Por José Roberto Torero* E a máscara caiu. A esquerdalha tem Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Mas nós temos coisa muito melhor: Roger, Netinho e ele, o maior de todos, oinsuperávelEdaílson!
Diário, o Edaílson é gênio! Ele que fez aquela música “E daí!”, que eu até já botei aqui em você. E agora ele mandou uma melhor ainda, dessa vez sobre máscaras.
Pô, o Edaílson parece que lê meus pensamentos. Tá mais na minha cabeça que os piolhos no tempo da escola. Ele canta exatamente o que eu cantaria se eu cantasse.
O problema é que o Edaílson é um sujeito muito tímido, que só gosta de compor. Não quer aparecer. Então ele fez a empresa dele, a poderosa EdailSong’s, contratar um cara pra gravara música. O escolhido foi um tal de Fernando Salem, que já deu muito vexame. Ou faz parte de uma banda chamada Vexame. Ou as duas coisas, sei lá.
Vou o link da música aqui: https://www.youtube.com/watch?v=aHyBZ0Yicxg. E a letra da música mais embaixo. Mas ver o vídeo é melhor, porque o tal de Salem usa máscara que nem que eu uso. Cuestão de estilo.
(refrão)
Máscara pra quê?
Todo mundo vai morrer.
Mostra teu riso, irmão,
mesmo que seja no teu caixão.
Eu quero liberdade pra respirar.
E daí se eu pego essa doença?
A covid nunca vai me derrubar,
a cloroquina não há quem vença.
Tampa o rosto quem é feio.
Quem é bonito deve se mostrar.
Minha beleza não aceita freio.
A minha dentadura é de arrasar!
(refrão)
Posso não ser nenhum gênio,
Vou por os pingo nos is:
Quero meu oxigênio.
não vão censurar o meu nariz.
Não uso essa porcaria.
Com ela a gente sofre.
Eu adoro a minha tosse.
Cof, cof, cof, cof, cof, cof, cof, cof, cof.
(refrão)
José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.
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