Por José Roberto Torero* Pô, Diário, esses dias de férias em Santa Catarina foram ótimos. E o bispo….
Fiz um passeio de helicóptero sobre as áreas que sofreram com a chuva (parece que morreram mais de 20, mas eu não vou perder o humor por tão pouco), fiz jantar sem máscara com um monte de gente (entre eles, o Véio da Havan, que não resiste a uma aglomeraçãozinha) e ainda fui pescar com o Ratinho (essas chuvas são uma benção, deixam a pesca ótima!).
Também teve também o treco do Ficha Limpa. O Kássio Nunes, meu cara no STF, disse que a data da suspensão começa a contar a partir do início do processo. OFlavinho agradece. Quando ele for pego, já vai estar com tempo de sobra.
E as manifestações de ontem a meu favor foram um fiasco. O “Dia 22 vai ser gigante” acabou sendo um anão. Na Paulista tinha tão pouca gente que parecia que os caras estavam fazendo distanciamento social.
Mas o grande assunto do dia foi o Crivella.
Prenderam o homem!
Antes da tornozeleira eletrônica, ele até ficou umas horas no xadrez, e isso é um perigo, porque no xadrez sempre comem o bispo, kkk!
Não, pô, não posso fazer piada. Eu até fico com dó do Crivella, que é muito parça. Mas, ele que se vire. Se pegaram o cara e não é da família, eu viro a cara de lado e dou uma de egípcio.
O pior é que não foi só ele. Teve também o Mauro Macedo, primo dobispo Edir Macedo e ex-tesoureiro das campanhas eleitorais do Crivella, o bispo e ex-senador Eduardo Benedito Lopes (Republicanos), e o empresário Rafael Alves.
Parece que as empresas que queriam fechar acordo com a Prefeitura tinham que pagar um pedágio pro Rafael. E depois ele redistribuía a bufunfa.
Também tão dizendo que o Crivella usava a Universal para lavar o dinheiro. Tanto que passaram R$ 6 bilhões pelos cofres da igrejaentre maio de 2018 e abril de 2019.Nada mal, hein, Diário?
Mas, olha, não tá fácil pra bispaiada: aFlordelisvai acabar sendo presa; oEveraldo, que me batizou, já está na cadeia; e agora o Crivella e o Eduardo foram pegos.
Os comunoenxadristas já tão até dizendo: “Os bispos já foram, agora só falta o cavalo.”
*José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.
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