Jornalistas Livres

Categoria: México

  • Que países negaram passagem ao avião de Evo Morales?

    Que países negaram passagem ao avião de Evo Morales?

    Do Página12

    A aeronave da Força Aérea mexicana teve que mudar a rota que estava prevista. As complicações surgiram porque houve países que tinham autorizado o sobrevôo de seus territórios e depois mudaram de idéia, proibindo a passagem

     

    O chanceler mexicano Marcelo Ebrard detalhou o complicado trajeto que o ex-mandatário boliviano teve de percorrer para viajar da Bolívia ao México. As complicações surgiram, sobretudo, pela intempestiva proibição de sobrevoos sobre seus territórios, por parte de alguns países latino-americanos tinham se comprometido a ajudá-lo.

    A difícil negociação para fazer a viagem de Evo
    A difícil negociação para fazer a viagem de Evo

    “A rota que previmos para retornar incluía o regresso por Lima, depois do que sairíamos por águas internacionais até chegar ao México”, ressaltou o funcionário do governo de Andrés Manuel López Obrador, presidente mexicano. O problema ocorreu, segundo ele, quando o governo do Peru suspendeu sua permissão para que o avião pudesse descer em Lima para se abastecer e continuar sua rota. Alegou “avaliações políticas”. A alternativa foi o Equador, pelo qual tramitaram pedidos de permissão para aterrissagem breve ali. Mas, enquanto se realizavam essas tratativas, a viagem voltou a se prolongar, porque foi negada a passagem pelo espaço aéreo boliviano, momento em que a embaixadora mexicana na Bolívia, María Teresa Mercado, teve de  intervir. “Por um milimétrico espaço, aconteceu a saída”, apontou.

    Então, tiveram que tomar uma rota pelo espaço aéreo brasileiro, graças a que o embaixador do Brasil na Bolívia admitiu a sua entrada.

    “Conseguiram permissão para voar no espaço fronteiriço do Brasil e, dali, sair para o Peru”, relatou Ebrard. Com este último país também tiveram que negociar novamente para que pelo menos deixassem transitar por seu espaço aéreo. “Com as autorizações do Brasil, Peru e Equador, por fim o avião decolou”, relatou.

    Mas logo tiveram que enfrentar um novo obstáculo porque o governo do Equador, de Lenín Moreno, os impediu de sobrevoar seu espaço aéreo, e assim o avião teve de rodear o Equador para entrar em águas internacionais e poder continuar o vôo.

  • Cinco anos do Massacre de estudantes de Ayotzinapa, no México

    Cinco anos do Massacre de estudantes de Ayotzinapa, no México

    43 desaparecidos.
    Um caso que clama por justiça!

     

    Em 26 de setembro de 2014, alunos da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, encaminhavam-se para a tradicional Marcha de 2 de Outubro, que reúne anualmente estudantes de todo o país na Cidade do México, quando seus ônibus sofreram emboscadas policiais que resultaram em três mortos e quarenta e três desaparecidos. Até hoje, o caso continua sem esclarecimentos e as famílias lutam por justiça.

    Na semana passada, Omar García Velásquez, sobrevivente do massacre de Ayotzinapa, esteve no Brasil e concedeu entrevista para Adriano Diogo, dos Jornalistas Livres.

     

    O porta-voz do Movimento 43 veio ao Brasil a convite da Escola Comum, para encontro com estudantes e instituições ligadas aos Direitos Humanos, com a missão de denunciar a ausência de justiça no caso dos desaparecidos, mortos e feridos no massacre daquela noite.

    A visita de Omar ao Brasil, às vésperas do quinto ano do massacre, teve o objetivo de ampliar a rede de denúncias e promover encontros com estudantes, autoridades e instituições. Um desses encontros ocorreu na Favela de Paraisópolis, onde estudantes e jovens dos coletivos Batalha do Paraisópolis e Anarcoletiva traçaram paralelos comuns às realidades vivenciadas pela população brasileira, constantemente vitimada por ações truculentas das polícias.

