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Dia: 1 de outubro de 2019

  • Veja como votaram os senadores na Reforma da Previdência

    Veja como votaram os senadores na Reforma da Previdência

    O governo Bolsonaro concluiu as reformas pretendidas pelo governo Temer, como a Reforma Trabalhista e a PEC do Teto. 

    Os mais pobres são os mais prejudicados e deverão trabalhar mais tempo e com isto gastarão mais recursos para contribuir com a previdência e especialmente ganharão menos.

    Dos mais pobres se vai retirar quase R$ 1 trilhão e a tungada no direitos dos mais pobres se fará sentir sentir no aumento da pobreza e na desigualdade.

    Bolsonaro e os partidos e senadores que votaram a favor visam  agradar o mercado e com este projeto aprovado a economia vai afundar mais, visto que se retirar um trilhão do consumo das famílias.

    Veja como votaram os partidos e os senadores:

    Votação Aberta

    Senado Federal 56º Legislatura 1º Sessão Legislativa Ordinária

    PEC nº 6, de 2019, e Emendas, nos termos dos pareceres, ressalvados os destaques (1º Turno)

    Modifica o sistema de previdência social, estabelece regras de transição, disposições transitórias, e dá outras providências. (PEC da Previdência).

    Matéria PEC 6/2019 Início Votação 01/10/2019 22:24:21 Término Votação01/10/2019 22:48:45

    Sessão 183º Sessão Deliberativa Ordinária Data Sessão 01/10/2019 14:13:00

    Partido Orientação

    MDB SIM

    Podemos SIM

    PSD LIVRE

    PSDB SIM

    PT NÃO

    PROGRES SIM

    DEM SIM

    PDT NÃO

    Cidadania LIVRE

    REDE NÃO

    PROS LIVRE

    PSL SIM

    PL SIM

    PSB NÃO

    Republica SIM

    PSC SIM

    Minoria NÃO

    Governo SIM

     

    Partido UF Nome Senador Voto

    PDT RO | Acir Gurgacz NÃO

    Cidadania SE Alessandro Vieira SIM

    Podemos PR Alvaro Dias SIM

    PSD BA | Angelo Coronel SIM

    PSDB MG Antonio Anastasia SIM

    PSD RJ Arolde de Oliveira SIM

    PSD MG Carlos Viana SIM

    DEM RR | Chico Rodrigues SIM

    PDT CE Cid Gomes NÃO

    PROGRES PI Ciro Nogueira SIM

    MDB RO Confúcio Moura SIM

    PROGRES PB Daniella Ribeiro SIM

    MDB SC Dário Berger SIM

    MDB AM Eduardo Braga SIM

    Podemos CE Eduardo Girão SIM

    MDB TO Eduardo Gomes SIM

    Cidadania MA Eliziane Gama NÃO

    Podemos PI Elmano Férrer SIM

    PROGRES SC Esperidião Amin SIM

    REDE ES Fabiano Contarato NÃO

    MDB PE Fernando Coelho SIM

    PROS AL Fernando Collor NÃO

    REDE PR Flávio Arns SIM

    PSL RJ Flávio Bolsonaro SIM

    PT PE Humberto Costa NÃO

    PSD TO Irajá NÃO

    PSDB DF Izalci Lucas SIM

    PT BA Jaques Wagner NÃO

    MDB PE Jarbas Vasconcelos SIM

    DEM MT | Jayme Campos SIM

    PT RN | Jean Paul Prates NÃO AN.

