Jornalistas Livres

Autor: Agatha Azevedo

  • Em Minas Gerais, MST tranca Fernão Dias contra a prisão de Lula

    Em Minas Gerais, MST tranca Fernão Dias contra a prisão de Lula

    Texto: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
    Fotografia: Agatha Azevedo

     

     

    Cerca de 300 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra fecharam a BR 381 (Fernão Dias), que dá acesso de São Paulo à capital de Mineira, às 10 horas desta sexta-feira, 06/04.

    O movimento afirma que a prisão é arbitrária e faz parte do projeto de retirada de direitos dos trabalhadores. “A prisão de Lula é a coroação do golpe pelo judiciário. Quem não se levantar agora será conivente com toda arbitrariedade, com o fim dos nossos direitos e com essa corja que está destroçando nossas intuições democráticas”, afirmou Ester Hoffmann, da Direção Nacional do MST.

    Os manifestantes convocam os trabalhadores para as ruas. “Não podemos nos calar, o Brasil inteiro pagará a pena se Lula for preso. E pagará caro, com nossas riquezas, com nossa água, terra, petróleo. Se fazem isso com alguém que chegou a ser nosso presidente, imaginem o que farão com o povo pobre deste país”, alerta Hoffmann.

     

     

    “Aqueles que se iludem que isso é justiça, verão que os verdadeiros corruptos como Temer e Aécio continuarão à vontade para saquear o Brasil, mas estes, a história não absolverá”, afirma a dirigente, citando a famosa defesa de Fidel Castro, pré revolução cubana.

     

     

    Em Belo Horizonte, a concentração das manifestações de hoje incia às 10h e sai às 16h, da Praça 7.

  • Reitoria da UFMG é conduzida coercitivamente pela Polícia Federal

    Reitoria da UFMG é conduzida coercitivamente pela Polícia Federal

    Segundo a Polícia Federal, a operação “Esperança Equilibrista” investigou que o recurso entregue à UFMG, cerca de R$ 4 milhões de reais não teria sido repassado corretamente e que haveriam fraudes na Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), responsável pelos fomentos à pesquisa na instituição, que incluem o pagamento de pesquisadores e estudantes para realizarem os trabalhos de maneira pedagógica.

    Jaime Arturo Ramires e Sandra Regina Goulart Almeida foram conduzidos coercitivamente nesta manhã (06) para a PF de Belo Horizonte, localizada no Bairro Gutierrez em Belo Horizonte. Também foi presa a professora Silvana Coser, organizado da exposição sobre a anistia no Centro Cultural da UFMG, e outras 11 pessoas. Uma grande mobilização da comunidade acadêmica e dos movimentos sociais está no local acompanhando as ações que, segundo os manifestantes, visa impedir que as ações de memória, verdade e justiça, que contam a história da anistia, sejam realizadas, pois as mesmas não seriam de interesse do atual governo golpista.  Sandra, atual vice-reitora e eleita reitora para a próxima gestão, já foi liberada, e às 14 horas haverá uma entrevista coletiva na Assembleia Legislativa de Minas Gerais sobre o assunto.

    O Memorial foi idealizado ainda em 2008, quando o presidente do Brasil era o Luiz Inácio Lula da Silva, e visava manter viva a história dos que morreram e lutaram no período da ditadura e sobreviveram para ver seus torturadores e executores de tantos outros anistiados, já que a lei foi ampla e irrestrita, contemplando militares e sociedade civil organizada.

    A Comissão da Anistia do Ministério da Justiça vem tendo dificuldades há vários meses em realizar as ações do projeto, devido à mudanças no Ministério feitas durante o Governo Temer, que barram os avanços e as pesquisas. Um dos exemplos é o caso da exposição realizada no Centro Cultural da UFMG, que ficou aberta até o fim de julho deste ano mesmo com tentativas impedir a sua abertura e obrigá-la a fechar antes do previsto.

    Confira as fotos do ato em defesa da UFMG realizado em frente à Polícia Federal de Belo Horizonte:

    Foto: Lucca Mezzacappa | Jornalistas Livres
    Foto: Lucca Mezzacappa | Jornalistas Livres
    Foto: Lucca Mezzacappa | Jornalistas Livres
    Foto: Lucca Mezzacappa | Jornalistas Livres
    Foto: Lucca Mezzacappa | Jornalistas Livres
    Foto: Lucca Mezzacappa | Jornalistas Livres
    Foto: Lucca Mezzacappa | Jornalistas Livres
  • Produção e acesso à comida de verdade em Belo Horizonte

    Produção e acesso à comida de verdade em Belo Horizonte

    Concebido a partir da ideia de soberania alimentar, tanto na produção em harmonia com a terra, como na forma de comercialização dos produtos – que vão direto de quem produz para a mesa das pessoas, em uma relação justa de comércio –, o Armazém do Campo abre as portas em Belo Horizonte neste sábado, dia 25 de novembro, na Av. Augusto de Lima, nº 2136.

    O local foi idealizado pelo Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) e busca reverter a lógica de exploração do agronegócio, que se preocupa apenas com o lucro sem se voltar à qualidade da terra, do cultivo e da vida de produtores e consumidores. Assim, o MST traz à capital mineira a possibilidade de se alimentar gastando pouco e comendo bem. Os valores praticados pelo Movimento são voltados ao acesso popular aos produtos orgânicos e agroecológicos, que são vendidos a preços exorbitantes pela indústria capitalista.

