empregado um lockdown no início, já estávamos saindo e retomando a economia. Percebe o quanto esse discurso é falho ao colocar a economia na frente das vidas, ignorando matrizes importantes como o fortalecimento do que chamo de musculatura pública, sim estou falando como eles tem usado repetidas vezes esse discurso falso de defesa da economia para no final legitimar uma narrativa de morte aos pobres. Chega assustar como isso não fica visível, é cristalino e translúcido no discurso, eles querem causar uma tragedia ainda maior.

    JL: Você foi prefeito de Santo André (2013-2016), poderia falar um pouco como tem visto a gestão de crise aplicada no município durante a pandemia? Pode falar sobre os testes que não chegaram e a importância deles?

    CGrana: Fui prefeito de Santo André de 2013 a 2016, e um dos investimentos prioritários da minha gestão foi na saúde, pela constituição federal parte do investimento público municipal (orçamento do município) deve ser investido, para ser preciso 15%, em Santo André, enquanto fui prefeito, investimos 30% nessa área tão necessária. Por exemplo, estendemos o número de unidades e otimizados o serviço de SAMU, isso em parceria com o governo federal de então, precisamos lembrar. SAMU que é uma política pública aplicada pelo PT. Estendemos o atendimento das UPAS, criamos uma logística que capacitou e abasteceu as UBS distribuídas no município. O problema central tem sido a gestão atual, que insiste em fazer política, a exemplo do PSDB no governo estadual, ambos alheios e ignorando a importância de cada vida, economia é sobre pessoas e não mercado, quem não entendeu isso é tudo menos gestor público.

    Por Igor Santos – Jornalista, historiador, cearense e morador do ABC Paulista.

    *(Informações extraídas do Instituto ABC Dados)

    Leita também Lula está solto, mas ainda não livre

  • Wadih Damous: “A tarefa imediata é colocar Bolsonaro para fora do Palácio do Planalto”

    Wadih Damous: “A tarefa imediata é colocar Bolsonaro para fora do Palácio do Planalto”

    Por Bruno Falci e Nilce Costa para o Jornalistas Livres
    Wadih Damous e Álvaro Quintão, conferenciam sobre a complexa e grave situação política, social e sanitária do Brasil , quando o Brasil assinala o segundo país mais infetado da covid19 no mundo. Dentro deste contexto, a ação da Polícia Federal, que  deflagrou na última terça-feira a Operação Placebo.

    Também é comentado a situação das minorias, o desprezo neste momento para estas camadas.  Uma forte avaliação e formas de um novo governo través do PT, no intuito de retirar a extrema direita do poder,

    Wadih Damous, ex-deputado federal, advogado trabalhista, que foi presidente da OAB – Ordem os Advogados do Brasil, no Rio de Janeiro, por dois mandatos. Damous é militante do Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação, quando ainda fazia o curso de direito na  UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

    Na presidência da OAB no Rio, uma das bandeiras de Damous foi o lançamento da Campanha pela Memória e pela Verdade, em prol da abertura dos arquivos da ditadura militar. Nesta trajetória, traçou um paralelo do combate à tortura durante o governo militar com o questionamento do instituto da delação premiada, consagrado pela Lava Jato, que virou uma dos fundamentos de sua atuação parlamentar. Teve procuração para atuar como advogado de defesa do ex-presidente Lula quando este se encontrava detido na carceragem de Curitiba.

    ex-deputado federal,  advogado trabalhista, que foi presidente da OAB – Ordem os Advogados do Brasil, no Rio de Janeiro, por dois mandatos. Damous é militante do Partido dos Trabalhadores desde a sua fundação, quando ainda fazia o curso de direito na  UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

    Na presidência da OAB no Rio, uma das bandeiras de Damous foi o lançamento da Campanha pela Memória e pela Verdade, em prol da abertura dos arquivos da ditadura militar. Nesta trajetória, traçou um paralelo do combate à tortura durante o governo militar com o questionamento do instituto da delação premiada, consagrado pela Lava Jato, que virou uma dos fundamentos de sua atuação parlamentar. Teve procuração para atuar como advogado de defesa do ex-presidente Lula quando este se encontrava detido na carceragem de Curitiba.

