Combater a pobreza e a fome no país só se fará com reforma agrária. Motivo pelo qual a jornada das mulheres sem terra no último dia 8/3 ocuparam uma terra improdutiva na cidade de Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Para a garantia da luta pela reforma agrária popular, em contraponto com as ações violentas da polícia militar, o juiz responsável pelo caso afirmou que os autores do processo não conseguiram comprovar que são donos do imóvel.
No processo movido os supostos proprietários alegaram que são “legítimos possuidores e proprietários do imóvel”, chamado de Fazenda das Aroeiras. Nos últimos dias o MST denunciou um cerco ilegal da Polícia Militar de Minas Gerais, comandada pelo governo de Romeu Zema (Partido Novo), no segundo dia de ocupação da fazenda Aroeiras, município de Lagoa Santa. O MST argumenta que a ação policial não tem base, já que a Justiça negou pedido de reintegração de posse impetrado por parte dos herdeiros da fazenda.
Para Carolina Caldeira, militante da comunicação que integra a luta pela terra “encontramos o terreno completamente abandonado e a justiça não reconheceu a posse dos que alegam serem donos da propriedade. O MST faz valer, na prática, o que é previsto em lei: a destinação de áreas como essa para a Reforma Agrária. Através da luta das mulheres colocamos de volta à pauta da redistribuição fundiária, do acesso à terra no Brasil”, relata a comunicadora.
A ação coordenada pelas mulheres Sem Terra integra a Jornada Nacional de Lutas, que tem como o lema “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!”. A ocupação é motivada pelo não cumprimento da função social da terra, já que a propriedade abandonada por herdeiros é improdutiva.