Manifesto catarinense clama pelo fim do genocídio palestino

Comitê Palestino convoca segundo manifesto pelo cessar fogo imediato

Dia Internacional em Defesa do Povo Palestino mobiliza novos atos contra genocídio no Sul do Brasil

Como em todo o país, cresce no Sul do Brasil a solidariedade dos movimentos sociais, partidos políticos, entidades sindicais à Palestina à medida que cresce também a população civil palestina dizimada pelo Estado de Israel com ajuda financeira e bélica dos Estados Unidos. O grito pelo cessar fogo imediato na Faixa de Gaza que norteia o segundo manifesto unificado em Defesa do Povo Palestino ocorre em Santa Catarina neste sábado, às 15 horas, no Parque da Luz, área verde de domínio público em Florianópolis, dando ênfase às trocas culturais com o povo árabe.

A Guerra iniciada por Israel no dia 7 de outubro contra o povo palestino da Faixa de Gaza e Cisjordânia já contabiliza 9 mil e 300 palestinos assassinados, 2 mil e 6 desaparecidos, o que pode elevar o número de mortos, portanto, a 11 mil 500, conforme informações da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal/Br) no dia de ontem (3/11). É um número bem próximo dos 15 mil da limpeza étnica desenfreada pelos sionistas entre 1947 e 1951, quando 88% dos palestinos foram expulsos para da criação colonialista do Estado de Israel no território palestino. Deste total, 3 mil, 836 são crianças mortas, na velocidade de 166 crianças por dia, uma a cada oito minutos. Mais 1.200 crianças estão desaparecidas, provavelmente entre os escombros, o que pode subir o número de mortes de crianças para 5 mil.

Em apenas 25 dias, o Estado de Israel bombardeou 221 escolas e 42 instalações da ONU que serviam de abrigo à população civil, assim como sete igrejas e 11 mesquitas que também alojavam desabrigados. Explodiu 50 ambulâncias, 15 delas detonadas em comboio com transporte de feridos para o Egito; 16 dos 35 hospitais da Faixa de Gaza e 51 dos 72 centros de atendimento básico à saúde, resultando em 135 profissionais de saúde assassinados e 120 feridos, o que contraria todas as convenções internacionais em respeito aos direitos humanos. Nenhum outro país em guerra no mundo bombardeou hospital desde a Primeira Guerra Mundial.

A ofensiva de Israel já deixou 27 mil feridos, a maior parte mutilados, mais de 70% deles mulheres e crianças, o que indica o genocídio programado dos ataques. São ainda 50 jornalistas e 70 funcionários da ONU assassinados por Israel, somente 59 mortos com o bombardeio do Centro de Distribuição de Alimentos da ONU, conforme informações atualizadas de Ualid Rabah, presidente da Fepal no Brasil.

Ato Unificado em Defesa ao Povo Palestino, Florianópolis, 27/10
Ato Unificado em Florianópos, em 27/10. Fotos: Raquel Wandelli/Jornalistas Livres

Como grande parte dos estados brasileiros, Santa Catarina está aderindo ao esforço mundial de 70 entidades reunidas na África do Sul no dia 14 de outubro, durante a Conferência Internacional Dilemas da Humanidade, em Johanesburgo, quando foi emitida a Declaração Internacional de Solidariedade à Palestina e contra o massacre sionista em Gaza. Trata-se de um levante mundial para que o Estado de Israel não leve à solução final o genocídio iniciado há 76 anos contra esse povo originário, que culmina com 8 milhões de palestinos refugiados pelo mundo, em dados atualizados.

As reivindicações das entidades que compõem a Federação Árabe Palestina no Brasil incluem o cessar fogo imediato e incondicional, ajuda humanitária ilimitada, desbloqueio imediato e permanente da Faixa de Gaza, fim da ocupação, julgamento dos criminosos israelenses pelos crimes de genocídio, limpeza étnica e apartheid e rompimento das relações diplomáticas com Israel e revogação dos acordos de cooperação, principalmente os ligados ao genocídio.

Ato em Florianópolis
Ato em Florianópolis (27/10)

A partir das 15 horas, o Ato deste sábado, “Dia Internacional em Defesa do Povo Palestino /Palestina Livre”, para exigir o fim do massacre do povo palestino deve tomar toda a área do Parque da Luz, na capital catarinense. Terá brincadeiras, comidas típicas, canto, poesia, manifestações de origem afro, indígena, árabe. Será marcado pela presença de mulheres, crianças e adolescentes, conforme Antônio Batisti, membro do Comitê como integrante do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual.

O comitê reúne hoje ao menos 30 entidades organizadoras que atuam em conjunto com as organizações representantes do povo árabe e palestino no Brasil. A organização dos atos unifica principalmente entidades e militantes sociais, partidos políticos de esquerda, organizações estudantis e sindicatos trabalhistas.