     

    Além da inauguração, o MST realizará no local mais uma edição do Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária. O momento, que acontecerá no sábado (25) e no domingo (26), promete ser marcado por uma grande festa, que contará com shows, apresentações culturais, oficinas de cuidados naturais para a saúde, além da tradicional Feira de produtos do MST.

    O Circuito terá como foco o combate à violência contra a mulher do campo. Essas trabalhadoras representam 7% da população mundial, estão à frente de metade das atividades do MST e são chefes de mais de 37% das famílias no campo. Assim, a programação do evento contará com momentos dedicados a debater diversos assuntos ligados à soberania da mulher na produção. Confira a programação completa no evento.

     

  • Arte para além das paredes do museu

    Arte para além das paredes do museu

    “Isso significa a palavra emancipação: o embaralhamento da fronteira entre os que agem e os que olham, entre os indivíduos e membros de um corpo coletivo” – Jacques Rancière

     

     

     

    Foto: Agatha Azevedo | Jornalistas Livres

    Nesta terça-feira, 21 de outubro, a Frente Nacional Contra a Censura (FNCC) de Belo Horizonte reuniu as variadas formas de expressão artística para narrar um novo mundo, onde não haja censura, e que a arte e a cultura possam cantar, dançar, performar, pintar e fotografar livremente, bem como os sujeitos, e que estes possam viver em liberdade, sem o medo da intolerância.Tendo como estopim a exposição de Pedro Moraleida, o Palácio das Artes se tornou alvo de um grupo de pessoas que acusavam o local de ser um antro contra os valores tradicionais, a religião e os bons costumes. Este sensível partilhado trazido pela arte incomodou àqueles cujos interesses caminham sentido à uniformização dos corpos, dos modos de vida e das vozes.

    A exposição “Faça Você Mesmo Sua Capela Sistina”, do artista mineiro, que teve seu trabalho exposto ao lado de nomes como Marta Neves, Randolpho Lamonier e Desali, insitou o caos na cidade, por uma efervescência contra manifestações artísticas que já vinha desde o “Queermuseu”, exposição cancelada no Santander Cultural de Porto Alegre (RS), e a performance “La bête” no MAM-SP, em que Wagner Schwartz interagiu nu com uma criança acompanhada por sua mãe.

    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres

    Prodígio da sua geração, o artista que estudou na Escola de Belas Artes da UFMG e cometeu suicídio aos 22 anos deixou um legado de críticas sociais bastante pertinentes nos tempos atuais de desmanche de um projeto popular de governo e retrocesso em direitos fundamentais.

    De natureza transgressora, a arte sempre foi para ser sentida, ela diz mais de quem a interpela e de suas reações do que do próprio artista que a concebeu. A arte traz reflexões acerca do que está diante de nossos olhos, mas insistimos em não ver, e ativa debates, ideologias e desejos antes negados e silenciados. Afinal, qual o papel do artista, se não incomodar e dar luz à visões de mundo que se contrapõem ao status quo?

    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres
    Foto: Agatha Azevedo | Jornalistas Livres
    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres
    Foto: Agatha Azevedo | Jornalistas Livres
    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres
    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres
  • Saúde, trabalho e dignidade para alimentar o mundo

    Saúde, trabalho e dignidade para alimentar o mundo

    Por Agatha Azevedo, com fotos de Maxwell Vilela e vídeo de Agatha Azevedo e Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres

    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres

    Na padronização da biodiversidade, cinco empresas controlam todo o processo de produção de comida no mundo. Desde os venenos ao que será produzido, temos nossos corpos colonizados, explorados e envenenados. É preciso repensar a agricultura e entender que alimentar é um ato político. “Os aspectos da comida sempre estiveram atrelados com a cultura. Temos que produzir de acordo com a expressão dos povos e com a diversidade cultural que temos”, explica Débora Nunes, do MST.

    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres

    Durante o Festival de Arte e Cultura da Reforma Agrária, debateu-se que o agronegócio influi na alimentação e é o principal causador de muitas enfermidades da população. Este modelo de negócio tem acabado com a agricultura familiar, e investido em monoculturas que diminuem a vida útil da terra e transgênicos. Janaína Rueda, chefe de cozinha, explica: “A gente consegue dar muito sabor a qualquer comida sem usar nada industrializado. O que eu vim fazer aqui, além de ser apaixonada pelos produtos do MST, é falar que o avanço tem que ser muito mais rápido, nós temos que ser ativistas da alimentação e trocar as coisas da nossa geladeira.”

    Num mundo onde um terço de tudo o que se produz é desperdiçado, as pessoas passam fome, o alimento que consumimos é de péssima qualidade, e bebemos pelo menos 25ml de agrotóxico, alimentar é também saúde. No Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o setor de saúde pensa terapias alternativas para tratar os corpos usando dos saberes tradicionais e da terapia alternativa. Confira o vídeo:

  • Plantando sementes revolucionárias

    Plantando sementes revolucionárias

    Mais do que estar com elas durante os eventos e espaços do Movimento, a tarefa da Ciranda é passar para as crianças os saberes e os ideais do MST de forma lúdica, para que elas cresçam com os valores de amor e respeito pela terra e pelas pessoas, centrais na luta pela reforma agrária.

    O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra entende que brincar é um ato político, tão importante quanto pensar a forma de produzir alimentos e de cuidar da saúde, já que as crianças garantem o futuro das lutas.

    Confira as fotos tiradas durante o Festival Estadual de Arte e Cultura da Reforma Agrária, em Belo Horizonte:

     

    Foto Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres
    Foto Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres
    Foto Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres
    Foto Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres
    Foto Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres
    Foto Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres
    Foto Maxwell Vilela, para os Jornalistas Livres