Foragido e doente, bolsonarista lamenta que EUA não têm SUS

Empresário mineiro, Esdras Jonatas dos Santos fugiu para a Flórida, onde mostra-se desesperado e abandonado pelos golpistas
Esdras ao passar por rápido exame médico em hospital de Fort Lauderdale - Foto de Instagram pessoal

Por Aloísio Morais

Desesperado e completamente sem noção, o empresário mineiro Esdras Jonatas dos Santos, de 25 anos, bolsonarista e golpista, diz que está gravemente doente na Flórida, nos EUA, onde encontra-se foragido desde janeiro de 2023, quando fugiu às pressas depois de tudo o que aconteceu em Brasília no dia 8 daquele mês. O curioso é que em vídeo de uma live ele reclama que na terra de Tio Sam tudo é pago e lamenta que lá não tenha Sistema Único de Saúde, o SUS. Ou seja, só agora a ficha caiu. Ele precisou sair do país para valorizar o que ele tanto questiona aqui.

Esdras dos Santos transforma live do advogado Marcelo Suave, de Sooretama, ES, em muro das lamentações e sente falta do SUS – Reprodução de Enfermeiro do Lula

Esdras é figurinha bastante conhecida entre a direita golpista de Belo Horizonte. Ele esteve na linha de frente no acampamento que reuniu bolsonaristas e lunáticos na Avenida Raja Gabaglia, em frente ao quartel da 4ª Região Militar. Ali, onde chegava todo cheio de si dirigindo um automóvel Porsche avaliado em mais de R$ 400 mil, ele era um dos que misturavam religião com política e pediam os presentes a comparecerem às manifestações programadas para Brasília no dia 8/1/23. Foi o que fez até o dia 7/1. Como não tem nada de bobo, no dia 8 ele permaneceu na capital mineira e, diante de tudo o que viu pela TV, Esdras tratou de ‘cascar’ fora, afinal, ele já tinha um mandado de prisão em aberto por incitar agressões contra jornalistas no acampamento golpista. E agora é investigado pelo STF no inquérito dos atos antidemocráticos. 

Maior abandonado

No dia 9/1 embarcou num voo que passou pelo Panamá e logo depois se refugiou na Flórida. Certamente orientado (e ajudado) por alguém, Esdras rumou para a cidade de Fort Lauderdale carregando um filho de uns 5 anos. Por um período penou, segundo diz. Chegou a passar 15 dias dormindo nas ruas, comeu comida de latas de lixo, além de se virar vendendo bombons e bugigangas nos sinais de trânsito, o que nunca faria no Brasil, certamente. Pra completar, agora diz que está sem documentos e sem passaporte, que foi cancelado pelo STF.

Mas, sabe-se lá como, Esdras foi morar em um apart-hotel de alto padrão, o Emera Port Royale. Ali ele tem dado nó em pingo d’água para sobreviver e se lamenta diante do público bolsonarista pelas redes sociais usando o pix de uma conta de terceiros para pedir grana. Afinal, suas contas foram bloqueadas pelo STF.

Nessas oportunidades, ele diz que é vítima da “ditadura comunista” (risos) que se instalou no Brasil. “Agora estou vivendo na pele o que é uma ditadura”, tem dito na maior cara de pau nos seus momentos de chantagem emocional diante de golpistas como ele. Diz que tem crises de ansiedade e chegou até a defecar sangue. Por fim desabafa: “Estou dentro de um país onde tudo é cobrado. Não tem nada que não seja cobrado. E aqui não existe SUS. Quem não tem dinheiro o hospital põe na rua. Eu posso estar com câncer e não posso tratar. Tem gente aqui que sai do país para se tratar onde é mais barato, como no Brasil. Estou doente e, pelo que parece, é uma doença grave. ‘Procure urgente um médico’, me disse uma enfermeira após um exame. Infelizmente aqui não existe SUS”, lamenta Esdras.

Esdras discursa no acampamento diante da 4ª Divisão do Exército na Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte – Reprodução do Instagram

Rabo preso

Em suas aparições nas redes sociais, onde apagou o que lhe compromete, Esdras aparece como um santo, mas a sua vida real mostra que ele tem um tremendo rabo preso. O Google é generoso e não mente. Basta buscar por Esdras Jonatas dos Santos que o(a) interessado(a) vai se fartar de informações sobre o patriotário, principalmente no que diz respeito à Justiça. São inúmeras as ações mostradas contra ele, sobretudo de bancos. Confira, por exemplo, esse texto publicado por nós, Jornalistas Livres, em 2023:

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