Reunião preparatória para o Ato Unificado do Comitê Catarinense de Solidariedade à Palestina

Em Carta-convite para o ato, dirigida à população de Santa Catarina e de Florianópolis, o Comitê de Brasileiros em Defesa do Povo Palestino/SC e o Comitê Catarinense de Solidariedade à Palestina enfatiza que estão promovendo um movimento pela paz. Acrescentam que com o impacto do primeiro manifesto, que atraiu cerca de duas mil pessoas, decidiram realizar um ato de ênfase cultural para promover a troca e o diálogo entre os povos originários e os árabes, que integram a formação demográfica brasileira. “O Ato de Solidariedade à Palestina realizado em Florianópolis, teve repercussão positiva nacionalmente, porque mostrou para todo o país que aqui em Santa Catarina o movimento popular também tem uma grande expressão, e se uniu para apoiar a legítima e necessária causa do povo palestino”, diz a Carta.

https://jornalistaslivres.org/wp-content/uploads/2023/11/PANFLETO-PALESTINA-LIVRE-2.pdf

Shahla Othman, do Comitê de Brasileiros em Defesa do Povo Palestino

As comissões de organização do ato preparam diversas atividades, incluindo apresentações culturais, música, teatro, piquenique com as famílias, bandeiraço Brasil e Palestina e arrecadação de fundos destinados a organizações de ajuda às famílias palestinas que sofrem com os bombardeios na Faixa de Gaza, ficando privadas de energia, gás, alimentos básicos e medicamentos. Também haverá barracas de comida típica palestina. “Queremos mobilizar especialmente nossos jovens para sensibilizar, esclarecer e conscientizar os brasileiros que estão sendo capturados pela propaganda sionista na mídia com a mentira de que existe uma guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas quando se trata de uma guerra de um Estado terrorista e colonialista contra um povo inteiro”, explica Shahla Othman, líder do Comitê Catarinense.

COMITÊ CATARINENSE DE SOLIDARIEDADE À PALESTINA
Brasil – Florianópolis/SC, 1° de novembro de 2023.

Prezados(as) Companheiros(as),

CARTA ABERTA/CONVITE


Todas e todos têm acompanhado o massacre provocado pelo Estado sionista de Israel sobre o povo
palestino em Gaza, violência que conta com o irrestrito apoio das principais potenciais econômicas e
militares do Ocidente. O massacre atual é parte de um processo de violência que começou há mais de um século, e de forma mais dirigida há 76 anos, quando da criação do Estado de Israel. Trata-se de um processo de colonização permanente, que em nenhum dia de todas estas décadas deixou de humilhar, maltratar, coagir, roubar e matar palestinos com o objetivo de roubar suas terras ancestrais.

A cada dia fica mais evidente que o objetivo do Estado de Israel é avançar ainda mais sobre o território
palestino e aprofundar ainda mais o caráter da colonização. O que chamam de “guerra de Israel contra o Hamas” não passa de um massacre de Israel contra o povo civil de Gaza, formado majoritariamente por crianças e mulheres. Com a força das bombas, da sede e da fome querem expulsar o povo palestino de Gaza para tomar mais este pedaço de terra do povo ancestral.


Com este sentimento, em todos os continentes do mundo, têm sido realizadas grandes manifestações
públicas em Solidariedade ao Povo Palestino. Também aqui no Brasil, estas manifestações têm tomado força nos últimos dias. Em Florianópolis, realizamos um significativo Ato na última sexta-feira, dia 27 de outubro. Foi um ato importante não só pelo número de participantes, mas também pela expressão política e simbólica.

O Ato de Solidariedade à Palestina realizado em Florianópolis, teve repercussão positiva nacionalmente, porque mostrou para todo o país que aqui em Santa Catarina o movimento popular também
tem uma grande expressão, e se uniu para apoiar a legítima e necessária causa do povo palestino.

Estamos fazendo esta carta para agradecer a cada pessoa, a cada sindicato ou central sindical, a cada
partido ou organização política, a cada movimento social ou entidade da sociedade civil que ajudou e que participou do Ato do dia 27. Queremos que tenham a dimensão do quanto esse carinho e solidariedade é importante para nós e especialmente para nossos familiares e amigos que estão na Palestina, importância ímpar para todo nosso povo. Todo o espectro político do campo popular esteve presente na construção do Ato e na sua realização, unidade que se manifestou também no conteúdo de cada pronunciamento.

Com este mesmo sentimento, informamos que no próximo sábado, dia 4 de novembro, haverá um ato
mundial de defesa da Palestina. Aqui em Florianópolis, acompanhando este sentimento mundial, vamos fazer um Ato Cultural no Parque da Luz, à partir das 15 horas. Este Ato ainda está em
construção, e pedimos o apoio de todas as entidades sindicais, políticas e sociais a virem conosco nesta
construção. Obrigado pela atenção!

  • Pela paz palestina!
  • Pelo imediato cessar-fogo!
  • Pelo pleno acesso de ajuda humanitária ao povo de Gaza

Shahla Costa Othman
Comitê de Brasileiros em Defesa do Povo Palestino

[email protected]

Khader Mahmud Ahmad Othman

Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino

#GazaGenocide

#IsraeliTerrorism

#PalestineWillBeFree

#Palestina

#FreePalestinee

#PalestinaLivre

#faixadegaza

#PalestinaLibre

#PalestinaResiste

#solidariedade

#CessarFogoJá

#PalestinaLivre

#PalestinaLibre

#Palestina

#faixadegaza

#Cisjordânia

#justiça

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

Na frequência do ódio

Na frequência do ódio

O Café com Muriçoca, que passa a ser toda quinta-feira, reflete sobre a perseguição política e o cerceamento ideológico a quem rejeita a riqueza como estilo de vida aceitável.