Da matéria-prima descartada, surge Upan, novo álbum do Vida Seca

Mesmo sem saber da pandemia do coronavírus, que marcaria os novos tempos, o grupo goiano Vida Seca concebeu Upan, terceiro álbum de sua carreira, lançado pelo selo Cena Cerrado Brasil, em fevereiro de 2021.  Ainda assim, Upan captou o hibridismo dos novos tempos pela fusão de variadas musicalidades do mundo e a originalidade dos instrumentos contruídos a partir de matéria-prima descartada.

O grupo explica que o novo álbum representa uma cultura musical global, daí o prefixo “Pan”, que expressa a ideia de todo, o universo, o mundo. Num jogo de palavras, o prefixo se torna um nome para a personagem que busca expressar visualmente esta ideia. Upan é também expressado na capa do álbum, num belo desenho do artista Danilo Itty.

Capa do álbum Upan, da grupo Vida Seca

O Vida Seca surgiu em 2005 quando os amigos Igor Zargov, Pablo Petrucelli, Ricardo Roqueto e Thiago Verano juntaram-se para apresentar um repertório que vinham desenvolvendo junto ao  Bloco do Lixo, desde 2002. Em 2006, Danilo Rasolem passou a substituir Pablo, e o grupo embarcou de vez na ideia de criar música com instruemntos musicais constrúidos com matérias primas descartadas.

Os instrumentos são fruto de um trabalho de pesquisa e criação de instrumentos a partir de materiais descartados e alternativos desenvolvido há 15 anos. Resultou num acervo instrumental de sonoridade particular, com o qual criou um repertório de música autoral influenciada por musicalidades experimentais e populares. Parte deste repertório está também registrado em 2 álbuns de estúdio – Som de Sucata (2009) e Rua 57, N० 60 (2015) – e um DVD homônimo lançado em 2012.

Além de apresentar um projeto musical único e sustentável, Vida Seca compartilhou todo o potencial transformador e criativo de objetos aparentemente inutilizáveis em oficinas musicais e ambientais em diferentes espaços, como comunidades e escolas.

O trabalho do grupo Vida Seca vem sendo apresentado América Latina afora, com espaço cativo em Goiás. Atuando como construtores, compositores, performers e educadores, os integrantes do  Vida Seca participaram dos grandes festivais do centro-oeste, mas também passaram pelos tradicionais e populares encontros da região do cerrado; caminharam por todo o sudeste, região do Rio da Plata, no Uruguai e Argetina, ainda foram além-mar, chegando até a terra do Fado, para apresentar aos amigos portugueses toda a riqueza cultural que é o Brasil.

JL Entrevista

O Jornalistas Livres ficou interessado em ouvir mais da história do grupo Vida Seca, para saber de que forma a pandemia tem afetado os olhares sensível desses artistas. Os convidamos, então, para um bate-papo neste sábado (20/03), às 20h. Vai rolar! Se você chegou até aqui neste texto, não deixe de acompanhar a entrevista ao vivo, pelo Facebook e Youtube do Jornalistas Livres.

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