Globo inaugura programa “Balão de Ensaio”, com tucanos presidenciáveis

Tudo pela Terceira Via: Toda semana, uma entrevista com um dos pré-candidatos tucanos à Presidência. Depois de Eduardo Leite, veio Doria
João Doria, pré-candidato tucano: cuecas largas
João Doria, pré-candidato tucano: cuecas largas

A TV Globo não brinca em serviço. Muito menos os Marinhos. A emissora, matreiramente (ou não, como diria Caetano Veloso), ao que parece decidiu fazer toda semana uma entrevista com um dos candidatos às prévias do PSDB, que irão escolher o representante dos tucanos na disputa pela presidência da República, em 2022.

Por Sérgio Kraselis

Se na semana passada o primeiro balão de ensaio foi conduzido pelo ex-animador do BBB, Pedro Bial, que viu o governador gaúcho Eduardo Leite (apoiador de Bolsonaro em 2018 e agora um dos arrependidos) dizer na TV aberta que era gay, ontem, na GloboNews, o apresentador Roberto D’Ávila teve que ouvir respostas de uma mesmice sem fim de João Doria, governador de SP.

Depois de se definir como “homem de centro”, atacar Lula e Bolsonaro (“esse nunca mais”, disse, também arrependido do apoio ao genocida), o governador desfiou seu rosário de benfeitorias no comando do Estado e blá blá blá. Praticamente falou, sem dizer, o que todos já podem prever: sua campanha eleitoral à presidência da República, caso vença as prévias de seu partido, dificilmente deixará de navegar na oferta da vacina Coronavac feita pelo Instituto Butantan para todos os brasileiros.

A Globo, com cobertura das candidaturas travestidas de entrevistas exclusivas, vai jogando para o público seus balões de ensaio. Na semana passada, Leite ficou numa espécie de casa de vidro com plantas e luz clara ao fundo, tipo aquelas usadas para o público no shopping center escolher “brothers and sisters”. Sorridente para todo o Brasil, aceitou numa boa falar de sua privacidade e se mostrar como um Collor gay.

Ontem, Doria e seu entrevistador tiveram como cenário um recinto sóbrio, com poltronas e tapetes escuros, sentados frente a frente. Foi quase um encontro de amigos com tentativas de alguns cutucões sem nenhum arranhão. Exemplo? A certa altura, Roberto D’Avila perguntou a Doria sobre a expressão “calça apertada”, usada de forma cafajeste por Bolsonaro para atingir o tucano. Doria respondeu na mesma moeda cafajeste: “O presidente tem razão ao dizer que uso calça apertada. Mas minha cueca é larga.” Nossa! D’Ávila bem que tentou, mas não marcou seu gol de placa.

Vamos ver agora quem serão os próximos entrevistadores do senador Tasso Jereissati (CE) e do ex-senador Arthur Virgílio (AM), os dois políticos que também pretendem disputar a eleição interna do tucanato.

Façam suas apostas. Torcendo aqui para que o cenário não seja as paradisíacas praias cearenses e muito menos o que resta da Amazônia devastada. Ninguém merece.

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