Durante entrevista para a TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo em São José dos Campos, Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato bolsonarista a governador de São Paulo, não soube informar o nome da escola e nem o bairro em que votará. Tarcísio, que é carioca, enfrentou problemas com a Justiça Eleitoral para comprovar domicílio eleitoral em São Paulo, condição imprescindível para que ele pudesse se candidatar pelo estado.
De acordo com o site oficial do Tribunal Superior Eleitoral, domicílio eleitoral é “um elo, seja ele familiar, social, afetivo, comunitário, patrimonial, negocial, econômico, profissional ou político com o lugar” e complementa que “a simples comprovação fática objetiva da residência (casa, apartamento etc.) não preenche o sentido da norma legal”. A Justiça Eleitoral exige uma residência mínima de três meses para comprovar a vinculação e justificar a alteração de domicilio eleitoral.
Tarcísio de Freitas nasceu no Rio de Janeiro e nos últimos anos residia em Brasília por conta do seu posto como Ministro da Infraestrutura do Governo Bolsonaro. Em setembro do ano passado ele pediu a transferência de seu domicilio eleitoral para a cidade de São José dos Campos – SP, na região do Vale do Paraíba, que fica entre São Paulo e o Rio de Janeiro. O candidato da governador de São Paulo alega ter um forte vínculo afetivo com a região e afirma ter parentes que residem lá há mais de 20 anos.
Na sabatina, Tarcísio diz ter “um vinculo afetivo” com a cidade. “Por ser um local que frequentei muito durante uma parte da minha vida e ser o lugar mais lógico para estabelecer domicílio eleitoral”. Porém, quando foi perguntado o nome da escola e o bairro onde ele deverá votar no dia 2 de outubro, o candidato travou e respondeu “é um colégio. Agora fugiu a cabeça”. Em junho deste ano o próprio Tarcísio admitiu não morar em São Paulo. O apartamento em que ele alega morar em São José dos Campos, na verdade, foi alugado diretamente de seu cunhado.
Mesmo com as claras contradições e declarações do próprio candidato afirmando não residir em São Paulo, o Tribunal Superior Eleitoral permitiu a transferência e autorizou a candidatura dele para governo do estado.