    Cidadania GO | Jorge Kajuru SIM

    PL SC Jorginho Mello SIM

    MDB PB | José Maranhão SI

    PSDB SP José Serra SIM

    Podemos MT | Juíza Selma SIM

    PDT TO Kátia Abreu SIM

    Podemos RS Lasier Martins SIM

    PSB DF | Leila Barros NÃO

    PSD AP | Lucas Barreto SIM

    PROGRES RS Luis Carlos Heinze SIM

    MDB GO Luiz do Carmo SIM

    PROGRES AC | Mailza Gomes SIM

    PSL SP Major Olimpio SIM

    PSDB SP Mara Gabrilli SIM

    MDB PI Marcelo Castro SIM

    MDB AC Marcio Bittar SIM

    DEM RO | Marcos Rogério SIM

    Republica RR | Mecias de Jesus SIM

    PSD MS Nelsinho Trad SIM

    PSD AM Omar Aziz SIM

    PSD BA Otto Alencar NÃO

    PT RS Paulo Paim NÃO

    PT PA Paulo Rocha NÃO

    PSDB AM Plínio Valério SIM

    REDE AP | Randolfe Rodrigues NÃO

    Podemos DF | Reguffe SIM

    MDB AL Renan Calheiros NÃO

    PSDB MA Roberto Rocha SIM

    PSDB AL | Rodrigo Cunha SIM

    DEM MG Rodrigo Pacheco SIM

    PT SE | Rogério Carvalho NÃO

    Podemos RJ Romário SIM

    PSD AC | Sérgio Petecão SIM

    MDB MS Simone Tebet SIM

    PSL MS | Soraya Thronicke SIM

    Podemos RN | Styvenson Valentim SIM

    PSDB CE | Tasso Jereissati SIM

    PROS RR Telmário Mota SIM

    PROGRES GO | Vanderlan Cardoso SIM

    PSB PB | Veneziano Vital do Rêgo NÃO

    BI, MT | Wellington Fagundes SIM

    PDT MA | Weverton NÃO

    PROS RN Zenaide Maia NÃO

    PSC PA — Zequinha Marinho SIM

    Presidente: Davi Alcolumbre

    SIM:56

    NÃO:19

    PRESIDENTE: 1 TOTAL:76

    Emissão 01/10/2019 22:50:08

  • O TEATRO DE LULA É UM ESPETÁCULO

    O TEATRO DE LULA É UM ESPETÁCULO

    ARTIGO

    ALEXANDRE SANTOS DE MORAES, professor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense

     

    Na última semana, o promotor Deltan Dallagnol defendeu que Lula cumprisse o restante da pena em regime semiaberto. Reunido com advogados e companheiros de partido, o ex-presidente recusou o pedido de progressão de pena. Em carta, repetiu a frase que já se tornou célebre: “Não troco minha dignidade pela minha liberdade”. Tem início um debate que envolve não apenas as mixórdias da jurisdição, mas reflexões que o caráter excepcional da recusa provocam. A liberdade é um direito que pode ser livremente recusado por quem dela se beneficiaria ou um dever que, na contramão da própria noção de liberdade, deve ser exercido a despeito da vontade?

    Não é um tema novo na Filosofia, mas raras são as oportunidades em que essas reflexões se materializam na vida comum. De todo modo, a decisão inusual de Lula abriu espaço para discussões políticas. Pelas redes sociais, vi pessoas da direita fascista e da esquerda cirista acusarem-no de “estar fazendo teatrinho”. No primeiro momento, achei uma crítica rasa e medíocre, mas agora decidi acolher a metáfora.

    A peça está aberta. Muitos aguardam e lutam pelo final que gostariam de assistir. A plateia está exultante, como Brecht gostaria de ver: à direita do palco, aqueles que defendem o encarceramento perpétuo; à esquerda, os que gritam pela libertação apoteótica. Essa divisão também parece envolver a disputa pelo protagonismo e antagonismo.

    Alguns querem que Deltan Dallagnol seja o personagem principal. Eles defendem o menino cristão de Curitiba, de face rosada, que viveu seus melhores anos trancado no quarto estudando para concursos públicos e que da vida não conhece nada. Outros defendem o protagonismo de Lula, o imigrante nordestino que conheceu o amargo da vida, que lutou pela via sindical, fundou o maior partido de esquerda da América Latina, foi o presidente mais bem avaliado da História e se tornou vítima de uma tenebrosa farsa judicialesca.