    Quanto a operação Placebo, Wadih Damous não confere qualquer credibilidade quanto ao governador Wilson Witzel, mas defende que a operação poderia ter sido elaborada de melhor forma.

    “Eu não sabia o que se passava, quando ouvia de casa, helicópteros a sobrevoar o local, ao verificar e deparei com a polícia federal fazia operação no palácio Guanabara, e nas propriedades particulares do governador Wilson Witzel do Rio de Janeiro e sua mulher.  Esta operação poderia ter sido feita com descrição, apesar da profunda ojeriza que sinto pelo governante e seu governo, mas eu prezo muito a ordem jurídica. É coisa grave, ela estaria repetindo Adriano Anselmo com Sérgio Cabral, usando o escritório de advocacia para celebrar contratos com fornecedores do Estado.”

    Quanto ao governo Bolsonaro e as decisões a serem tomadas, e a enfrentamento a pandemia, Wadih menciona que nada é feito e a política da pandemia irá prosseguir.

    “Bolsonaro é um aliado da pandemia, é negacionista, confirma que é uma gripezinha. É contra o isolamento social e participa em atos públicos com aglomeração de pessoa. Bolsonaro diz que ainda irá acontecer com muito mais gente”

    E acrescenta:

    Como os governadores estão na linha de frente no enfrentamento a pandemia e muitas vezes tem que contornar os obstáculos legais e administrativos na compra de equipamentos, para salvar vidas, estes vão ser perseguidos, investigados e sofrer tentativa de desmoralizados por parte de Bolsonaro e a PF.

    Quem votou em Bolsonaro sabia em quem votava. Crivela é o homem do Bolsonaro na cidade do Rio de Janeiro, já pensa em flexibilizar a quarentena e ele tem que ser contido nisso. O Brasil está num índice macabro. O Brasil hoje é um país amaldiçoado, não vamos poder entrar em outros países, seremos apontados como agentes da pandemia”.

    No que diz respeito a mudança urgente do governo atual:

    “Não há como nós aceitarmos Bolsonaro à frente do governo até 2022, o Brasil acaba junto. O Brasil não aguenta assistir passivamente esta estratégia de Bolsonaro, que é simplesmente exterminar pobre e sanear a Previdência Social com extermínio de pobre.

    Saídas como o impeachment, é custosa, Rodrigo Maia não tem prazo para aprovar isso, ele tem o poder de arquivar. O impeachment é um teatro político, embora tenha regras jurídicas, o que prevalece é a política. Teríamos que caçar a chapa Bolsonaro/Mourão”.

    Garante que a esquerda, tem que reconstruir sua identidade.

    A polarização na política brasileira, está se dando pela direita e extrema direita, a esquerda está fora, eu defendo que a esquerda tem que reconstruir sua identidade, construir uma agenda anticapitalista. Neste momento somos o epicentro da pandemia e do desemprego. Frente Ampla é algo mais “amplo”, acho que devemos de reunir esforços e que ela aconteça. Eu defendo uma Frente Ampla em defesa do Estado de direito, mas eleitoralmente, eu defendo uma frente de esquerda para enfrentar o fascismo nas próximas eleições. A tarefa imediata é colocar Bolsonaro para fora do Palácio do Planalto”.

    O que pensa o PT com a saída do Freixo:

    “A posição oficial do PT no Rio de Janeiro é manter a frente esquerda que eu acho que não acontecerá, que se dava ao nome do Marcelo Freixo, era  o candidato mais viável. O argumento correto não dava pra manter a candidatura por causa da fragmentação da esquerda , não conseguiu unir o PT com outros partidos, assim abandonando a candidatura. Nós não vamos apoiar candidato do PSOL e ponto. Em termos de representatividade na sociedade, me parece que a candidata Benedita preenche bem. Nós vamos continuar a defendendo a frente esquerda, os partidos tem que se sentar e ter maturidade e emergir um nome”.

