Com a ausência do motoboy Ivanildo Gonçalves Dias, da empresa VTCLog, que ganhou o direito de não comparecer à CPI por habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do STF, a cúpula da comissão deve aprovar ainda nesta terça-feira um novo requerimento para convocá-lo.
A cúpula da CPI agitou a sessão ao apresentar imagens que, segundo seus integrantes, indicam que o motoboy Ivanildo fez o pagamento de ao menos quatro boletos em benefício de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Nas imagens fotográficas, Ivanildo aparece entrando em uma agência do Bradesco em horários, dias e locais nos quais constam em extratos de quitação das contas.
Os pagamentos aconteceram em maio e junho deste ano. Roberto Ferreira Dias foi demitido do ministério em 29 de junho, após a acusação de ter cobrado propina pela aquisição de vacina pela Covid-19.
Convocada para depor no lugar do motoboy, Andreia Lima, diretora da VTCLog, avisou a CPI que não teria condições de comparecer e só poderá fazê-lo na quarta (1/9).
Dias teria sacado para a VTCLog o valor de R$ 4,7 milhões em dinheiro vivo durante dois anos e feito depósitos para fornecedores e clientes da empresa.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), avalia a decisão do STF. Além de Ivanildo, Aziz quer convocar a advogada Karina Kufa, que defende o presidente Jair Bolsonaro na Justiça Eleitoral, além de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Karina é suspeita de participar de negociação para a compra da vacina Covaxin.