O governo Bolsonaro anunciou hoje uma redução de 4,8% do preço da gasolina nas refinarias. Sua expectativa é que o país caia na pegadinha estilo black friday do combustível. Veja só: desde o começo do governo Bolsonaro, a gasolina aumentou 145,8% nas refinarias. Somente este ano, já considerados os descontos anunciados pelo governo, a gasolina subiu 14,24%.
“O governo tentará, até as eleições, anunciar seguidas reduções nos preços dos combustíveis, para minimizar o estrago provocado na economia e na população pelos reajustes de 193,1% no diesel e 145,8% na gasolina acumulados na gestão Bolsonaro”, afirma o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. O que o presidente está fazendo é tirar o ICMS, imposto estadual que deveria ir para escolas, hospitais, postos de saúde; do preço da gasolina.
O governo retirou dinheiro dos estados mas não mexeu no preço de paridade de importação (PPI) — que faz toda a população pagar combustíveis em valores dolarizados. Enquanto isso, a Petrobras vai distribuir, no segundo trimestre, pelo menos duas vezes mais dividendos do que as maiores produtoras de petróleo do planeta.
De acordo com a Reuters, “as cinco maiores produtoras de petróleo do Ocidente — a Exxon Mobil Corp, a Chevron Corp., a Shell PLC, a Total Energies e a BP — publicaram recordes em distribuições a seus acionistas nos últimos dias, entre 4 e 7,6 bilhões de dólares. Mas nenhuma delas chega perto do valor de 17 bilhões de dólares da Petrobras.”
A empresa vai dar aos seus acionistas 60% a mais que o lucro de US$ 10,5 bilhões de dólares (54,33 bilhões de reais) no primeiro trimestre. Resumindo: para a população, foi anunciada foi uma redução de 4,8%, depois de quase 145,8% de aumento — com recursos retirados da saúde, da educação, da segurança. Para os acionistas da Petrobras será distribuído 60% a mais que o lucro da empresa.