    Álvaro Quintão, começou a militância política por volta dos 16 anos e sendo eleito para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos do Rio de Janeiro com apenas 20 anos.

    Foi filiado ao PT, onde atuou ativamente na década de 80 contribuindo com a construção do PT e participou ativamente das campanhas que levaram Lula à presidência do Brasil.

    Posteriormente, fez faculdade de Direito, e passou a militar na advocacia, sendo eleito presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro e Conselheiro da Ordem dos Advogados no Rio de Janeiro.

    Atualmente, além da Presidência do Sindicato dos Advogados, exerce o Cargo de Secretário-Geral e Presidente da Comissão dos Direitos Humanos na OAB/RJ.

    Como advogado atua na área Trabalhista, assessora diversos sindicatos, entre estes, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação, visto neste momento de pandemia ser um dos mais afetado.

    Na qualidade de advogado vem participando de várias Negociações Coletivas com base nas normas que estão sendo criadas neste período de pandemia.

    Álvaro Quintão, refere que desde a Lava Jato, o Brasil perdeu toda sua legitimidade, tratando-se de um processo mais político do que jurídico, que acabou por dar a oportunidade do atual governo.

    “A situação que nos encontramos hoje, já não é nova, voltando a 2014/2015, quando a famigerada operação Lava Jato esqueceu de investigar e de julgar de acordo com a constituição e com as leis. Preferiu fazer daquele processo, um processo político, nós já avisávamos que correríamos riscos muito grande, estava abrindo naquele momento a caixa de pandora”.

    E ainda conclui que:

    “Eduardo Cunha que presidia a Câmara Federal, fazendo toda barbaridade para levar o Brasil onde chegou, encontrava esse ego naquela operação, naqueles julgamentos mais político do que jurídico que aconteciam em Curitiba, e isso vem acontecendo. Isto acabou contribuindo para eleição deste presidente, que me recuso a dizer o nome”.

    Como Presidente da Direção dos Direitos Humanos na OAB/RJ, afirma que as minorias são as mais prejudicadas; pobres, negros, mulheres e índios. Instituições preferem não se manifestar. O tempo é de ditadura e o Brasil se tornou o país do espetáculo, garante.

    “Todas chamadas minorias, o que estavam mais fragilizados sentiu na pele esse aumento da violência e da discriminação. O que a gente não vê, são certas instituições que preferem não se manifestar. São trinta e cinco pedidos de impeachment do atual presidente e nenhum destes pedidos, foram sequer analisados. O Brasil tem vivido nos últimos anos um país de espetáculo”.

    E ressalta: Vivemos mais tempos de ditadura do que de democracia.

    “O governo está mais preocupado é em colocar os pobres e negros nas ruas como os moradores de periferias, enquanto a elite econômica, continuam fazendo sua quarentena voluntária em casa. A política econômica na europa, os governos abrem mão do orçamento, o Brasil não tem intenção de investir”.

    Quando se refere a Marcelo Freixo:

    “Existe sim resistência de alguns partidos, um dos candidatos da esquerda que já tinha inclusive, o seu apoio pelo PT resolveu retirar sua candidatura, que foi o Marcelo Freixo, porque tem encontrado em outros partidos resistência nesta frente de esquerda que todos nós sonhamos. Tem que se tirar o chapéu ao PSOL, PT e PCdoB, que tem demonstrado a disposição para se buscar uma unidade de fato dos partidos de esquerda. A esquerda tem sim que buscar um candidato viável para as eleições presidenciais. Trabalhar pela união da esquerda, para construir uma base”.

    VEJA ABAIXO A ENTREVISTA COMPLETA

  • Coletivo da UFMT lança vídeo sobre populações negras e Covid-19

    Coletivo da UFMT lança vídeo sobre populações negras e Covid-19

    Nós do Coletivo Negro Universitário da UFMT lançamos esse vídeo “Realidades das Populações Negras sobre o coronavírus (COVID-19)” com a intenção de refletir sobre esse momento de pandemia e isolamento social, considerando nossas realidades enquanto população negra. Nosso objetivo é pensar uma maneira mais eficaz de combater o Covid-19, tendo como centro a experiência de nosso povo.