    Seria uma competição muito naturalmente injusta, mas o cenário dessa tragédia política não foi o palanque em que Lula sempre atuou, mas os tribunais nos quais Dallagnol passou parte da vida adulta ensaiando. O ex-presidente sabia que a disputa seria difícil, mas resolveu bancar essa peça que começou há mais de 500 dias.

    Primeiro Ato. É exarada a condenação de Lula. Tem início a ilusão dramática e o público se vê diante do impasse: ele se entregará ou fará a opção pelo exílio? É bem provável que muitas pessoas próximas a Lula tenham recomendado a fuga, mas isso, de alguma forma, encerraria o espetáculo. Distante do palco, não teria como atuar e disputar as flores ao final da peça.

    Lula decide se entregar, mas não sem preparar uma cena monumental: monta um palco em São Bernardo do Campo, no Sindicato dos Metalúrgicos, e faz um discurso inflamado. Era uma missa ecumênica. No palco, aliás, além dos políticos, muitos artistas famosos fizeram fala. As músicas foram escolhidas a dedo pelo próprio Lula. Seu monólogo foi particularmente inspirado e levou a plateia ao delírio. Não faltou quem colocasse o próprio corpo entre ele e a Polícia Federal. As câmeras da televisão transmitiam do alto de prédios ou helicópteros. Após muita resistência, e fora do prazo legal estabelecido, Lula consegue se entregar e vai pra Curitiba. Ele controlou o tempo.

    Segundo ato. Começam as entrevistas. Alguns coadjuvantes, como a juíza federal Carolina Lebbos, tentam impedir que Lula permaneça em cena. A decisão é por censurar sua fala. Não tarda, porém, para que as movimentações políticas denunciem o regime de excepcionalidade jurídica. Esse não era o roteiro que o Judiciário esperava, mas são obrigados a ceder. Ainda que fora do cenário que gosta de atuar e sem a presença do povo que nunca cansou de aplaudi-lo, Lula começa a falar para a imprensa. Tentaram ganhar protagonismo isolando o competidor, mas ele voltou à cena em excelente forma física e com figurino impecável. Suas falas permanecem pontuais e envolventes, resultado da experiência que acumulou nos palcos da política. Os debates continuam e Deltan Dallagnol sabe que um power point não será mais suficiente para que os holofotes o iluminem.

    Terceiro Ato. Tem início a “Vaza Jato”. A série de reportagens que começaram com o The Intercept Brasil renovaram a disputa cênica. Deltan Dallagnol e Sérgio Moro (não podemos esquecê-lo!) tentam ficar na ribalta, escondidos. O primeiro foge feito galinha dos convites feitos pelo Congresso Nacional; o segundo, que não pode fugir, pois se assumiu político, vai e não diz nada. Suas falas são monótonas, pouco criativas, sem emoção. Não encantam ninguém. Mais do que isso, o enredo da tragédia começa a se desenhar tal como Lula, desde o início de preparação do espetáculo, previa.

    Estava claro que o núcleo da narrativa era o uso político do sistema de Justiça. O Ministério Público, como se sabe, só tinha convicções; agora, há provas que mostram que o único que conhecia o enredo era exatamente quem tentaram fazer de algoz. Só por isso é que as matérias da imprensa não funcionaram como um deus ex-machina, aquela solução abrupta celebrizada no teatro clássico de Eurípides. De alguma forma, Lula deu um spoiler, quase como um oráculo, e fez com que a tragédia toda se desenrolasse como também os gregos faziam muito bem: antecipando o final e atribuindo os rumos à Moira, ou seja, ao Destino.

