Após uma decepção diante dos resultados contrários aos que indicavam as pesquisas e eleições de candidatos aliados ao bolsonarismo, algumas outras vitórias serviram como luz no final do túnel. A esperança para um Brasil mais democrático e inclusivo está nas conquistas de candidaturas progressistas, que fizeram história nas eleições de 2022.
Por Beatriz Pecinato e Raquel Tiemi
No estado de SP, Guilherme Boulos (PSOL) foi o candidato a deputado federal mais votado com mais de 1 milhão de votos. Além disso, seu partido, Partido Socialismo e Liberdade, bateu recorde ao eleger a maior bancada da sua história com 14 deputados federais. Ao encontro desse avanço, grandes expoentes da direita não conseguiram se eleger, como Nise Yamaguchi (PROS) e Eduardo Cunha (MDB).
Candidaturas existencialistas eleitas
O avanço também foi registrado através de nomes inéditos na política que representam grupos marginalizados pela estrutura histórica vigente no país. As apurações deste domingo (02) destacaram a vitória de candidaturas existencialistas.
Algumas candidatas LGBTQIA+ eleitas foram Erika Hilton, primeira deputada federal trans negra (PSOL-SP), e Duda Salabert (PDT-MG), também primeira trans eleita ao Congresso Nacional. Outro nome importante foi Fábio Felix (PSOL) que, mesmo em uma região com grande força bolsonarista, conseguiu conquistar o posto de parlamentar mais votado do Distrito Federal.
Em candidaturas indígenas, a vitória mais notável consagrou Sonia Guajajara (PSOL-SP) como deputada federal e a mulher indígena mais votada do Brasil.
A representação negra na política também foi outro grande expoente ao eleger mulheres, como Dandara Tonantzin (PT-MG), Olívia Santana (PCdoB-BA), Andréia de Jesus (PT-MG), Carol Dartora (PT-PR), Jack Rocha (PT-ES).
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também conseguiu eleger seus candidatos. Entre eles, Rosa Amorim (PT-PE), Marina do MST (PT-RJ), Valmir Assunção (PT-BA), Marcon (PT-RS), Adão Pretto (PT-RS) e Missias do MST (PT-CE).
Entre as candidaturas PcD, não houve vitórias, porém, a deputada estadual Andrea Werner (PSB-SP) ativista pelos direitos dessa parcela da sociedade foi eleita.
Já em candidaturas feministas, alguns nomes eleitos foram Livia Duarte (PSOL-PA), Denise Pessôa (PT-RS), Daiana Santos 6565 (PCdoB – RS), Laura Sito 13300 (PT – RS).
Mesmo com um desfecho incerto sobre o segundo turno da presidência e um avanço do bolsonarismo na política do país, essas vitórias mostram que o Brasil não está perdido. Ainda há esperanças por um futuro melhor.
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