    No dia 18 de março o CNU lança e envia uma nota para canais de comunicação de MT na qual pedimos que quando tais veículos realizassem matérias sobre as consequências do vírus e da pandemia, considerassem aqueles e aquelas que devido às desigualdades raciais e sociais existentes no Brasil estão mais expostos ao vírus.

    É necessário pensarmos informes que considerem as realidades tanto da população negra quanto das demais populações em situação de vulnerabilidade a fim de que possamos encontrar uma forma de seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para suprir esta demanda por informação, elaboramos este material logo após a publicação da referida carta.

    Neste vídeo contamos com os relatos de Frederic Nozil, pastor em Porto Príncipe capital do Haiti e de Iracena Marques Vieira, estudante de Administração e Gestão de Recursos Humanos, de Guiné-Bissau. Recebemos o vídeo de Frederic no dia 26 de março e de Iracema no dia 02 de maio de 2020. O link da matéria com novas informações do Haiti do site “O Globo” é do dia 03 de maio de 2020.

    Portanto, esperamos que este material possa ajudar a dar mais atenção para aqueles e aquelas que pensam na realidade vivida pelos povos africanos e por seus descendentes em meio à pandemia.

    Agradecemos a parceria com a Associação de Defesa dos Haitianos Imigrantes e Migrantes em Mato Grosso (ADHIMI-MT), com a página Cultura, História e Língua Haitiana (@culturahistorialinguahaitiana ) e o apoio do Coletivo Negro Audiviosual Quariterê (@quaritere ) pela edição deste material.

  • Tarso Genro comenta a recém-criação da Internacional Progressista

    Tarso Genro comenta a recém-criação da Internacional Progressista

    Por Bruno Falci e Luiza Abi Saab, de Portugal, especial para o Jornalistas Livres

     

    Este e outros temas atuais que envolvem a grave situação política e sanitária do Brasil são abordados por Tarso Genro, um dos quadros históricos mais importantes do PT desde a sua fundação. Arquiteto do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, Tarso foi deputado constituinte e federal, sendo duas vezes prefeito de Porto Alegre e governador do Rio Grande do Sul. Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva foi ministro da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça, tendo presidido também o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social  Ocupou interinamente a presidência do PT em 2005.

    A Internacional Progressista é uma iniciativa de mais de 40 políticos e intelectuais de todos os continentes,  entre os quais se destacam  o norte-americano Noam Chomsky, a canadense Naomi Klein e políticos em atividade como a primeira-ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, o  deputado e ex-ministro de Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, e a ministra argentina de Mulheres, Gênero e Diversidade Elizabeth Gómez Alcorta. O movimento conta com a presença de  líderes latino-americanos como o ex-presidente equatoriano Rafael Correa,   o ex-vice-presidente boliviano Álvaro García Linera, o ex-prefeito de São Paulo e candidato do Partido dos Trabalhadores à presidência em 2018 Fernando Haddad, O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e o ex-ministro da Justiça Tarso Genro.

    para filiar sua organização social, seu partido politico ou indiviudalmente a Internaional Progressista. Clique aqui

    Na ultima vez que estivemos com Fernando Haddad e Tarso Genro foi aqui em Lisboa para cumprir agenda, em janeiro de 2019,em uma das suas viagens internacionais visando a fundação da Internacional Progressita. Veja abaixo a cobertura dessa visita em Portugal feita pelo Jornalistas Livres.

    Fernando Haddad é recebido como chefe de estado em Portugal

    Fernando Haddad e Tarso Genro em Lisboa

    Haddad em Portugal: “Sempre de forma altiva, devemos encarar os grandes desafios que temos pela frente”

    Segundo Tarso Genro, a questão do internacionalismo está encravada na ideia clássica, marxista, que vem dos eventos do século passado, como também na socialdemocracia, que foi uma alternativa política forte contra o sistema do capital.