    Quarto Ato. Deltan pede a Liberdade de Lula. Percebendo que o enredo caminha para um desfecho trágico, o ator faz uma tentativa desesperada de controlar os rumos da peça. Acuado, tenta decidir como será a vida de seu adversário, como se fosse ele a controlar um títere para manter-se no centro do palco. Acontece que Lula inverte o jogo e assume os pauzinhos da marionete, deixando Dallagnol envolvido pelos movimentos que ele próprio faz. Lula recusa a liberdade (quem recusaria?) para aumentar a tensão dramática e inverter o foco da ação. Tem início a disputa, a contenda, o agón: de um lado, aquele que encarcerou lutando pela liberdade do condenado para conseguir protagonismo; do outro, o encarcerado recusando a liberdade para constranger o carrasco. Cria-se uma abertura no drama. Não há solução fácil.

    O Brasil e o mundo aguardam os próximos atos. Dallagnol tentou ser o ator principal de uma tragédia que ele próprio se propôs a dirigir. O problema é que, como dizia o saudoso Antônio Abujamra, “há uma zona negra no palco que é do ator e que o diretor não entra”. O cenário burlesco foi montado por eles para ser hostil a Lula, mas ainda que os elementos cênicos envolvam as características de um tribunal, o conteúdo da peça é político, e disso o rapazote de Curitiba, com sua pele lisa e rosada, não entende absolutamente nada. Quem sabe mesmo é o barbudo nordestino, que se sente confortável nesse palco. Agora, os procuradores se tornaram reféns do processo penal do espetáculo que eles mesmos criaram.

    No início, poderíamos pensar que tudo isso seria um típico teatro do absurdo, que deixaria Beckett e Ionesco morrendo de inveja, mas Lula fez virar uma comédia de vaudeville, fazendo os procuradores de palhaços que caem, rolam e gritam numa tentativa miserável por algum riso da plateia. Os bastidores são terríveis e cada ato aumenta nossa angústia, mas a estética teatral é espetacular. Não há Shakespeare nesse mundo que produzisse obra de tamanha grandeza, e o final só pode ser um: Lula Livre!

  • Diário do Bolso: a falcatrua nos números do Paulo Guedes

    Diário do Bolso: a falcatrua nos números do Paulo Guedes

    José Roberto Torero*

    Pô, Diário, logo agora, na véspera de votar essa porcaria da Previdência, uns professores da Unicamp descobriram a falcatrua nos números do Paulo Guedes.

    Mas tudo bem, porque isso só vai sair na Carta Capital e nuns sites de esquerda, e aí ninguém vai ver.

    As seis centrais sindicais até estão fazendo barulho, pedindo a suspensão da votação de hoje. Mas central sindical é que nem carro velho: faz barulho mas não sai do lugar.

    Olha, Diário, o trabalho foi bem feito. Coisa de profissional. O Paulo Guedes tinha uma tese e aí o pessoal dele fez os números darem o resultado que ele queria. Número é assim mesmo, volúvel. Você pega um 9, vira de cabeça para baixo e tem um 6. Põe um 3 na frente de outro e tem um 8.

    Em abril, o governo decretou sigilo sobre os dados que embasaram a Nova Previdência. Mas aí o Paulo Guedes quis dar uma de bonzinho e liberou parte das informações. Mesmo sem as planilhas com a memória de cálculo, os unicampistas comunistas perceberam as maracutaias.

    Por exemplo, para calcular o custo de uma aposentadoria por tempo de contribuição, o governo usou os números de uma aposentadoria por idade mínima. Só aí já ferrou tudo.

    Pra piorar, a turma do Posto Ipiranga também calculou o déficit da aposentadoria por idade mínima usando o pico e não a média dos salários. Aí enlameou de vez.

    Botaram água na gasolina, kkk!

    Tem também um monte de outros “errinhos” que eu não vou explicar aqui porque esse negócio de economia me dá gastrite. O que importa é que o Guedes fez parecer que a coisa estava pior do que estava e que ia ficar melhor do que vai ficar.
    Foi uma mentirinha inocente, tipo o kit gay.

    Esses números foram usados nas apresentações que o Rogério Marinho, secretário especial da Previdência, fez para a imprensa e na Câmara dos Deputados.

    Se político tivesse vergonha na cara, ia pedir que recalculassem o treco inteiro. Mas é tudo cara de pau. A gente usa óleo de peroba em vez de creme de barbear, kkk!

