O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, nesta quinta (29), proibir o transporte de armas e munições de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs) a partir do dia 1 até o fim do dia 3. As votações ocorrerão no domingo, 2 de outubro. Quem descumprir a ordem da Corte e estiver portando armas nesse período pode ser preso em flagrante por porte ilegal de armas. A decisão foi tomada com unanimidade, todos os ministros do TSE aprovaram a proibição.
Por Emanuela Godoy
“No dia anterior e posterior não se justifica essa verdadeira licença para que pessoas possam transportar armas de grosso calibre”, disse o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
Em agosto, o TSE já havia proibido o porte de armas próximo as seções eleitorais dois dias antes da votação, no dia 2 e nas 24 horas seguintes. Só poderia estar portando armas, os que têm a devida autorização e estando a mais de 100 metros de uma seção. Exceção feita aos policiais que estiverem trabalhando.
Neste 20 de setembro, o STF também havia formado maioria pela suspensão da liberação irrestrita de amplo acesso à grandes quantidades de munições e armas de uso restrito, incluindo fuzis. Nos últimos três anos, durante o governo Bolsonaro, o número de armas nas mãos de civis dobrou. Com a aproximação das eleições, as autoridades se preocupam com a escalada de violência.
Por que a suspensão de armas?
Os Jornalistas Livres já noticiaram mais de um caso de violência que envolve o período eleitoral. Nesta quarta (27), Antônio Jadir, apoiador do deputado federal Zé Ricardo (PT), foi atacado com uma barra de ferro por um bolsonarista em Manaus durante um comício. O cabo eleitoral do PT teve que ser assistido no IML (Instituto Médico Legal) logo após a violência, para fazer o exame de corpo de delito e levar 5 pontos na cabeça. Ainda no dia 27, foi registrado um ataque bolsonarista ao comitê de campanha do Deputado Estadual Emídio de Souza (PT-SP), em Novo Osasco. Um homem, que se identificou como eleitor de Jair Bolsonaro, invadiu o local e disse que acabaria com o PT. Em seguida, destruiu materiais de campanha e agrediu a única apoiadora que estava no local.
Nessa mesma semana, um homem chamado Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, morreu após ter sido brutalmente esfaqueado por um antipetista em um bar na região metropolitana de Fortaleza, Ceará. De acordo com as testemunhas, o agressor entrou no estabelecimento acompanhado de uma mulher e perguntou “Quem é Lula aqui?”. Antônio, que respondeu que era foi brutalmente agredido com múltiplas facadas nas costelas e não resistiu.
No dia 21, uma jovem de 19 anos, que estava em bar na Costa Verde do Rio de Janeiro, foi agredida com paulada na cabeça após ter sido ouvida criticando o governo Bolsonaro. No mesmo dia, um PM atirou contra militantes do PT durante uma panfletagem na cidade de Montes Claros (MG). “Não vou aceitar campanha do Lula na minha rua”, disse o agressor.