    “Da minha parte, esta ideia foi concebida não propriamente como uma organização, como foi feito agora, que é uma novidade lançada pelo Sanders e alguns outros intelectuais europeus e americanos.Mas a ideia que nenhuma questão local, questão regional, questão global importante deixa de ser também uma questão internacional. Todos os fatos, por exemplo, o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, ocorre em um município. Todas as questões relacionadas com a inserção soberana do país ou da região na globalização econômica para disputar o seu espaço e estabelecer as suas alianças, é sempre uma questão que transcende as fronteiras políticas e as fronteiras geográficas  e as fronteiras geopolíticas onde este lugar está situado. Trabalhamos muito esta ideias a partir da administração popular em Porto Alegre.

    O ministro acrescenta:

    “Eu fui o primeiro prefeito do Rio Grande do Sul – e, quem, sabe do Brasil – que tomou duas iniciativas importantes. Primeiro, organizar em um terreno local uma instituição comunitária de crédito. Através dela, o municio se comunicava com  as agencias internacionais privadas e públicas para financiar projetos do Estado. Depois, criamos uma secretaria municipal de relações internacionais, Nesta, estabelecemos uma profunda relação com a Itália, Espanha, França e Portugal. Assim, estendemos os laços políticos do nosso governo para um conjunto de países, inclusive latino-americanos. Fundamos aqui também uma entidade de prefeitos do Mercosul, estabelecida a partir desses critérios de solidariedade internacional progressista e que, inclusive, existe até hoje”.

    Para Tarso Genro, essa novidade agora da formalização da Internacional Progressista é um avento extraordinário.

    “Eu estava tratando desse assunto agora mesmo com o Fernando Haddad, através de e-mails. Aquela questão que nos estruturava no plano socialista do século passado está sendo substituída agora por internacionalismo que vai além da ideia socialista, que vai da solidariedade humana, da justiça social, intercâmbio democrático entre os países e da sustentação mútua de projetos democráticos e progressistas, em países que estão sendo avassalados, atacados duramente pela fúria fascista, como no Brasil.

    Tarso afirma que tem como projeto fazer tudo para que essa ideia – a Internacional Progressista – vingue, pois ela não é somente uma ideia generosa, uma ideia transformadora das relações internacionais – é também uma ideia necessária. E conclui: “Ninguém vai mais conquistar um projeto democrático, moderno, avançado, participativo sem que haja essa solidariedade internacional e no campo progressista em geral”.

  • Celso Amorim: “governo Bolsonaro é um desastre natural e humano”

    Celso Amorim: “governo Bolsonaro é um desastre natural e humano”

     Por Bruno Falci e Luiza Abi Saab para o Jornalistas Livres

    Nas últimas semanas têm sido crescentes as transgressões políticas e diplomáticas do governo Bolsonaro, com graves violações da Constituição Brasileira. Em meio a um cenário terrivelmente perturbador da epidemia da coronavírus, que é uma grande crise sanitária internacional, o Brasil já vivia uma crise econômica que veio se agravando com mais uma crise política e social. Acrescenta-se a isso a crise econômica já vivia. Sobre essas dificuldades do país, a nível sanitário, econômico, político e diplomático, conversamos com o embaixador Celso Amorim, que foi ministro das relações exteriores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da defesa do governo Dilma Rousseff.

    Em dezembro de 2019, Celso Amorim afirmou que as políticas neoliberais estavam chegando ao limite em diversos países, principalmente na América Latina e que este momento chegaria no Brasil também. O ex-ministro comenta que a possibilidade de convulsão social ainda é grande, principalmente com a crise econômica que acompanha a pandemia COVID-19. Ele ressalta que é uma ilusão dos governos neoliberais tentar minimizar a pandemia, sacrificando vidas a fim de salvar a economia, afinal, a flexibilização perante a pandemia não traz apenas complicações sanitárias, mas também econômicas. Portanto, os riscos de convulsões sociais devido à s políticas neoliberais, que já existiam, estão potencializadas diante do atual cenário, embora possam sofrer dificuldades organizacionais no primeiro momento.

