Notas sobre a guerra: a invasão da Ucrânia repercute nos Bálcãs

Em março de 1999, mulher de origem albanesa amamenta bebê em fuga para Macedônia Foto Reuters

A invasão da Ucrânia pelas tropas russas tem repercutido diretamente na região dos Bálcãs, que já viveu algo semelhante em 1999, quando a OTAN justificou empreender uma intervenção humanitária na Iugoslávia. Foram 78 dias de guerra com intenso bombardeio aéreo e, ainda que não tenha tido combatentes terrestres, a intervenção foi marcada pelo alto número […]

É ainda possível pensar com complexidade?

Como não bastasse a crise global causada pela pandemia, o mundo acaba de entrar numa nova e grave fase de deriva bélica, que o pode mergulhar numa crise ainda maior. A causa próxima deste agravamento é a invasão da Ucrânia. O autor da invasão é a Rússia, mas o seu autor remoto são os EUA, ao terem ignorado durante três décadas as preocupações russas quanto à sua segurança.

A construção de imaginários geopolíticos e o conflito Rússia Ucrânia

Nos últimos dias, as representações sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, na imprensa e nas redes sociais, nos forneceram exemplos emblemáticos a respeito de como determinados imaginários geopolíticos são construídos; ou seja, como formulamos nossas imagens mentais sobre outros países, povos, continentes, chefes de Estado e organizações supranacionais, distantes de nosso convívio.

Lênin estava errado?

Putin começa a guerra atacando exatamente Lênin e estes princípios. Seu móvel ideológico é a antiga grande Rússia Imperial e o chauvinismo russo, do qual Lênin era inimigo. Na Jabuticaba brasileira de hoje, leninistas abraçam Putin e não Lênin. Não a nenhuma guerra nacionalista de anexação, mesmo que a carência campista de alguns pinte esta guerra como “comunista”