Para celebrar o Mês da Consciência Negra, uma inédita exposição será aberta no próximo dia 4 no Museu da Escola Catarinense, no centro de Florianópolis, com o objetivo de homenagear e destacar temas relacionados à identidade negra e a sua espiritualidade afrodescendente. O evento intitulado ‘Futuro Ambicioso’ ganha importância e simbolismo por ser realizado em Santa Catarina, tido como o estado mais racista do país. Estarão integrando a mostra várias obras de artistas abordando o tema da exposição.
A abertura será marcada por uma apresentação do Terreiro Ogum Sete Espadas, dirigido por Maria Lígia Souza Bento, que simboliza uma manifestação da espiritualidade afrodescendente. Como parte das atividades educativas e culturais complementares, será oferecido um itinerário intitulado ‘Caminhando com Antonieta de Barros’, para homenagear uma das figuras negras mais importantes de Santa Catarina.
Estarão presentes na exposição obras de Mateus Trindade, Rita Oyakanmi e Rusha. Graduando do curso de Artes Visuais da UDESC, Matheus Trindade utiliza a fotografia como meio de potencializar sua voz e como linguagem para tradução de suas ideias, anseios, traumas e objetivos. Através de seus trabalhos fotográficos, o artista registra por meio de suas lentes, afeto, luta e celebração da cultura negra, em busca de construir imaginários que simbolizem a esperança de um futuro sonhado e almejado por corpos como o seu.
Já a graduanda do curso de Artes Visuais da UDESC, Rita Oyakanmi, costura seus caminhos como artista visual multimídia, trabalhando com produções que, nos últimos anos, têm se alimentado daquilo que vivencia como mulher negra de axé. Em suas trabalhos, a artista versa sobre ancestralidade, corporeidade, território e tempo, sob a ótica de cosmo-percepções negro-africanas.
Rusha é artista visual gaúcha e arte-educadora, além de produtora cultural e ativista do movimento negro e da luta por terra e território. Em sua produção artística, ela realiza pesquisas estéticas relacionadas à ancestralidade, identidade, espiritualidade, resistência e simbologia negra. Neste processo, a artista bebe ensinamentos dos provérbios africanos e busca pensar a descolonialidade da arte e da história.
A exposição permanecerá aberta entre os dias 4 a 30 de novembro, de 13 às 19h de segunda a sexta-feira, e de 10h às 14h aos sábados na Rua Saldanha Marinho, 196, Centro. O evento de abertura, às 15h do dia 4, contará com a apresentação do Terreiro Ogum Sete Espadas, dirigido por Maria Lígia Souza Bento e Feira de mulheres Negras do coletivo Elza Soares, sob direção e coordenação de Letícia Damázio de Jesus* (Graduanda em Arquitetura e Urbanismo – UDESC)
A equipe de apoio e organização é formada por Beatriz Weckerle de Paula (Graduanda em Biblioteconomia – UDESC ), Caroline Ghisolfi Casanova (Graduanda em Museologia – UFSC), Eduarda Largura Pacheco de Andrade (Graduanda no Bacharelado em Artes Visuais UDESC ), Maria Clara Machado (Graduanda em Biblioteconomia UDESC), Rodrigo Brenner da Silva Penha, Sofia Cavalheiro da Silva (Graduanda em Licenciatura em Artes Visuais – UDESC) e Sofia de Melo e Silva (Graduanda em design habilitação em design gráfico – UDESC)
Apoiam o evento o Museu da Escola Catarinense (MESC), o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), o Projeto de Extensão Itinerários de Educação Museal: Caminhando com Antonieta de Barros, Espaço Cultural Armazém e Coletivo ELZA.
(*) Letícia Damázio de Jesus, Graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), campus Laguna na ultima fase do curso 2023/2. Participou da ação de pesquisa “O invisível no visível da Laguna: os espaços sagrados das religiões de matriz africana na cidade lagunense”. Trabalhou como estágiaria do Museu da Escola Catarinsense e atualmente é bolsista voluntária do Museu. Também atua como bolsista da UDESC no projeto de extensão “Itinerários de Educação Museal” realizado no MESC (Museu da Escola Catarinense) em Florianópolis/SC. Realiza a comunicação do Museu da Escola Catarinense nas redes sociais e é responsável pela atualização da página do MESC.
