O voto útil para devolver a esperança ao Brasil é o voto em Lula

Acuados, bolsonaristas vão tentar recorrer ao imprevisível para afundar o Brasil
O voto útil pode ajudar o Brasil a encerrar o descalabronão encontram apoio e nem solidariedade de Bolsonaro
O voto útil pode ajudar o Brasil a encerrar o descalabro

Faltam poucos dias para as eleições de 2 de outubro. Poucos dias para saber se o Brasil prefere o passado das trevas ou um caminho de esperança.

Por Ricardo Melo

Bolsonaro e sua gangue há quatro anos já mostraram a sua escolha. Querem voltar aos anos de chumbo da ditadura militar, em que a oposição política era tratada (ou contida) na base da censura, de prisões, torturas e assassinatos.

Tempos em que se falava baixo nos bares, nos pontos de ônibus, em conversas com vizinhos –tudo porque contestavam o regime verde oliva. Período em que reuniões eram realizadas ao alvorecer do dia em lugares como o parque do Ibirapuera, para desespero das mães daqueles jovens secundaristas e universitários. Época em que lideranças de assembleias estudantis e operárias mantinham um olho na plateia e outro nos “ratos”, como eram chamados os informantes invariavelmente vestindo casacos de couro e usando óculos escuros mesmo no breu noturno.

Hoje revivemos um ensaio disso. Aniversariantes petistas são fuzilados. Adversários do neo-fascismo são alvo de rajadas à luz do dia. Uma jovem é agredida a pauladas. Fotos de Lula são rasgadas e vandalizadas, quando não se tornam mira de atiradores. Caravanas e manifestações da oposição passam a ser ultrajadas por fanáticos violentos e sem limites. Armas são distribuídas aos milhares para quem apoiar a turba bolsonarista.

Voto útil para dizer chega!

Eventos relatados acima são apenas os mais recentes. Indispensável falar de Marielle e seu motorista brutalmente executados, do jornalista e ambientalista esquartejados, do miliciano “arquivo vivo” morto depois de condecorado pela gangue que assaltou o poder. São cartões de visita sinistros do que espera o Brasil a depender dos resultados destas eleições.

Não se trata apenas do sangue que já escorre a céu aberto. Este é um projeto de poder cuja proposta é a volta do país aos tempos coloniais, com dinheiro vivo. Uma plutocracia mandando em tudo e a maioria transformada em miseráveis eternos, bóias frias permanentes chafurdando em restos de comida que apodrecem em caminhões de lixo, disputando ossos com animais, implorando um pedaço de pão nas bordas de botecos e padarias.

Fome, miséria e desmantelamento do pequeno progresso social que se conquistou. Emprego? Só os informais, sem nenhum direito ou garantia. Ensino e atenção à infância? Escolas e creches vivem à base de suco e bolachas. As universidades estão sucateadas. Remédios? As farmácias populares sofreram um corte criminoso de verbas. Salários? Aumento apenas para os executivos dos tubarões financeiros e a casta militar. Cultura? Dinheiro só para quem pregar o obscurantismo.

Este é o Brasil que está em jogo nesta semana decisiva. “Voto útil” é antidemocrático? Depende. Quando estão em jogo candidaturas limpas, a discussão vale a pena. É até desejável.

Não é o que se vive agora. O Brasil está confrontado com um horizonte em que o neo-fascismo persegue um retrocesso ainda maior –Bolsonaro e sua tropa repetem isso a todo momento— e uma única alternativa a tudo isso que Bolsonaro representa: uma alternativa que promete melhorias sociais, liberdade de expressão, de manifestação, sem censura, sem perseguições e sem que escorra sangue desnecessário nas ruas. Um Brasil de solidariedade e esperança.

Não há três, quatro, cinco opções em 2 de outubro. Há duas. A juventude e o povo trabalhador, os mesmos que estiveram na linha de frente da derrocada da ditadura militar com destemor, passeatas, greves, resistência, mortes, estão sendo chamados a exercer seu papel. Trata-se do destino de toda uma geração. Quanto mais cedo o pesadelo acabar, melhor.

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