Diário do Bolso: o capitão das 500 mil mortes

O Edaílson fez uma música pra comemorar a Copa América e as quinhentas mil mortes. Tudo ao mesmo tempo.

Por José Roberto Torero

Diário, tem dias que a vida vale a pena. Hoje é um desses.

É que recebi um grande presente do Edaílson, aquele compositor que é meu fã. Veio junto com uma cartinha em que ele conta sua vida. Qualquer dia boto ela aqui.

O Edaílson fez uma música pra comemorar a Copa América e as quinhentas mil mortes. Tudo ao mesmo tempo, né capitão.

Olha, ficou um negócio muito bom. Só não chorei porque homem que é homem não chora nem quando corta cebola.

O treco tem as imagens que eu mais gosto: futebol e bandeira brasileira.

Já a letra diz um monte de vezes “Salve o capitão”, que é a frase mais linda que eu conheço, e fala em coisas muito engraçadas, como falta de kit intubação (de vez em quando, na minha live, eu faço uma imitação ótima de doente de covid).

Ah, Diário, pena que as orelhas das suas folhas não escutam, porque você ia gostar dessa bagaça.

Olha, eu queria que cada patriota que votou em mim visse esse treco.

Todos eles. E várias vezes, Umas quinhentas mil.

José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

#diariodobolso

o capitão das 500 mil mortes

COMENTÁRIOS

2 respostas

  1. Disse tudo! É bem assim, infelizmente!

POSTS RELACIONADOS

Diário do Bolso: “se gritar ‘pega Centrão’, não fica um”

O general Augusto Heleno, que cantou “Se gritar ‘pega Centrão’, não fica um, meu irmão…”, agora diz que o Centrão nem existe. Acho que ele vai trocar a letra dessa música pra alguma coisa assim: “Se gritar ‘pega Centrão’, o governo inteiro levanta a mão…”

Diário do Bolso: entupido e não cheirando bem

Os canhotos riem, mas esse meu entupimento veio bem a calhar. Como estou com cagaço de enfrentar essa CPI da covid, aproveitei o meu estado descocomentoso pra me fazer de vítima. Aquela foto de mim cheio de tubo já foi isso. Porque o meu marquetim é esse: quando não tô matando, tô morrendo.

Diário do Bolso: a esquerdalha ri do meu soluço, hic

Teve um sujeito que, hic, disse que o Lira tinha que botar o, hic, pedido de impitimem em pauta, que aí o susto, hic, ia me curar. E outro respondeu que melhor ainda seriadizer que, hic, tinham recuperado as, hic, mensagens do celular do Dominghetti.