    A lei vai passar. As emendas parlamentares já foram pagas e não tem ninguém gritando na rua.

     

    Diário, ainda bem que eu me aposentei aos 33 anos.

    Minha pensão acima de tudo. Eu acima de todos!

     

    @diariodobolso

    *José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

  • Entenda porque o semiaberto é mais uma armação da Lava Jato contra Lula

    Entenda porque o semiaberto é mais uma armação da Lava Jato contra Lula

    “`Da Redação da Agência PT de Notícias

    perseguição política a Lula ganhou mais um capítulo no fim da semana passada. Encurralados pelas denúncias do The Intercept e outros veículos de imprensa, Deltan Dallagnol e os outros procuradores da Lava Jato em Curitiba resolveram fazer uma armação contra o ex-presidente. Em uma ação inusitada, os integrantes do Ministério Público Federal (MPF) pediram para que a juíza Carolina Lebbos estabeleça o regime semiaberto para o cumprimento da pena arbitrária de Lula.

    Se o pedido da Lava Jato, num primeiro momento, parece ser algo positivo para o ex-presidente, que há 542 dias cumpre pena por uma condenação sem provas e portanto sem crime, na prática ele esconde mais uma tramoia de Dallagnol e sua turma. Ciente de que o Supremo Tribunal Federal (STF) está na iminência de julgar os recursos da defesa de Lula, sobretudo o que trata da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, o procurador mais uma vez usa o Poder Judiciário para alcançar seus objetivos políticos.

    O que Dallagnol e seus colegas de MPF não explicam para o povo, a quem devem satisfação por rasgarem a Constituição Federal, é que conceder a progressão de regime para um preso cuja condenação não se sustenta significa roubar-lhe o direito à liberdade plena. Os agentes da Lava Jato querem, com essa armação, pressionar e influenciar os ministros do STF, algo que já foi revelado pelas reportagens do The Intercept e seus veículos parceiros.

    Entenda os pontos da armação de Dallagnol

     

    – Do Power Point a garantista? – Dallagnol será lembrado na história como o procurador que protagonizou o patético episódio do Power Point ao apresentar a denúncia vazia contra Lula, rasgando a Constituição. Os mesmos procuradores que fizeram um espetáculo vergonhoso com a Justiça, ao propor uma ação sem provas e sem fundamentos jurídicos, agora querem garantir direitos de Lula? Está cristalino que os procuradores estão com medo do desmonte da farsa judicial, feito pela Vaza Jato.

    – Da criminosa transferência ao semiaberto – Ao lembrarmos todas as perseguições a Lula, nesses 542 dias, fica claro que Dallagnol e eventualmente Lebbos fazem um jogo marcado contra o ex-presidente, usando o Poder Judiciário. É válido lembrar que foram os procuradores e a juíza que tentaram transferir Lula para um presídio comum, colocando em risco a segurança dele. Portanto, é evidente que não há nenhuma preocupação com os direitos do ex-presidente por parte dos procuradores, ao pedirem a progressão de regime.

    – Progressão sem multa evidencia armação – O pedido dos procuradores e tão anormal que eles abriram a possibilidade de saída da prisão mesmo sem o pagamento de multa para reparar os supostos danos aos cofres públicos, que eles mesmo dizem ter ocorrido na denúncia vazia de provas. Algo, inclusive, que não ocorreu com nenhum outro réu na Lava Jato. Obviamente, como apontou Cristiano Zanin, advogado de Lula, a progressão tem como objetivo “impor uma nova humilhação ao ex-presidente” ao forçar o uso de uma tornozeleira.

    – Direitos Políticos – Ao progredir de regime de cumprimento de pena, Lula não terá seus direitos políticos restituídos. Em outras palavras, essa prerrogativa constitucional, que lhe foi roubada desde a prisão arbitrária e da cassação de sua candidatura, não será garantida ao ex-presidente, portanto, em nada elimina a perseguição política a ele.