    Comentando a pandemia, Celso Amorim afirma esta situação pegou a todos de surpresa:

    “Eu participei há uns cinco anos atrás de uma comissão da ONU sobre epidemia do ebola. Eu estava relendo o relatório o sumário executivo do relatório desta comissão e sua  introdução apresentava uma profecia impressionante. Parece que o mundo vai estar sujeito a epidemias. Se nós não pararmos com a destruição ambiental,o fenômeno vai ser devastador. Ninguém se preparou suficientemente para uma situação como essa. “O Brasil poderia ter se preparado melhor, já que a epidemia chegou um mês depois do surto na Europa. Nós poderíamos ter nos preparado melhor se tivéssemos seguido as orientações da OMS e observado a experiência efetiva de outros países. No Brasil tivemos em cima de um desastre natural, um desastre humano, que foi a condução política desastrosa de Bolsonaro”

    veja entrevista abaixo:

    Amorim comenta também o papel que o Brasil teve nas relações internacionais, mencionando a sua experiência como ministro das relações exteriores do governo Lula, longe da política desestabilizadora de Bolsonaro:

    “A política externa brasileira depois de 1988 se baseava nos princípios; não intervenção, autodeterminação dos povos, solução dos conflitos por via do diálogo por vias pacíficas, cooperação internacional, integração latino-americana e caribenha. Uma das razões sociológicas que elevaram a nossa maior autoestima foi uma leitura do panorama internacional e sua própria evolução. Isso nos permitiu ver que a melhor maneira de defender o interesse brasileiro era só ser firme em nossas questões. Foi o caso da Alca”.

    Amorim observa que, naquela ocasião, o mundo se desenhava mais como multipolar.

    “Eu como embaixador na ONU e em Genebra, tinha visto aquele mundo unipolar após a queda do Muro de Berlim e a dissolução da União Soviética, já não era tão forte a hegemonia americana, que começava a ser contestada. O mundo se organizava de uma maneira mais plural. França e Alemanha foram contra a guerra no Iraque. Sempre buscamos alianças com os países em desenvolvimento, Índia, China, África do Sul e Argentina. Nós percebemos que nosso interesse era buscar mais solidariedade entre os países em desenvolvimento, para reforçar nosso poder de barganha”.

    Sobre as dificuldades a nível econômico, político e diplomático que o Brasil irá enfrentar no cenário internacional diante do fracasso na contenção da pandemia, Amorim conta que toda a imprensa mundial – não só a mídia de esquerda – já reconhece o vexame do governo Bolsonaro neste contexto. Ele menciona que o Brasil, durante os governos FHC e Lula, era uma liderança em negociações internacionais, principalmente na inovação do sistema de saúde pública, sendo que no governo Lula houve mais determinação em concretizar e implantar tais políticas. Em suas palavras, o Brasil possuía uma imagem diplomática muito importante e forte internacionalmente, percebido como um país construtor de diálogo e pontes, sem abdicar dos seus interesses e atualmente o que se acontece é uma destruição dessa imagem diplomática positiva brasileira.
    Amorim também diz que Bolsonaro insiste em impor sua opinião pessoal em seu cargo de presidente, por interesses políticos, deixando de seguir parâmetros da ciência mundial.

    Para esta situação catastrófica politicamente, Amorim sugere a criação de duas frentes: uma frente (muito) ampla pela democracia, que possa unir as mais diversas alas, mesmo que isso incomode alguns grupos; e uma segunda frente, esta progressista pelas nossas ideias e de reforma social e soberania, que coloque o Brasil acima de qualquer outra dificuldade e preconceito, defendendo os direitos dos trabalhadores, aumentar o papel do estado de uma maneira definitiva na economia, preservar a soberania nacional, defender as nossas riquezas, criar políticas climáticas de acordo com nossos interesses e normas internacionais, proteger os nossos indígenas, criar medidas eficazes em relação as questões de raça e gênero, etc. O ministro reforça que a ênfase da esquerda deve ser em criar novas políticas e se planejar com o futuro para resolver os problemas estruturais do Brasil, e não apenas se focar em derrubar Bolsonaro e objetivos imediatos.