Dezenas de ambientalistas e moradores de Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, participaram hoje, 28/4, da quinta manifestação contra as obras da Mineração Geral do Brasil (MGB) no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e contra a circulação de caminhões da mineradora que pretendem transitar na pequena, sinuosa e pouco segura estrada, único acesso dos moradores à região.
A mineradora justifica as obras ancorada em liminar da Justiça Federal alegando que seriam para a contenção de barragem. Entretanto, os moradores relatam – inclusive com ações na justiça – que a mineradora está retirando minério da cava, ou seja, realizando atividades minerárias sem autorização dos órgãos ambientais e que a empresa usa do argumento da liminar concedida para burlar a fiscalização.
A própria empresa já informou no processo que as obras emergenciais foram concluídas. Mesmo assim continua trabalhando dentro da área e informou que pretende transportar minério retirado do local para uma empresa em Congonhas que atua no beneficiamento de minério de ferro, atividade que exige licenciamento ambiental.
O tráfego de caminhões para o transporte do minério, além de afetar o meio ambiente, está trazendo inúmeros transtornos e falta de segurança na estrada que liga o Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, a Casa Branca, distrito de Brumadinho. São caminhões pesados circulando na estrada sinuosa, sem acostamento, que atravessa o Parque, causando medo e insegurança a todos que dependem do trajeto. O uso da estrada para comercialização de minério é proibido por lei e pelo Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça.
A MGB pretende minerar na Zona de Amortecimento da Serra do Rola-Moça, inicialmente, durante seis anos. A Unidade de Conservação e de Proteção Integral, além de ser uma área de preservação ambiental, com vários mananciais que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte, é também uma região de grande beleza natural, com potencial turístico sustentável.
Os moradores e as entidades de defesa do meio ambiente em especial a Ecoavis, o Instituto Guaycui e o Movimento Rola Moça Resiste, estão em trabalho permanente desde o ano passado, para reverter esta situação. Agora estão ameaçados pelo tráfego de caminhões carregados de minério. Foram realizadas uma série de reuniões com órgãos administrativos, parlamentares, Ministério Público e a Advocacia Geral da União.
Recentemente, tanto a Advocacia Geral da União quanto o Ministério Público Federal se manifestaram no sentido de não ser possível o transporte de minério sem o licenciamento ambiental pelos órgãos do Estado. A empresa não está licenciada para minerar. O Estado de Minas Gerais tem se omitido e não está cumprindo sua obrigação de fiscalizar o que está, de fato, ocorrendo em relação à presença da MGB na ZA do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, tanto em relação às obras quanto à circulação de caminhões.
Uma resposta
Fora MGB. Corrupta! Agressora! Some…. Espero com todo meu coração que os proprietários e sócios se f…. ! Tchau