     

    Lula não negocia sua dignidade e aguarda STF

    Diante dos pontos elencados e da clara perseguição política que sofre, Lula deixou claro aos brasileiros, em carta publicada neste segunda-feira (30), o que vem dizendo desde o início da farsa judicial: jamais vai negociar sua dignidade pela liberdade.  O ex-presidente acredita que a Justiça será feita, uma vez que é inocente e jamais cometeu algum crime. Lula também reafirmou que acredita que o STF vai corrigir as graves injustiças cometidas contra ele e assim restabelecer a ordem jurídica brasileira.

    A Suprema Corte, por sua vez, tem em mãos um pedido de Habeas Corpus do ex-presidente por conta da flagrante suspeição do então juiz Moro ao julgá-lo. Conforme ficou claro com as denúncias da Vaza Jato, o hoje ministro da Justiça jamais atuou como um magistrado imparcial. Por isso, a defesa do ex-presidente aguarda o julgamento da Segunda Turma do STF. Em junho, os ministros negaram liberdade liminar ao ex-presidente. O ministro Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski acataram o pedido. Edson Fachin, Cármen Lúcia e Celso de Mello, no entanto, negaram a liberdade.

    Na ocasião, inclusive, Mello destacou que sua decisão liminar não antecipava sua avaliação da questão como um todo e declarou que já poderia julgar mérito, o que também foi afirmado por Lewandowski. Ainda não há uma data para a retomada do julgamento que analisa a flagrante parcialidade de Moro, que se aceita, anula a sentença arbitrária do caso do tríplex e Lula sairia da prisão com todos os seus direitos restabelecidos.

    Outra decisão do STF que pode impactar na liberdade do ex-presidente é a análise da constitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância. O julgamento pelos 11 ministros deve decidir, de forma definitiva, a questão. O julgamento estava previsto para abril, mas foi adiado pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli.

     

  • O aspecto positivo do discurso de Bolsonaro

    O aspecto positivo do discurso de Bolsonaro

    ARTIGO

    RODRIGO PEREZ OLIVEIRA, professor de Teoria da História na Universidade Federal da Bahia

     

    Terça-feira, 24 de setembro de 2019.

    Jair Bolsonaro protagonizou aquele que talvez tenha sido um dos maiores vexames da história da diplomacia. Em aproximadamente 30 minutos de discurso, o presidente do Brasil vomitou no púlpito da ONU todas as bobagens que vem falando desde o início da década de 1990, e que durante muito tempo foram lidas como devaneios sem importância.

    Erro grave. A democracia brasileira subestimou o potencial destrutivo de uma fenda autoritária. A fenda foi crescendo, crescendo, até fazer desaparecer o chão sob nossos pés.

    Na ONU, Bolsonaro falou do Foro de São Paulo, do projeto socialista dos governos petistas, de ideologia de gênero e tudo aquilo que circula no submundo do Whatsapp.

    Confesso que não sei se o presidente acredita mesmo no que diz ou se isso faz parte da estratégia de constante excitação de sua base social orgânica. Pode ser que sejam as duas coisas. Acho mais provável que sejam as duas coisas.

    Não vou comentar o conteúdo do discurso. Muitos já o fizeram. Quero mesmo é mostrar o lado positivo do evento, acompanhado com atenção pelo mundo inteiro, que tenta entender o que está acontecendo no Brasil.

    O discurso mostrou ao mundo que a narrativa que desde o século XIX afirma o lugar do Brasil no concerto internacional das nações é, simplesmente, mentirosa.

    Mas que narrativa é essa?

    Em 1843, foi publicado um texto de autoria do botânico alemão Karl von Martius, onde o autor prescreve um modelo para aqueles que no futuro tentassem escrever a história do Brasil. Para Martius, qualquer um que se dedicasse ao empreendimento não poderia deixar de ressaltar aquele que seria o aspecto fundamental da formação histórica brasileira: a mistura pacífica entre as raças branca, negra e indígena.

