E o desgoverno Bolsonaro não para de causar estragos na vida dos mais pobres e vulneráveis. Em novembro do ano passado, após declarações ofensivas e ameaçadoras de Bolsonaro, Cuba determinou que médicos cubanos deveriam deixar o Brasil. Depois de tomar posse, Bolsonaro disse que os médicos cubanos seriam substituídos por médicos brasileiros.
Criado em 2013, no governo de Dilma Rousseff, o Mais Médicos levou 15 mil médicos para as áreas onde faltavam profissionais. O programa chegou a ter, até 2017, 18.240 médicos, garantindo acesso a 63 milhões de pessoas em 4.058 municípios. O formato da “importação” de médicos de outros países foi alvo de duras críticas de associações representativas da categoria, sociedade civil e estudantes da área da saúde, que alegaram que médicos estrangeiros precisavam fazer o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos), uma forma de avaliar a qualidade de médicos estrangeiros que querem trabalhar no país (como se sabe, Cuba tem índices de países desenvolvidos na saúde, apesar dos embargo econômico que sofre há décadas). Como medida emergencial para atender rapidamente os municípios mais carentes, o governo Dilma determinou que os médicos estrangeiros deveriam passar três semanas em uma universidade brasileira, antes de começarem a atender pelo Mais Médicos, o que desagradou o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira.
Antes do Mais Médicos, o Brasil possuía cerca de dois médicos para cada mil habitantes – índice considerado bom, mas havia no país uma distribuição desigual de médicos por região: 22 estados possuíam um índice inferior à média nacional e apenas 8% dos médicos estavam em municípios com população inferior a 50 000 habitantes, que somam 90% das cidades brasileiras. Depois de tomar posse em janeiro deste ano, o governo cumpriu sua promessa de colocar médicos brasileiros no lugar dos cubanos: anunciou a abertura de novas vagas para o Mais Médicos. No entanto, em três meses, cerca de 1052 dos novos médicos desistiram da vaga; a maioria foi para cidades maiores ou retornou ao seu lugar de origem. O resultado dessas desistências é que vários municípios carentes estão sem médicos no momento.
Nota: Em novembro de 2018, a Associação Brasileira de Municípios divulgou nota pedindo a Jair Bolsonaro ações imediatas para reverter a decisão do Ministério da Saúde Pública de Cuba de se retirar do Programa Mais Médicos.
Uma resposta
Os municípios demitiram seus médicos para que o Governo Federal que custeia o programa arcasse com a despesa do município. Assim acredito ter sido de responsabilidade dos municípios terem ficado sem médicos após a saída dos Cubanos.
E não sei os termos do contrato firmado pelo Governo Brasileiro com o Governo Cubano, mas a ruptura unilateral de Cuba é quebra de contrato!? Não é mesmo??!