    Em sua luta por justiça e construção de redes de solidariedade, o porta-voz do Movimento 43 já participou de fóruns e conferências no México e em mais 15 países. Entre as turnês internacionais organizadas pelo Movimento 43, destacam-se a Caravana 43 realizada em março de 2015, em 50 cidades nos Estados Unidos e a Euro Caravana, que percorreu 18 cidades em 11 países europeus, entre abril e maio de 2015.

     

     

  • VITÓRIA DO POVO!

    VITÓRIA DO POVO!

    A vitória do candidato esquerdista Andrés Manuel Lópes Obrador (AMLO) nas eleições presidenciais mexicanas mostra que o neoliberalismo não tem nada a oferecer ao povo pobre, a não ser a miséria, a exclusão, a usurpação das riquezas naturais e a violência Estatal aliada aos grupos paramilitares. O professor Igor Fuser, de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, explica a situação latino-americana. Mais do que nunca, nosso continente encontra-se em meio ao dilema: ou avançamos na luta popular, ou o povo sofrerá a devastação das políticas públicas e a guerra.

  • México: Mulheres Zapatistas gritam “Fuck Trump!” em abertura de evento

    México: Mulheres Zapatistas gritam “Fuck Trump!” em abertura de evento

    ESPECIAL MEXICO ZAPATISTA

    Texto por  Caio Santos,  por Facundo Cardella especial para os Jornalistas Livres

    A Comissão Sexta do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZNL) abriu seu discurso com um multilinguístico grito de “Fuck Trump!”, encabeçado pela metade feminina do comando, em um encontro na Universidade de La Tierra, em Chiapas na noite de ontem, 12 de Abril. Cada  representante mulher se revezou com um protesto dito em diferentes línguas indígenas, concluído com uma tradução geral para o espanhol feita pela Cmte. Dalia: “Chinga a tu madre Trump!”. O manifesto serviu com uma abertura do seminário de Reflexão Crítica “Os muros do Capital, As Gretas da Esquerda”, primeiro evento aberto convocado pelo Exército em 2017. O encontro conta com a participação de vários intelectuais mexicanos e estrangeiros que discutirão a conjuntura atual do mundo.

    Abertura do Encontro Zapatista de 2017 em Chiapas, México.

     

    O EZNL é um grupo de guerrilheiro natural do Sul do México, que controla a maior parte do estado de Chiapas desde 1994, quando populações indígenas da região se levantaram contra o corrupto e ausente Governo Federal, assim como políticas de austeridade impostas pelo presidente neoliberal Carlos Salinas. Desde então, a zona é governada por uma junta independente e democrática, organizada por indígenas, campesinos e mulheres locais. O movimento é uma referência internacional por conseguir com sucesso se desenvolver de forma autônoma, com protagonismo de comunidades historicamente excluídas no México, além de uma estética particular. Todos seus membros tapam seus rostos com máscaras em público para fortalecer uma  identidade coletiva.

    Abertura do Encontro Zapatista de 2017 em Chiapas, México.
    fotos Facundo Cardella

    Abertura do Encontro Zapatista de 2017 em Chiapas, México.
    fotos Facundo Cardella

     

    Com a morte da persona Subcomandante Marcos em 2014, que servia como liderança simbólica  da organização, hoje o principal porta-voz está na figura do Subcomandante Galeano, que declamou uma poética e reflexiva fala. Dentre as inúmeras provocações, o guerrilheiro cita frases de incentivo a resistência em todo o mundo. “Um é tão grande como o inimigo que escolhe lutar e um é tão pequeno quão grande seja seu  medo”. Sobre a onda conservadora na América Latina, ele lembra que o capital tem seus vassalos. “O dinheiro busca e sempre encontra psicopatas dispostos a vender sua sede de destruição”, explica o Subcomandante. “Como Macri na Argentina, Temer no Brasil, Lopez em Venezuela, políticos, psicopatas e corruptos todos. Sempre dispostos que outros morram e que eles cobrem”.

    O Seminário “Os muros do Capital, As Gretas da Esquerda” seguirá com mais intervenções da Comissão Sexta até este Sábado. Os Jornalistas Livres continuarão acompanhando as reflexões dos zapatistas e intelectuais orgânicos durante todo o evento.
    #Zapatista