    A tópica da mistura racial pacífica atravessou o pensamento social brasileiro, ganhando seus contornos mais conhecidos no livro “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre, publicado pela primeira vez em 1933. A “democracia racial” se tornou a principal ideologia de autoapresentação brasileira no mundo.

    Em todas as exposições universais realizadas ao longo do século XX, lá estava no stand do Brasil um índio trajado de nu e com o corpo pintado, uma baiana fritando acarajé ou uma mulher negra sambando de biquíni.

    Durante muito tempo a narrativa colou, a tal ponto que na década de 1950, a ONU enviou uma missão ao Brasil para estudar como se dava a convivência pacífica entre raças diferentes. Naqueles anos, a ONU investia em uma agenda multiculturalista e estava convencida de que o Brasil tinha algo a ensinar ao mundo.

    O futebol ajudou a alimentar essa imagem positiva: Pelé, os Ronaldinhos, Romário. O Brasil seria tão tolerante e pacífico a ponto de monumentalizar heróis negros.

    Se é possível ver o copo meio cheio e encontrar algo de bom no discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas, eu diria que foi a revelação ao mundo de uma verdade sobre o Brasil.

    Manifestações racistas, ataques aos direitos das comunidades indígenas, ofensas às mulheres. Os absurdos ditos por Bolsonaro ecoam na imprensa internacional desde o segundo semestre do ano passado, quando ele pintou como candidato forte na corrida presidencial.

    O discurso na ONU foi a cereja do bolo e jogou pá de cal na representação que durante quase 200 anos definiu o Brasil no imaginário internacional.

    Bolsonaro, com sua imagem fedorenta (a imagem de Bolsonaro fede, sou capaz de sentir o mal hálito exalando da TV), foi lá, tomou o microfone e mostrou ao mundo quem é o homem médio brasileiro.

    Bolsonaro é a representação perfeita do homem médio brasileiro, como já disse com astúcia Eliane Brum: autoritário, violento, deselegante, feio.

    Mesmo com todo o vexame, o discurso de 24 de setembro de 2019 serviu para globalizar o homem médio brasileiro e dar fim à farsa que durante muito tempo enganou o mundo, incluindo nós mesmos.

    Agora, talvez, diante do grotesco manifestado em espelho, sejamos capazes de entender quem somos e melhorar. Essa tragédia toda precisa servir pra alguma coisa.

     

  • Ato reunirá mil mães em defesa da amamentação

    Ato reunirá mil mães em defesa da amamentação

    Do Extra

    O Rio sediará um ato público em defesa da amamentação, no dia 11 de novembro: mil mães com seus bebês se reunirão nos jardins do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio, no Flamengo, para chamar atenção para a importância do aleitamento materno.

    “Um ato coletivo de amamentação possibilita a troca de saberes e experiências, reforça a motivação das mulheres para continuar amamentando e mobiliza a sociedade para a relevância dessa prática. Aumenta a conscientização e reforça o apoio que precisa vir de todos, sociedade, família e estado”, afirma a advogada Fernanda Hack, uma das organizadoras do Mil Mães.

    Para arcar com as despesas e montar toda estrutura para receber as mães e seus bebês, os organizadores do evento estão realizando um financiamento coletivo, que tem como meta a arrecadação de R$ 70 mil até o dia 3 de outubro. As doações podem ser feitas pelo link http://benfeitoria.com/milmaesamamentando.

    “ A amamentação é vital para a saúde de uma criança ao longo de toda a vida. Mas é um aprendizado diário, cansativo, às vezes, doloroso. Ajudar a construir uma rede de apoio para esse momento especial é fundamental”, afirmou a atriz Maria Paula Fidalgo, que gravou um vídeo sobre o evento.

    Os valores arrecadados serão destinados ao aluguel de banheiros químicos, à montagem de trovadores, ao transporte de voluntárias que virão de diversos pontos do país, alimentação, entre outros. Segundo a organização do evento, caso a meta não seja atingida, os valores doadores serão devolvidos.